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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Melhores Álbuns de 2015 - Parte IV





10. Deerhunter - Fading Frontier




Em Fading Frontier, Bradford Cox tenta pacificar sua mente conflituosa e o resultado alcançado é maravilhoso. Diferente do intenso e frenético Monomania, Fading Frontier mostra uma banda mais certeira, acessível e com outro tipo de intensidade, como se pode ver na faixa “Carrion”. Com isso, Fading Frontier torna-se o melhor trabalho lançado por Deerhunter até o momento.





11. Adele – 25



Com o sucesso astronômico do último disco, 21, de 2011, já era bastante claro que quando Adele finalmente lançasse um trabalho novo, imediatamente iria bater todos os recordes da indústria fonográfica. Essa cantora britânica é um fenômeno e 25 só comprova esse mais uma vez, diante de uma indústria ainda em crise diante da adaptação às novas tecnologias. Entre baladas no piano e algumas mais agitadas que remete a Florence And The Machine, Adele faz uma das coisas mais difíceis para um artista que parece já ter alcançado o topo: manter-se nele. E se você acha que a música escolhida seria “Hello”, umas das músicas mais tocadas do ano, está muito enganado. “MillionYearsAgo” pode facilmente ser escolhida a música mais linda do ano.









1 Hopeful Rd é o disco de uma banda com um pé no passado e outra no futuro. É uma daquelas pouquíssimas bandas que tocam um som antigo, tradicional, e ainda assim soa novo e moderno. Mas o prato não está fincado apenas no rock clássico, no soul clássico ou no blues clássico, mas sim em uma mistura, cujo tempero agrada fãs de cada um dos estilos separadamente.








Pode-se dizer sem dúvidas que Father`s Day é um álbum de blues completo. Respeita e reverencia o passado com covers executadas excepcionalmente, seguidas de novas canções originais para manter a tradição viva. Ainda por cima, como um bônus, ainda deixa uma boa lição de vida. Como Earl falouna nota de lançamento do disco: “This album is made for my beautiful father, and we came to peace in the end. Don’t ever give up on your family and don’t quit until the miracle happens.”









É impressionante como, depois de dez anos estando separada, com suas integrantes experimentando novos caminhos e novos sons, uma banda volte em tão grande estilo como Sleater-Kinney voltou em No CitiesTo Love. Sem dúvida, é algo a celebrar. Não é todo mundo que consegue captar o zeitgeist do seu tempo e desenvolver suas manifestações culturais de uma forma tão crua, direta e ainda assim, tão natural, tão simples.





15. Alabama Shakes - Sound & Color




Depois de uma estréia avassaladora com Boys and Girls, de 2012, a expectativa era grande para saber qual seria a escolha da direção sonora da banda, se iam se aprofundar como representantes do Southern rock, pegando um pouco do blues e do soul, ou se a banda iria se aventurar mais para campos mais amplos. Brittany Howard e companhia escolheram correr o risco na segunda opção, decepcionando os mais tradicionalistas, como eu mesmo. Mas, depois de algumas ouvidas, Sound& Color torna-se, de fato, um álbum muito forte e cheio de ótimas composições. Valeu à pena correr o risco.









O veterano guitarrista de Nova Iorque lançou mais um ótimo disco de blues. Apaixonado pelo estilo desde os 13 anos quando ouviu Jimmy Reed, Earl Walker mantém um som do blues tradicional, direto e simples. Um blues puro e de primeiríssima qualidade. As dez faixas de seu sexto disco solo, Mustang Blues, são todas originais e o trabalho foi todo produzido pelo próprio Earl Walker, executadas por uma banda enxuta e muito à vontade, deixando espaço seguro para o talento de Walker na guitarra brilhar.John Earl Walker mostra que às vezes o que é preciso para fazer um bom álbum do blues é ter simplesmente... blues.





17. Leon Bridges - Coming Home



Leon Bridges foi uma das grandes surpresas do ano. Dono de uma voz espetacular, Bridges revive o melhor do que o passado pode oferecer, especialmente no campo do soul, inspirado por Sam Cook e Otis Redding.  Se há algum pecado, é ter se prendido muito ao passado. Mas, na verdade, para mim isso não é nenhum pecado. O clima “vintage” pode ser visto mesmo no clipe de “Better Man”, um dos destaques do disco.





18. Will Butler – Policy



Logo após um ano intenso com Arcade Fire, o líder da banda, Will Butler, estreia sua carreira solo com Policy, um disco singelo, simples, sem muita produção e refinamento, mas sem dúvida muito interessante. Relativamente curto, com apenas oito faixas, o álbum condensa um pouco de cada face do espírito criativo de Butler presente no trabalho principal de Arcade Fire. 





19. Siba - De Baile Solto




No último disco solo, o ótimo Avante, de 2012, Siba flertou bem mais com elementos da cultura pop do que os trabalhos anteriores, seja com o Mestre Ambrósio ou com a Fuloresta. De Baile Solto representa duas rupturas: a primeira é que ele retorna à música de raiz, ao Maracatu da Zona da Mata e também as letras se afastam um pouco do contador tradicional de histórias e surgem com um teor de crítica política bem mais intensa, como é o caso da ótima “Quem e Ninguém”.



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Parte I 50 a 40
Parte II 39 a 30
Parte III 29 a 20



terça-feira, 15 de setembro de 2015

Resenha de Vintage Trouble - 1 Hopeful Rd


Pode parecer contradição que a banda revelação do ano carregue não só no nome, mas também no visual e no som, estética e valores arcaicos. Mas não é. A banda de Los Angeles, Vintage Trouble, é uma amalgama de todos os tradicionais estilos do R&B, principalmente o blues, soul e rock dos anos 50 e 60. E apesar de não apresentar nenhuma grande novidade sonora que possa abalar os alicerces da música moderna, a mistura soa empolgante, intensa e refrescante exatamente porque cada faixa se inicia verdadeiramente como um objeto familiar que, apesar de conhecido, ainda não foi totalmente desvendado. Vintage Trouble surgiu chamando bastante atenção em 2010 e construindo um som enérgico no seu disco de estréia The Bomb Shelter Sessions, lançado em 2011, conquistando um sucesso surpreendente, sendo convidado para se apresentar em programas de televisão renomados, como o Later... With Jools Holland, bem como participando das turnês de grandes nomes da música como Lenny Kravitz, The Cranberries e abrindo shows de bandas como nada menos que The Who,  Rolling Stones e AC/DC.  O segundo álbum da banda – e o primeiro por uma grande gravadora, a icônica Blue Note Records – 1 Hopeful Rd apenas consolida essa posição de destaque, amaciando um pouco mais o som, mas mantendo a mistura dos elementos que compõem a sonoridade da banda intacta e viva.

A faixa de abertura é a música de trabalho do disco e, sem dúvida, uma das mais empolgantes. “Run Like a River” inicia com uma guitarra típica do blues, mas logo o ritmo acelera e fica marcado por palmas que parecem de uma festa de um rito religioso. As baladas também se destacam pela melodia e pela voz profunda e bela de Ty Taylor, como em “From My Arms”. O clima soul, dançante e sensual, toma conta de “Doin’ What You Were Doin’”. O rock volta com tudo com “Angel City, California”, perfeita para os shows e que nos transporta diretamente para os anos 60 e 70, nos remetendo aos riffs de Rolling Stones ou ao Southern rock de Creedence Clearwater Revival.




O ritmo volta a dar uma esfriada com a maravilhosa balada “Shows What You Know”, com uma belíssima melodia e mais uma vez a voz de Ty Taylor se destacando bastante, sem dúvida uma das candidatas a melhor balada do disco. A outra candidata é a faixa “Another Man’s Word”, destacando-se principalmente o refrão, “tell me why would you believe another man’s word over mine?”.

“Strike Your Light”, por sua vez, é outra para fazer pular, com altos solos de guitarra e gritos do vocalista Taylor. Nessa parte final do disco, Vintage Trouble se aproxima mais do blues, com as ótimas “Before The Tear Drops” e “If You Loved Me”. Depois de mais um sopro de energia roqueira de “Another Baby”, o disco finaliza com mais uma bela balada “Soul Serenity”.

1 Hopeful Rd é o disco de uma banda com um pé no passado e outra no futuro. É uma daquelas pouquíssimas bandas que tocam um som antigo, tradicional, e ainda assim soa novo e moderno. Mas o prato não está fincado apenas no rock clássico, no soul clássico ou no blues clássico, mas sim em uma mistura, cujo tempero agrada fãs de cada um dos estilos separadamente.