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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Melhores álbuns de 2018



Antes de apresentar a lista de melhores álbuns de 2018 do Filho do Blues, gostaria de deixar registrado algumas palavras sobre esse ano que chega ao fim. Do início ao fim, foi um ano muito intenso, graças a Deus, de muito trabalho e que culminou com o momento mais feliz e incrível da minha vida, o nascimento da minha filha, Teodora. Portanto, essa lista tem também algo de muito especial pessoalmente, já que esta foi a trilha sonora que me acompanhou por todos esses momentos.

Sobre a lista, o primeiro lugar, pelo conjunto da obra, só poderia ficar com Buddy Guy mesmo. Não apenas pelo seu álbum que fica no topo, The Blues is Alive and Well, mas também pela participação de Guy em outras obras de destaque no ano, como Chicago Plays The Stones, o tributo de lendas do blues para a banda The Rolling Stones, e também a participação no álbum de Playing for Change, com uma versão de uma música sua mesmo, "Skin Deep". No mais, muito blues e uma presença tímida da música brasileira, que teve Elza Soares, Arnaldo Antunes e Cordel do Fogo Encantado como representantes.

Peço desculpas por mudar a forma que a lista era apresentada, normalmente em cinco postagens, com dez discos cada, contendo comentários sobre cada um dos álbuns. Mas esse ano realmente não tive tempo para fazer esse trabalho detalhado. Mas, enfim, a lista está a seguir. Como postagem complementar, irei postar a playlist do Filho do Blues no Spotify com as melhores músicas de 2018, tiradas desses álbuns.

Enfim, que venha 2019!

Grande abraço a todos!

1. Buddy Guy - The Blues is Alive and Well
2. Anthony Geraci - Why Did You Have to Go
3. Spiritualized - And Nothing Hurt
4. Lurrie Bell & The Bell Dynasty - Tribute to Carey Bell
5. Joe Louis Walker, Bruce Katz, Giles Robson - Journeys To The Heart of the Blues
6. Roger C. Wade - The Schoolhouse Sessions
7. Ben Harper & Charlie Musselwhite - No Mercy In this Land
8. Trudy Lynn - Blues Keep Knockin'
9. Bob Corritore & Friends - Don't Let the Devil Ride
10. The Reverend Shawn Amos - The Reverend Shawn Amos Breaks it Down
11. Various Artists - Chicago Plays the Stones
12. Paul Thorn - Don't Let the Devil Ride
13. Billy F. Gibbons - The Big Bad Blues
14. Rockwell Avenue Blues Band  - Back to Chicago
15. Breezy Rodio - Sometime the Blues Got Me
16. The Little Red Rooster Blues Band - Lock Up The Liquor
17. Rory Block - A Woman's Soul: A Tribute to Bessie Smith
18. Nick Moss - The High Cost of Living
19. James Harman - Fineprint
20. Colin James - Miles to Go
21. Sean Chambers - Welcome to My Blues
22. Snooky Prior - All My Money Gone
23. Elza Soares - Deus é Mulher
24. Bernard Allison - Let it Go
25. John Clifton - Nightlife
26. Cliff Grant - Life Can Be A Big Struggle/Sweet Loven Woman
27. The Alabama Lovesnakes - III
28. John Akapo - Paradie Blues
29. Playing For Change - Listen to The Music
30. RL Boyce - Rattlesnake Boogie / Ain't Gonna Play Too Long
31. The Reverend Peyton's Big Damn Band - Poor Until Payday
32. HP Lange - Trackin' My Blues
33. Kenny "blues boss" Wayne - Inspired by the Blues
34. Shemekia Copeland - America's Child
35. Myles Goodwyn - Myles Goodwyn and Friends of the Blues
36. Mud Morganfield - They Call Me Mud
37. Curtis Salgado - Rough Cut
38. Tinsley Ellis - Winning Hand
39. Mick Kolassa - Double Standarts
40. David Byrne - American Utopia
41. Celso Salin Band - Mama's Hometown
42. Paul Barry - Blow Your Cool
43. Theotis Taylor - Something Within Me
44. Billy Boy Arnold - Blues Lowdown
45. Cedric Burnside - Benton County Relic
46. Arnaldo Antunes - RSTUVXZ
47. Dave Hole - Goin' Back Down
48. Leon Bridges - Good Thing
49. Tony Joe White - Bad Mouthin'
50. Bob Margolin - Bob Margolin
51. Cordel do Fogo Encantado - Viagem ao Coração do Sol

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Spiritualized anuncia novo álbum e divulga nova música, "I'm Your Man"





Foram seis longos anos de espera, mas finalmente está chegando a hora de conhecermos o novo álbum de Spiritualized. O último álbum da banda foi Sweet Heart Sweet Light – que ficou no topo da lista de melhores álbuns de 2012. Hoje, Jason Pierce confirmou o novo disco do grupo, cujo titulo será And Nothing Hurt, para lançar no dia 7 de setembro. Duas faixas foram divulgadas hoje. ‘A Perfect Miracle` e ‘I`m Your Man`. A notícia triste é que possivelmente este será o ultimo disco da banda, segundo Jason Pierce. Bem, vamos torcer que ele esteja blefando.  




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Assista ao novo vídeo de Spiritualized, "I Am What I Am"



Tendo conquistado a segunda posição de melhores álbuns do ano de 2012, com Sweet Heart Sweet Light, e lançado um dos clipes mais interessantes dos últimos anos, Hey Jane”, a banda Spiritualized conseguiu angariar um lugar de grande destaque no cenário musical independente em 2012. Mas engana-se quem acha que os frutos da árvore de ouro acabaram. Nessa semana, surpreendentemente, a banda lançou mais um vídeo clipe, da faixa “I Am What I Am” e é, novamente, um trabalho de altíssima qualidade. O vídeo, do mesmo diretor de “Hey Jane”, AG Rojas, mostra que a parceria funciona perfeitamente. Estrelado pelo ator Rory Culkin, irmão mais novo dos também atores, Macaulay Culkin e Kieran Culkin, cuja atuação no vídeo, ambientado em alguma cidade pequena da California, é a personificação da depressão, com feições e olhares melancólicos, desinteresse pelas coisas ao seu redor, guiando para um final surpreendente e categórico, inclusive, muito bonito esteticamente. Mas vale a pena avisar que não é daqueles vídeos que levantam o humor da pessoa, muito pelo contrário. Para quem não liga pra isso, vale muito a pena ver, além da música, que é um show, claro. Afinal, é Spiritualized.



sábado, 29 de dezembro de 2012

Melhores Álbuns de 2012 - Parte VII

5. Dinosaur Jr - I Bet On Sky


No geral, I Bet On Sky é a prova de que uma banda “velha” e “ultrapassada” ainda pode produzir ótimos discos. Os solos de guitarra, como era de se esperar, são um espetáculo à parte, sensacionais. Não é o melhor da carreira deles, mas longe de ser ruim ou irrelevante, muito pelo contrário, I Bet On Sky surge no melhor momento, pois já estava com saudade de ouvir tanta coisa boa assim. Pode mandar mais, pessoal!



4. Damien Jurado – Maraqopa


Maraqopa é uma coleção forte de músicas bem variadas que, devido às suas formas, detalhes, arranjos, trazem em cada faixa um banho especial e gostoso em forma de música. Ele tem um equilíbrio difícil de encontrar, todas as músicas são acima da média e tem seu quinhão de brilhar os olhos. Maraqopa é o álbum onde Jurado conseguiu juntar suas melhores características, transformando-se no seu melhor trabalho até hoje. E tendo sido lançado no ano em que marca 15 anos do lançamento do seu primeiro disco, Waters Ave S., é um alívio ver Jurado com tanto vigor e criatividade renovada como ele se apresenta aqui.



3. Neil Young & Crazy Horse - Psychedelic Pill


Psychedelic Pill é, literalmente, uma viagem e vai de encontro ao conceito de se escutar música no século XXI, no qual as pessoas sempre sem tempo e com muita pressa, preferem várias músicas curtas para acompanhá-las no caminho entre uma coisa e outra. É um álbum perfeito para se ouvir na estrada, no banco do passageiro, devaneando com o olhar através janela, pelas planícies, serras e plantações, enquanto o cavalo louco pisa no acelerador e deixa-se levar. Ou, como o próprio Uncle Neil respondeu hoje mais cedo para um fã que perguntou o que esperar do primeiro show de Neil & Crazy Horse: “bring oats and smell the horse”. Ou seja, traga aveia e cheire o cavalo.



2. Jack White – Blunderbuss


Ao mesmo tempo em que se conhece o trabalho de Jack de muito tempo, a primeira audição de Blunderbuss é tomada por uma sensação nova e inesperada. A voz é a mesma, o jeito de cantar é o mesmo. Ainda assim, parece que Jack está totalmente revigorado, renovado e à vontade com essa liberdade criativa, finalmente! Os arranjos, as variações musicais, os diversos estilos presentes no álbum, que vão desde o clássico Stripes, até rock dos anos 50 e folk, são coisas que seria impossível alcançar com o White Stripes. Blunderbuss é o resultado de um grande compositor inspirado e motivado com sua música. Melhor material que Jack lançou desde o clássico Elephant, dos Stripes, em 2003. Um álbum para ficar ouvindo repetidamente.



1. Spiritualized - Sweet Light Sweet Heart

Depois de muita espera, finalmente saiu Sweet Heart Sweet Light, sétimo álbum da banda Spiritualized. E, acredite, o resultado é incrível. Mas, como diria nosso amigo Jack, vamos por parte. No catálogo, através de mais de vinte anos de banda, Spiritualized conta com dois clássicos que se poderia dizer que marcou uma década. Nos anos 90, mais precisamente em 1997, Spiritualized surpreendeu o mundo e até hoje surpreende (eis os clássicos) quem se depara com o disco Ladies And Gentleman We Are Floating In Space. O som espacial, experimental, psicodélico, barulhento e melódico que a banda criou nesse álbum, enfim, toda a atmosfera ainda faz deste disco o mais forte e marcante da carreira da banda (vide a faixa título e “Broken Heart”). Depois, já passado alguns, em 2001, foi a vez de Let it Come Down, acrescentar mais texturas e belíssimas faixas à bagagem, porém, num tom menos experimental. Eis que, na nova década, Spiritualized apresenta o álbum que daqui a alguns anos tem tudo para ser chamado de o clássico da banda na década.

É difícil separa a concepção de Sweet Heart Sweet Light do trabalha antecessor, o Songs In A&E. Para isso temos que abrir um longo parêntese sobre o drama de saúde vivido pelo seu líder Jason Pierce. Nos cinco anos que passaram entre Amazing Grace, de 2003, e Songs In A&E, Pierce foi diagnosticado com dupla pneumonia, chegou a ficar em coma e preso à máquinas para mantê-lo vivo (por isso o genial, emocionante e simples arranjo de um balão de ar na faixa “Death Take Your Fiddle”). Enfim, Jason Pierce acabou se recuperando e ele lançou lindo e emocionante Songs In A&E, apresentando um som que, aos parâmetros do Spiritualized, poderiam ser considerados simples e pop, mas igualmente belo. Mas quis o destino que logo antes de começar o próximo álbum, Pierce adoecesse novamente, desta vez no fígado. Ele acabou aceitando um tratamento experimental à base de novas drogas e praticamente todo Sweet Heart Sweet Light foi feito sob os efeitos dessas drogas.

Inclusive esse drama está traduzido, além dos contextos das faixas, na própria capa estranhíssima do disco, simplesmente escrito: Huh? Em uma entrevista à Pitchfork, Pierce contou sobre a escolha e ainda falou um pouco mais sobre gravar o álbum nessas condições. Ele começa dizendo que o próprio disco seria chamado Huh?, mas pensou melhor e não conseguiu imaginar as pessoas dizendo “você pegou o novo disco, Huh?” e a resposta “Huh?”. Então ele se inspirou no White Album, dos Beatles, onde tinha a capa toda branca e só o nome The Beatles, que acabou sendo o nome pelo qual os fãs se referiram a ele. Sobre o porque de chamá-lo de Huh?, Pierce diz que é porque na ocasião ele não sabia realmente o que estava fazendo, gravando um disco com todas aquelas drogas, pílulas e injeções. E é mais ou menos o que causou no cérebro dele: Huh?

Enfim, vamos ao que interessa. Abre logo com o single principal “Hey Jane”, uma odisséia incrível com quase nove minutos de duração, cheia de tensões, que vai aumentando a cada estrofe. No meio, depois de muito noise, tem uma parada estratégica, para depois voltar com tudo para o fim estelar. O vídeo é o grande exemplo disso, uma combinação perfeita entre música e ação. Quanto à letra, soa um Pierce novo e cheio de vontade, “show them what you can do”. Em alguns momentos as letras parecem simples e bestas, como “My mother said when she got so concerned / don’t play with fire and you’ll never get burned”, em “Too Late” ou "Jesus won't you be my radio", mas que funcionando em todo o contexto, é só fechar os olhos e viajar.



“Little Girl” é como se os pesadelos voltassem e começa já estraçalhando tudo o que tem por dentro “sometimes i wish i was dead, cause only a living can feel the pain “. Essa dualidade está presente em todo o álbum, em vários momentos brilhando um amor renovado à vida, e em outros a sombria presença da morte e da dor, a qualquer momento. Musicalmente, a estrutura é bem definida, refrão repetitivo e pop. Jason Pierce chegou a dizer que em Sweet Heart Sweet Light ele não estaria preocupado em fazer música experimental, ele somente juntou todas suas influências musicais em uma única coisa, e que seria provavelmente o mais pop trabalho de Spiritualized. Bem, apesar de ter algumas assim, das dez faixas, 5 ultrapassam os seis minutos em viagens épicas e quase sobrenaturais.

“Get What You Deserve” é uma experiência de sons, praticamente sem bateria, só com teclados, guitarras, instrumentos de sopros e violinos, tudo numa mistura só, que só Spiritualized pode condensar. “Too Late” é a balada, com um belo e melódico refrão. “Headin’ For The Top Now” é outro dos vários pontos altos do álbum, em mais uma viagem sonora de oito minutos, cheia de efeitos de guitarra ensurdecedores que quase encobrem a voz de Pierce. Por isso que a mixagem demorou tanto tempo. “I Am What I Wam” tem uma batida meio blues-gospel cheio de noise, especialmente pelo acompanhamento do backing vocal feminino. Mais um ponto alto, seguido por outro. “Mary” é belíssima, com a voz de Pierce soando doída, cansada e entregue.



As duas últimas faixas do álbum evocam várias vezes o nome de Jesus, em súplicas, orações e medos. Normal para quem esteve tão perto da morte. Especialmente a faixa final, “So Long You Pretty Things”, que começa com uma súplica “help me, Lord, help me, Jesus” enquanto tudo vai ficar grandioso e Pierce se despede: “so long you pretty things, God save your little souls”. Divino.

Pronto, parei. Sweet Heart Sweet Light é por fim um álbum que todo fã de Spiritualized esperava: grandioso, genial e equilibrado. Ainda bem que Pierce está finalmente curado e pronto para nos entregar essa pérola. Continue assim e que o próximo não demore tanto. Agora, licença, que eu vou escutá-lo de novo. Até mais.




[10-06]
[15-11]
[20-16]
[25-21]
[30-26]
[35-31]

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Spiritualized - Sweet Heart Sweet Light



Depois de muita espera, finalmente saiu Sweet Heart Sweet Light, sétimo álbum da banda Spiritualized. E, acredite, o resultado é incrível. Mas, como diria nosso amigo Jack, vamos por parte. No catálogo, através de mais de vinte anos de banda, Spiritualized conta com dois clássicos que se poderia dizer que marcou uma década. Nos anos 90, mais precisamente em 1997, Spiritualized surpreendeu o mundo e até hoje surpreende (eis os clássicos) quem se depara com o disco Ladies And Gentleman We Are Floating In Space. O som espacial, experimental, psicodélico, barulhento e melódico que a banda criou nesse álbum, enfim, toda a atmosfera ainda faz deste disco o mais forte e marcante da carreira da banda (vide a faixa título e “Broken Heart”). Depois, já passado alguns, em 2001, foi a vez de Let it Come Down, acrescentar mais texturas e belíssimas faixas à bagagem, porém, num tom menos experimental. Eis que, na nova década, Spiritualized apresenta o álbum que daqui a alguns anos tem tudo para ser chamado de o clássico da banda na década.

É difícil separa a concepção de Sweet Heart Sweet Light do trabalha antecessor, o Songs In A&E. Para isso temos que abrir um longo parêntese sobre o drama de saúde vivido pelo seu líder Jason Pierce. Nos cinco anos que passaram entre Amazing Grace, de 2003, e Songs In A&E, Pierce foi diagnosticado com dupla pneumonia, chegou a ficar em coma e preso à máquinas para mantê-lo vivo (por isso o genial, emocionante e simples arranjo de um balão de ar na faixa “Death Take Your Fiddle”). Enfim, Jason Pierce acabou se recuperando e ele lançou lindo e emocionante Songs In A&E, apresentando um som que, aos parâmetros do Spiritualized, poderiam ser considerados simples e pop, mas igualmente belo. Mas quis o destino que logo antes de começar o próximo álbum, Pierce adoecesse novamente, desta vez no fígado. Ele acabou aceitando um tratamento experimental à base de novas drogas e praticamente todo Sweet Heart Sweet Light foi feito sob os efeitos dessas drogas.



Inclusive esse drama está traduzido, além dos contextos das faixas, na própria capa estranhíssima do disco, simplesmente escrito: Huh? Em uma entrevista à Pitchfork, Pierce contou sobre a escolha e ainda falou um pouco mais sobre gravar o álbum nessas condições. Ele começa dizendo que o próprio disco seria chamado Huh?, mas pensou melhor e não conseguiu imaginar as pessoas dizendo “você pegou o novo disco, Huh?” e a resposta “Huh?”. Então ele se inspirou no White Album, dos Beatles, onde tinha a capa toda branca e só o nome The Beatles, que acabou sendo o nome pelo qual os fãs se referiram a ele. Sobre o porque de chamá-lo de Huh?, Pierce diz que é porque na ocasião ele não sabia realmente o que estava fazendo, gravando um disco com todas aquelas drogas, pílulas e injeções. E é mais ou menos o que causou no cérebro dele: Huh?

Enfim, vamos ao que interessa. Abre logo com o single principal “Hey Jane”, uma odisséia incrível com quase nove minutos de duração, cheia de tensões, que vai aumentando a cada estrofe. No meio, depois de muito noise, tem uma parada estratégica, para depois voltar com tudo para o fim estelar. O vídeo é o grande exemplo disso, uma combinação perfeita entre música e ação. Quanto à letra, soa um Pierce novo e cheio de vontade, “show them what you can do”. Em alguns momentos as letras parecem simples e bestas, como “My mother said when she got so concerned / don’t play with fire and you’ll never get burned”, em “Too Late” ou "Jesus won't you be my radio", mas que funcionando em todo o contexto, é só fechar os olhos e viajar.



“Little Girl” é como se os pesadelos voltassem e começa já estraçalhando tudo o que tem por dentro “sometimes i wish i was dead, cause only a living can feel the pain “. Essa dualidade está presente em todo o álbum, em vários momentos brilhando um amor renovado à vida, e em outros a sombria presença da morte e da dor, a qualquer momento. Musicalmente, a estrutura é bem definida, refrão repetitivo e pop. Jason Pierce chegou a dizer que em Sweet Heart Sweet Light ele não estaria preocupado em fazer música experimental, ele somente juntou todas suas influências musicais em uma única coisa, e que seria provavelmente o mais pop trabalho de Spiritualized. Bem, apesar de ter algumas assim, das dez faixas, 5 ultrapassam os seis minutos em viagens épicas e quase sobrenaturais.

“Get What You Deserve” é uma experiência de sons, praticamente sem bateria, só com teclados, guitarras, instrumentos de sopros e violinos, tudo numa mistura só, que só Spiritualized pode condensar. “Too Late” é a balada, com um belo e melódico refrão. “Headin’ For The Top Now” é outro dos vários pontos altos do álbum, em mais uma viagem sonora de oito minutos, cheia de efeitos de guitarra ensurdecedores que quase encobrem a voz de Pierce. Por isso que a mixagem demorou tanto tempo. “I Am What I Wam” tem uma batida meio blues-gospel cheio de noise, especialmente pelo acompanhamento do backing vocal feminino. Mais um ponto alto, seguido por outro. “Mary” é belíssima, com a voz de Pierce soando doída, cansada e entregue.



As duas últimas faixas do álbum evocam várias vezes o nome de Jesus, em súplicas, orações e medos. Normal para quem esteve tão perto da morte. Especialmente a faixa final, “So Long You Pretty Things”, que começa com uma súplica “help me, Lord, help me, Jesus” enquanto tudo vai ficar grandioso e Pierce se despede: “so long you pretty things, God save your little souls”. Divino.

Pronto, parei. Sweet Heart Sweet Light é por fim um álbum que todo fã de Spiritualized esperava: grandioso, genial e equilibrado. Ainda bem que Pierce está finalmente curado e pronto para nos entregar essa pérola. Continue assim e que o próximo não demore tanto. Agora, licença, que eu vou escutá-lo de novo. Até mais.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Novo Clipe de Spiritualized, "Hey Jane"



Mais uma novidade para quem está ansioso pelo novo álbum do Spiritualized, Sweet Heart Sweet Light. A banda lançou um vídeo para a primeira música de trabalho do disco, “Hey Jane”. O clipe, dirigido por AG Rojas, é um filme da vida diária de uma drag queen prostituta, que nos seus mais de dez minutos corre por imagens fortes, bizarras e violentas. Combina perfeitamente com atmosfera da música, toda a tensão e o drama. E o final é surpreendente. Confira mais esse trabalho de qualidade:

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Nova faixa e capa de Sweet Heart Sweet Light, do Spiritualized

Esse fim de semana trouxe algumas novidades sobre o novo e aguardado disco do Spiritualized, Sweet Heart Sweet Light. A banda de Jason Pierce nunca foi muito bom em termos de arte da capa, sempre escolhendo os mais estranhos possíveis. Dessa vez ele se superou. A capa de Sweet Heart Sweet Light foi divulgada e todos ficaram Huh?! É, veja por você mesmo.



A imagem acima não é simplesmente uma imagem, é, de fato, a capa do álbum. Mas como a capacidade entre capas boas e músicas boas, é inversamente proporcional, Spiritualized liberou a primeira música inédita do álbum, “Hey Jane” e, como pudermos ver na apresentação no Other Voices, (a própria e mais outras faixas do novo álbum) ela é ainda mais incrível. No melhor estilo épico de Pierce e companhia, a faixa corre por seus quase nove minutos em uma belíssima viagem musical. Confira:

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Spiritualized - Live @ Other Voices



Comentei aqui que estava esperando ansiosamente o novo álbum do Spiritualized, Sweet Heart Sweet Light, que vai sair em março. No entanto, e para o meu deleite, fui procurar rapidamente no youtube, Pitchfork sobre notícias ou se tinha vazado alguma música, e me deparei com esse pequeno show do dia 04/12/11, onde eles apresentam pela primeira vez algumas das músicas que estão no tracklist do Sweet Heart Sweet Light.

São aproximadamente uma hora de pura beleza em música, típido de Spiritualized, o que solidifica ainda mais uma das bandas que mais gostaria de assistir ao vivo, juntamente com Arcade Fire, The Flaming Lips, Wilco e Super Furry Animals (Pearl Jam eu já assisti!).

E começa logo com uma inédita de tirar o fôlego. Foi a primeira música de 2012 que me deixou sem ar. “Hey Jane” tem tudo de incrível. Tem uma pegada firme e uma intensidade com o vocal de Jason Pierce, além de uns backing vocals bem gospel. A faixa tem dimensões épicas, beirando a casa dos dez minutos, assim como aparentemente várias desse novo trabalho, no melhor do estilo do Dream, Noise e Space Rock, com várias pitadas de psicodelia.

A segunda que eles tocaram foi a já conhecida “Cheapster”, do álbum Amazing Grace, de 2003, mostrando que a pessoa espiritualizada também tem seus momentos lapada. Depois ele mandaram outra inédita “Mary”, mais um belo tratado em forma de música, com seu começo calmo e solene, no piano, enquanto ela vai crescendo a cada minuto. O clímax é no refrão, onde a música ganha várias camadas, cada membro da banda trabalhando de forma diferente e solta, mas que, juntas, formam uma unidade incrível. Bem típico de Jason Pierce. No final, após uma viagem de num sei quantos mil anos luz, a música quebra igual ao seu começo, bem lentinha, como que pra colocar os nervos de volta ao lugar.

“Rated X”, também de Amazing Grace abre caminho para outra inédita “Little Girl”, talvez a mais convencional das novas músicas apresentadas. Concisa, “curta” e com suas partes bem definidas, o que faz de Spiritualized uma grande banda tanto nas mais pop quanto nas mais experimentais. “So Long You Pretty Things” é mais uma do Sweet Heart Sweet Light e mais uma incrível, também cheia de viagens e texturas.

Eles finalizam a pequena apresentação com “Take Me To The Other Side”. No final dá pra ter certeza que Sweet Heart Sweet Light terá uma viagem intensa e especial para cada uma das dez faixas.

“Hey Jane”


“Cheapster”


“Mary”


“Rated X”


“Little Girl”


“So Long You Pretty Things”


“Take Me To The Other Side”

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Previsões 2012.1



2011 acabou e se foi com a certeza de dever cumprido, deixando um legado musical bem interessante nesses doze meses que se passaram. Agora 2012 se inicia e já ficamos atentos para o que há de acontecer, inclusive já podemos antecipar com ansiedade alguns dos lançamentos previstos para os próximos meses. Fora as novidades, que chegam para nós completamente inesperadas, fiz uma pequena lista de álbuns que já tem data para sair. Este site tem uma extensa lista, que daí eu retirei alguns nomes mais interessantes, são eles:

Nada Surf – The Stars Are Indifferent to Astronomy (24 de janeiro)

Of Montreal – Paraytic Stalks (7 de fevereiro)

Boa banda cujo potencial está sendo desperdiçado com umas viagens eletrônicas dos últimos trabalhos. Mas de qualquer forma, vamos esperar para ver o que eles irão aprontar dessa vez.



MARK LANEGAN – BLUES FUNERAL (7 de fevereiro)

Já estava na hora de Mark Lanegan dar um tempo nos projetos paralelos e voltar as atenções para a carreira solo. Blues Funeral será o sucessor do ótimo Bubblegum.



SPIRITUALIZED – SWEET HEART SWEET LIGHT (19 de março)

Um dos lançamentos mais aguardados por mim, fã dessa incrível banda, cujos trabalhos já vem com o carimbo de qualidade atestada. Sweet Hear Sweet Light será a sequência de Songs In A&E, de 2008. Que também o seja na qualidade e beleza!



Lee Ranaldo – Between The Times & The Tides (20 de março)

Em meio aos rumores do fim do Sonic Youth, Lee Ranaldo segue o exemplo do (ex)companheiro de banda, Thurston Moore, e irá lançar mais um álbum solo. Ficaremos de olho.

Estes são os que já estão com datas de lançamento marcadas, mas há também os que ainda falta ser anunciado ou que é apenas rumores, dentre esses os mais esperados são:

Franz Ferdinand – (título ainda a ser anunciado)

Muse – (provavelmente outono de 2012)

Uma das bandas mais interessante da década passada, Muse se prepara para lançar seu sexto disco de estúdio, sucessor de The Resistence, de 2009. Vamos torcer para que mantenha o nível de qualidade dos trabalhos passados.



Cat Power – (título ainda a ser anunciado)

A grande musa do rock alternativo, Cat Power marca o retorno para aproximadamente a metade do ano. Enquanto ainda não há maiores informações sobre o novo álbum, sem título e ainda sem data de lançamento, Cat Power regravou King Rides By, música já presente num de seus álbuns anteriores. A nova versão ficou bem interessante, mas ainda não se sabe se estará no álbum ou não.



Veremos no fim de 2012 se todos cumpriram suas promessas!