Segunda parte da lista do Filho do Blues de melhores álbuns de 2015, do 39 ao 30:
30. Keith
Richards - Crosseyed Heart
Que Keith Richards é um sobrevivente do mundo do rock não é
novidade para ninguém, mas que ele consegue lançar um disco solo tão bom quanto
Crosseyed Heart certamente vai pegar muita gente de surpresa. O primeiro
trabalho solo depois de 23 anos, Keith Richards se apresenta totalmente à
vontade, com os seus riffs característicos de Rolling Stones, belos blues e até
uma cover de reggae. Um álbum digno de um dos fundadores vivos do rock e um testemunho
de sua sobrevivência.
31. Seasick
Steve - Sonic Soul Surfer
Seasick Steve lançou seu sétimo álbum nesse ano, Sonic Soul
Surfer, mantendo a mesma linha do blues-rock cru com muita guitarra dos
anteriores, mesclando em alguns momentos com folk e country. Seasick Steve
mostra que ainda tem muito vigor e vontade de fazer muito mais (no clipe de “Summertime
Boy” ainda sobre energia para dar uma surfada).
32. Igor
Prado Band And Delta Groove All Stars - Way Down South
Pra quem acha que a cena nacional de blues é fraca, Way Down
South, novo álbum de Igor Prado e sua banda, Delta Groove All Stars, é uma
resposta bastante eloqüente. Muito elogiado mundo a fora e que conta ainda com
algumas participações especiais, como o filho de Muddy Waters, Mud Morganfield,
Mike Welch e Sugar Rayford (só para citar alguns), Igor Prado é talvez o maior
representante brasileiro do blues. A distância é grande (como mostra a capa do
disco, 6.162 de São Paulo até a lendária Highway 61, mas essa distância foi
reduzida bastante com Way Down South.
33. Mercury
Rev - The Light In You
Outra banda que retornou com estilo foi Mercury Rev, que
lançou The Light In You depois de sete anos do último trabalho, que funciona
como um retorno ao lar, apresentando o som sob o qual construíram sua carreira.
Esse é o único disco ao vivo da lista, mas tem um motivo
especial. O ótimo guitarrista Joe Bonamassa quis homenagear as duas maiores
lendas do Blues, Muddy Waters e Howlin’ Wolf, em um show que foi gravado para
ser lançado em disco e DVD. O resultado é Muddy Wolf At Red Rocks. Muddy Wolf,
além de ser, portanto, uma delícia para quem já é fã do blues, acaba caracterizando-se
também como uma ótima entrada para quem deseja conhecer um pouco mais da obra
desses dois maiores gênios do blues.
35. Beirut - No No No
O novo álbum de Beirut, No No No, está um pouco aquém dos
trabalhos anteriores, mas, através do gênio do seu líder Zach Condon, como
sempre, dispõe de momentos suficientes para chamar atenção, um trabalho curto e
composto baseado em uma série de experiências traumáticas para Condon que ele,
de certa forma, consegue transformar em luz como em um processo de
reabilitação.
36. The Jon
Spencer Blues Explosion - Freedom Tower No Wave Dance Party
The Jon Spencer Blues Explosion é uma amálgama de sons que conectam
os elementos mais dissonantes, mas que se encontram ligados através do elo da
história mesmo que muitos pareçam esquecer. Fazem a conexão entre Little
Richards e toda a tradição do R&B, que vai do blues ao rap e hip-hop, com
punk de Iggy Pop e Stooges e o hardcore dos anos 90 com um senso de rebeldia
muito forte. Por isso, muitas vezes os trabalhos da banda não alcançam o grande
público, mas em Freeder Tower No Wave Dance Party eles fizeram um dos álbuns
mais acessíveis de sua carreira, depois de seis anos de hiato.
37. Cidadão Instigado – Fortaleza
Cidadão Instigado é uma das
bandas nacionais mais interessantes, com sua sonoridade bem peculiar, buscando
sempre realizar misturas diferentes. Em Fortaleza, a cidade que é o quartel
general de praticamente toda a banda, mesmo emergindo algumas experimentações, eles
decidiram ir mais direto ao ponto, uma banda madura. No geral, é mais um
trabalho que credencia Cidadão Instigado para um lugar de destaque no cenário
musical brasileiro.
The Mississippi Blues Child aparece como uma balança na qual
Mr. Sipp ainda não está totalmente certo para qual lado pender e busca
manter-se equilibrado entre um e outro. É mais uma etapa que o jovem Mr. Sipp
terá que ultrapassar. Mas a verdade é simples: o lado bluesman e guitar hero
lhe cai bem melhor. Mr. Sipp é um músico, jovem, cheio de energia e com sonhos
de tornar-se relevante.
39. Kurt
Vile - B'lieve I'm Goin Down
No seu novo album, B’lieve I’m Goin Down, Kurt Vile assume
exatamente o personagem que aparece na capa, ou seja, tem aquele clima hipster rural,
desleixado, que permanece durante todo o álbum, com misturas de new wave. O
ponto forte são as construções melódicas e harmonias na guitarra. O ponto fraco
é que o disco acaba ficando um pouco repetitivo, mas nos reservar momentos
especiais, como “Pretty Pimpin’”.
Parte I: : 50 a 40
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