O fim de semana foi de intensa atividade para a banda The Flaming Lips e seus fãs. Eles tocaram no festival SXSW dois shows que se pode dizer que foram, no mínimo, memoráveis. Um deles foi histórico e o outro teve o selo de ousadia que só a trupe de Wayne Coyne poderia ter. Pela primeira vez, The Flaming Lips tocou na íntegra um de seus álbuns mais aclamados, o eterno clássico de 2002, Yoshimi Battles The Pink Robots, em forma de musical. O disco, o qual contém inúmeros hits da carreira dos Lips, tais como “Do You Realize”, “First Test”, e “Yoshimi Battle The Pink Robots Pt 1”, para citar apenas alguns, foi tocado com um palco totalmente novo, feito especialmente para a ocasião. Também há rumores de que o projeto do musical de Yoshimi irá para a Broadway. Bem, se uma coisa no decorrer de todos esses anos nos mostrou, é não dá para duvidar de Wayne, em nada.
O outro show também foi memorável, marcado pela ousadia característica da banda. Eles tocaram, também na íntegra, o novo álbum, The Terror, pela primeira vez. Wayne o descreveu como sombrio, lento, com algumas músicas um pouco difícil de digerir ao vivo. Em entrevista para a Rolling Stone, Wayne falou que era um grande desafio para a banda, porque normalmente em shows, quando a banda toca umas três ou quatro músicas lentas seguidas, uma parte do público tende a perder o interesse. Mas era exatamente esse desafio que os movem, de fazer algo que não fizeram antes. Segundo o jornalista da Rolling Stone que acompanhou o show, disse que realmente a reação do público foi dividida. Enquanto alguns pareceram não curtir, outros estavam atentos ao que acontecia no palco. Para equilibrar mais a reação geral, no final a banda tocou alguns clássicos e todos saíram felizes.
O site de fãs do Flaming Lips, Slow Nerve Action, gravou o show do The Terror ao vivo e o disponibilizou no soundcloud, o som é meia boca, mas dá para ter uma idéia enquanto não sai de fato o disco. E para nossa sorte, o show de Yoshimi na íntegra foi gravado em vídeo e disponibilizado no youtube.
Vazou! Vazou! Finalmente chegou o grande dia de ouvir o novo álbum de David Bowie, depois de uma década de espera! Tudo começou, claro, com muito suspensa por parte de David Bowie e de sua página oficial no Facebook. No início da noite, eles postaram uma foto dizendo que mais tarde, mas não muito tarde, estariam com uma nova surpresa para os fãs. Ai começou as conjecturas: nova faixa do disco, novo vídeo, anúncio de turnê? Mas, não. Nada disso. Cumprindo mais uma vez a palavra, na mesma noite, em outro post, anunciaram que poderia ouvir na íntegra o disco The Next Day pelo iTunes até o dia do lançamento oficial no seu país, que é dia 12 de março. Algumas horas depois, já riparam e pronto, mesmo para que não tem conta no iTunes, já pode baixar por ai pela internet. Noite de sexta-feira já está definida, tomar uma cerveja e ouvir David Bowie!
Você pode ouvir o Stream gratuito de The Next Day aqui. Caso, como eu, não tenha conta no iTunes, pode baixar por aqui ou aqui. Aproveitem logo, antes que derrubem o link.
OBS: Não é costume do Filho do Blues colocar links para download, mas, que se dane, esse é uma ocasião mais do que especial! É o Retorno do Camaleão do Rock, de David Bowie!
Você sabe que o álbum está tendo muita publicidade se
enquanto você estiver navegando por um site qualquer se deparar com um anúncio
desse álbum, que não tem nada a ver com o site em questão. É exatamente isso
que tem acontecido com o novo disco de Nick Cave & The Bad Seeds, Push The
Sky Away. E para aprimorar ainda mais toda essa promoção, Nick e sua banda
fizeram um show ontem, dia 21, apresentado pela Rockfeedback, RFB, no Fonde
Theatre, em Los Angeles, que foi transmitido via internet ao vivo. Para quem
perdeu, o canal da Rockfeedback estará retransmitindo o show por todo o dia de
hoje. Não sei se a apresentação ficará ainda disponível depois das 24 horas de
reprise, então para quem se interessar, dá para usar o programa aTube Catcher
para baixar o show.
No primeiro set, Nick Cave tocou na íntegra o novo disco,
Push The Sky Away. Já no segundo set, foi a vez dos clássicos aparecerem, tais
como “O Children” e “The Mercy Seat”. Confira o set list abaixo:
Fim de semana chegando então o post vai ser um especial para quem quer ficar no sofá da sala, tomando uma cerveja gelada e curtindo o Filho em algum show de primeira. Então para isso eu selecionei a apresentação de The Walkmen, no festival Pukkelpop, em 17 de agosto desse ano. The Walkmen lançou em 2012 o álbum Heaven, bem mais “sóbrio” que os trabalhos anteriores, mas ainda com bastante qualidade, com belas músicas. Então, como era de se esperar, eles fizeram uma mistura entre os clássicos e as novas composições, que acabou nesse setlist ideal, incluindo, claro, as duas melhores músicas da banda, “Angela Surf City” e “The Rat”, junto com as melhores de Heaven, como “We Can’t Be Beat”, “Love Is Luck” e a própria “Heaven”. Segue abaixo o setlist e o vídeo completo do show.
1. Line by Line
2. Heaven (4:48)
3. Angela Surf City (9:12)
4. Love is Luck (12:50)
5. Heartbreaker (16:13)
6. We Can't Be Beat (19:50)
7. On The Water (24:53)
8. In The New Year (28:23)
9. The Rat (32:56)
10. All Hands and the Cook(37:35)
Uma das novidades mais interessantes que tivemos nesse ano chama-se Willis Earl Beal, que, depois de muito falatório no underground sobre esse negro que atendia ligações para quem quisesse o ouvir cantar e fazia caricaturas, lançou o seu disco de estréia Acousmatic Sorcery, uma estranha e instigante compilação de músicas que, embora com canções muito boas, pecava um pouco pela falta de unidade, já que diferia muito entre uma faixa e outra. Acousmatic Sorcery deixa claro desde a primeira audição, que é um trabalho de amador, de quem não conhece as técnicas de estúdio, muito menos musicais. Foi basicamente as músicas que Beal compôs no seu quarto e gravou num cassete e lançou anos depois, sem um tratamento diferenciado.
Dessa forma, tendo alcançado certa notoriedade e espaço no meio musical, excursionando pelo pais na turnê de Acousmatic Sorcery, ele teve a chance de testar pela primeira vez aquelas músicas num ambiente ao vivo, cheio de interações, mudanças e surpresas. Isso resultou que ele acabou alterando a maioria das estruturas das canções presentes no álbum. Apesar de serem as mesmas, ele cantava diferente, num ritmo inesperado e desconhecido. Essa imprevisibilidade da apresentação de Willis Earl Beal provavelmente é a maior inspiração para o EP Principless of a Protagonist, que este acabou de lançar via BitTorrent.
O EP conta com cinco faixas de Acousmatic Sorcery que foram totalmente regravadas baseadas nessas experiências ao vivo que Beal teve no decorrer da sua turnê. E ele foi muito feliz na escolha nas faixas que foram regravadas aqui, sendo todas elas especialmente os pontos fortes do Acousmatic Sorcery. Dessa forma, o EP todo é muito bom e trouxe uma beleza maior e mais delicada a cada uma das músicas, em especial para “Evening’s Kiss”, que se já era bela no disco original, Beal conseguiu reformulá-la e transformá-la em uma música que carrega uma carga emocional explosiva a ponto de estourar.
“Swing On Low” finalmente teve o tratamento que realmente merece e se aproxima à versão que Beal apresentou no Later Show With Jools Holland, sem aqueles barulhos agoniados presentes em Acousmatic Sorcery. E, por fim, uma versão maravilhosa e fantasmagórica da melhor música de Beal, “Cosmic Queries”, com uma atmosfera de arrepiar.
Principless of a Protagonist, na verdade, também é o nome de um filme em animação que Willis Earl Beal irá lançar em breve no seu website, juntamente com uma compilação de gravações ao vivo. Ele foi criado inicialmente como uma novela em formato de desenho, que Beal vendeu em Chicago por cinco dólares. O cartaz tem as inscrições: "A short filme actually about something".
Clique aqui se quiser baixar o EP Principless of a Protagonist, via torrent. Segue abaixo o trailer do filme, destaque para a fala final: "the darkness is always waiting".
Se você perdeu por algum motivo a transmissão ao vivo do Global Festival, que foi ao ar no último sábado, dia 29/09/2012, e contou com shows de Band of Horses, Foo Fighters, The Black Keys e o gigante Neil Young, junto com Crazy Horse, fechando a noite, não há mais motivo para se preocupar.
Abaixo segue o vídeo do melhor show da noite, Neil Young, como já era de se esperar. Claro, não é subestimando nenhuma das outras bandas, principalmente Foo Fighters e The Black Keys, que estão em momentos soberbos de suas respectivas carreiras, fazendo shows cada vez para um público maior e mais enérgico. Mas não se trata só disso. É só Neil Young entrar no palco que você já sente uma atmosfera diferente, algo que ultrapassa o sucesso, discos vendidos ou aprovação do público em geral. É a própria história que está em pé ali com uma guitarra pendurada no pescoço. É uma lenda viva. Do primeiro minuto ao último, Neil prova que ele não vive somente pela reputação, entregando um show empolgante, mesmo sem tantos clássicos quanto poderia ter. Isso porque o setlist com oito músicas, contém apenas duas músicas antes de 1979.
O show começa com tudo, numa versão épica de quase quinze minutos de “Love and Only Love”, com Neil e Poncho claramente se divertindo bastante, tocando um olhando para o outro. Seguiu, para delírio geral, com a clássica “Powderfinger”. Antes de começar “Born In Ontario”, faixa que estará presente no próximo disco de Neil Young & Crazy Horse, Neil conta que ela é autobiográfica, e relembra a primeira vez que foi à Nova Iorque para uma audição. “É um ótimo lugar, muito embora eu não tenha sido aprovado”, concluiu ele. Logo depois a banda começa outra nova música, desta vez numa versão completíssima da faixa que tem tudo para ser o carro chefe de Psychedelic Pill, “Walk Like Giant”. Então começa a parte acústica do show, com a clássica “The Needle and The Damage Done” e a mais uma nova “Twisted Road”.
Tem que ser um parágrafo à parte para o final, porque foi um show à parte, com “Fuckin’ Up” e uma versão de dez minutos da majestosa “Keep On Rockin’ In The Free World”, contando com a ajuda de membros de grande parte das bandas participantes do Global Festival, como Dave Grohl, do Foo Fighters e Dan Auerbach, do The Black Keys, entre muitos outros. Confira abaixo o show na íntegra:
Notícias boas, ruins e desencontradas marcaram tenso dia para os fãs de Bon Iver. Tudo começou quando, ontem a noite, Justin Vernon, a mente e a pessoa por trás de Bon Iver, compareceu a estação pública de Rádio de Minnesota para uma entrevista na qual foi perguntado sobre “o que está fazendo por esses dias” e Vernon respondeu exatamente o que os fãs não queriam que ele respondesse. Eis a resposta: “Acalmando-se. Eu olho para isso como para uma torneira. Eu tenho que desligar ir me distanciar disso porque muito de como essa música se junta é subconsciente ou a descobrir. Há muita atenção sobre a banda, e isso pode distrair algumas vezes. Eu realmente sinto a necessidade de me distanciar enquanto eu ainda me importo com isso. E então se eu voltar – se algum dia eu voltar – eu irei me sentir melhor quanto a isso e estarei renovado para voltar a fazer”. Então, talvez para tentar minimizar o impacto das palavras de Justin Vernon, um representante da gravadora de Bon Iver, a Jagjaguwar, disse que “eles estão apenas saindo de um ciclo depois de dois anos muito ocupados com o disco (Bon Iver, melhor álbum do ano passado, altamente aclamado pela crítica em geral).
Bem, pelo menos sabemos que não precisamos esperar nada de novo dele por algum bom tempo, mas tomara que seja só isso mesmo. Depois que a banda Girls acabou, seria péssimo que outro grande destaque se perdesse assim. De qualquer forma, enquanto toda essa indefinição sobre o futuro de Bon Iver, a boa notícia é o show em alta definição, no dia 21 de setembro, no Radio City Music Hall, em Nova Iorque. Detalhe importante: O vídeo só estará disponível por dois dias, por isso sugiro a você que baixe o programa aTube Catcher ou qualquer outro que baixe vídeos do youtube, e garanta logo o seu download. Segue o setlist.
Perth / Minnesota, WI / Creature Fear / Hinnom, TX / Wash. / Brackett, WI / Holocene / Blood Bank / Woods / Towers / Michicant / Calgary / Beth/Rest // Encore: Skinny Love / The Wolves (Act I & II) / For Emma
Nada melhor do que comemorar incríveis 50 anos de carreira com novidade, para provar que ainda está vivo e exercendo seu maior dom. Provavelmente é dessa forma que Bob Dylan encara o lançamento de Tempest, 35º álbum, que chega após 50 anos do seu disco de estréia. Ele já não tem mais pretensão de mudar – mais – o mundo do que já o fez. As suas sementes já foram lançadas e foi certamente uma das colheitas mais proveitosas da história da música. Bob Dylan sabe que sua voz – que nunca foi o seu forte – está de mal a pior. Mas o melhor é que ele não dá a mínima para isso. E em Tempest ele volta com tudo o que restou dela, o suficiente para nos presentear com belas canções e grandiosas canções. O grande problema da indústria musical com os medalhões do rock, como, por exemplo, Neil Young, o próprio Dylan, Paul McCartney, dentre outros, é que esperam ainda que eles lancem álbuns tão clássicos como os de 50, 40, 30 anos atrás. Claro, pode acontecer, mas a probabilidade é mínima. Mas o fato de não ser memorável ou um item obrigatório na coleção, não tira o mérito da própria obra. E a verdade é que Tempest é o melhor trabalho de Dylan em um longo tempo.
Tempest é um álbum nostálgico e, em grande parte, sombrio, talvez o mais sombrio de sua carreira, contando com a voz cortante e inconstante de Dylan, baladas assassinas, amor, morte e luta como seus maiores contribuintes. Além disso, Dylan reúne os estilos que ele sabe que é mestre, com um som bem de raiz, do blues, folk e country, mas ele não para por ai e faz cada vez uma interação e variação musical bem legal entre uma faixa e outra. 8 das 10 músicas do trabalho ultrapassam os cinco minutos de duração, várias passam dos 7 e a faixa título do álbum beira os 14 minutos. Isso significa que Bob Dylan está confortável e à vontade para nos entregar o seu melhor. E já começa nesse nível, com “Duquesne Whistle”, que começa como uma música gravada nos anos 30, mas que depois vai ficando mais rápida depois que ele escuta o apito do trem para Duquesne até chegar num estilo rockabilly dos anos 50. Dá pra sentir-se no dentro do trem enquanto ele vai de estação a estação. A próxima parada “Soon After Midnight” já muda o clima e vai pra uma bela balada romântica num tom de blues. “its soon after midnight and i want nobody but you”, diz Dylan no final da música.
Outra mudança de estação para uma mais furiosa. Com “Narrow Way” a viagem é mais longa e intensa, com seus mais de sete minutos, é a mais rocker de Dylan em anos. Logo depois Dylan nos conduz para o outro aposto, com “Long and Wasted Years”, uma curta e delicada balada de coração partido. Como o nome sugere, “Pay in Blood” dá uma sensação de violência, pois é um pouco mais agitada e com Dylan fazendo um vocal ardente. Já “Scarlet Town” é mais uma balada com mais de sete minutos, muito bem arranjada, com piano, violinos e banjo. “Early Roman Kings” começa como um roadhouse blues com gaita e riff parecidos com “Mannish Boy”, do Muddy Waters. Essas três músicas são boas, mas estão abaixo da média do Tempest. A cereja do bolo começa agora.
O trio final é de tirar o fôlego, aqui é realmente o melhor estilo de Bob Dylan, tanto musicalmente como liricamente. A primeira dessa trilogia, “Tin Angel”, é uma balada assassina de um triângulo amoroso narrado minuciosamente por Dylan em uma letra sangrenta e cheia de imagens fortes e palpáveis. Depois começam as duas mais charmosas e notáveis de Tempest. A primeira, faixa título “Tempest” trata de uma longa, triste, direta e detalhada narrativa de quase quatorze minutos em 45 estrofes do desastre do Titanic. Inúmeros personagens , inúmeras histórias e ainda “havia outros, muitos outros”. E ainda termina com “when the reaper’s task has ended sixteen hundred had gone to rest, the good, the bad, the rich, the poor, the loviest and the Best”. E, para finalizar, “Roll On John”, uma tocante e emocionante homenagem a John Lennon, decorrendo sobre o seu assassinato, utilizando-se de alguns trechos de músicas de John, como a clássica “I heard the news today, oh boy”. Muito bonito.
Tempest é a prova que Bob Dylan ainda tem muito material original e interessante para queimar, pois ele continua compondo como sempre e cantando pior do que nunca. Como isso nunca importou muito na música de Dylan, estamos no lucro.
Mas não é só elogios a Bob Dylan não. Ele é muito chato e provavelmente não deixa o Youtube colocar vídeos das músicas dele, somente a do single oficial. Então, como no post só tem um vídeo das faixas destaques, clique aqui para o download de Tempest.
Apesar de usar bastante, não sou muito de postar links para downloads aqui no blog, mas esses aqui merecem. Irei colocar links para baixar a turnê Sul Americana e da América Central de Pearl Jam de 2011. Ainda não tem todos disponíveis, mas de acordo com que for saindo irei colocando os links aqui.
Yuck estreou esse ano com o álbum homônimo, chamando muita atenção pelo som bem revival dos anos noventa, com muitas guitarras distorcidas e muito noise pop. Pois bem, eles foram convidados da Billboard para fazerem a LIVE Rooftop Session, para a sua coluna de série de vídeos, Tastemakers, tocando em cima de um prédio, bem no estilo dos Beatles em “Get Back”, apenas com um update no tamanho e modernidade dos arranha-céus. A banda tocou três faixas do álbum Yuck, “Holing Out”, “The Wall”, que no final tem uma mini entrevista com os integrantes, e a genial e magnífica “Rubber”, tocada com um fim de tarde que, combinada com a atmosfera da música, ficou emocionante. Confira abaixo:
No post sobre o novo álbum do My Morning Jacket, Circuital, eu me perguntei como seria que ficariam as músicas tocadas ao vivo, pois todo show deles são sempre um espetáculo à parte. Pois bem, para minha surpresa e felicidade, descobri que eles tocaram Circuital na íntegra ao vivo em uma sessão para um programa de rádio, KCRW, que nos fez o favor de transmitir ao vivo. E não decepcionou, como era o esperado, o conjunto das músicas fica bem melhor ao vivo, algumas se tornam ainda melhor, como “Circuital”, “Outta My Sistem”, e outras ganham mais força do que a sentida no álbum de estúdio, como “First Light” e “You Wanna Freak Out” e até “Holdin On To Black Metal” não parece tão ruim.
Após concluir o set das músicas de Circuital, eles soltaram ainda alguns hits, como “Wordless Chorus”, “Smokin From Shootin, “One Big Holiday” e “I Will Sing you Songs”. Sensacional! Aqui está o link para baixar
Normalmente um grande festival de música se despede com o melhor que dispõe para fazer com que as boas impressões permaneçam até a próxima edição. Aconteceu com o Rock in Rio 2011 exatamente o contrário. Sem contar com os dias sinistros, como o de Ivete Sangalo, Claudia Leite e etc, o domingo foi o pior dia do festival. Eu já estava olhando com muita desconfiança, pois a atração principal era Guns n’ Roses, sobrevivendo aos trancos e barrancos com os hits antigos e com a forma de Axel Rose altamente questionável. A expectativa era mais para saber como Axel Rose se encontrava após dez longos anos, quando ele se apresentou com a banda na última edição do Rock In Rio, antes do mal fadado Chinese Democracy ser lançado. O dia também teve Detonautas, Pitty, Evanescence e System of a Down, que particularmente não faz muito minha cabeça, mas mesmo assim teve algumas músicas que se sobressaíram, como “Chop Suey”, “Lonely Day” e “Toxicity”. Mas o show, com 28 músicas, foi muito grande, atrapalhando ainda mais o já problemático Axel Rose, que já tinha previsão de ter o início do seu show atrasado.
Mas antes de falar do Guns, uma ponte para falar sobre o melhor show do dia. Não, nada dessas atrações internacionais renomadas. Dois velhinhos roubaram a cena no modesto palco Sunset enquanto o sol ainda jogava fora seus últimos raios. Sérgio Dias, liderando o Mutantes e Tom Zé fizeram um show sensacional, cheio de clássicos, como “Balcão de Negócios”, “Minha Menina”, “Balada do Louco”, “Ando Meio Desligado”, que contou ainda com a participação do filho de Rita Lee, Beto Lee e, claro, “Panis et Circensis, dando um oásis de psicodelia ao festival. A primeira parte do show ficou por conta de Tom Zé, vestido como sempre de forma irreverente, com ternos e faixas com referências políticas e tocou “O Rock Bronca in Rio”, composto para o festival. Depois Mutantes tomou conta continuando um belo show. Para ver o clássico show de Tom Zé e Mutantes, segue o link abaixo:
Mas enfim, voltando ao Guns n’ Roses. Bem, houve três momentos bem distintos. Primeiro, enquanto Axel e companhia levavam uma hora e meia para subir ao palco, a raiva ia aumentando a cada segundo, quem estava vendo no Multishow, por ter que agüentar a dupla de apresentadoras falar uma besteira atrás da outra e quem estava in loco, por causa da chuva que começou a cair torrencialmente. O segundo momento veio quando a banda resolveu finalmente a entrar em cena, após ouvir o sinal das primeiras vaias pela demora. Nada melhor para retratar esse momento do que a própria sigla do Rock in Rio: R.I.R. Foi muito engraçado ver Axel entrar no palco parecido com Elton John alguns anos mais novo e tocar a bizarra “Chinese Democracy”. Sinistro. Depois o show deu uma melhorada e levantou o publico com a clássica “Welcome to the Jungle” e depois “It’s So Easy”, nesta ultima ficou claro que Axel não agüenta mais o ritmo das musicas como antigamente. Como em vários momentos do show, Axel ficava enrolando cantar, enquanto algum backing vocal fazia o trabalho mais duro. Algumas das musicas novas não são totalmente desprovidas de qualidade, “Sorry” e “This I Love” chegam a ser bem interessantes, mas mesmo assim muito pouco para conquistar o público. Teve também uns momentos bem chatos, como solos de guitarras e teclado, talvez para dar tempo a Axel recuperar o fôlego e trocar de figurino. Após um desses solos chatos, ele solta “Sweet Child O’ Mine” para delírio geral. Bom momento do show. A épica “Estranged” também ficou bem legal, dando um raro toque de especial ao show, pois fazia 18 anos que não tocava ao vivo. A terceira e ultima fase do show foi a desistência. Quatro horas da manhã e ele começa a tocar mais uma música do Chinese Democracy, “Better” que acaba por ser um convite para a retirada. Fui dormir. No dia seguinte vi que só perdi mesmo “November Rain” e “Patience” de interessante. Mas no geral, foi um show sofrível e deprimente, nem os clássicos conseguiram levantar de fato o público, cuja reação ficava entre excitação e surpresa, negativa.
Despedida que nos faz ficar muito preocupados quanto à próxima edição do festival em 2013. Para quem tiver estômago e quiser assistir ao show do Guns N’ Roses no Rock in Rio 2011, veja no link abaixo:
O segundo sábado do Rock in Rio pode não ter sido dos melhores, mas teve shows muito bons também. A noite dessa vez teve Coldplay como atração principal, mas o dia de festival começou a ficar interessante ainda no palco Sunset, com os shows de Zeca Baleiro, e Erasmo Carlos dividindo o palco com o gênio Arnaldo Antunes, que tocou músicas do Iê Iê Iê como a de mesmo nome, “Invejoso” e “A Casa é Sua” e clássicos como “Socorro” e “Essa Mulher”. A segunda parte do show ficou por conta de Erasmo Carlos, que soltou clássicos da jovem guarda como “É proibido fumar” e “Quero que Tudo Vá pro Inferno” e “Festa de Arromba”. Infelizmente, durante o show deles, as apresentações no Palco Mundo começaram com Frejat, mas ainda bem que temos internet hoje em dia e consegui terminar de ver o show. Um dos melhores shows do Palco Sunset do Rock in Rio.
No Palco Mundo, não cheguei a ver os shows de Frejat, Skank e Maná, mas eu li que foi muito elogiado e essas coisas, mas felizmente não fazem minha praia não. A outra grande atração da noite foi Maroon 5. Conseguiu levantar bem o público, e há um grande mérito nisso. Mas como era previsto, o show da noite mesmo ficou nas mãos de Coldplay, com Chris Martin muito carismático, desde os bastidores, sempre solícito às entrevistas no camarim, e às vezes falando em português com o público.
Abriram o show com a nova “Hurts Like Heaven’, do álbum que ainda será lançado neste mês de outubro. Pelo visto, Chris Martin e companhia não tem nada contra tocar músicas novas em festivais, mas tocar músicas que ainda nem foram lançadas ficou um pouquinho demais. Mas não chegou a ser um problema, eles souberam alternar entre grandes hits como “Yellow”, reservando uma queda hilária de Chris Martin e “In My Place”, ambas contendo talvez os maiores coros do público do festival inteiro. Mesmo sem a força dos últimos álbuns do Coldplay, algumas músicas mais recentes funcionaram muito bem, como “Lost” e “Viva la Vida”. “The Scientist” foi um dos belos momentos do show, novamente com o público cantando em uníssono, e Chris Martin deixando a festa ainda mais bonita incentivando-os a cantar alguns trechos sozinhos. Das músicas do álbum que ainda vai ser lançado, o Mylo Xyloto, uma das que mais me chamou atenção foi “Us Against the World”, pegando a veia mais melancólica de Coldplay, que é quando eles são melhores. Após o bis, a banda volta com o sucesso “Clocks” mais uma vez para delírio geral. Teve também uma pequena homenagem a Amy Whinehouse, falecida há poucos meses, com Chris Martin tocando um trecho de “Rehab” antes de “Fix You”. Por fim, fechou o show com “Every Teardrop is a waterfall”.
No geral, foi um ótimo show, mas poderia ser bem melhor. Nada contra promover o trabalho mais recente da banda em festival, até porque é bem normal e praticamente toda banda faz isso, porém Mylo Xyloto não está nem lançado ainda e achei meio exagerado tocarem tantas músicas assim dele. Mesmo assim, está entre um dos melhores do festival. Para ver o show do Coldplay no Rock in Rio 2011, o vídeo está abaixo:
Assim como música eletrônica e anos 80, o heavy metal será muito pouco encontrado pelas páginas deste blog. Não são exatamente estilos que eu goste, mas mesmo assim, eu decidi acompanhar atentamente ao Dia do Metal do Rock in Rio 4, confesso que mais por curiosidade do que por ser “metaleiro”, até porque a personalidade e a lenda de Lemmy Kilmister transcende qualquer estilo musical e ele seria uma das atrações, liderando o Motorhead. Algumas outras bandas desconhecidas como a brasileira Glória e uma com o nome estranho Coheed & Cambria. Mas mesmo com todo o mito na persona de Lemmy, se na noite anterior o papel principal ficou com Red Hot Chilli Peppers, no Dia do Metal ficou como ninguém menos que Metallica. O palco Sunset ficou mais marcado pelos problemas técnicos de som do que propriamente pelos shows. O que mais chamou atenção foi Sepultura, tocando com um grupo de percussão francês. Ficou interessante, mas ainda assim não me pegou. Levei minhas atenções ao Palco Mundo, exatamente quando aparecia um ser estranho, com cabelos que mais pareciam uma árvore, tocando guitarra e com o microfone enfiado no cabelo chegando a algum lugar que talvez fosse a boca, tornando possível ele cantar lá dentro. O nome dele é Claudio Sanchez e a banda Coheed & Cambria. Não conhecia nada da banda e como era banda de metal, o sentimento de indiferença imperava, porém este foi ficando para trás enquanto eles iam tocando, até chegar a empolgação. É verdade, estava empolgado com uma banda de metal. Coheed & Cambria é uma banda diferente, apresentando grandes variações nas músicas, flertando numa mesma faixa com o progressivo, hard rock, indie e metal, tudo com um bom vocal e uma banda que toca bem e forte. Muito bom. A surpresa do festival até agora para mim. Para ver o show completo do Coheed & Cambria no Rock in Rio, veja o video abaixo.
Após a surpresa veio o Mito. Lemmy subiu ao palco, com todos os seus 65 anos, e anunciou logo o que viria a ser a próxima hora: “We are the Motorhead and we play rock and roll” e abriu o show com “Iron Fist”. Nunca tinha visto um show de Motorhead, sempre gostei mais da banda paralela de Lemmy, The Head Cats, com profunda influência dos anos 50. Só conhecia mesmo alguns dos clássicos da banda, mas eles impressionam logo do início, principalmente do jeito de Lemmy tocar e cantar, batendo no baixo como se fosse uma guitarra e aquela voz rouca e incompreensível rasgando o ar. O som do baixo inclusive é mais alto do que o da própria guitarra. O som é intenso e pesado do início ao fim, em alguns momentos do show até me pareceu que era um rockabilly dos anos 50 tocado com o máximo de velocidade, distorção e volume que alguém pode chegar. O público reagiu com empolgação e respeito que a banda merece. E fechou com os dois grandes clássicos “Ace of Spades” e “Overkill”, com participação de Andreas Kisser, do Sepultura. Para ver o show completo do Motorhead no Rock in Rio, veja no vídeo abaixo.
De Slipknot, eu vou parafrasear Lemmy: “eu venho do rock and roll, essas pessoas com macacões e máscaras vem do circo”. Bem, não precisa falar mais nada. Depois deles, com um atraso básico, subiu ao palco Metallica, para delírio geral e soltou logo os clássicos “Creeping Death” e a ótima “For Whom The Bell Tolls”, a galera fazendo um coro. James Hetfield e companhia estão na melhor forma possível, ótima presença de palco, não deixando o clima abaixar em nenhum momento, nem mesmo quando cantava as mais recentes. Foram vários pontos altos do show e fiquei impressionado com o fôlego do público, que se manteve pulando e gritando até depois que o show já tinha acabado. “One” teve efeitos pirotécnicos e depois veio a incrível “Master of Puppets”. Depois de “Enter Sadman” veio o sensacional Bis com James brincando sobre a hora, de que deviam estar dormindo e essas coisas. Seqüência arrasadora do Bis, com “Am I Evil”, “Whiplash” e “Seek And Destroy” com participação massiva do público depois de 12 horas de heavy metal. Não é preciso ser fã ou metaleiro para reconhecer um grande e histórico show. Exatamente o que foi esse show do Metallica, que ainda atingiu o que Red Hot Chilli Peppers falhara no dia anterior, dominou o público, esteve com ele em suas mãos, da primeira nota à última. Para ver o show completo do Metallica no Rock in Rio, veja o vídeo abaixo.
Apesar de não ser das melhores edições do festival, não poderia deixar passar sem falar sobre o Rock in Rio 4, que começou na sexta feira, mas para manter o mínimo de dignidade, eu vou excluí-lo e contar o sábado como o primeiro dia de festival, que ainda teve algumas atrações lamentáveis, mas que, mais uma vez, passaremos por cima delas, da mesma forma com que passamos a sexta feira. Digamos que o festival começou com o show de Capital Inicial no Palco Mundo. Rock Nacional está longe de ser um dos meus pontos fortes, mas o show que Dinho e companhia fizeram não tem como ser ignorado. Souberam levantar o público que só pensava na maior atração da noite, Red Hot Chilli Peppers, com os sucessos de mais de duas décadas de carreira, como “Natasha” e “Primeiros Erros” além de uma homenagem à banda Aborto Elétrico, que tinha como membro Renato Russo, com “Fátima”, o protesto político de “Que País é esse”, com o público cantando em uníssono, dentre outras. Dinho Ouro Preto é um grande frontman e contagiou a audiência com sua simpatia e empolgação, com várias conversas com o público cheias de “velhos” e “caralhos”. Pode ver o show completo de Capital Inicial no Rock in Rio 2011 abaixo:
Depois foi a vez da banda escocesa de Indie Rock Snow Patrol, uma das poucas muito aguardadas por mim. Considerando que a banda era desconhecida para pelo menos 90% do público, ou talvez conhecia uma música só, o grande hit “Open Your Eyes”, a banda foi muito bem. O vocalista e guitarrista da banda Gary Lightbody, interagiu bastante com a audiência, como quando pegou uma bandeira brasileira e a prendeu ao pedestal do microfone, ou de forma humilde sempre lembrando que a espera principal era por Red Hot Chilli Peppers, certamente por isso a recepção da plateia tenha sido um pouco fria. Quanto o setlist, foi o melhor possível, mas talvez tenham exagerado ao tocar duas ou três canções novas. Um festival desse porte não é muito legal fazer isso, mas mesmo assim eles se saíram muito bem, as músicas mantiveram o clima pra cima como “This isn’t Everything you Are” e “Fallen Empires”. Teve também os grandes sucessos, como “You’re All I Have”, “Take Back the City” “Run”, “Make This go on Forever” “Chasing Cars” além de, claro, “Open You Eyes” única que levou o público ao delírio. Teve um ótimo dueto com a cantora brasileira Mariana Aydar na bela “Set the Fire to the Third Bar”. Tem muita gente falando mal do show do Snow Patrol, mas é porque não conhecem a banda e não conseguiu fazer levantar o público de festival, mas musicalmente o show foi ótimo, o melhor pra mim. Pode baixar o show completo de Snow Patrol no Rock in Rio 2011 abaixo:
E para fechar a noite veio a tão esperada banda Red Hot Chilli Peppers. Confesso que morguei deles já há alguns anos, quando a adolescência partiu e aquele som irreverente perdeu a graça. Pro público e pros fãs certamente foi um grande show, mas não conseguiu me cativar. Achei Anthony Kiedis muito paradão, frio, como se não tivesse botando muita fé nessa nova fase sem John Frusciante, muito diferente do Antony Kiedis de dez anos atrás. Flea ainda tentou empolgar como sempre, mas tá ficando sem fôlego e o novo guitarrista tentou, pelo menos nisso ele tem crédito. Também teve faixas do novo álbum, que achei bem fraquinho. Mas ainda teve bons momentos o show, como em “Other Side”, “By The Way”, “Californication”, “Give it Away” e a homenagem aos 20 anos de Blood, Sugar, Sex, Magic. Falando em homenagem, sei que pra muitos deve ter chegado lágrimas aos olhos, mas achei totalmente desnecessário isso de todo mundo vestir a camisa com a foto do filho de Cissa Guimarães. Mas enfim, talvez a intenção tenha sido realmente boa. Para a maior atração da noite, em termos de conquistar o público que passou o festival inteiro somente esperando por eles, podia ter sido bem melhor. Pode baixar o show completo do Red Hot Chilli Peppers no Rock in Rio 2011 abaixo. Para baixar pode ser no www.keep-tube.com ou pelo programa aTube Catcher
Está se aproximando do lançamento do novo álbum de Wilco, o ótimo The Whole Love, dia 27 de setembro, próxima terça feira (apesar de já está na internet há quase um mês) e em mais uma estratégia de lançamento (a primeira foi fazer o stream online do álbum na íntegra pelo site oficial), Wilco tocou no dia 21 deste mês ao vivo no programa Late Show With David Letterman, que foi transmitido ao vivo pela internet. Além de promover o novo álbum, tocando as novas “Born Alone”, “Artof Almost”, “I Might”, “The Whole Love”, Wilco revisitou também os antigos sucessos como a imbatível “I Am Trying to Break Your Heart”, “One Wing” “War on War”, “A Shot in the Arm’, dentre outras. Para quem perdeu, a boa notícia é que eles armazenam as apresentações mais recentes e ela pode ser vista novamente pelo site.
Setlist completo:
Art of Almost
I Might
I Am Trying to Break Your Heart
One Wing
Born Alone
Whole Love
Handshake Drugs
Jesus, Etc
Impossible Germany
Dawned On Me
War on War
A Shot in The Arm
É possível ainda baixar o vídeo completo com o programa "aTube Catcher"
Uma pausa das resenhas dos álbuns para mostrar a novíssima música do Pearl Jam, que tocou ontem no programa de TV Late Night With Jimmy Fallon, chamada “Olé”. Logo após os históricos shows de comemoração aos 20 anos da banda no fim de semana, Pearl Jam vai ao ar para mostrar que ainda tem futuro vindo por ai. A música segue a veia mais punk da banda, semelhante às recentes “Got Some”, “Gonna See My Friend” e com um refrão mais melódico. E fica agora a pergunta, álbum novo à vista?
Eu gostei, e você?
Confira!
Para baixar a versão de estúdio (melhor que a ao vivo), acesse o link.