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domingo, 25 de setembro de 2011

Dinosaur Jr. No Ar Coquetel Molotov 2010


O dia era 25/09/2010, no festival de música No Ar Coquetel Molotov, no Teatro da UFPE, em Recife, Pernambuco. O festival já consolidado na cena alternativa pernambucana, vem sendo conhecido por trazer atrações bombásticas da cena indie a cada ano. Foi assim no ano em que o No Ar Coquetel Molotov fez sua estréia, em 2004, com a banda Teenage Fanclub (eu estava lá!), também tocou a banda escocesa Hell On Wheels, também muito boa. No decorrer dos anos, Beirut, em 2009, The Kills, 2005, Peter, Bjorn and John, 2008, citando apenas algumas delas.
A edição de 2010, a sétima do festival, teve como atração principal nada mais nada menos do que Dinosaur Jr, um sonho para os fãs de música alternativa ver a banda ao vivo, coisa nunca antes imaginada. O dia anterior, sexta feira, dia 24, a festa ficou por conta do pernambucano Otto. Mas a espera mesmo estava por conta de J Mascis e companhia.
É complicado para as outras bandas do dia tocarem o seu som quando todos os ouvidos estão na espera de outra banda. Mas o público foi muito receptivo e as atrações também bem interessantes, principalmente A Banda de Joseph Tourton, de Pernambuco, e a escocesa Taken by Trees.
Mas tudo mudou quando um apresentador louco fez uma digna apresentação aos gritos de Dinosaur Jr, “rock! Rock! Rock! Rock” “palmas e gritinhos frenéticos”Impossível não arrancar risos. E ai de forma simples Saruman (J Mascis) e seus companheiros sobem ao palco, ligam os instrumentos, e a partir daí é só lapada. Nunca havia ouvido guitarras tão altas. Eram três amplificadores de baixo e seis de guitarra. Eles abriram o show com “Been There All The Time”. Sensacional. Depois começou “Repulsion”, saída do primeiro álbum da banda, Dinosaur, de 1985, e seus sons sujos de guitarra. A postura da banda às vezes pode ser confundida como chata, por não conversar muito com o público e querer saber só de tocar. E o público não está nem ai. “Pieces”, do último álbum da banda, Farm, de 2009, empolga da mesma forma dos clássicos, com o baixista Lou Barlow tocando baixo como quem toca guitarra.

O público estava empolgadíssimo, deixando para trás o ambiente formal de cadeiras acochoadas do teatro para formar uma multidão na frente do palco e ficar pulando e às vezes até “invadir” o palco ou então surfando na multidão, como em “Out There”, uma das melhores músicas do Dinosaur Jr. Foi muito trabalho para os seguranças do Teatro. Ao vivo o vocal de J Mascis parece mais desleixado ainda e quando ele pisa ali no pedal, parece que ele está tocando duas guitarras, ambas no volume mais alto possível através dos seus seis amplificadores. É como se a sua guitarra fosse o vocal principal e a voz a guitarra. Eles seguiram logo com “Feel the Pain”, outro dos seus maiores hits e deixou claro que os anos 90 estavam de volta, pelo menos naquele recinto e para aquelas pessoas que partilhavam aquele momento. Depois teve outra visita aos seus trabalhos mais novos, igualmente bons, com “Over It”. Não diminuiu o ritmo da platéia, que continuou pulando e vibrando a cada nota.
A guitarra e os gritos de Lou Barlow, para o delírio da galera, anunciam “Little Fury Things” e o final com a microfonia no volume máximo, os efeitos sinistros do pedal e a voz de Mascis impassível, no álbum já parecia incrível, ao vivo é espetacular. E depois, outro clássico, “The Wagon” para todo mundo cantar junto. Se não parecia ser o bastante, continuaram com “Freak Scene”.
O show foi perfeito, foram tocados os clássicos, bem como as novas músicas. Claro que não daria para englobar todas as melhores músicas da banda, mas a escolha foi maravilhosa, além da receptividade do público com as músicas, diferente do show de Stephen Malkmus no Abril Pro Rock em 2002, que, apesar do show ter sido ótimo, o público estava em outra sintonia e parecia que queria só ouvir Pavement.
Abaixo segue o vídeo, que infelizmente não está na íntegra. Ainda teve versões épicas de “Kracked” e “Sludgefeast” (que achei no youtube), e uma Jam interminável de J Mascis na guitarra (o vídeo termina nela)
noarcm on livestream.com. Broadcast Live Free
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“Kcracked + Sludgefeast”

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Arcade Fire - The Suburbs Deluxe Edition

A excelente banda canadense Arcade Fire lançou seu terceiro álbum, The Suburbs, em 2010, pondo de volta em evidência a vida do subúrbio norte americano de classe média, tema explorado de forma impecável no seu perfeito álbum de estréia, Funeral, de 2004, melhor lançamento da primeira década deste século. Grandes canções como a própria “The Suburbs”, “Ready To Start”, “City With No Children”, dentre outras, mostram que mais uma vez Arcade Fire conseguiu chegar lá. Menos de um ano depois, eles o relançaram numa edição Deluxe, com duas faixas inéditas e uma com nova versão. As inéditas “Culture War” e “Speaking in Tongues” e uma versão estendida da já ótima “Wasted Hour”.

Uma edição Deluxe tão em cima do lançamento do original nos faz perguntar o motivo pelo qual decidiram lançá-lo agora. Ao ouvir as inéditas essa pergunta fica praticamente respondida. Talvez eles tenham se arrependido de não tê-las lançado no trabalho original, pois, além de manterem o tema principal do álbum, certamente elas teriam lugar de destaque entre o tracklist de The Suburbs, substituindo talvez as versões duplas de “Half Light” ou “Sprawl”, que nunca me desceram muito bem. Até mesmo a versão estendida de “Wasted Hour” fica melhor do que a já ótima original, numa versão mais tranqüila e sem pressa.

Enfim, ainda bem que decidiram fazê-lo, pois agora temos mais duas composições de primeiríssima qualidade, dignas dos melhores momentos de Arcade Fire.