Passado o primeiro fim de semana do maior e mais famoso festival de música brasileiro, o Rock In Rio, este ano na sua quinta edição, podemos começar a fazer o balanço do evento. Não irei aqui entrar no mérito qualitativo das atrações ou a identidade “rock”, que pressupõe o nome Rock In Rio, porque acho que essa discussão já se esgotou durante o fim de semana nas redes sociais. Não irei adotar uma postura nem de defensor, muito menos de inquisidor de um festival que, no decorrer dos anos, atingiu essa magnitude. No entanto, a minha opinião pessoal, com base nas minhas preferências musicais, é que o Lollapalooza, que entrou agora no mercado brasileiro e se os deuses da música assim quiserem, criará raízes por aqui, é um festival muito melhor e mais interessante do que o Rock In Rio. Mas enfim, indo além das Beyonce’s, Ivete’s Sangalo’s, Justin’s Timbarlakes’s, irei me deter aqui nos destaques do primeiro fim de semana do festival, que se resumem a algumas atrações do sábado.
A primeira delas, de certa forma, me pegou de surpresa, pois não esperava um show assim tão empolgante e marcante da banda The Offspring. Acho que como todo bom adolescente iniciando suas aventuras pelo rock no final dos anos 90 e início dos anos 2000, a fase Americana de Offspring marcou bastante, com hits gigantes, que fizeram com que fossemos buscar ainda mais atrás, nos álbuns Inaxy on The Hombre, de 1997 e Smash, de 1994, outras ótimas canções. Mas, depois da explosão, The Offspring ficou limitada a seu grupo de fãs e lançou ainda mais quatro discos. Por esse motivo, não estava esperando muita coisa do show e o assisti mais para matar a saudade desses anos em que ela era uma das maiores bandas punk em atividade. E, para minha surpresa, Dexter Holland e companhia fizeram um ótimo show, ao mesmo tempo nostálgico, tocando os grandes hits da época de ouro da banda, como “Staring At The Sun”, “Why Don’t You Get a Job?”, “Americana”, “Pretty Fly (For a White Guy)” e fechando com “Self Esteem”, e também algumas das mais recentes que soam também muito boas.
O segundo destaque ficou por conta do belíssimo show de Florence And The Machine, que mesmo com uma curta carreira, já consegue dar uma baita de uma apresentação. Unindo o lúdico, o épico e o clássico na figura da vocalista Florence, a banda apresenta suas músicas, com destaques especiais para “Cosmic Love”, “Between Two Lungs”, “Shake It Out” e o ápice de “Dog Days Are Over”. É impossível não relacionar a apresentação de Florence And The Machine com a atuação da cantora Florence no palco, desde seu figurino, um belíssimo vestido que chega quase ao divino, ao entre uma fada e uma deusa grega, que quando corre pelo palco com seus pés descalços, parece estar flutuando. Uma apresentação de primeira.
Mas a cereja do bolo foi de fato a banda britânica Muse. Desde o anúncio dos headliners do festival, Muse era a banda que eu mais queria assistir, junto com Bruce Springsteen, tendo sido um fã da banda desde o lançamento de Absolution, em 2003, acompanhando o seu crescimento até o nível atingido hoje, como uma das maiores e melhores bandas ao vivo da atualidade, principalmente tocando em grandes festivais da Europa, ou até mesmo lotando estádios como apresentação única. Por isso, também estava interessado em ver a receptividade do público brasileiro em relação a Muse, pois tinha minhas dúvidas se eles já possuíam uma base de fãs para ser o cabeça de um dia do Rock In Rio. E como eu estava enganado. O público reagiu incrivelmente, pulando e cantando em praticamente todas as músicas, inclusive, nas péssimas músicas do último disco da banda, como “Panic Station” e “Madness”, o que é, de fato, muito ruim, já que pode encorajá-los a continuar nesse ritmo. Mas, mesmo com esses deslizes e com um setlist repleto de hits, Muse fez “O” show do primeiro fim de semana de festival, bem como eu esperava. Um show que tenha músicas como “Hysteria”, “Plug In Baby” e seu eletrizante solo, “Stockholm Syndrome” e seu riff de um milhão de toneladas, completando com “Time Is Running Out” e “Starlight”, contando ainda com um público empolgado e interessado, não pode de forma alguma ser ruim. Músicas ainda com o conteúdo contestador e revoltado, como “Uprising” e “Knights Of Cydonia”, encaixa-ram-se perfeitamente com o momento político e social que o país vive agora. “time has come to make things right, you and i must fight for our lives, you and i must fight to survive”. Perfeito.
André, você não poderia descrever melhor o que foi minha experiência e impressões do sábado do RIRio 2013; Fui basicamente para confirmar a "consistência" do Muse ao vivo, e eles assim o fizeram;qto.à Florence eu optei por definir como a "Iemanjá" britânica (o kafta azul, as flores, o cabelo,...)e o Lolla continuou sendo minha preferência disparada no Brasil,não só pelas opções musicais ,como pela grade de horários, pois ninguèm merece um show principal começando depois das 00h!! Parabéns pela resenha.
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