quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Arctic Monkeys - Suck It And See



Os Arctic Monkeys apareceram para o mundo com a estréia surpreendente de Whatever People Say I Am That’s What I’m Not, em 2006, quebrando recordes e se tornando o álbum de estréia de uma banda que vendeu mais rápido no Reino Unido, em toda a história, com trezentos e sessenta mil cópias vendidas, apenas na primeira semana de lançado. O álbum se tornou um dos clássicos da década passada e apresentou uma banda cheia de energia, canções, curtas, diretas, tocando com vigor, em músicas rápidas e empolgantes. Empolgada com o sucesso, Arctic Monkeys levou apenas um ano para lançar o álbum seguinte, mantendo na mesma linha do antecessor, igualmente bem sucedido, de vendas e críticas, Favourite Worst Nightmare, de 2007. Para o terceiro álbum, Humbug, de 2009, a banda começou a buscar algo mais e acrescentar novos caminhos e para isso eles contaram com a significante ajuda de Josh Homme, do Queens Of The Stone Age. E vou fazer um paralelo aqui: se Josh plantou as sementes para Foo Fighters lançar Wasting Light ao se juntar com Dave Grohl em Songs For The Deaf, o mesmo aconteceu com Arctic Monkeys. Suck it and See, quarto e último lançamento da banda, é o desenvolvimento das idéias trabalhadas em Humbug, explorando mais e se aventurando em algumas mudanças novas para a banda, mas em alguns casos, mantendo ainda a pegada forte dos anteriores.



Suck it And See apresenta um Arctic Monkeys em notável amadurecimento. A voz de Alex Turner parece estar em maior evidência agora, assim como músicas mais melódicas, como é o caso da faixa de abertura, “She’s Thunderstorm” e que mantém a linha na seguinte, “Black Treacle”, com refrão e trabalhos de guitarra bem legais. “Brick By Brick” é a mais chatinha do álbum, um pouco repetitiva demais. Em “The Hellcat Spangled Shalalala” a banda volta a manter o nível, muito boa e cheia de variações interessantes. “Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair” começa bem devagar, mostra um refrão bem pesado.

Mas curiosamente, se a banda é acostumada a colocar canções fortes já de início do trabalho, em Suck it And See é diferente. O negócio começa a melhorar do meio pro final. “Library Pictures” é a que abre essa sequência. Bem marcada, pesada e agitada, parece relembrar o Arctic Monkeys dos primeiros álbuns, para depois sair numa inesperada parte relaxada e tranqüila.



Após “All My Own Stunts” começa o lado romântico do Arctic Monkeys. E o interessante é que essa é a melhor parte do álbum. Mesmo antes, com algumas baladas, nunca pareceu ser um dos pontos fortes. Mas aqui Alex Turner e companhia capricharam. “Reckless Serenade” abre essa sequência de forma elegante, com bela letra e, sobretudo, final muito empolgante. “Piledriver Waltz” é uma linda canção e com um refrão emocionante, que quebra num final majestoso.



Mas ai chega na melhor música do álbum e uma das melhores do ano, no sentindo de uma música sendo uma obra completa, instrumentos, melodia, letra, etc. Nesse sentido, “Love Is a Laserquest” é perfeita. “but i’m not being honest, i’ll pretend that you are Just some lover”. Talvez a melhor inclusive de toda a carreira do Arctic Monkeys. Curiosamente, o álbum, como unidade, ficaria bem mais forte se essas músicas estivessem diluídas pelo tracklist. Muita música balada e romântica juntas, apesar de serem as melhores do álbum, deu uma diminuída considerável no ritmo. “Suck It And See”, faixa que dá nome ao álbum, também é majestosa, e dá até pra sentir um pouco de melancolia na voz de Alex Turner. “That’s Where You’re Wrong” se despede de forma mais agitada, também muito boa.

Suck it And See é um álbum claramente de uma banda evoluindo, querendo aprimorar o som, e que não se satisfaz com a mesmice. Apenas cinco anos após a estréia e Arctic Monkeys já está fazendo em alguns momentos sons inquietos e profundos.

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