2012 é um ano que vai entrar no calendário para os fãs do grunge. Sim, aquele estilo que todo mundo falava no início dos anos 90 que conta como principais e eternos representantes Nirvana, Pearl Jam, Alice In Chains e Soundgarden. Desses nomes, somente Pearl Jam sobreviveu as duas décadas que separaram o agora do longínquo 1991. Bem, essa afirmação estaria correta se Soundgarden não tivesse resolvido ressurgir das cinzas depois de dezesseis anos (o último havia sido Down of The Upside, de 1996) com o lançamento de King Animal. Para qualquer banda, independente de quão bem sucedida ela foi no passado, dezesseis anos é muito tempo para uma retomada. Nesse ínterim, o vocalista Chris Cornell teve várias aventuras musicais pelo caminho. Uma delas foi a banda Audioslave, juntamente com o guitarrista de Rage Against The Machine, Tom Morello. Tendo lançado três álbuns de relativo sucesso comercial, Cornell não se sentiu satisfeito e tentou impulsionar também em carreira solo, mas esta, incontestavelmente, não deu certo, com discos muito confusos. Enquanto isso, Matt Cameron, baterista da formação original do Soundgarden, esteve como baterista de Pearl Jam desde 1998, quando substituiu Jack Irons. E foi na época da comemoração pelos vinte anos de Pearl Jam, no ano passado, quando Cornell participou de vários shows comemorativos evocando músicas do tempo do Temple Of The Dog, que começou os rumores de uma volta de Soundgarden. Retorno que ficou confirmado com o forte King Animal, que pelo som não parece que fazia anos que aquelas engrenagens não gravavam juntos novamente.
Soundgarden sempre foi conhecida por ser a mais “heavy” das bandas grunge do início da década de 90 e nunca escondeu suas principais influências como Black Sabbath, Led Zeppelin e AC/DC, por exemplo. E tudo isso se evidencia claramente em King Animal, cheio de riffs pesados, “Blood On The Valley Floor”, por exemplo, como sempre foi característico da banda. O vocal de Cornell também está tão poderoso como nunca, parece que a força é diretamente proporcional à idade, quanto mais velho, melhor. Pois é exatamente desse jeito que começa King Animal, com “Been Away Too Long”, primeiro single do disco, já um dos pontos altos, e que deixa claro a sensação ao ver realizar-se essa reunião, porque “esteve fora por muito tempo”. Outro grande momento de King Animal é “Bones of Birds”, que demonstra um lado mais melódico e também com letra muito boa com belas imagens e uma reflexão sobre o efeito do tempo. O refrão é um show à parte. “Black Saturday” é mais uma que se destaca entre as treze faixas do álbum, assim como "Eyelids Mouth"
Não há como não destacar a potencia da voz de Cornell, diante de todo o álbum, principalmente em algumas faixas, como o caso de “Non-State Actor”, com seus agudos prolongados. E é assim que Soundgarden, com Cornell, Cameron e companhia, carregam a quase uma hora de puro rock, numa junção equilibrada de heavy, punk, classic e hard rock, o que sempre foi um trunfo da banda. Pelo menos vale a pena esperar um pouco mais pelo novo de Pearl Jam, já que Matt está ocupado por aqui.
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