20. Built
To Spill - Unetethered Moon
Uma das melhores bandas alternativas dos anos 2000 e 90, Built
To Spill, estava fora do circuito já há vários anos (o último disco da banda
havia sido There Is No Enemy, de 2009). Para o retorno, em Unetethered Moon,
Doug Martsch mostra toda a energia e a habilidade com a guitarra que fez falta
durante esse tempo. Embora deslocado no tempo, já que a relevância do estilo
alternativo não é mais o mesmo que era na década de noventa, Built To Spill
prova que não se deve importar para isso.
Tocando blues há 70 anos – e
profissionalmente há 50 -, John Mayall, o “Godfather of The British Blues”, –,
apenas um ano após o último álbum, A Special Life, mostra que, aos 82 anos,
ainda permanece com um fôlego interminável e lança seu mais novo disco, chamado
Find a Way To Care. Tal qual Leo “Bud”
Welch, dois álbuns em dois anos para um músico com mais de 80 anos é algo
extraordinário. No caso de John Mayall é ainda mais surpreendente pelo fato do
músico já estar há mais de 50 anos no ramo profissionalmente. Não é um álbum
que se equipare aos clássicos da década de 60 e 70, tanto pela sua importância
musical e histórica, mas para quem acompanha e é fã da extensa carreira de John
Mayall é com certeza uma ótima pedida.
Diferentemente do novo filme de Star Wars, com anos de
antecipação, o Star Wars, novo álbum do Wilco, foi lançado literalmente do dia
para a noite. Star Wars é recebido com aquele ar atordoado, confuso, mas ao
mesmo tempo extasiado, desvendando os mistérios pouco a pouco de um artefato
recém-descoberto. Diferente dos trabalhos anteriores do Wilco, sempre
meticulosamente planejado e executado, Star Wars é um tanto desleixado e
improvisado, com canções curtas e diretas. A única que foge à regra é “Your
Satellite”, que também é a melhor canção do disco.
23. Christopher Owens - Chrissybaby Forever
Christopher Owens está trilhando
sozinho o seu caminho na música com o seu terceiro disco solo em três ano,
Chrissybaby Forever. Se ele ainda não conseguiu alcançar o mesmo patamar de quando
participava da banda Girls, que acabou no auge, logo depois do lançamento do
perfeito Father, Son, Holy Ghost, este novo álbum indica que, ao menos, Owens
está se aproximando desse nível, com um álbum mais maduro, conciso, o que é um
ótimo sinal. Aguardemos ansiosamente então os próximos passos desse irrequieto
e jovem compositor.
24. Charlie
Musselwhite - I Ain't Lying
O gaitista Charlie Musselwhite é
um dos poucos que ainda fazem a conexão do presente com o auge do blues na
década de sessenta e que continua dando passos firmes na carreira. I Ain’t
Lying, apesar de ter várias músicas já gravadas pelo próprio Musselwhite no
decorrer de sua carreira, é uma seleção incrível de blues, tocada por uma banda
enxuta e impecável, formada pelo mais básico que tem, guitarra, bateria, baixo
e gaita, o que torna possível esticar as músicas para que cada um brilhe à sua
maneira.
25. Father
John Misty - I Love You Honeybear
Depois do lançamento de I Love
You Honeybear, Father John Misty, ou Joshua Tillman, está sendo um dos herois
da cena indie do ano, aclamado praticamente por todas as revistas
especializadas. A explicação talvez resida na sua contradição. As músicas, a
maioria de uma beleza incrível, são acompanhadas por letras misteriosas,
beirando o nonsense, ou até mesmo doses elevadas de ironia e crítica sobre o
modo de vida americano. Ou talvez seja só a sinceridade em nível máximo. O
certo é que nunca temos certeza e é isso que intriga e chama a atenção em Father
John Misty.
26. Guy
Davis - Kokomo Kidd
Guy Davis faz parte da última grande geração de novos bluesmen que surgiu na década de 90, junto com Correy Harris e Eric Bibb. Além de tocar blues acústico e de raiz como poucos, e ser dono de uma voz que está ali entre Tom Waits e Howlin’ Wolf, Davis é também um grande contador de estórias, o que favorece a adoção de outros estilos, principalmente o folk, tendo em vista a inspiração, já declarada, que sente por Bob Dylan, mas tem também espaço para um reggae, por exemplo. Entre originais e regravações (inclusive uma cover de “Lay Lady Lay”, de Dylan, e clássicas do blues como “Little Red Rooster” e “Cool Drink Of Water”), Guy Davis nos dá mais uma vez acesso ao seu rico universo musical.
Mack Orr chega aos setenta com
uma voz expressiva, acompanhando a energia nostálgica que flui de sua banda.
Antigo coletor de algodão, que passou a trabalhar como mecânico de carro, Mack
Orr possui aquela experiência de vida no duro e cruel Sul rural, o Deep South. A autenticidade é tudo na tradição do blues.
Quando encontramos um álbum como A Bluesman Looks At Seventy, vemos que o blues
está forte e seguro, tal qual Daddy Mack Orr com seus setenta anos – e
contando.
28. Blur -
The Magic Whip
Blur foi uma das bandas mais
influentes da década de 90, um dos maiores representantes do do chamado britpop.
Em The Magic Whip, além de ser o primeiro álbum da banda depois de 12 anos, o
líder Damon Albarn tenta condensar toda sua (variada) experiência musical
durante esse tempo com o som já tradicional e moderno de Blur. O resultado é um
álbum eclético e repleto de músicas interessantes e referências orientais, da
capa ao título de canções como “My Terracotta Heart”, “Ong Ong” e “Pyongyang” (o
álbum foi gravado em um estúdio em Hong Kong entre datas de shows no Sul da
China e Indonésia). Décadas após o auge, Blur retorna para afirmar que ainda é
relevante. Talvez, na longa duração, eles tenham se saído melhor do que seus
rivais do Oasis nessa.
29. Andy T
Nick Nixon Band - Numbers Man
A parceria entre Andy T e Nick
Nixon está chegando ao terceiro disco por uma grande gravadora e à cada novo
lançamento eles vão um pouco além. O vocal de Nick, um músico de Memphis e a
guitarra de Andy T estão ainda mais entrosados. O gaitista Kim Wilson também
faz uma participação no álbum, junto com alguns outros convidados. Numbers Man
é um álbum gostoso de ouvir do início ao fim.
Parte I 50 a 40
Parte II 39 a 30
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