Assim como música eletrônica e anos 80, o heavy metal será muito pouco encontrado pelas páginas deste blog. Não são exatamente estilos que eu goste, mas mesmo assim, eu decidi acompanhar atentamente ao Dia do Metal do Rock in Rio 4, confesso que mais por curiosidade do que por ser “metaleiro”, até porque a personalidade e a lenda de Lemmy Kilmister transcende qualquer estilo musical e ele seria uma das atrações, liderando o Motorhead. Algumas outras bandas desconhecidas como a brasileira Glória e uma com o nome estranho Coheed & Cambria. Mas mesmo com todo o mito na persona de Lemmy, se na noite anterior o papel principal ficou com Red Hot Chilli Peppers, no Dia do Metal ficou como ninguém menos que Metallica. O palco Sunset ficou mais marcado pelos problemas técnicos de som do que propriamente pelos shows. O que mais chamou atenção foi Sepultura, tocando com um grupo de percussão francês. Ficou interessante, mas ainda assim não me pegou. Levei minhas atenções ao Palco Mundo, exatamente quando aparecia um ser estranho, com cabelos que mais pareciam uma árvore, tocando guitarra e com o microfone enfiado no cabelo chegando a algum lugar que talvez fosse a boca, tornando possível ele cantar lá dentro. O nome dele é Claudio Sanchez e a banda Coheed & Cambria. Não conhecia nada da banda e como era banda de metal, o sentimento de indiferença imperava, porém este foi ficando para trás enquanto eles iam tocando, até chegar a empolgação. É verdade, estava empolgado com uma banda de metal. Coheed & Cambria é uma banda diferente, apresentando grandes variações nas músicas, flertando numa mesma faixa com o progressivo, hard rock, indie e metal, tudo com um bom vocal e uma banda que toca bem e forte. Muito bom. A surpresa do festival até agora para mim. Para ver o show completo do Coheed & Cambria no Rock in Rio, veja o video abaixo.
Após a surpresa veio o Mito. Lemmy subiu ao palco, com todos os seus 65 anos, e anunciou logo o que viria a ser a próxima hora: “We are the Motorhead and we play rock and roll” e abriu o show com “Iron Fist”. Nunca tinha visto um show de Motorhead, sempre gostei mais da banda paralela de Lemmy, The Head Cats, com profunda influência dos anos 50. Só conhecia mesmo alguns dos clássicos da banda, mas eles impressionam logo do início, principalmente do jeito de Lemmy tocar e cantar, batendo no baixo como se fosse uma guitarra e aquela voz rouca e incompreensível rasgando o ar. O som do baixo inclusive é mais alto do que o da própria guitarra. O som é intenso e pesado do início ao fim, em alguns momentos do show até me pareceu que era um rockabilly dos anos 50 tocado com o máximo de velocidade, distorção e volume que alguém pode chegar. O público reagiu com empolgação e respeito que a banda merece. E fechou com os dois grandes clássicos “Ace of Spades” e “Overkill”, com participação de Andreas Kisser, do Sepultura. Para ver o show completo do Motorhead no Rock in Rio, veja no vídeo abaixo.
De Slipknot, eu vou parafrasear Lemmy: “eu venho do rock and roll, essas pessoas com macacões e máscaras vem do circo”. Bem, não precisa falar mais nada. Depois deles, com um atraso básico, subiu ao palco Metallica, para delírio geral e soltou logo os clássicos “Creeping Death” e a ótima “For Whom The Bell Tolls”, a galera fazendo um coro. James Hetfield e companhia estão na melhor forma possível, ótima presença de palco, não deixando o clima abaixar em nenhum momento, nem mesmo quando cantava as mais recentes. Foram vários pontos altos do show e fiquei impressionado com o fôlego do público, que se manteve pulando e gritando até depois que o show já tinha acabado. “One” teve efeitos pirotécnicos e depois veio a incrível “Master of Puppets”. Depois de “Enter Sadman” veio o sensacional Bis com James brincando sobre a hora, de que deviam estar dormindo e essas coisas. Seqüência arrasadora do Bis, com “Am I Evil”, “Whiplash” e “Seek And Destroy” com participação massiva do público depois de 12 horas de heavy metal. Não é preciso ser fã ou metaleiro para reconhecer um grande e histórico show. Exatamente o que foi esse show do Metallica, que ainda atingiu o que Red Hot Chilli Peppers falhara no dia anterior, dominou o público, esteve com ele em suas mãos, da primeira nota à última. Para ver o show completo do Metallica no Rock in Rio, veja o vídeo abaixo.
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