quinta-feira, 27 de junho de 2013

Ouça duas músicas do novo álbum de Franz Ferdinand!



Franz Ferdinand irá quebrar o silêncio de quatro anos sem lançar um álbum inédito no dia 26 de agosto, com o disco intitulado Right Thoughts, Right Words, Right Action. O último trabalho da banda havia sido Tonight, de 2009. Hoje, eles lançaram um single duplo com duas músicas novas que estarão presentes em Right Thoughts, Right Words, Right Action, que foi produzido por Joe Goddard e Alexis Taylor, do Hot Chips e mixado por Dave Fridmann. Confira abaixo “Love Illumination” e “Right Action”, junto com a tracklist do novo disco:

Right Thoughts, Right Words, Right Action:

01 Right Action
02 Evil Eye
03 Love Illumination
04 Stand on the Horizon
05 Fresh Strawberries
06 Bullet
07 Treason! Animals.
08 The Universe Expanded
09 Brief Encounters
10 Goodbye Lovers & Friends

“Love Illumination”





"Right Action"



terça-feira, 25 de junho de 2013

Willis Earl Beal anuncia novo álbum Everybody Knows.


Willis Earl Beal foi uma figura excêntrica no mundo da música em 2012. Artista de rua, Beal mostrou-se para o grande público com o lançamento de seu álbum de estréia, Acousmatic Sorcery, que apresentou uma amálgama raramente vista, resultante de sua experiência de artista errante. Mas quem achou que iria dar um tempo antes de aparecer com algo novo, após uma longa e bem sucedida turnê, Beal anunciou hoje que já tem um novo disco preparado e deu detalhes sobre ele, inclusive sobre capa, título, tracklist e data de lançamento.

O novo trabalho será chamado de Nobody Knows.. e teve a data de lançamento fixada para o dia 10 de setembro. Mas as notícias excitantes não param por ai. Segundo uma nota para a imprensa, Beal disse que Nobody Knows. é uma tentativa de capturar o seu som ao vivo, “enraizado em tudo, do blues orquestra até R&B ambiente e gentis canções de ninar de pura cacofonia”.

O próprio Willis Earl Beal produziu o disco sob o nome de “Nobody”, conceito que influencia, segundo o próprio Beal, o clima do álbum. O conceito central é exatamente esse: “eu sou nada”. Na nota de imprensa, ele atesta: “eu quero ser uma sombra, não o homem a projetando. Esse é quem ‘Nobody’ é”.

Enquanto que Acousmatic Sorcery era Beal sozinho gravando-se, dessa vez ele é acompanhado pela banda que viajou com ele na turnê europeia. E outra: a tracklist aponta para uma colaboração bastante interessante. A segunda faixa, “Coming Through” conta com a participação de Chan Marshall, mais conhecida como a belíssima Cat Power.

Algumas músicas do disco já são conhecidas, embora, com certeza, aparecerão aqui com uma nova roupagem, tais como "Wavering Lines", "White Noise", e "Blue Escape" Segue abaixo a tracklist completa, junto com a primeira amostra de Nobody Knows., a bela “Everything Unwinds.”:

Nobody knows.:

01 Wavering Lines
02 Coming Through [ft. Chan Marshall]
03 Everything unwinds.
04 Burning Bridges
05 Disintegrating
06 Too Dry Too Cry
07 What's the deal?
08 Ain't Got No Love
09 White Noise
10 Hole in the Roof
11 Blue Escape
12 Nobody knows.
13 The Flow


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Assista ao clipe da nova música de Arctic Monkeys, "Do I Wanna Know?"



Arctic Monkeys está trabalhando no álbum sucessor de Suck it And See, de 2011. As informações ainda estão obscuras; normalmente os artistas dizem o nome do trabalho, divulgam a data de lançamento, tracklist e capa, para depois, quando está chegando mais próximo da data marcada, soltarem uma faixa inédita do disco. Arctic Monkeys está percorrendo o caminho contrário. Essa semana, a banda divulgou um clipe oficial do single “Do I Wanna Know?”, juntamente com a capa. O novo álbum, ainda sem nome, está suposto a sair ainda esse ano. Ficaremos atentos para maiores informações. Enquanto isso, curtam a ótima música “Do I Wanna Know?”


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Trilha Sonora para os Protestos de rua no dia 20 de junho de 2013




O Brasil está vivendo um momento verdadeiramente histórico, transbordado de emoção e vontade de transformação. Estamos à beira de uma marcha geral no dia 20 de junho pelo país inteiro, fazendo nossa voz ser ouvida. Chamem-na do que quiser, Revolta dos Vinte Centavos, Revolta do Vinagre, Primavera Brasileira, que seja, desde que seja um movimento genuinamente popular e que demonstre e cobre satisfações diante de tanta vergonha da política brasileira. Assim sendo, para entrar no clima dos manifestos, ai vai uma lista para Trilha Sonora para os Protestos do dia 20 de junho de 2013, até porque no subtítulo do blog está bem claro: “tudo sobre esse filho bastardo, revoltado e subversivo”.  

Uma faixa que se tornou bem atual nesses movimentos, no sentido de usar a violência ou não, ditada pelo grande John Lennon, um dos maiores pregadores da democracia, da paz e da ânsia por transformação:

"Beatles – Revolution"

“You say you want a revolution
Well, you know
We all want to change the world
You tell me that it's evolution
Well, you know
We all want to change the world


But when you talk about destruction
Don't you know you can count me out”





Continuando com a voz de John Lennon, aparecem mais duas músicas clássicas sobre a luta do povo:

"John Lennon – Power To The People"

“Say you want a revolution
We better get on right away
Well you get on your feet
And out on the street”





"John Lennon – Bring on the Lucie (Freeda People)"

“We don't care what flag you're waving
We don't even want to know your name
We don't care where you're from or where you're going
All we know is that you came
You're making all our desicions
We have just one request of you
That while you're thinking things over
Here's something you just better do

Free the people now
Do it do it do it now”





A última de John Lennon agora, que caracteriza toda nossa revolta em relação à política brasileira:

"John Lennon – Gimme Some Truth"

“I'm sick and tired of hearing things
From uptight, short-sighted, narrow-minded hypocrites
All I want is the truth
Just gimme some truth
 I've had enough of reading things
By neurotic, psychotic, pig-headed politicians

All I want is the truth
Just gimme some truth”




Também não podia faltar uma dose de Pearl Jam, com toda a fúria de Eddie Vedder em prol da revolta, em homenagem a todos os cartazes e bandeiras que vemos nas ruas e que denuncia sua queixa:


"Pearl Jam - Grievance"

“i pledge my grievance to the flag
cause you don't give blood then take it back again
oh we're all deserving something more
progress, taste it, invest-it-all
champagne breakfast for everyone”






A penúltima faixa é uma celebração de que os tempos realmente parecem estar mudando! Então, um pouco de Bob Dylan!


"Bob Dylan  - Times They Are A’Changing"


“For the loser now
Will be later to win
For the times they, they are a-changin'
Come senators, Congressmen
Please heed the call
Don't block at the doorway
Don't block up the hall


For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it's ragin'


It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'”





E a última é um grande aviso para as nossas autoridades e lideranças políticas: NÓS NÃO SEREMOS ENGANADOS NOVAMENTE!


"The Who – We Won’t Get Fooled Again"


“I'll tip my hat to the new constitution
Take a bow for the new revolution
Smile and grin at the change all around me
Pick up my guitar and play
Just like yesterday
And I'll get on my knees and pray
We don't get fooled again
No, no!”





PS: Eu sei que o movimento é genuinamente popular brasileiro e que deveriam ser músicas nacionais, mas, como já devem ter percebido, o foco do blog é mais a música do rock, principalmente internacional. Então, achei bem interessante fazer essa universalização entre o momento atual brasileiro com as narrativas sobre o assunto na cultura ocidental do rock. Mas, na verdade, o que importa é que todos saiamos às ruas!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Assista ao novo clipe de Black Sabbath, "The End Of The Beginning"


Essa semana foi o lançamento de 13, novo álbum de Black Sabbath com três dos quatro membros da formação original, Tony Iommi, Ozzy Osbourne e Geezer Butler, depois de trinta e cinco anos. Como se não fosse o bastante para chamar atenção, a banda também está investindo forte na promoção do álbum. Antes do lançamento, em Maio, eles fizeram uma apresentação especial para o episódio final da temporada de CSI, da qual foi ao ar apenas uma parte da música “The End Of The Beginning”. Ontem, a banda divulgou o vídeo completo da música, tocando para um pequeno público que, ao invés de cabeludos vestidos de preto,  era formada pelo elenco e equipe de CSI, todos vestidos para um evento de gala.

Sobre o desempenho nas paradas, segundo a estimativa, já que a semana ainda está correndo, o álbum 13 irá estrear no primeiro lugar na próxima Billboard 200, com estimadas 120 mil cópias vendidas. Impressionante.

Confira o vídeo: 


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Atualização sobre o novo disco de Arcade Fire, por James Murphy


Arcade Fire está certamente no hall das maiores bandas de rock do século XXI, posição conquistada por uma carreira de dez anos e três álbuns clássicos impecáveis, além de uma vibrante, criativa e empolgante apresentação ao vivo. Se fosse possível apontar um ponto negativo na banda, egoisticamente, a primeira coisa que viria à mente facilmente seria a demora entre um novo trabalho e outro, até agora, sempre mantendo uma média de três anos de intervalo. Claro, talvez exatamente por isso os produtos finais sejam tão geniais, fruto de um longo processo criativo. Mas, como fã, é impossível não ficar ansioso e um pouco desapontado com a demora, que, inclusive, e graças aos Deuses do Rock, está próxima de acabar.

No final do ano passado, o empresário da banda anunciou que Arcade Fire estava de volta aos estúdios, dessa vez acompanhada por James Murphy, fundador do LCD Soundsystem. Nessa ocasião, Scott Rodger deu um insight do que estava rolando: “eles estão lá com James Murphy em três músicas aproximadamente, mais Markus Dravs, que é um colaborador de longa data. Eles escrevem muitas músicas, esse é um problema bom para se ter. Há mais ou menos trinta e cinco músicas com Arcade Fire, valem dois álbuns, com certeza”.


Nesse ínterim, nasceu o primeiro filho do casal Win Butler e Regine Chassagne, no dia 21 de abril, o que pode ter atrasado um pouco as gravações. O fato é que James Murphy veio a público, em entrevista para a NME, para dar uma atualização sobre o processo no estúdio, revelando ainda o seu papel nas sessões. Empolgado, Murphy afirma categoricamente que o álbum “será fantástico”. Em se tratando de Arcade Fire, dificilmente seria diferente. Ele ainda disse que está mais ou menos no meio do processo, para dizer exatamente como ele será. Apenas sabe que será fantástico. Sobre o seu papel, Murphy disse: “Eles são tão bons que poderiam produzirem a si mesmos, então meu papel na banda depende da música. Às vezes eu dou algumas sugestões e toco algum instrumento, outras vezes apenas ajudo nos arranjos. Nós nos sentimos parte de nossas próprias bandas, porque nós viajamos em turnê juntos ao longo dos anos”.

Enquanto isso, Win Butler subiu no palco do show dos Rolling Stones e tocou a música “The Last Time”. Já que segundo Murphy, eles se encontram na metade da gravação, provavelmente será quebrada a tradição de um álbum a cada três anos. Mas uma coisa é certa: em breve teremos mais um grande álbum de Arcade Fire. E é o suficiente.

Fiquem com o vídeo da faixa título do último álbum da banda, “The Suburbs”, de 2010:


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Resenha James Cotton - Cotton Mouth Man



É impossível não associar o blues ao passado. Embora o auge desse estilo esteja no passado, ainda há hoje em dia ótimos expoentes que nunca deixarão a mágica e a tradição do blues morrerem, tais como Gary Clark Jr, Seasick Steve, Jack White, dentre inúmeros outros. Além dessa safra de novos artistas, ainda temos a oportunidade de aproveitar novos trabalhos de artistas consagrados, que foram testemunha e desempenharam papéis importantes nesse passado glorioso do blues. É o caso do grande gaitista James Cotton, um dos maiores de todos os tempos. O seu interesse pela música despertou pela primeira vez quando ouviu Sonny Boy Williamson, o pai e inspirador de praticamente todos os gaitistas. Depois de ouvi-lo, Cotton deixou sua casa e, juntamente com seu tio, saiu a procura de Williamson. Acabou encontrando-o e virando aprendiz do mestre Sonny Boy. Após alguns anos, depois que Sonny Boy foi morar fora com sua esposa, Cotton acabou herdando a banda de seu mestre, mas acabou não dando muito certo, pois, segundo depoimento do próprio Cotton: “ele simplesmente me deu a banda, mas eu não pude mantê-la junta, porque eu era muito jovem e louco naqueles dias e todos na banda eram crescidos e muito mais velhos que eu”. Posteriormente, Cotton substituiu Little Walker e Junior Wells na banda de Muddy Waters, no final da década de 50 (foi James Cotton soprando a gaita na eterna gravação Live At Newport Jazz Festival, de 1960). E foi durante esses anos que ele foi aprimorando sua técnica para dar uma guinada na sua carreira e se tornar, ele próprio, um dos grandes mestres do instrumento. De sua carreira solo, podemos tirar alguns grandes álbuns, como 100% Cotton, de 1974, High Compression, de 1984 e Harp Attack, de 1990, além do incrível álbum de colaboração Superharps, contando com os quatro maiores gaitistas da atualidade (o próprio James Cotton, Billy Branch, Charlie Musselwhite e Sugar Ray). Em 2013, ele reúne suas forças restantes e lança mais um belo registro de blues da melhor qualidade, o álbum Cotton Mouth Man.


No auge dos seus 78 anos, James Cotton teve sérios problemas nas cordas vocais e praticamente não pode cantar, já que deixou sua voz praticamente incompreensível. Mas esse fato não chega nem perto de ser um problema em Cotton Mouth Man. Enquanto a impossibilidade de cantar faz Cotton concentrar todo seu fôlego e seu figor na gaita, ele passou o vocal na maior parte das músicas para Darrell Nulisch, que faz um ótimo trabalho. Outros nomes dos vocalistas são Gregg Allman, Keb Mo, Warren Haynes, Ruthie Foster, Delbert McClinton. O próprio James Cotton ainda consegue cantar a última música do álbum, “Bonnie Blue”.

Cotton Mouth Man” inicia o disco de mesmo nome já ditando o ritmo que será acompanhado pela próxima hora, agitada e bem empolgante, com, claro, altos solos de gaita e riffs bem interessantes de guitarra. O disco foi produzido por Tom Hambridge, em Nashville, que compôs doze das treze músicas presentes no álbum, várias com Cotton. Esse fato ajudou a aproveitar melhor as qualidades da banda e do próprio Cotton. A velocidade continua alta com “Midnight Train”, no exato ritmo de locomotiva, cantada pelo convidado Gregg Allman, líder da Allman Brothers Band. “Mississippi Mud” é o primeiro grande ponto alto do disco. O vocalista Keb Mo é que lidera essa, com um vocal pra baixo, acompanhado pelo delicado e divino piano de Chuck Leavell e a gaita de Cotton, cujo solo é maravilho, num ótimo Country Blues. “He Was There” tem aquele gingado clássico na gaita do blues, tipo “Mannish Boy”, de Muddy Waters. 




“Something For Me” é bem forte e enérgica, com o vocal inicialmente estranhamente distorcido. Warren Haynes é quem canta essa e acrescenta esse tom cru e violento, enquanto que Ruthie Foster contribui com o melhor vocal de todo o álbum, na bela e incrível “Wrapped Around My Heart”, no meio estilo Etta James. O conjunto completo, tanto a voz de Foster, os delicados solos de guitarra e a gaita sempre presente de Cotton, fazem dela a melhor faixa do disco. O ritmo e a intensidade do álbum continua intacta com os números seguintes, especialmente no puro blues de “Hard Sometimes”, a dançante “Young Bold Women” e “Blues Is Good For You”. Para fechar o álbum, Cotton guardou a única faixa que ele próprio canta, “Bonnie Blues”, um Delta Blues, só com o violão e a gaita e a sua voz áspera e desgastada. A letra autobiográfica fazendo referência a suas experiências com Sonny Boy e Muddy Waters, emocionante.

Com a voz completamente acabada e pela carreira e legado que tem nas costas, James Cotton não tinha obrigação nenhuma de provar nada. Mesmo assim, aos 78 anos, esse grande gaitista prova que ainda tem muito a oferecer, tocando não só com a boca, mas com o coração.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Vampire Weekend Unstaged



Vampire Weekend continua desfrutando o sucesso de mais um álbum, Modern Vampires of The City. A banda foi convidada para o programa especial American Express Unstaged e tocou ao vivo no Roseland Ballroom, em Nova Iorque, no dia 28 de abril. O show foi transmitido ao vivo para a internet e dirigido por Steve Buscemi. O filme começa com uma brincadeira, na qual o ator e diretor Steve Buscemi está descansando tranquilamente com o seu pai, enquanto chega a banda perguntando da transmissão, já que o show vai começar agora. Enquanto Steve se apressa para começar, a banda sobe ao palco e começa a tocar. O repertório visita os três trabalhos de Vampire Weekend, com uma apresentação diferente do formato atual de banda de rock. Interessante perceber como eles utilizam pouco a guitarra, e preenchem mais os espaços com arranjos diversificados. Mas mesmo assim, algumas ausências se fizeram sentidas, como “Mansard Roof”, do disco de estréia, e “Don’t Lie”, “Hannah Hunt” e algumas outras do novo Modern Vampires of The City. Mesmo assim, um baita show. Destaque especialmente para “Cousins”, “Step”, “Horchata”, “Ya Hey”, “Diane Young” e “Walcott”.

Confira:

Cousins 
White Sky
Cape Cod Kwassa Kwassa 
I Stand Corrected 
Step 
Diane Young 
Holiday 
Unbelievers 
Horchata 
Everlasting Arms 
A-Punk 
Ya Hey 
Campus 
Oxford Comma 
Giving Up the Gun 

Encore:

Obvious Bicycle (Premiere: First time ever)
Diplomat's Son 
One (Blake's Got a New Face) 
Walcott


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Resenha de Black Sabbath - 13


Foram cinco anos de espera para o lançamento do novo trabalho de Queens of The Stone Age; nove para o de David Bowie, só para citar dois importantes – e ótimos – exemplos dos discos de retorno desse ano. Mas a espera de nenhum deles se compara à de trinta e cinco anos para o novo álbum chamado 13, de Black Sabbath com Ozzy. A formação clássica da banda gerou um novo estilo musical, o heavy metal, que veio acompanhado com eternos clássicos, com obras tais como Black Sabbath e Paranoid, de 1970, Master Of Reality, de 1971, Volume 4, de 1972, Sabbath Bloody Sabbath, de 1973 e Sabotage, de 1975. Fora esses, ainda teve tempo para mais um, Never Say Die!, de 1978, já com sérios problemas de relacionamento entre a banda e Ozzy Osbourne, que levariam à futura separação. Mas foram aqueles seis primeiros trabalhos que definiram Black Sabbath como uma das maiores bandas da história. Depois da separação, Tony Iommi continuou a carreira com o nome Black Sabbath, utilizando-se de vários vocalistas conhecidos no meio do heavy metal, mas sem nenhum ou com pouquíssimo sucesso. Já Ozzy, como artista solo, no maior estilo de metaleiro satânico, protagonizou os famosos excessos pelos quais é sempre reconhecido, colecionando ainda alguns sucessos, mas claramente muito aquém dos primeiros anos de Black Sabbath (não sou metaleiro, portanto, metaleiro, não me devore vivo por isso). Era evidente o tamanho desperdício que a música sofria por ter dois talentos tão grandes separados. Entre mais brigas, reaproximações, turnês de retorno, acabou levando trinta e cinco anos para os dois decidirem colocar panos quentes nas diferenças passadas e se reunirem novamente para criar música juntos.




O resultado dessa reunião é o ótimo disco 13, o qual Ozzy definiu como possivelmente o álbum mais importante de sua carreira. A atual formação é quase a original, contando com Ozzy e Tony Iommi, claro, o baixista Butler e o ex-baterista de Rage Against The Machine, Brad Wilk, já que o baterista da formação clássica, Bill Ward, ficou de fora por diferenças contratuais. Segundo o produtor de 13, Rick Rubin, o grupo criou uma metodologia de se aproveitar apenas as melhores. Juntaram as músicas compostas na casa de Tony, em Brimingham, na Inglaterra, inclusive, local de nascimento da banda, e excluíram aquelas que não se encaixavam na proposta inicial. O resultado foram oitos músicas sensacionais, cinco das quais ultrapassam os sete minutos e resumem tudo o que Black Sabbath tem de melhor. Tirando somente as duas primeiras músicas já vale a pena a espera de trinta e cinco anos e ultrapassa tudo o que Ozzy e Black Sabbath fizeram no período que estiveram separados, é o melhor do heavy metal feito por quem o criou.





Começando por “End of The Beginning”, que larga com aquele riff clássico de Tony, que lembra um pouco “War Pigs”. São oito minutos de pura adrenalina, tensão e intensidade, sempre variando de uma escala para outra, um riff para outros, e ainda sobra tempo para um solo arrasador de Tony Iommi. Enquanto ainda estamos recuperamos o fôlego, começa uma das melhores e primeiro single do disco, “God Is Dead?”. Poucas bandas tem a felicidade de acertar tão bem na escolha da primeira música de trabalho para um novo disco, mas “God Is Dead?” é simplesmente tudo o que tem de melhor em Black Sabbath. Cada música que passa ficamos impressionado com a integridade de Ozzy Osbourne, principalmente para aqueles que achavam que ele não tinha condições nem de ficar de pé. A voz dele está ótima, clara e tão poderosa como antigamente, como se todos aqueles anos de excessos tivessem sido sonhos. Aqui certamente há uma boa parcela de méritos para o produtor de 13, Rick Rubin, que já tratou de revitalizar as carreiras de gente como Johnny Cash a Jay-Z.




“The Loner” é talvez a mais comum e dispensável faixa de 13, é uma música padrão de Black Sabbath, enquanto que na hippy “Zietgeist”, que remete a "Planet Caravan", do álbum Paranoid, Tony desliga por poucos minutos a guitarra, pega o violão, enquanto Brad Wilk fica brincando no bongô, tipo uma música perdida dos Úlceras. “Age of Reason” os grandes riffs e pancadas na bateria estão de volta, no melhor estilo, apresentando várias mudanças de tempo e melodias, ora coordenadas por Tony, ora por Ozzy, numa saudável guerra de egos e, para sermos totalmente sinceros, o solo final de Tony decide a seu favor. Já em “Live Forever”, apesar de embalado por um dos riffs mais fortes do álbum, o simples, consciente, limpo e sóbrio o vocal de Ozzy se sobressai, principalmente na crise existencial da terceira idade, no questionamento do refrão: “i don’t want to live forever, but i don’t want to die”.

Para o combo final, a banda nos brinda com a sua melhor performance em “Damaged Soul”, altamente inspirada no blues, arrastada pelo riff firme, constante e cru de Tony, com o som da gaita misturando-se com o solo de guitarra. Sensacional. Lembra até aquelas jams de blues de Led Zeppelin. Na letra, com certeza que várias referências ao mal, Deus, demônios e Satã, por exemplo. Ou seja, é o Sabbath de sempre. A oitava e última música, “Dear Father”, tem uma das letras mais pessoais, de uma relação desgastada de pai-filho, que funciona como um pedido de perdão, é a que mais remete aos trabalhos solos de Ozzy.



O grande desafio de bandas do tamanho de Black Sabbath voltarem a lançar material novo é se será realmente relevante para a carreira de uma banda com tamanho legado, ou seja, acrescentou algo ou apenas se repetiu e não fez a mínima diferença ter voltado ou não? Várias bandas contemporâneas de Black Sabbath nos anos 60 e 70 tentaram e falharam. Nesse sentido, 13 é um grande sucesso. Mesmo sem alcançar as glórias dos primeiros quatro discos, a banda consegue criar um conjunto de músicas que com certeza permanecerá como um registro relevante na carreira de Black Sabbath, carreira esta que é tão forte e influente, que chegou a influenciar os seus criadores mesmo quarenta anos depois.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Assista novo clipe de Vampire Weekend, "Diane Young"



Vampire Weekend está firme divulgando o maravilhoso novo álbum, Modern Vampires of The City. Após algumas aparições em programas de televisão, como Saturday Night Live e Late Night With Jimmy Fallon, a banda lança hoje o primeiro clipe oficial para acompanhar o novo disco, da ótima “Diane Young”. O vídeo, dirigido por Primo Khan, é um jantar que lembra a Santa Ceia, mas sem santidade alguma. Cheio dos típicos personagens da sociedade contemporânea, o jantar passa para uma grande e caótica festa, com as ilustres presenças de Sky Ferreira, Dave Longstreth, de Dirty Projectors, Chromeo, Santigold e Hamilton Leithauser, de The Walkmen curtindo no vídeo. Confira.