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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Melhores Álbuns de 2013 - Menções Honrosas

Franz Ferdinand - Right Thoughts, Right Word, Right Action



A banda escocesa Franz Ferdinand está de volta depois de quatro anos. Embora a expectativa fosse de um álbum ainda melhor, Right Thoughts, Right Word, Right Action ainda tem momentos que guardam o melhor da banda, outros nem tanto. Mas é um álbum que dá para colocar para tocar e se divertir bastante com ele.


 


Tedeschi Trucks Band - Made Up Mind




Um álbum bem consistente de blues rock. Talvez merecesse uma posição no top 40, mas não consegui encaixá-lo mais em cima. Errado seria deixar passar um lançamento desse tipo, que coloca Tedeschi Trucks Band como uma banda para se ficar atento nos próximos anos.



 


David Lynch - The Big Dream




David Lynch nos apresenta um som muito interessante, baseado num blues mecânico, eletrônico, quase robótico, que gera algumas músicas especiais, como “Cold Wind Blow”, e a cover de Bob Dylan “The Ballad of Hollis Brown”.




Stone Gossard – Moonlander


Um álbum que surpreendeu bastante. É o que se pode dizer de Moonlander, que gera um resultado inesperado no ouvinte, principalmente se este já acompanha a longa e bem sucedida carreira do guitarrista Stone Gossard. O resultado pode ser bem diferente, no entanto, para um leigo, que não sabe quem Stone Gossard é. Mas, sinceramente, desconfio que alguém percorra esse caminho sem conhecer a história de Stone, a qual, com certeza, ficou ainda mais interessante depois de Moonlander. Duas faixas aqui são maravilhosas e levam o disco para outro nível, “Both Live” e “Your Flames”.


 


Islands - Ski Mask





Ski Mask é uma junção de todas as facetas da banda Islands. Sendo a sequência do ótimo e direto A Sleep & A Forgeting, do ano passado, perde um pouco o brilho. Mas ainda assim, é um bom álbum, marcado por algumas músicas bem interessantes, como “Wave Forms”.





Jim James - Regions Of Light and Sound of God




Regions of Light and Sound of God é um álbum para se escutar descansando, de olhos fechados, quase em estado meditativo, relaxando e pensando na vida. Musicalmente, Jim James alcança novos horizontes que não seriam possível com o seu trabalho com My Morning Jacket.





The Flaming Lips - The Terror




The Terror é, por fim, sinistro. Tanto pelo seu conceito quanto pela sua execução. Numa análise musical, lendo a música como uma forma de entretenimento, é um álbum horrível. No entanto, num sentido mais nobre e amplo, elevando da música seu papel artístico, The Terror é uma obra prima. É a execução máxima de um projeto ambicioso, que chega a sacrificar a si mesmo em virtude da representação exata de um sentimento horrendo. E, diante do recentíssimo atentado terrorista na Maratona de Boston que aconteceu hoje, o desespero, o medo, enfim, o terror é o que está representado nessas faixas. Um álbum que somente The Flaming Lips seria capaz de fazer. 


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Resenha de Stone Gossard - Moonlander


Stone Gossard é um guitarrista e compositor bastante prestigiado no meio musical, sobretudo e especialmente, pelo seu papel na banda Pearl Jam, compondo eternos clássicos da banda, como “Alive”, “Black”, “Do The Evolution” e inúmeras outras. Mas engana-se quem pensa que Stone ficou limitado ao seu trabalho em Pearl Jam. Stone coleciona em sua carreira algumas aventuras musicais, como os projetos paralelos Bayleaf, de 2001 e alguns álbuns de estúdio com a banda paralela Brad (alguns bem interessantes, como Interiors, de 1997 e Welcome to Discovery Park, de 2002), para a qual Stone se volta ocasionalmente para relaxar e fazer música com um outro grupo de amigos. No entanto, nenhum desses projetos é tão aventureiro e, por isso mesmo, empolgante e inesperado, como o seu novo trabalho solo, intitulado Moonlander. Antes de mergulhar no disco, vamos primeiro falar sobre o processo de criação dele.

Stone Gossard, antes de guitarrista, é um compositor e ele certamente não só escrevia aquelas faixas que transpareciam nos trabalhos de Pearl Jam e Brad. A ideia de Moonlander começou quando Stone foi procurar algumas demos inacabadas para ver se tinha algo que ainda o empolgava. Então, de mais de cinquenta demos que ficaram perdidas e encostadas no decorrer de mais de dez anos, Stone escolheu as onze que achou melhor para trabalhar, finalizá-las e juntá-las num disco. Moonlander é, então, o resultado dessa compilação e tem realmente esse clima de compilação: músicas desconectadas entre si, algo como se desse para perceber que não é um álbum pensado diretamente assim, é apenas um bocado de músicas juntas. Esse fator acaba chamando atenção para outra coisa mais importante ainda: Stone Gossard é ainda melhor compositor do que suas canções deixavam transparecer nos seus principais trabalhos em Pearl Jam e Brad. A variedade encontrada em Moonlander é riquíssima e tudo vinda de um único compositor e executor, já que foi Stone que praticamente tocou, gravou, cantou, mixou e fez tudo, inclusive a arte, inspirado nas pinturas de sua filha de seis anos, com um senso de liberdade das regras convencionais.



O disco mostra faces artísticas e estilísticas que mesmo os fãs de Pearl Jam, Brad e do próprio Stone não conheciam. E são essas as melhores fatias de Moonlander. “I Need Some Different” traduz praticamente o que será encontrado no disco. A música que abre o disco é com um riff muito poderoso, bem agressiva e que, mais arrumada, poderia ser uma música de Pearl Jam. Mas o que chama muita atenção, embora tenha um papel relativamente pequeno na música, são os efeitos especiais, teclados, sintetizadores espaciais. “Moonlander”, por sua vez, tem um ritmo bastante interessante, quebrado e novamente com arranjos bem interessantes e diferentes do que se espera diante os trabalhos anteriores de Stone Gossard. Em determinado momento, no final da música, até lembra alguns efeitos de “Space Oddity”, de David Bowie.





Mas são as duas faixas seguintes que levam o disco Moonlander para um outro nível, tanto de superar expectativas quanto pela qualidade da composição. “Both Live”, desde o primeiro segundo, impressiona e vai crescendo enquanto a música vai correndo, mostrando até um trabalho vocal bem interessante de Stone, um folk rápido acompanhado no piano e no violão. Muito, muito bom. Para provar que estamos entrando em território inexplorado, em “Your Flames”, Stone Gossard, grande guitarrista de Pearl Jam, deixa o violão para segundo plano e adiciona um piano nessa balada belíssima.




Depois dessas duas músicas, o que vier mais já é considerado lucro. E, embora tenha algumas músicas um pouco mais fracas, ainda tem espaço para algumas surpresas e faixas divertidas, como é o caso de “King of The Junkies”, com saxofones,“I Don’t Want to Go to Bed” (inspirada no trabalho que deve ser para colocar na cama sua filhinha?).

Moonlander gera um resultado inesperado no ouvinte, principalmente se este já acompanha a longa e bem sucedida carreira do guitarrista Stone Gossard. O resultado pode ser bem diferente, no entanto, para um leigo, que não sabe quem Stone Gossard é. Mas, sinceramente, desconfio que alguém percorra esse caminho sem conhecer a história de Stone, a qual, com certeza, ficou ainda mais interessante depois de Moonlander.