segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pearl Jam 03/11/2011 - Morumbi, São Paulo - Night I


Na carreira de 20 anos de Pearl Jam, tive a felicidade de acompanhá-la nos detalhes os últimos 11, 12 anos. E desde então sempre se encontrava entre os meus sonhos puder assistir a um show da banda ao vivo. Como todos já sabem, eles vieram para o Brasil em outra ocasião, em 2005, mas não consegui ir. Mas de lá pra cá muita coisa mudou, acrescentando dois grandes álbuns ao seu catálogo, Pearl Jam (o abacate), de 2006 e Backspacer, de 2009, melhores álbuns dos últimos dez anos de carreira. Diante de tudo isso e da comemoração dos vinte anos da banda, eles resolveram visitar o Brasil mais uma vez e dessa vez eu não poderia perder. E não perdi. Desde que foram anunciados os shows, eu me decidi a ir no mínimo a dois, pra minimizar a perda em 2005. Comprei na pré-venda o ingresso do dia 04 de novembro, em São Paulo, e o do dia 09 de novembro, em Curitiba. Como os ingressos do show na capital paulista se esgotaram rapidamente, acrescentaram mais um show, no dia 03, então acabei vendendo o de Curitiba para ir para os dois de São Paulo. Com tudo pronto e depois de muita espera, chegou a hora.
Temos que falar de algumas polêmicas do show de quinta, mas antes de tudo, devemos considerá-lo como um show extra, então já esperava que não seria um show lotado, até porque colocar 140 mil pessoas em dois dias de semana é algo assustador mesmo para as maiores bandas. Tomara que isso sirva de lição para os empresários de shows, para fazê-los olhar às outras regiões. Certamente, ao invés de um segundo show em São Paulo, se eles tivessem marcado uma data em algum estado do Nordeste seria tão lotado quanto o show único de São Paulo. Foi um erro estratégico que, apesar de ter sido incrível, tirou um pouco o brilho do show ao olhar as arquibancadas com pouca gente. A produção anunciou que teve um público de 50 mil pessoas nesse primeiro show, acho que tinha menos. A pista estava quase cheia, só as arquibancadas superiores que tinha pouca gente. Estimo que deve ter sido um público de 35-40 mil pessoas.

Nesse primeiro dia cheguei um pouco tarde ao Estádio e não consegui pegar um lugar tão bom, apesar de ter ficado ainda mais pra frente do que atrás. Após um show fraco da banda de punk de Los Angeles, X, e para o delírio geral, a banda entra no palco e abre com “Release”, música linda e emocionante, um momento mágico. O público delirava. Mal acabou e Eddie Vedder e Cia começaram uma sequência arrasadora. Começou “Corduroy” e o público inteiro começou a pular e se esgoelar, inclusive eu, claro. Depois seguiu matador com “Why Go” e “Animal”. É incrível a força que “Even Flow” tem no público. A banda também está passando uma energia incrível e para quem diz que Eddie Vedder perdeu força na voz tem que ouvir um show desses. “Unthought Know” é uma das que estava ansioso por ouvir e mostra porque esta é uma das melhores fases da carreira de Pearl Jam. É muito bonito ouvir o público cantando essas músicas novas com o mesmo fôlego de clássicos da era grunge.
“Whipping” foi outro momento arrasador. “Daughter” teve mais um coro potente e a tag foi WMA. Gostei muito também da nova música ao vivo, “Olé”, muita energia, muita força na pegada. Ole inclusive foi o cântico oficial do público para a banda, com o grito “olê, olê, pearl Jam, pearl Jam”. A banda fez até uma brincadeira com o cântico, tocando junto. Mais uma surpresa da noite, com “Down”, do Lost Dogs, é de arrepiar ouvir ela ao vivo. Perfeito. “Save You” também acabou com tudo, queria muito ouvir ela ao vivo e parece que eles ouviram meus pedidos, pelo menos alguns deles (“In My Tree” esteve fora dos dois shows). “Do The Evolution” e “Porch” fecharam o primeiro set de forma incrível.



Voltaram para começar o segundo set com “Small Town”, uma das músicas com maior coro do público, é lindo. “Just Breathe” é o momento romântico do show, momento para pegar o telefone e ligar para a noiva, que infelizmente não estava ali presente. E foi o que eu fiz. Depois foi mais um momento especial. Começou com Eddie falando da primeira vez que veio ao Brasil, com os Ramones, e dedica a canção seguinte a ele. Quando meus ouvidos já pareciam escutar o riff inicial de “I Believe in Miracles”, eles soltam “Come Back”, perfeito, um dos momentos mais incríveis de ambos os shows. Depois eles realmente tocaram “I Believe In Miracles”, ótima, e fecharam o segundo set com “Alive” para delírio geral.
A terceira parte começou arrasadora, com “Comatose”, Eddie Vedder ainda com a voz intacta. “Black” e “Betterman” foram lindas, mas ambas nem se comparam com a versão que elas ainda teriam no dia seguinte. Depois tocaram “Rearviewmirror” que estava louco para ouvir e fecharam o show com “Rockin’ In The Free World”, do Neil Young. Confesso que esperava ainda mais uma ou duas músicas, mas reclamar de que? Foi tudo perfeito! Meu primeiro show de Pearl Jam e saí do Morumbi praticamente em Nirvana, achando que não podia ser melhor, mas eu tinha apenas a impressão de que o show mesmo ainda estava por vir. E no dia seguinte ele veio novamente.

2 comentários:

  1. Muito feliz por você camarada! O único show dessa galera 90´s que vi ao vivo foi do Silverchair, e foi fantástico. Eu admiro demais o Eddie, e mesmo que muitas vezes ache ele chato, a banda inteira passa verdade, e é por isso que eles chegaram aos 20 e irão passar dos 30. Ai quem sabe estaremos juntos no próximo...

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  2. Amooooor! Que fantástico! Que feliz eu fico de saber que você realizou um sonho. =)

    Obrigada por me levar com você no pensamento... e por me deixar entrar no seu mundo na hora em que tocou Just Breathe. No final das contas, esse show acabou sendo inesquecível pra mim também.

    (não vamos comentar nada sobre os pequenos estresses)

    Parabéns, o post está incrível. Nada é melhor que falar com propriedade, né? Falando do que vivenciou, detalhando desde o estádio até o show em si.



    Amo tu!

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