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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Sean Lennon & Flaming Lips tocam "Lucy In The Sky With Diamons", no Letterman




O surrealismo natural de The Flaming Lips teve uma ajuda especial para levar ao palco de David Letterman a sua versão fantástica para “Lucy In The Sky With Diamons”,  em decorrência da "Beatles Week", em comemoração aos 50 anos da primeira aparição dos Beatles no Ed Sullivan. A ajuda veio de Sean Lennon, filho de John Lennon e Yoko Ono. Como era de se esperar vindo de Flaming Lips, uma apresentação cheia de luzes e efeitos especiais. Confira e viaje em mais um dos delírios de Wayne Coyne e companhia: 



quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sir Paul McCartney divulga novo single e anuncia álbum New para outubro



Sir Paul McCartney não demonstra nenhum sinal de que o gás esteja acabando. Depois de extensivas, sucessivas e intensas turnês mundiais e o lançamento do disco de cover, Kisses on The Botton, no ano passado, Macca anunciou um novo álbum e divulgou o primeiro single dele: “New”, que começa com uma sensação de “Penny Lane”, tanto é o título do álbum quanto do single. O disco foi produzido por Mark Ronson, além dos produtores de Adele, Paul Epworth e Ethan Johns, que já trabalhou com Kings of Leon e Laura Marling. New foi anunciado com data de lançamento para o dia 14 de outubro. Confira o single:


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Trilha Sonora para os Protestos de rua no dia 20 de junho de 2013




O Brasil está vivendo um momento verdadeiramente histórico, transbordado de emoção e vontade de transformação. Estamos à beira de uma marcha geral no dia 20 de junho pelo país inteiro, fazendo nossa voz ser ouvida. Chamem-na do que quiser, Revolta dos Vinte Centavos, Revolta do Vinagre, Primavera Brasileira, que seja, desde que seja um movimento genuinamente popular e que demonstre e cobre satisfações diante de tanta vergonha da política brasileira. Assim sendo, para entrar no clima dos manifestos, ai vai uma lista para Trilha Sonora para os Protestos do dia 20 de junho de 2013, até porque no subtítulo do blog está bem claro: “tudo sobre esse filho bastardo, revoltado e subversivo”.  

Uma faixa que se tornou bem atual nesses movimentos, no sentido de usar a violência ou não, ditada pelo grande John Lennon, um dos maiores pregadores da democracia, da paz e da ânsia por transformação:

"Beatles – Revolution"

“You say you want a revolution
Well, you know
We all want to change the world
You tell me that it's evolution
Well, you know
We all want to change the world


But when you talk about destruction
Don't you know you can count me out”





Continuando com a voz de John Lennon, aparecem mais duas músicas clássicas sobre a luta do povo:

"John Lennon – Power To The People"

“Say you want a revolution
We better get on right away
Well you get on your feet
And out on the street”





"John Lennon – Bring on the Lucie (Freeda People)"

“We don't care what flag you're waving
We don't even want to know your name
We don't care where you're from or where you're going
All we know is that you came
You're making all our desicions
We have just one request of you
That while you're thinking things over
Here's something you just better do

Free the people now
Do it do it do it now”





A última de John Lennon agora, que caracteriza toda nossa revolta em relação à política brasileira:

"John Lennon – Gimme Some Truth"

“I'm sick and tired of hearing things
From uptight, short-sighted, narrow-minded hypocrites
All I want is the truth
Just gimme some truth
 I've had enough of reading things
By neurotic, psychotic, pig-headed politicians

All I want is the truth
Just gimme some truth”




Também não podia faltar uma dose de Pearl Jam, com toda a fúria de Eddie Vedder em prol da revolta, em homenagem a todos os cartazes e bandeiras que vemos nas ruas e que denuncia sua queixa:


"Pearl Jam - Grievance"

“i pledge my grievance to the flag
cause you don't give blood then take it back again
oh we're all deserving something more
progress, taste it, invest-it-all
champagne breakfast for everyone”






A penúltima faixa é uma celebração de que os tempos realmente parecem estar mudando! Então, um pouco de Bob Dylan!


"Bob Dylan  - Times They Are A’Changing"


“For the loser now
Will be later to win
For the times they, they are a-changin'
Come senators, Congressmen
Please heed the call
Don't block at the doorway
Don't block up the hall


For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it's ragin'


It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'”





E a última é um grande aviso para as nossas autoridades e lideranças políticas: NÓS NÃO SEREMOS ENGANADOS NOVAMENTE!


"The Who – We Won’t Get Fooled Again"


“I'll tip my hat to the new constitution
Take a bow for the new revolution
Smile and grin at the change all around me
Pick up my guitar and play
Just like yesterday
And I'll get on my knees and pray
We don't get fooled again
No, no!”





PS: Eu sei que o movimento é genuinamente popular brasileiro e que deveriam ser músicas nacionais, mas, como já devem ter percebido, o foco do blog é mais a música do rock, principalmente internacional. Então, achei bem interessante fazer essa universalização entre o momento atual brasileiro com as narrativas sobre o assunto na cultura ocidental do rock. Mas, na verdade, o que importa é que todos saiamos às ruas!

sexta-feira, 22 de março de 2013

Please Please Me completa 50 anos


Poucos eventos relacionados à música tornam-se grandes marcos na história da humanidade. Claro, cada registro, cada passo estará automaticamente gravado na memória e nos arquivos. Mas são aqueles fatos que moldaram gerações e gerações, que criaram base para mudanças comportamentais e uma revolução de valores que transformaram a sociedade humana de forma quase global. Foi algo assim que surgiu na Inglaterra no dia 22 de março de 1963, há cinqüenta anos, quando um quarteto de jovens da cidade de Liverpool estreavam com o álbum que viria a alcançar dimensões nunca antes imaginadas. Paul, John, Ringo e George, The Beatles acabava de lançar o disco Please Please Me que explodiria pelo mundo a fora, criando uma base de fãs alucinados, a chamada “beatlemania” com clássicos que continuam marcando as novas gerações até hoje, tais como “Twist And Shout”, “P.S. I Love You”, “Love Me Do”, dentre inúmeras outras, se não puder contar com o disco inteiro. Please Please Me foi produzido por George Martin, tido como o “quinto” membro dos Beatles, que participou ainda de vários outros clássicos álbuns da banda e foi gravado em apenas um dia no agora eterno estúdio da Abbey Road.



Um fragmento da resenha de lançamento de Please Please Me pela NME, datada de 8 de março de 1963, diz: “As coisas estão começando a se mexer para os Beatles, o grupo britânico de R&B. O disco Please Please Me segue de perto seu primeiro hit “Love Me Do”, escrita pelos membros do grupo John Lennon e Paul McCartney. Parece um futuro brilhante para os Beatles, mas conhecendo eles, eu não acho que eles irão deixar isso subir às suas cabeças”.

Além de um sucesso e alcance nunca antes vistos, Please Please Me foi apenas a primeira amostra de uma banda que transformaria o mundo no decorrer da década. 


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Destaques do 12.12.12 - Todos por NY


A noite de ontem, no show 12.12.12 – Todos por NY, evento cujo objetivo era angariar recursos para as vítimas do Furacão Sandy, reservou grandes surpresas e ótimos momentos. Como era de se esperar, de acordo com o anúncio anterior de Roger Waters, “Comfortably Numb” com Eddie Vedder cantando a parte original cantada por David Gilmor ficou impecável. Também houve momentos totalmente inesperados, como a reunião dos integrantes vivos do Nirvana, Dave Grohl e Krist Novoselic, destaque especial para o visual de Novoselix, que, junto com Pat Smear e, ninguém menos que Sir Paul McCartney, tocaram a nova música resultada dessa união, bem pesada e, para variar, Dave detonando na bateria, “Cut Me Some Slack”.

O momento comédia ficou por conta do ator Adam Sandler, que fez uma paródia da obra-prima de Leonard Cohen “Hallelujah”, tornando-a um divertidíssimo tributo às cidades de Nova Iorque e Nova Jersey. A apresentação de Chris Martin, líder do Coldplay, R.E.M., teve o reforço de Michael Stipe, ex-R.E.M, que estava aposentado após o fim da sua legendária banda, para tocar sua obra-prima, a clássica “Losing My Religion”.

Como os highlights são muitos, colocarei abaixo para quem conseguiu ficar acordado até tarde ver novamente, e para quem sucumbiu ao sono ou não soube do show à tempo, possa ver: 






quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Transmissão ao vivo de "12.12.12 - Todos por NY", pela Multishow hoje!


A data bem especial, 12/12/12, merece uma boa comemoração, principalmente quando junta-se a isso uma boa causa. É exatamente o que vai rolar no “12.12.12. - Todos por NY”, que terá toda a renda revertida para as vítimas do Furacão Sandy, que devastou a costa leste dos Estados Unidos no mês passado. O show, inclusive, transmitido ao vivo pelo canal Multishow, que vem dando um banho de cobertura nesse tipo de evento.

Como é fácil deduzir, o show acontecerá em Nova Iorque e terá participação de peso, com nomes como Sir Paul McCartney, Eddie Vedder, Roger Waters, The Who, Dave Grohl, Bruce Springsteen, dentre outros. Para antecipar a noite, Roger Waters, em entrevista para um programa de TV dos EUA, afirmou que terá ajuda de Eddie Vedder em Comfortably Numb. Bem, essa não podemos perder.

A transmissão, diretamente do Madison Square Garden, pelo Multishow, começará às 22h30, horário de Brasília.

Enquanto isso, fiquem com o vídeo de "Long Road", tocado por Eddie Vedder, Neil Young e Mike McCready no show para as vítimas do atentado às torres gêmeas, em 2001.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dia Mundial do Rock


Hoje é comemorado mundialmente o dia de um estilo musical que transcende a música. O dia 13 de Julho é dedicado ao mais importante Filho do Blues, o Rock’n Roll. O dia do Rock é comemorado no dia 13 de julho devido ao grandioso show, o Live Aid, organizado por Bob Geldof, em 1985, a fim de acabar com a fome na Etiópia e reuniu de uma só vez nomes que ficaram marcados definitivamente na história do Rock, tais como The Who, Dire Straits, Queen, Beach Boys, David Bowie, BB King, Rolling Stones, Bob Dylan, U2, Paul McCartney, Eric Clapton e Black Sabbath.

Sintetizar todos os maiores atos do rock num post só é tarefa completamente impossível, por isso que aos poucos eu vou criando o Panteão dos Deuses do Rock, que pode ser acessado a qualquer momento para quem quiser sempre honrar as divindades desse estilo. Mas não vale um post sem nada, né? Então segue ai alguns dos artistas pelos quais vale muito a pena comemorar o dia de hoje com muito rock. E todos os outros dias também.

















segunda-feira, 23 de abril de 2012

Paul McCartney - 21/04/2012 - Recife/PE


Um grande show, naturalmente, vem acompanhado por imensa expectativa. A própria cidade estava ansiosa por esse show, que com certeza acompanhou tudo com seus velhos olhos históricos e registrou cada momento muito melhor do que as milhares de câmeras fotográficas e similares presentes no público. Eu, como fã dos Beatles, estava consciente que já estava presenciando um momento inesquecível, não importava como Paul conduzisse o show. Ouvir aquelas músicas que marcaram gerações por um dos membros originais já era sonho o suficiente. Mas não, Paul e sua excelente banda, conquistaram todos os 50 mil espectadores, que saíram, com certeza, maravilhados, não importando se eram fãs de carteirinha, fãs casuais ou simplesmente quem queria ir para um programa que estava sendo tão falado nos meios sociais em um sábado a noite.

Mas vamos do início. Saímos de casa por volta das três e meia da tarde e chegamos às mediações do Arruda bem rápido, de onde já se dava para perceber o movimento crescente. Fomos diretamente para a fila, que a esta hora já estava com um tamanho considerável. Em torno de quatro e meia a fila começou a andar, o que causou uma esperança para que a abertura dos portões fosse antecipada. Mas foi só a esperança mesmo, pois, ao invés de abrir os portões de cinco e meia, como estava previsto, foram abertos somente um pouco antes das seis e meia. Único ponto negativo da produção, muita espera, muito incomodo, enfim.

Subimos rapidamente para nosso setor de arquibancada superior e pegamos um bom lugar na lateral direita do Estádio, com boa visão para o palco. Daí em diante, era só esperar três horas e ver lentamente e ininterruptamente o público tomando seus lugares no Arruda. Às nove horas o Estádio já estava completamente lotado. Muito bonito de se ver. Para esquentar o clima para o show, entrou um DJ que tocava versões de músicas dos Beatles. Em algumas, como “Come Together”, “Twist and Shout”, dava para sentir como o público já estava a fim, ensaiando uns coros, mas em outras essa junção de Beatles com eletrônico ficou bem ruim, mas que serviu bem o seu papel, uma distração para passar o tempo.

 

 Papel que Sir Paul começou a usar das nove horas até a hora do show, de nove e meia da noite. Começou a passar nos telões do palco uma série de imagens, que iam passando tipo filmes fotográficos, da história dos Beatles e de Paul. Algumas imagens interessantes levantavam o público, como uma que a foto do Sir Paul tomava o telão inteiro ou quando aparecia claramente os quatro Beatles reunidos. No exato momento quando tudo aquilo começava a cansar, o show finalmente começa, para delírio dos cinquenta mil presentes.

A primeira música é a simbologia que fica da impressão do que está por vir. “Magical Mystery Tour” fez transformar o sonho em matéria. De alguma forma, aquilo estava realmente acontecendo. Depois ainda veio um “boa noite, pernambucanos!” para acabar com qualquer dúvida. O show continuou com “Junior’s Farm”. Vale a pena registrar o imenso carisma de Paul McCartney. Com um imenso e invejável currículo, ele não precisa de mais nada para conquistar o público. Poderia simplesmente subir ao palco, tocar várias de suas incríveis músicas e ir embora sem falar uma palavra com o público. Mas esse não é o modo do bom moço e gentleman Macca. No decorrer do show inteiro, a cada intervalo de música, Paul se dirigia ao público sempre de maneira descontraída, quase como um menino de 15 anos, cheio de dancinhas engraçadas e irreverentes, “obrigado”, “thank you” “peeeernambuucooo”, perrncambucanos”, “recifianos” e “ohhh” “yeaaa” “yhhiiii”. A essa altura ele soltou um “povo arretado”, como se precisasse de algo mais para conquistar o já conquistado. O público, claro, foi ao delírio diante da fala inesperada. Após o clássico dos Beatles “All My Loving”, que fez o Estádio inteiro cantar, foi a vez do clássico dos Wings “Jet”, muito bom. “Got To Get You Into My Life”, do Revolver, um dos melhores álbuns dos Beatles também foi tocada, para delírio de muitos, inclusive meu. Após a dançante “Sing the Changes”, veio a primeira grande surpresa do show. Pensando que a setlist seria bem engessada, Sir Paul anuncia que a próxima música será a primeira vez que será executada no Brasil, e então começa “The Night Before”.

Conhecido muito por seu clássico baixo na época dos Beatles, Paul mostra também que empunha guitarra muito bem, no momento guitar-hero do show, com a sequência “Let Me Roll It” e um trecho de “Foxy Lady”, de Jimmy Hendrix, que segue com dois clássicos dos Beatles, “Paperback Writer” e a belíssima e inigualável “The Long and Winding Road”, incrivelmente bela ao vivo, uma das que eu mais estava esperando para ouvir. Depois de “1985”, chega um dos momentos mais emocionantes do show, aquele que faz os enamorados chorarem (né, amor?). Paul anuncia que a próxima foi feita especialmente para sua esposa, com um vídeo de participação de Natalie Portman e Johnny Depp. O vídeo, inclusive, passa no telão, enquanto rola “My Valentine”, muito bonito. Depois de um tributo para a atual esposa, é a vez de pagar o tributo para a falecida Linda, com “Maybe I’m Amazed”. Em “And I Love Her”, o momento de ficar abraçadinhos continua, que conta ainda com uma dancinha impagável de Paul. Antes de “Blackbird”, Macca diz que a música foi feita em um momento em que o mundo passava por uma situação delicada em relação aos direitos civis. Essa parte, com o público acompanhando com palmas, foi muito emocionante. “Here Today” Paul diz que escreveu para seu amigo e parceiro John.

 

“Dance Tonight”, além de muito divertida e animada, tem um show à parte do baterista Abe Laboriel Jr, que fica dançando na bateria enquanto fica só batendo no bumbo, marcando ritmo. Várias dancinhas fazem o público gargalhar, enquanto se diverte e dança com a música. Em “Eleanor Rigby”, uma das melhores músicas dos Beatles, seria interessante que Paul deixasse para o público cantar o refrão, certamente seria lindo. Mas nada tirou o brilho dessa canção maravilhosa. Em “Something”, Paul pegou o ukulele e disse que esse era um dos instrumentos favoritos de George Harrison e por isso iria fazer essa música assim em sua homenagem. De fato, prefiro a versão original, mas a nobre intenção vale o sacrifício, até por que na metade da música volta a banda toda e público faz um dos maiores coros da apresentação. Depois disso, acontece uma dos momentos em que mais vibrei, quando Paul disse que esta era para Ringo e fez uma curta versão inesperada de “Yellow Submarine”, sensacional.

 

 Depois disso começa uma das melhores seqüências de todo o show, “Band On The Run”, claro, magnífica ao vivo. Entre uma música e outra, mais gritinhos de ohhhh, uhhh, yea, ok, ok, de Paul para “Ob-La-di, Ob-La-Da”, que faz sorrir mesmo o mais carrancudo dos espectadores, com milhares de máscaras das diversas fases de Paul. “Back In The U.S.S.R” e “I’ve Got a Feeling”, em mais um momento guitar-hero, com uma Jam poderosa no final, mudando o ritmo e tudo. “A Day In A Life” é simplesmente um dos momentos mais surreais do show, como a própria música sugere, seguindo com a clássica “Give Peace A Chance” e o Estádio inteiro cantando. “Let It Be” cumpre a sua missão e faz todos gritarem o máximo que podem. Então começa “Live and Let Die”. Não é nem de perto a melhor música de Paul, mas no show é certamente uma das mais memoráveis. Todos já sabem dos fogos e tudo mais, mas quando se vê ao vivo é muito diferente. Todos ficam alucinados, quando começam os explosivos e tudo ao redor treme. Ninguém sabe se grita, canta, pula ou faz tudo ao mesmo tempo. Para fechar a primeira parte do show, uma versão épica de “Hey Jude”, com massiva participação do público, graças ao maestro Paul, que fez continuar o Na nana nanana por vários minutos, só homens cantando, só mulheres e o Estádio inteiro. O cântico continuou até mesmo quando a banda saiu do palco para um breve descanso.

 

Enquanto a banda volta para o palco, o tecladista igualzinho a Edgard Scandurra segurava a bandeira da Inglaterra, o guitarrista a do Brasil e Sir Paul, para delírio geral, empunhava a bandeira de Pernambuco. banda voltou para mais uma sequência de clássicos, com “Lady Madona”, “Day Tripper” e “Get Back”. Na volta para a parte final do show, Paul convidou algumas pessoas para o palco, gente de Manaus, Paraná, São Paulo e Recife. E por fim começou uma das partes mais aguardadas, a clássica “Yesterday”, o heavy de “Helter Skelter” e a sequência incrível de “Golden Slumbers/Carry The Weight/The End”. Depois de quase três horas de show, Paul, um “menino” de quase 70 anos, despediu-se com um “até a próxima”. Bem, se no início do show parecia que, com o calor nordestino, Recife mataria Paul, no final fica claro: é Paul, que esbanjando simpatia, energia e rock’n roll, matou o Recife. Show arretado!

 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Clipe de Paul McCartney, "My Valentine"



Continuando a série de preparativos para os shows do ex-Beatle Paul McCartney no Recife nos dias 21 e 22 de abril, após a belíssima apresentação direto do Capital Studios, onde tocou músicas do seu álbum mais recente, Kisses On The Bottom, Sir Paul apareceu com mais um novo e grandioso trabalho, o clipe de “My Valentine”, desse mesmo álbum, infelizmente a única que ele está tocando nos shows que acontecerão por essas terras (embora eu também gostaria muito de ver “I'm Gonna Sit Right Down and Write Myself a Letter”, mas enfim).

O clipe conta com as humildes participações de somente Natalie Portman e Johnny Depp, num vídeo belíssimo, fazendo gestos de acordo com a letra. Esse com certeza será um dos vários momentos românticos do show. Confira:

sábado, 24 de março de 2012

É verdade! Paul McCartney no Recife!



Em dez anos muita coisa muda e permanece a mesma no cenário de produção de shows em Recife. Lembro dos meus sonhos em ver grandes artistas ao vivo, sentindo a emoção de estar presente e cantar em uníssono aqueles clássicos que marcaram época. Era tudo muito distante. Grande parte das bandas já não existiam mais e outras era simplesmente uma ilusão imaginar que um dia poderia pintar por essas terras. O Brasil não tinha tradição em grandes shows internacionais, muito menos Recife. Nossos momentos eram shows perdidos e inesperados aqui e ali de nomes indie, como Stephen Malkmus, em 2002 e Placebo, em 2005, no Abril pro Rock, Teenage Fanclub e Dinosaur Jr no Coquetel Molotov em 2004 e 2010. Mas de uns anos para cá, o Brasil tem trazido grandes shows e festivais, apesar de se limitarem a Rio-São Paulo e poucas outras cidades. Essa tendência não se estendeu à Pernambuco ou qualquer outro Estado do Nordeste, que se contenta em trazer vinte vezes por ano Chiclete Com Banana e outras atrações de rentabilidade assegurada.



De repente surge uma luz no fim do túnel com o anúncio do grande show do ex-beatle Paul McCartney no Recife. Isso mesmo, apesar de todos os rumores, que começaram desde 2010 com a vinda de Paul para o Brasil e continuaram em 2011, eu, como um descrente dos produtores de shows de Pernambuco, nunca dei muito valor a esses rumores. Eis que finalmente, em 2012, Recife se rendeu à grande oportunidade e mesmo com um pouco de falta de organização (não sei de quem é a culpa) Paul McCartney anunciou que fará um show na cidade em 21 de abril no Estádio do Arruda, com 60 mil ingressos disponibilizados para a venda e com possibilidade de acrescentar mais uma data, caso a procura seja grande e se esgote os ingressos rapidamente. Normalmente, shows desse tamanho são anunciados com meses de antecedência, mas enfim.



Além de vibrar como um pernambucano fã de música e dos Beatles, acho que essa é a grande oportunidade para provar, principalmente aos próprios empresários do ramo, que em Pernambuco (Nordeste) tem um público extenso e ávido por consumir, e, por conseguinte, shows internacionais e de rock são muito rentáveis. E nada melhor do que provar seu valor diante de concorrentes como o Abril Pro Rock (a volta de Los Hermanos) e Chico Buarque. Os ingressos começam a ser vendidos neste domingo (25/03) neste link ou na bilheteria do Chevrolet Hall. Clique aqui para maiores informações também.

Que este seja o primeiro passo de muitos outros.

E, convenhamos, que primeiro passo!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Abença Pai: Paul McCartney - Kisses on The Bottom



O nome Paul McCartney está marcado na história da música como um dos membros do histórico grupo The Beatles, como todos já sabem. As suas composições e de John Lennon marcaram e continuam a marcar as gerações. Com o fim dos Beatles, em 1970, cada um foi para o seu lado e Paul McCartney acabou por ter a carreira solo mais longa e talvez mais bem sucedida dentre os Beatles, apesar de achar a de John Lennon mais rica, que infelizmente acabou interrompida tragicamente. De qualquer forma, é de sua carreira como artista solo que tem grandes álbuns como Ram, Band on The Run, e, para citar um mais recente, Chaos and Creation in the Backyard, de 2005.



Kisses on The Bottom, seu mais novo trabalho, soa como um disco dos anos cinqüenta e não de um dos maiores compositores de rock todos os tempos. Dá pra ouvir até uns chiados de disco antigo. Mas isso não é um fator negativo. O álbum, como disse o próprio Paul várias vezes, é muito pessoal, uma jornada através das músicas clássicas americanas, principalmente do jazz e alguns blues, que de alguma forma inspiraram Paul como compositor. Algumas delas ele ouvia enquanto criança, com seu pai tocando ao piano. Há apenas duas faixas de composição de Paul. É um álbum ousado e que várias pessoas mais conservadoras não irão curtir por não ser um “rock album”. Paul McCartney esteve pensando em fazer algo assim há mais de vinte anos e acabou por decidir que se não o fizesse agora, não o faria nunca.

O nome (Kisses on The Bottom) criou certa polêmica, por ser traduzido como “beijo no traseiro”, mas quando se vê a letra de “I'm Gonna Sit Right Down and Write Myself a Letter”, se vê que os beijos são no fundo da carta, como beijos de despedida. Ela, inclusive, interpretada por inúmeros nomes da música, dentre eles Frank Sinatra, é a típica faixa de abertura perfeita para um álbum assim. Jazz puro. Já apresenta o ouvinte ao clima suave e confortável que estará presente no decorrer de suas 14 faixas. Não há melhor descrição do que a do próprio Paul “É um álbum que você escuta em casa depois do trabalho, com uma taça de vinho ou uma xícara de chá“.



“Home (When Shadows Fall)” é uma bela balada, bem orquestrada e acompanhada toda no piano, junto com uns solos delicados no violão. O vocal de Paul McCartney está cada vez mais delicado, cada verso mais suave que o outro. Nem todas as músicas, porém, tem a mesma força das outras, até por ser um álbum relativamente com muitas músicas. Mas com certeza cada uma delas tem sua própria história com Paul e é por isso que estão lá, doa a quem doer. Mas todas tem sua parcela de prazer. “Its Only a Paper Moon” é bem mais simpática e alegre que as outras, com solos e assovios divertidos pela durante a faixa.

“The Glory of Love”, uma das mais clássicas do disco, tem sua dignidade preservada nessa versão. Começa só com o baixo, mas aos poucos vai entrando toda a banda. Todos os arranjos muito bem pensados e postos no momento certo. “Ac-Cent-Tchu-Ate the Positive” e “We Three (My Echo, My Shadow and Me)” são dois outros belos momentos de músicas muito bem tocadas e arranjadas.

“My Valentine”, composição do Paul McCartney e com participação de Eric Clapton, é simplesmente linda. A melodia é tocante, e os solos no violão fazem você fechar os olhos e viajar. “My Very Good Friend the Milkman “ também é bem animada e “Get Yourself a Better Fool”, blues com belos solos de guitarra. “The Inch Worm” tem a participação de Diana Krall e “Only Our Hearts” mostra uma parceria de Paul com Stevie Wonder.



Não é um álbum de rock, nem de jazz, nem de blues. É o álbum de um amante da música prestando homenagem aos seus mestres. É um testamento do passado, que, através de seu legado, transborda de cada uma das músicas. Belo e singelo. Boa jogada, Paul.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mitos: The Flaming Lips - I Am The Warlus



Alguns dos novos artistas sempre pagam tributo às suas inspirações. Várias grandes músicas já foram tocadas e retocadas dessa forma. Alguns preferem o mais seguro e apenas refaz a música igual à original. Outros vão além. Pegam a original e jogam novas idéias inspiradas pelos próprios criadores, um upgrade da música.

É, por exemplo, o que The Flaming Lips fizeram com “I Am The Warlus”, dos Beatles. Eles pegaram as idéias dos próprios Beatles e a atualizaram e praticamente refizeram a música. O cuidado com os detalhes fica claro em cada momento. Ficou incrível. Wayne e suas loucuras. Genial. Confira abaixo:

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

31 anos sem John Lennon



Hoje, 8 de dezembro, há 31 anos, morria John Lennon, assassinado pelo próprio fã, que havia um pouco mais cedo, pedido um autografo a John. Eu não era nem nascido ainda e imagino a dor que o mundo sentiu com a perda deste ícone da humanidade. John Lennon, primeiro com os Beatles, depois por ele mesmo, acompanhado somente pela sua Yoko Ono, ajudou a transformar o mundo em várias esferas.

Com os Beatles, John e companhia levaram a música a dimensões nunca antes vistas. E não se limitou ao sucesso, e passou a experimentar artisticamente com seus companheiros novos sons e novos estilos. A mesma banda que lotava estádios em shows em meados dos anos 60, parou de se apresentar e se concentrou na música, lançando álbuns clássicos e ainda mais bem sucedidos, conquistando uma outra grande parcela de fãs e ajudando a construir um movimento de contra-cultura, o dos hippies, com mensagens de paz e amor.



Esse ativismo foi o segundo grande legado deixado por John Lennon ao mundo. Ele mostrou que é possível uma pessoa soltar sua voz e mostrar o que está errado, e fazer de tudo para mudar. Foi perseguido e investigado pelo FBI nos Estados Unidos, pela sua postura política, inclusive sendo quase deportado do país pelo presidente norte-americano na época, Richard Nixon.

E continuando no mundo na música, a carreira solo de John Lennon, iniciada após a separação dos Beatles, contém clássicos incríveis, comprovando sua genialidade. Em 1970, John Lennon lança o clássico álbum com Plastic Ono Band, contendo tanto músicas altamente introspectivas, quanto antiguerra. Em “Mother”, ele trata das relações familiares, sobre o abandono do pai e mãe na sua infância. Em “God”, música incrível, onde após ele passar por diversos ícones da humanidade, inclusive os Beatles, ele atesta: O sonho acabou. Sobre as questões políticas e sociais, os destaques vão para “Working Class Hero”, análise perfeita sobre a classe média trabalhadora e as suas contradições e modo de viver. “Power To The People”, uma súplica de reconhecimento do poder que o povo tem sobre mudanças e consertar as coisas erradas.



O segundo álbum, igualmente clássico, Imagine, de 1971, segue a mesma linha de músicas com críticas políticas, como a sensacional “Gimme Some Truth” e “I Don’t Want To Be A Soldier Mama” e a mais conhecida de sua fase solo, “Imagine”, que todo mundo conhece, bem como faixas altamente pessoais, como “How?” e “It’s So Hard”. O álbum também apresentou várias canções belíssimas de declaração de amor de John a Yoko, como “Jealous Guy”, “Oh My Love” e “Oh Yoko”. O álbum contém a música que eu não gosto de John Lennon, apesar de musicalmente ela ser ótima, a letra de “How Do You Sleep”, um ataque claro ao ex-beatle Paul McCartney, faz-se totalmente desnecessária.



Devido às reações hostis sobre as declarações políticas de John Lennon e a quase deportação dos Estados Unidos, John Lennon voltou a ser mais introspectivo no ótimo Mind Games, de 1973, mesmo assim apresentando algumas faixas de cunho político, porém num discurso bem mais moderado, como em “Bring on The Lucie (Freeda Peeple)”, que tenta disfarçar a intenção clara da música. O álbum também apresenta grandes faixas, como a canção título “Mind Games”, e “Tight A$”, dentre outras. John Lennon ainda viria a lançar mais dois álbuns solos, Walls and Bridges, de 1974 e Rock n Roll, de 1975, no ano que Yoko e John tiveram seu filho e entraram numa reclusão artística para se dedicarem ao filho e família.



John tinha acabado de retomar a carreira e gravado um álbum de inéditas, Double Fantasy, quando aconteceu a tragédia que selou seu destino na noite de 8 de dezembro de 1980. Resta-nos o imenso legado desse gênio que o mundo produziu e que o aproveitou ao máximo.

domingo, 30 de outubro de 2011

Panteão dos Deuses: The Beatles

Dando continuidade à coluna Panteão dos Deuses (tendo iniciado com deus, David Bowie), é hora de preparar o assento para simplesmente ninguém menos do que os Beatles. John, Paul, Ringo e George, esses quatro rapazes nasceram para mudar o mundo. Não é exagero dizer que foram eles que construíram os pilares de cada um dos inúmeros gêneros do rock n roll. Pós-década de 60, todo mundo foi influenciado direta ou indiretamente pelos Beatles. Os conceitos de cada um desses gêneros nasceram ou tomaram grandes escalas ali. “Helter Skelter”, é, possivelmente, a primeira música de heavy metal, embrionária ainda, mas os conceitos foram lançados. O rock alternativo, psicodélico, hard rock, e até mesmo o pop, não seriam os mesmos sem os Beatles.

A carreira musical dos Beatles inclusive é relativamente curta. De Please Please Me, de 1963, primeiro álbum, à Let It Be, de 1970, são apenas sete anos, mas sem dúvida foram os sete anos mais intensos e criativamente ativos que já existiu. E grande parte dessa atividade é devida aos Beatles. Esse período em que os Beatles esteve produzindo pode ser dividido em duas partes, ambas importantíssimas e inseparáveis. A primeira parte, de 1963 até 1965, quando os Beatles se tornou na primeira mega banda de rock, tornando o estilo popular em todas as partes do mundo, abrindo inclusive as portas para a Invasão Britânica, como The Who, The Kinks, Rolling Stones, dentre outros. Outro ponto determinante desse período foi que o sucesso astronômico e a idolatria da beatlemania emitiram e disseminaram amplamente as experimentações sonoras futuras. Musicalmente, esse período detém os maiores hits da banda como “Love Me Do”, “Twist and Shout”, “It Won’t Be Long”, “All My Loving”, “I Wanna Hold Your Hand”, “A Hard Day’s Night” dentre inúmeras outras. O som era muito fincado no rock no seu início, com os três grandes pioneiros do rock, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis e Little Richards, inclusive com os Beatles fazendo algumas versões de músicas deles.

O marco para o início da segunda e mais prolífera fase dos Beatles foi um encontro histórico com Bob Dylan, em 28 de agosto de 1964, que fez os Beatles usarem a maconha pela primeira vez, fato que consequentemente fez com que começassem a compor sob o efeito da droga. Isso fez com que um novo mundo completamente inexplorado surgisse. O mundo também estava mudando. A revolução social e sexual dos anos 60 estavam começando, inclusive no mundo das drogas, com o movimento de contracultura dos hippies.. Os jovens também passaram a ser politicamente conscientes, engajando-se principalmente em atos contra a guerra do Vietnã. Como os grandes nomes do rock eram ícones, eles passaram a influenciar muito a juventude e nas letras, sobretudo de John Lennon, passou a tratar de coisas mais subjetivas e com mensagens anti-guerra.

Musicalmente, o efeito pode ser notado mais claramente com Rubber Soul, de 1965, onde os Beatles deram uma incrementada no rock, com uma nova cara, alterando estruturas pré-definidas, acrescentando um peso aqui, outro ali, e inovando na utilização de instrumentos e arranjos novos e mais bem trabalhados. Com mais alguns anos, adicionando LSD na experiência, os Beatles mergulharam no rock psicodélico e mais uma vez mudaram o mundo. Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band, Magical Mystery Tour e White Album, duplo, são obras majestosas e estão dentre os melhores álbuns de todos os tempos. Tudo isso em apenas dois anos, entre 1967 e 1968.

A partir de 1969 a tensão cresceu entre os integrantes, principalmente entre John e Paul. A causa da intriga era a nova esposa de John Lennon, Yoko Hono. Mesmo assim, esses últimos anos de atividade dos Beatles geraram dois grandes álbuns, Abbey Road e Let It Be, de 1969 e 1970, respectivamente, apesar de Let it Be ter sido gravado antes de Abbey Road. Apresentando um som mais sério e maduro, ambos os trabalhos acrescentam um tom mais clássico às músicas. Por fim, em 1970, as tensões chegaram ao limite e os Beatles anunciaram seu fim, deixando para trás o maior legado que uma única banda poderia deixar. Seus integrantes partiram para carreira solo, alguns ainda lançando álbuns notáveis, principalmente John Lennon.

Mas The Beatles é o tipo da banda que só ocorre uma vez na história, na reunião de quatro grandes talentos, nenhum funcionando da mesma forma isoladamente. Então Amém, John, Paul, George e Ringo! E obrigado!