segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Panteão dos Deuses: The Velvet Underground



Para começar a mostrar a importância e influência de Lou Reed no mundo da música é obrigatório mencionar o trabalho de vanguarda e revolucionário desenvolvido pela banda The Velvet Underground, formada em conjunto com seu amigo de colégio, John Cale. Reza a lenda que o primeiro disco da banda, de 1967, The Velvet Underground & Nico, ou simplesmente o disco “da capa da banana”, como ficou conhecida a clássica capa criada por Andy Warhol, padrinho que acompanhou de perto a carreira do grupo, vendeu cem – dez mil ou trinta mil – cópias na época. Seja qual tenha sido a vendagem, o seu impacto pode ser traduzido pelo depoimento de Brian Eno, que disse que cada um dessas pessoas que compraram o disco acabaram formando uma banda.




The Velvet Underground certamente pode ser colocada no hall das bandas mais influentes de todos os tempos, juntamente com Beatles e Bob Dylan. A banda explorou novos territórios tanto esteticamente, liricamente quanto musicalmente. Tendo Lou Reed como líder criativo intelectual, a banda desenvolveu um som característico que iria ser a fundação de todo o rock alternativo posterior. Criou o chamado noise rock, cheio de sons e barulhos repetitivos até o extremo, que, combinadas com a carga das letras, criou um conjunto totalmente inédito até então. Lou Reed foi o grande explorador do submundo dos grandes centros urbanos, principalmente o de Nova York, levantando temas com abordagens antes inexploradas, em relação às drogas e ao sexo. Traficantes de drogas, viciados decaídos, assassinos e prostitutas tornaram-se personagens marcantes e recorrentes na poesia de Lou Reed.





No decorrer de quatro anos, a banda lançou quatro álbuns totalmente clássicos, como White Light/White Heat, de 1968, o mais experimental para o som do noise rock progressivo, o álbum homônimo de 1969, com composições bem pessoais e românticas de Lou Reed, “Pale Blue Eyes” e “Candy Says”, mas também contendo mais rock como “What Goes On”  e Loaded, de 1970, voltando-se mais para um rock mais clássico e acessível, que rendeu ao grupo clássicos como “Sweet Jane” e “Rock & Roll”. A mudança para um som mais direto é atribuída a saída de John Cale da banda, que era o mais radical no experimentalismo, em 1968.  

Apesar de parecer que seria promissor, o ano de 1970 acabou por revelar os problemas pessoais no relacionamento dentro da banda, com a saída de alguns membros, até que no final do verão do mesmo ano Lou Reed anuncia que estava deixando a banda, voltando para a casa de seus pais em Long Island antes de entrar na carreira solo, ainda antes de Loaded ser lançado.





Embora sem sucesso comercial na época, Velvet Underground foi ganhando notoriedade cada vez maior enquanto que os artistas que foram inspirados por eles revelavam e pagavam seu tributo, como David Bowie, Iggy Pop, Brian Eno, Patti Smith e muitos outros no decorrer das décadas seguintes. The Velvet Underground foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 1995. 


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