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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Melhores Álbuns de 2020

Por todo o apoio e conforto espiritual, a trilha sonora para momentos difíceis - nas batalhas vencidas ou mesmo nas que infelizmente perdemos (perdi meu pai para o covid-19 - e in memoriam (foi tambémuma das vítimas do covid-19, aos 76 anos), o melhor disco do ano vai para Rev. John Wilkins, com o disco Trouble. 

Procure a playlist do FilhodoBlues-2020 no Spotify para ouvir os destaques de cada álbum. 






quarta-feira, 1 de abril de 2020

Resenha de Gigaton, de Pearl Jam



Por diversos motivos, emocionais, artísticos/estéticos e políticos, o rock vem me decepcionando nos últimos anos, sobretudo após a morte repentina de David Bowie, o que pode não ter nada a ver, mas para mim foi um marco referencial. Para agravar a situação, outras bandas que eram referências para mim foram decepcionando a cada novo lançamento. Arcade Fire, Queens Of The Stone Age, são só dois grandes exemplos dessas bandas que acabaram cedendo a tendências do mundo pop e eletrônico, especialmente uma onda new-wave, que, ironicamente, era bastante influenciada pelos experimentos de Bowie. Ao saber que Pearl Jam iria lançar um novo álbum, o primeiro desde Lightning Bolt, de 2013, confesso que fiquei receoso que a banda abriria mão do seu estilo clássico e cederia às exigências do mundo fonográfico em busca de ampliar seu público. O mundo já não seria mais o mesmo: David Bowie estava vivo e surpreendendo o mundo como sempre, com o disco The Next Day, Arcade Fire lançava Reflektor, e Queens Of The Stone Age completava o belo ano musical com ...Like a Clockwork. Por fim, esse receio veio acompanhado de um calafrio ao ouvir o primeiro single de Gigaton, nome do novo disco, “Dance of The Clairvoyants”, que reúne todos os elementos que temia. Mas nada como um dia após o outro. Gigaton é um dos discos mais ricos e interessantes da banda, que já tem em seu catálogo grandes clássicos desde a década de 90.
A partir da capa de Gigaton e através de suas músicas, percebe-se claramente a preocupação de Pearl Jam com a política, em especial o tema do meio ambiente. A variedade de sons é bem grande, mostrando a experiência e a riqueza do percurso em três décadas de carreira. Tem as faixas mais pesadas, no estilo clássico, outras mais experimentais e introspectivas, bem como acústicas.




O disco começa com “Who Ever Said”, mostrando já de início toda a energia que a banda ainda dispõe ao afirmar que ainda tem o que dizer, pois, como diz a letra, “quem disse que tudo já foi dito abriu mão da satisfação”. A música também conta com variações rítmicas bem interessantes. “Superblood Wolfmoon”, outra bastante rápida e pesada, os riffs de guitarra estão bem definidos e acompanhados aqui por um belo solo. Essa dupla inicial certamente agrada os fãs mais antigos, que exigem muita guitarra e energia de Eddie Vedder. É porque o oposto vai acontecer agora com a faixa seguinte, “Dance of The Clairvoyants”, a viagem da banda pelo experimento new-wave.
Após o delírio, uma rápida fuga, é o que se trata de “Quick Escape”, muito peso e riffs novamente e uma letra pessimista sobre os caminhos que estamos tomando, cutucando o presidente dos Estados Unidos, com a pessoa indo de um lugar para outro em busca de um lugar onde Trump ainda não tinha fudido tudo. As coisas se acalmam com a belíssima “Alright”, sobretudo num mundo onde a vida está cada vez mais rápida, cobrando para vencermos sempre. Eddie Vedder diz na letra “tudo bem, ficar sozinho, ficar quieto, dizer não, ser uma decepção na sua própria casa, tudo bem desligar tudo, ignorar as regras do estado, é por você mesmo”.

 “Seven O’Clock” é uma das melhores faixas de Gigaton, tanto musicalmente quanto em relação à letra, e poderia muito bem colocá-la na lista de melhores da banda. Uma letra fluindo rápido e sempre com novas imagens e reflexões que clamam para que trabalharmos juntos para transformar essa situação fudida em que nos achamos, sem tempo para depressão ou hesitação autoindulgente. Na letra, várias indiretas para Trump e uma mensagem: “much to be done”.
Em “Never Destination” e “Take The Long Way” o hard rock clássico da banda retorna com satisfação. “Buckle Up” é bem leve e agradável e prepara caminho para a extremamente emotiva “Comes Then Goes”, claramente uma homenagem ao amigo de longa data da banda, Chris Cornell, que morreu em 2017. Só Eddie e o violão exalando emoção. “Retrograde” e “Rivercross”, as quais falam com preocupação sobre as mudanças climáticas, mantém o clima calmo e introspectivo e finalizam o álbum.
Muito mais do que ficar querendo colocar em que posição o novo disco vai ficar na carreira de Pearl Jam, o melhor a fazer é comemorar que rock ’n’ roll com consciência e propósito como esse ainda é feito hoje em dia, o que o torna muito mais relevante do que muita coisa que vem sendo produzida ultimamente.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Eddie Vedder e Stone Gossard, do Pearl Jam, mostram a importância do Grammy (ou a falta dela)



Em 1996, Pearl Jam recebeu o Grammy pela Melhor Performance de Hard Rock, com a música “Spin The Black Circle”, do álbum Vitalogy, de 1994. Para receber o prêmio, a banda protagonizou um dos momentos mais bizarros e inesperados da história do Grammy Awards. Meio que querendo se esconder, Eddie Vedder murmura: "I don't know what this means ... I don't think it means anything,". A reação da plateia indecisa foi mista, poucos aplausos e a maioria perplexa.




No DVD de comemoração dos vinte anos de banda, Pearl Jam Twenty , o guitarrista Stone Gossard faz um tour pela sua casa, mostrando diversos souvenirs que ele colecionou durante a carreira. Stone chama para o porão: "There must be something on the basement”. No ambiente escuro e empoeirado, portanto uma lanterna, ele exclama: “Look, there's a grammy!". É ali onde o Grammy Awards é tão vaidosamente guardado.








Na edição de 2015, Beck foi um dos grandes vencedores, levando para casa os prêmios de Melhor Álbum de Rock e Melhor Álbum do Ano com Morning Phase. Jack White ganhou a Melhor Performance de Rock, com "Lazaretto" (White e Arcade Fire perderam o Melhor Álbum de Rock Alternativo para St Vicent). Pearl Jam recebeu o prêmio de Melhor Pacote de Gravação, com Lightning Bolt, pelo trabalho de Jeff Ament, Don Pendleton, Joe Spix & Jerome Turner, diretores de arte. Para o prêmio de Melhor Álbum de Blues deu o óbvio: a justa premiação de Step Beck, de Johnny Winter. Além de Buddy Guy, que recebeu o Lifetime Achievment Award.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Win Butler se junta a Pearl Jam em "Rockin' In The Free World", na Austrália



Tanto Pearl Jam quanto Arcade Fire estão no momento em turnê pela Austrália pelo festival itinerante Big Day Out. A relação entre as bandas parece ter se estreitado. Recentemente, Win Butler se reuniu com Jeff Ament para uma partida de basquete. Como Pearl Jam adora levar ao palco artistas amigos para tocar alguma música juntos, não deu outra. Ontem, em Perth, na Austrália, Win Butler se juntou à banda para tocar a clássica cover do conterrâneo canadense Neil Young, “Rocking In The Free World”. Confira:


domingo, 29 de dezembro de 2013

Melhores Álbuns de 2013 - Parte IV



Começo a escrever esta postagem com uma solenidade quase religiosa. Desde que, por pura paixão, comecei com o Filho do Blues, havia uma satisfação imensurável a cada resenha que escrevia. Mas, da mesma forma, havia sempre tristeza proporcional. Toda vez que conseguia pescar uma preciosidade, ao mesmo tempo que eu comemorava, vibrava e me arrepiava, vinha uma consciência severa que lamentava profundamente: “mas você nunca escreverá uma resenha para um álbum inédito de David Bowie”. E assim eu seguia em frente. Desde que The Next Day foi anunciado, ele guarda a sua posição em primeiro lugar na lista e hoje é finalmente coroado com tal posto, fazendo de Bowie também a personalidade do ano, já que toda promoção do disco foi feita sem entrevista, sem show, sem aparição em programas de TV.




The Next Day tem recebido fantásticas resenhas, dizendo inclusive que era o melhor álbum de retorno da história do rock. Pessoalmente, mesmo com todo entusiasmo que eu estava por ouvir o álbum, eu não esperava que ele seria assim. Bowie escolheu se resumir artisticamente no decorrer de quatorze faixas – sem contar com as três músicas bônus que ainda não saíram – o que, naturalmente, produz um álbum cuja riqueza é sem igual. Ninguém mais, só David Bowie seria capaz de compor um trabalho dessa magnitude.








Reflektor é mais uma obra prima de Arcade Fire e os coloca de vez como a melhor banda da última década. Mesmo ganhando o prémio máximo da música no trabalho anterior, não hesitaram em dar uma mudança de direção forte, mas mesmo assim sem uma ruptura total, o que foi mais ou menos sugerido que seria com algumas entrevistas que a banda concedeu. Enfim, tudo em Reflektor é grandioso, bem pensado e articulado, mais vasto do que os demais, tanto na riqueza musical – que já era imensa – quanto na temática. É um álbum ambicioso e muito bem sucedido, confeccionado por uma banda excepcional. Um novo clássico.










É o melhor trabalho de Queens of The Stone Age? Não, mas também é muito difícil igualar o nível de álbuns como Songs for The Deaf e Rated R. No entanto, em Like Clockworks mostra exatamente o quão grande e competente a banda é, mesclando momentos de sucesso certo, para ampliar o status de banda de festival, e outros nos quais arrisca novos sons e estilos sem se sentir ameaçada.





4. Pearl Jam - Lightning Bolt





Lightning Bolt é, por fim, mais um grande registro de uma ótima banda que já superou essa polêmica de tentar fazer um novo Ten ou Vs. É notório que eles estão preocupados apenas em se divertir uns com os outros e criar novos sons para comunicar sentimentos. E esse é o espírito da coisa. Ao não tentar mudar e abalar as estruturas do mundo mais uma vez, eles contentam-se em fazer parte dele. Uma parte importante inclusive.








Modern Vampires of The City é praticamente perfeito. É um álbum irretocável, a começar pela capa, uma imagem aérea, tirada pelo fotógrafo do New York Times, Neal Boenzi, olhando para o sul do Empire State Building, em preto e branco de Nova Iorque quase pós-apocalíptica, poética e sombria. Inspiradora.  Modern Vampires of The City apresenta uma banda totalmente regulada em seu pico criativo, embora atuando em um espaço sonoro talvez mais limitado que os dois trabalhos anteriores, o que, de forma alguma, tira a genialidade, apenas modifica sua forma, produzindo músicas mais concisas.









AM pode dividir opiniões entre aqueles que foi um fracasso e a morte de uma banda enérgica do rock’n roll, e outros irão celebrá-los como uma obra de uma banda que livrou-se de um rótulo para entrar no território indefinido, onde está com segurança e à vontade de arriscar o que for. Condição que poucos tem no mundo da música, que vive de rótulos. Eu estou com o segundo grupo.









O melhor álbum de blues do ano vai para Corey Harris. Fulton Blues é um maravilhoso álbum de um artista genioso e sincero para com as suas raízes, que usa uma trágica história como plano de fundo para dar margem à sua música se desenvolver. Corey Harris é, definitivamente, um dos nomes mais fortes na cena blues, tendo construído uma carreira sólida e versátil, a qual é enriquecida por mais este lançamento.





8. Mundo Livre & Nação Zumbi - Mundo Livre vs Nação Zumbi






O melhor álbum nacional do ano fica com os pernambucanos do Mundo Livre S.A e Nação Zumbi na concepção e realização dessa ideia genial. Esta série de “Embate do Século” ganha não somente mais um capítulo, mas também contribuiu para produzir um dos registros mais interessantes da música brasileira recente. Mesmo que sejam regravações de clássicas músicas, o nível de ineditismo aqui é de surpreender e de agradar. E muito.











Nobody Knows é, finalmente, um trunfo para Willis Earl Beal, que conseguiu perceber as fragilidades do seu som, intencionais ou não, e melhorá-lo para um formato mais acessível, porém, não menos interessante. Enquanto que Acosumatic Sorcery obteve resenhas misturadas, Nobody Knows a crítica está bem mais unânime quanto a sua genialidade. A cada novo passo, Willis Earl Beal se encaminha para ser – se ainda não for – um dos nomes mais originais da música.









Rhythm & Blues é um álbum de um grande artista, guitarrista e músico do blues. Acontece algo curioso; para Buddy Guy, um dos últimos sobreviventes da era de ouro do blues, que teve seus grandes momentos na década de 60 e 70 (Hoodoo Man Blues [1965], I Left My Blues in San Francisco [1967], A Man and The Blues [1968] e I Was Walking Through The Woods [1974] são ótimos exemplos dessa fase), quanto mais velho melhor. As últimas duas décadas de sua carreira contou com lançamentos incríveis, sobretudo a partir de Damn Right, I’ve Got The Blues, de 1991, passando por ótimos álbuns, como Sweet Tea, de 2001 e Living Proof, de 2010. Lista que recebe mais um título agora, Rhythm & Blues.





MELHORES ÁLBUNS DE 2013 - PARTE III - DO 20 ATÉ O 11
MELHORES ÁLBUNS DE 2013 - PARTE II - DO 30 ATÉ O 21
MELHORES ÁLBUNS DE 2013 - PARTE I - DO 40 ATÉ O 31
MELHORES ÁLBUNS DE 2013 - MENÇÕES HONROSAS.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Assista ao Especial de Pearl Jam sobre o novo álbum, Lightning Bolt




Semanas antes do lançamento de Lightning Bolt, Pearl Jam lançou, via youtube, um pequeno vídeo sobre o processo de gravação do álbum e composição, respondendo perguntas de fãs e de outros artistas. Agora, depois de lançado, a banda disponibilizou uma versão um pouco maior do especial, com vinte e dois minutos, com treze minutos a mais do que a primeira versão. No vídeo, a banda fala das inspirações que levaram a concepção de Lightning Bolt, junto com trechos do clipe de “Mind Your Manners”, “Sirens” e um pouco de "Lightning Bolt" e "Getaway". E termina com Eddie Vedder e o diretor, Danny Clinch, no carro botando o álbum para tocar. Confira: 



terça-feira, 29 de outubro de 2013

Confira os diversos artistas que pagaram tributo a Lou Reed nos últimos dias



Com certeza não seria apenas o Filho do Blues a prestar homenagens a uma lenda como Lou Reed. As inúmeras bandas que estão em turnê pelo mundo não poderiam deixar de reagir a uma perda desse tamanho e, naturalmente, vão tocando uma ou outra canção de Lou Reed nos seus shows. É o caso de Arctic Monkeys, que tocou uma das músicas mais famosas de Lou, “Walk On The Wild Side” no seu show em Liverpool, no dia 28, um dia após a morte de Lou Reed.

 

Pearl Jam foi outra banda que prestou homenagens a Lou Reed tocando uma cover de Velvet Underground, “I’m Waiting For The Man”, no show em Baltimore, no domingo.





No festival anual do Bridge School Benefit, que ocorreu no último fim de semana, My Morning Jacket recebeu o acompanhamento de Neil Young, Elvis Costello, Jenny Lewis, dentre outros, para tocar “Oh! Sweet Nuthin’”

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Outra banda que pagou tributo a Lou Reed foi Arcade Fire, que fez ontem uma sessão ao vivo para NPR, no Capitol Studios, em Los Angeles, e tocou trechos de duas músicas de Lou Reed do álbum Transformer, “Perfect Day”, que utilizou como introdução para “Supersymetry”, música do novo disco deles, e “Satellite Of Love”, que, por sua vez, concluiu a música. ("Perfect Day" em torno de 17 minutos e "Satellite of Love" mais ou menos no minuto 22).




Também vale a pena conferir algumas versões das músicas de Lou Reed por outros companheiros. Quem conhecer alguma versão especial de alguma das músicas de Lou Reed, pode se sentir a vontade de postar nos comentários.




quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pearl Jam alcança topo da Billboard pela quinta vez



Há controvérsias para a afirmação de que Pearl Jam tornou-se uma banda anticomercial. Isso porque a banda acaba de alcançar, pela quinta vez, o primeiro lugar nas paradas americanas da Billboard com Lightning Bolt, seu décimo disco de estúdio, vendendo 166 mil cópias na semana de lançamento e deixando para trás ninguém menos que Paul McCartney (vale ressaltar que a Billboard é tão somente do mercado norte-americano). Pearl Jam atingiu o topo em outras quatro oportunidades, com Vs, de 1993, Vitalogy, de 1994, No Code, de 1996 e também com o até bem recentemente último trabalho da banda, Backspacer, de 2009, que vendeu na ocasião 189 mil unidades. O clássico Ten, de 1991, ficou com o segundo lugar, juntamente com Yield, de 1998, Binaural, de 2000 e Pearl Jam, de 2006. Apesar do primeiro lugar, Lightning Bolt é a menor quantia vendida na primeira semana da carreira de Pearl Jam, reflexo ainda da crise do mercado fonográfico. Ainda assim, é a maior desde novembro para um artista de rock, quando Phillip Phillip vendeu 169 mil cópias de The World From the Side of The Moon.

Esses recentes resultados refletem diretamente de uma mudança de postura da banda, que, sobretudo nos dois últimos trabalhos de estúdio, focaram mais abertamente em participar de programas, conceder entrevistas e, inclusive, lançar mais vídeo clipes. Sem dúvidas, a segurança, a naturalidade e a autoconfiança que a banda deixa transparecer em Lightning Bolt não se limitam a seu som. Pearl Jam, enquanto banda, encontra-se tão segura quanto jamais esteve.


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Resenha de Pearl Jam - Lightning Bolt



Para o bem ou para o mal, a verdade é que Pearl Jam persiste em atividade na cena musical como uma das bandas mais influentes dos últimos vinte anos. Mas não vou me alongar aqui naquela coisa de cena grunge e bla bla bla. Este post é para celebrar uma grande banda que se mantém atualizada e produtiva, chegando agora ao seu décimo disco, sempre fieis, acima de tudo, a si mesmos. Eu sei, todos já conhecem a tal de “Black”, todos já pularam ao som de “Even Flow” e, no mínimo, arrepiaram-se ao ouvir “Alive”. Mas, no decorrer dos anos, a carreira planejada de forma independente e espontânea, Pearl Jam tornou-se numa entidade atemporal no mundo musical. Apesar de ainda ser relacionada em um primeiro momento e aos mais desavisados a essa “cena grunge”, um olhar um tanto mais cirúrgico adentro da carreira dessa banda de Seattle perceberá que eles já se livraram há muitos anos desse termo e desse som, se é que algum dia existiu uma unidade nesse “som”. Mas, enfim, eu falei que não iria me alongar nesse assunto e não vou mesmo. Tratarei Pearl Jam como eles se mostram em Lightning Bolt, décimo registro de estúdio da banda, e nos demais álbuns, como uma banda de rock clássico.



O tempo entre Backspacer e Lightning Bolt é um dos mais longos na carreira de Pearl Jam, pouco mais de quatro anos. Esse período, no entanto, foi de grande atividade para cada um de seus integrantes, além da celebração coletiva de vinte anos da banda, que gerou um documentário oficial, o PJ20, que inclusive desencadeou uma turnê que passou pela América do Sul em 2011 – shows em São Paulo nos quais eu estava lá. Posteriormente, cada um tomou seu rumo e ocupou seu tempo criativamente em outros projetos. Eddie Vedder, por exemplo, embarcou na carreira solo com seu disco de estreia, Ukulele Songs, de 2011, enquanto Matt Cameron preferiu ressuscitar a outra banda dos seus camaradas, Soundgarden, com o lançamento de King Animal, em 2012. Já Stone Gossard trabalhou bastante, lançando novos trabalhos tanto com sua banda paralela, Brad, United We Stand, de 2012, como seu trabalho solo lançado este ano, Moonlander. Mike McCready decidiu reeditar o trabalho com Mad Season, além de participar de gravações em algumas outras bandas menores. Até mesmo o quieto Jeff Ament lançou mais um álbum solo nesse período, While My Heart Beats, de 2012. Diante de tantos trabalhos, dos mais diversificados, a impressão que dá é que os quatro anos sem se trancarem no estúdio durou bem mais. O resultado é que os quatro integrantes, acrescido de Boom Gasper, entraram no estúdio no momento ideal e se focaram em produzir o melhor disco, como o próprio Vedder afirmou em entrevista à Rolling Stone.




Essa energia e vigor são transparente nas três primeiras faixas de Lightning Bolt, que começa a cem por hora. “Getaway” é uma das melhores músicas do álbum, contando ainda com uma letra muito interessante, que questiona a imposição das crenças aos outros, tema bastante atual. “it’s okay, sometimes you find yourself having to put all your Faith in no faith / mine is mine and yours won’t take its place”. É uma das que são pesadas e rápidas sem ser aquele punk já natural de Pearl Jam. Eddie Vedder coloca força e vigor no seu vocal como já há algum tempo não se via. A pancadaria continua com “Mind Your Manners”, primeiro single de Lightning Bolt, que mostra a veia punk da banda, que já é de regra ter umas nesse estilo nos álbuns. A diferença é que ela é mais bem construída do que as anteriores nesse mesmo estilo, como “Comatose”, do abacate, ou “Gonna See My Friend”, de Backspacer. O baixo de Jeff Ament se sobressai no início de “My Father’s Son”, enquanto Eddie vai cantando quase que falado. Do meio pro final, após uma suavizada, a fúria e a intensidade do vocal aumenta e essa variação é que exalta sua qualidade.

Depois de três intensas músicas, chega a hora de pisar no freio com a belíssima “Sirens”, segundo single do trabalho. Com a música de Mike e a letra de Eddie, “Sirens” é um poço de sensibilidade, transformada em belas variações melódicas bem interessantes em um formato mais comercial. Sem dúvida, um hit. O ritmo volta a acelerar com a faixa que dá título ao álbum, “Lightning Bolt”, mostrando uma banda afiada, como se fosse gravada ao vivo no estúdio, sem tratamento algum. Parece que cada um da banda tem seu momento de brilho aqui. Será ainda mais maravilhosa no show. “Infallible” relembra um pouco da era de Vitalogy, sobretudo o riff de “Tremor Christ”. Alguns arranjos interessantes a fazem não passar despercebida, mas não acompanha a mesma qualidade das demais.





Chegou o momento de a banda arriscar um pouco mais e explorar novos territórios, embora sempre com um pé em solo seguro. “Pendulum”, sombria, com o piano criando o ambiente. O ritmo, no entanto, lembra um pouco “Parting Ways”, de Binaural. Melodia muito bonita, com Vedder bem absorvida por ela com mais uma vez a voz impecável. Pearl Jam continua explorando e experimentando novos sons, para desespero dos grungeiros. Talvez ela combinava mais se tivesse ficado para fechar o álbum, como a sua prima de Binaural. Após a experimentação, Pearl Jam volta para a zona de conforto com a mediana e correta “Swallowed Whole”, bem a cara de composição de Eddie. Mas logo em seguida volta a ter ingredientes novos e inesperados, como em “Let The Records Play”, com uma pegada bem blues, coisa que Pearl Jam não havia experimentado ainda, talvez apenas no seu formato mais lento, como em “Come Back”. “Sleeping By Myself”, embora não seja totalmente inédita, já que figurou em Ukulele Songs, de Eddie Vedder, ganha aqui uma nova roupagem com a banda completa, inclusive, bem country. Ainda assim, no final Eddie ainda empunha seu ukulelezinho de sempre. O clima acústico guia as duas faixas finais, com “Yellow Moon”, misturando com um solo de guitarra bem intenso, embora curto, e “Future Days”, basicamente Eddie, seu violão, e um pouco de Boom Gasper, o que ainda não havia ocorrido em Lightning Bolt e a letra mais positiva do álbum. O único ponto fraco do disco é que em alguns momentos eles poderiam ter alongado mais a faixa, desenvolvido mais um solo ou algo assim.

Lightning Bolt é, por fim, mais um grande registro de uma ótima banda que já superou essa polêmica de tentar fazer um novo Ten ou Vs. É notório que eles estão preocupados apenas em se divertir uns com os outros e criar novos sons para comunicar sentimentos. E esse é o espírito da coisa. Ao não tentar mudar e abalar as estruturas do mundo mais uma vez, eles contentam-se em fazer parte dele. Uma parte importante, inclusive. 



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Ouça "Sirens", música do novo single de Pearl Jam


Pearl Jam dá continuidade para o lançamento de seu novo disco, Lightning Bolt, que chegará às lojas em outubro, com o novo single, programado para quinta feira, "Sirens". Enquanto que a primeira amostra foi o punk vigoroso de "Mind Your Manners", "Sirens", por sua vez, mostra a faceta oposta da banda, através de uma belíssima balada de quase seis minutos de duração, com direito a piano e um solo incrível de Mike McCready e a voz de Eddie Vedder soando mais emotiva do que nunca. Confira nesse link. (a faixa ainda não está disponível no youtube, mas assim que estiver eu coloco aqui). 

UPDATE: Vídeo Clipe devidamente postado! Diferentemente de "Mind You Manners", o vídeo agora é basicamente a banda tocando ao vivo, dirigido por Danny Clinch, que já trabalhou com a banda dirigindo o DVD Immagine in Cornice. Interessante a troca de violão de Mike e Eddie. Mike fica com o violão de doze cordas até o momento do seu solo, depois Eddie pega o violão e vai até o final. 








sábado, 24 de agosto de 2013

Assista ao novo clipe de Pearl Jam, "Mind Your Manners"


Pearl Jam acaba de lançar o vídeo clipe para o primeiro single, “Mind Your Manners”, de seu novo álbum, Lightning Bolt, que será lançado em outubro próximo, no dia 15. Dirigido por Danny Clinch, o explosivo clipe faz menção ao título do disco literalmente, com a banda tocando diante uma tela que vai mostrando vários tipos de situações desastrosas, alternando imagens e animações, lembrando um pouco as de “Do The Evolution”, mas que dessa vez relembra eventos mais atuais, como o onze de setembro, aquecimento global e o furacão Sandy e guerras, por exemplo. Confira o intenso vídeo de “Mind Your Manners”:



domingo, 14 de julho de 2013

Guia de Lançamentos Futuros para o 2º semestre - Parte II




Kings of Leon – Mechanical Bull – 24/09/2013




Mais uma grande banda entrega um novo trabalho em setembro. Se tornando reconhecida como uma das bandas mais popular na hora de grandes shows em festivais, eles quiseram dar continuidade à diversão de tocar esses tipos de shows, segundo o baterista Nathan Followill. O primeiro single de Mechanical Bull irá sair em 17 de julho e se chama “Super-Soaker”, então fiquem atentos.

Arnaldo Antunes – Disco – Outubro

Divulgando uma faixa de Disco desde junho, a cada primeira segunda feira do mês, o cantor, compositor e poeta Arnaldo Antunes dita a divulgação do seu novo disco. As duas amostras possuem tudo aquilo que um fã de Arnaldo Antunes espera: a voz tranquila e descontraída de Arnaldo, uma gigante abrangência lírica, com trocadilhos e metáforas sensacionais. Confira “Muito Muito Pouco”.




Of Montreal – lousy with sylvianbriar – 08/10/2013




Depois de fracassos por alguns anos seguidos, Of Montreal tenta dar mais uma cartada par aver se consegue alcançar mais uma vez a qualidade de trabalhos de alguns anos passados. Para isso, o líder e compositor da banda, Kevin Barnes se inspirou no processo criativo das bandas do final dos anos 60 e inícios dos 70, com uma produção muito veloz e espontânea. Talvez seja a última chance da banda se reerguer novamente. The Strokes aproveitou a chance, Of Montreal conseguirá? É o que veremos no dia 8 de outubro. A primeira amostra é promissora, “fugitive air”, bem estilo Rolling Stones.




Pearl Jam – Lightning Bolt – 15/10/2013




Pearl Jam anunciou o álbum seguinte a Backspacer, de 2009, para outubro e já soltou uma amostra bem interessante, “Mind Your Manners”, com a veia punk da banda. O disco foi produzido pelo antigo colaborador, Brendan O’ Brian.




Arcade Fire – Ainda Sem Título – 29/10/2013






Poucas informações chegaram até o momento, mas a principal a gente já tem. O sucessor de The Suburbs, de 2010, irá chegar às lojas no dia 29 de outubro, com a promessa do produtor James Murphy de ser mais um grande e ótimo álbum da banda. A conferir.




quinta-feira, 11 de julho de 2013

Pearl Jam anuncia novo álbum, Lightning Bolt, e nova música, "Mind Your Manners"!



Finalmente! Depois de muita antecipação e espera, diante de uma contagem regressiva de três dias angustiante, Pearl Jam revelou o seu segredo. Essa semana tem sido bem movimentada para os fãs de Pearl Jam. No começo da semana, zerou a primeira contagem regressiva, que revelou uma nova turnê norte americana da banda e, automaticamente, iniciou uma nova contagem de três dias que acabou nesse instante. Muito havia sido especulado, desde a divulgação de um novo single, chamado “Mind Your Manners”, até a um provável lançamento de um novo álbum.




O fim da contagem regressiva veio para confirmar de uma vez as suposições: o disco sucessor de Backspacer, último trabalho inédito da banda, de setembro de 2009, será lançado no dia 15 de outubro de 2013 e se chama Lightning Bolt. Junto ao anúncio, a banda divulgou um vídeo-teaser de Lightning Bolt de aproximadamente quarenta segundos, com um trecho de uma das novas músicas e algumas imagens da banda no estúdio. Além desse teaser, onde há a confirmação de uma faixa “Mind Your Manners”, que levamos a inferir que seja dela o trecho tocado no vídeo, o canal oficial de Pearl Jam no youtube publicou a música completa! O estilo é daqueles punks vigorosos. Confira abaixo o teaser de Lightning Bolt e "Mind Your Manners" e acesse o site oficial da banda para acompanhar a derradeira contagem regressiva, nesse momento está em noventa e quatro dias, vinte horas, quarenta e sete minutos e cinquenta segundos.


 


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Resenha de Stone Gossard - Moonlander


Stone Gossard é um guitarrista e compositor bastante prestigiado no meio musical, sobretudo e especialmente, pelo seu papel na banda Pearl Jam, compondo eternos clássicos da banda, como “Alive”, “Black”, “Do The Evolution” e inúmeras outras. Mas engana-se quem pensa que Stone ficou limitado ao seu trabalho em Pearl Jam. Stone coleciona em sua carreira algumas aventuras musicais, como os projetos paralelos Bayleaf, de 2001 e alguns álbuns de estúdio com a banda paralela Brad (alguns bem interessantes, como Interiors, de 1997 e Welcome to Discovery Park, de 2002), para a qual Stone se volta ocasionalmente para relaxar e fazer música com um outro grupo de amigos. No entanto, nenhum desses projetos é tão aventureiro e, por isso mesmo, empolgante e inesperado, como o seu novo trabalho solo, intitulado Moonlander. Antes de mergulhar no disco, vamos primeiro falar sobre o processo de criação dele.

Stone Gossard, antes de guitarrista, é um compositor e ele certamente não só escrevia aquelas faixas que transpareciam nos trabalhos de Pearl Jam e Brad. A ideia de Moonlander começou quando Stone foi procurar algumas demos inacabadas para ver se tinha algo que ainda o empolgava. Então, de mais de cinquenta demos que ficaram perdidas e encostadas no decorrer de mais de dez anos, Stone escolheu as onze que achou melhor para trabalhar, finalizá-las e juntá-las num disco. Moonlander é, então, o resultado dessa compilação e tem realmente esse clima de compilação: músicas desconectadas entre si, algo como se desse para perceber que não é um álbum pensado diretamente assim, é apenas um bocado de músicas juntas. Esse fator acaba chamando atenção para outra coisa mais importante ainda: Stone Gossard é ainda melhor compositor do que suas canções deixavam transparecer nos seus principais trabalhos em Pearl Jam e Brad. A variedade encontrada em Moonlander é riquíssima e tudo vinda de um único compositor e executor, já que foi Stone que praticamente tocou, gravou, cantou, mixou e fez tudo, inclusive a arte, inspirado nas pinturas de sua filha de seis anos, com um senso de liberdade das regras convencionais.



O disco mostra faces artísticas e estilísticas que mesmo os fãs de Pearl Jam, Brad e do próprio Stone não conheciam. E são essas as melhores fatias de Moonlander. “I Need Some Different” traduz praticamente o que será encontrado no disco. A música que abre o disco é com um riff muito poderoso, bem agressiva e que, mais arrumada, poderia ser uma música de Pearl Jam. Mas o que chama muita atenção, embora tenha um papel relativamente pequeno na música, são os efeitos especiais, teclados, sintetizadores espaciais. “Moonlander”, por sua vez, tem um ritmo bastante interessante, quebrado e novamente com arranjos bem interessantes e diferentes do que se espera diante os trabalhos anteriores de Stone Gossard. Em determinado momento, no final da música, até lembra alguns efeitos de “Space Oddity”, de David Bowie.





Mas são as duas faixas seguintes que levam o disco Moonlander para um outro nível, tanto de superar expectativas quanto pela qualidade da composição. “Both Live”, desde o primeiro segundo, impressiona e vai crescendo enquanto a música vai correndo, mostrando até um trabalho vocal bem interessante de Stone, um folk rápido acompanhado no piano e no violão. Muito, muito bom. Para provar que estamos entrando em território inexplorado, em “Your Flames”, Stone Gossard, grande guitarrista de Pearl Jam, deixa o violão para segundo plano e adiciona um piano nessa balada belíssima.




Depois dessas duas músicas, o que vier mais já é considerado lucro. E, embora tenha algumas músicas um pouco mais fracas, ainda tem espaço para algumas surpresas e faixas divertidas, como é o caso de “King of The Junkies”, com saxofones,“I Don’t Want to Go to Bed” (inspirada no trabalho que deve ser para colocar na cama sua filhinha?).

Moonlander gera um resultado inesperado no ouvinte, principalmente se este já acompanha a longa e bem sucedida carreira do guitarrista Stone Gossard. O resultado pode ser bem diferente, no entanto, para um leigo, que não sabe quem Stone Gossard é. Mas, sinceramente, desconfio que alguém percorra esse caminho sem conhecer a história de Stone, a qual, com certeza, ficou ainda mais interessante depois de Moonlander.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Trilha Sonora para os Protestos de rua no dia 20 de junho de 2013




O Brasil está vivendo um momento verdadeiramente histórico, transbordado de emoção e vontade de transformação. Estamos à beira de uma marcha geral no dia 20 de junho pelo país inteiro, fazendo nossa voz ser ouvida. Chamem-na do que quiser, Revolta dos Vinte Centavos, Revolta do Vinagre, Primavera Brasileira, que seja, desde que seja um movimento genuinamente popular e que demonstre e cobre satisfações diante de tanta vergonha da política brasileira. Assim sendo, para entrar no clima dos manifestos, ai vai uma lista para Trilha Sonora para os Protestos do dia 20 de junho de 2013, até porque no subtítulo do blog está bem claro: “tudo sobre esse filho bastardo, revoltado e subversivo”.  

Uma faixa que se tornou bem atual nesses movimentos, no sentido de usar a violência ou não, ditada pelo grande John Lennon, um dos maiores pregadores da democracia, da paz e da ânsia por transformação:

"Beatles – Revolution"

“You say you want a revolution
Well, you know
We all want to change the world
You tell me that it's evolution
Well, you know
We all want to change the world


But when you talk about destruction
Don't you know you can count me out”





Continuando com a voz de John Lennon, aparecem mais duas músicas clássicas sobre a luta do povo:

"John Lennon – Power To The People"

“Say you want a revolution
We better get on right away
Well you get on your feet
And out on the street”





"John Lennon – Bring on the Lucie (Freeda People)"

“We don't care what flag you're waving
We don't even want to know your name
We don't care where you're from or where you're going
All we know is that you came
You're making all our desicions
We have just one request of you
That while you're thinking things over
Here's something you just better do

Free the people now
Do it do it do it now”





A última de John Lennon agora, que caracteriza toda nossa revolta em relação à política brasileira:

"John Lennon – Gimme Some Truth"

“I'm sick and tired of hearing things
From uptight, short-sighted, narrow-minded hypocrites
All I want is the truth
Just gimme some truth
 I've had enough of reading things
By neurotic, psychotic, pig-headed politicians

All I want is the truth
Just gimme some truth”




Também não podia faltar uma dose de Pearl Jam, com toda a fúria de Eddie Vedder em prol da revolta, em homenagem a todos os cartazes e bandeiras que vemos nas ruas e que denuncia sua queixa:


"Pearl Jam - Grievance"

“i pledge my grievance to the flag
cause you don't give blood then take it back again
oh we're all deserving something more
progress, taste it, invest-it-all
champagne breakfast for everyone”






A penúltima faixa é uma celebração de que os tempos realmente parecem estar mudando! Então, um pouco de Bob Dylan!


"Bob Dylan  - Times They Are A’Changing"


“For the loser now
Will be later to win
For the times they, they are a-changin'
Come senators, Congressmen
Please heed the call
Don't block at the doorway
Don't block up the hall


For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it's ragin'


It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'”





E a última é um grande aviso para as nossas autoridades e lideranças políticas: NÓS NÃO SEREMOS ENGANADOS NOVAMENTE!


"The Who – We Won’t Get Fooled Again"


“I'll tip my hat to the new constitution
Take a bow for the new revolution
Smile and grin at the change all around me
Pick up my guitar and play
Just like yesterday
And I'll get on my knees and pray
We don't get fooled again
No, no!”





PS: Eu sei que o movimento é genuinamente popular brasileiro e que deveriam ser músicas nacionais, mas, como já devem ter percebido, o foco do blog é mais a música do rock, principalmente internacional. Então, achei bem interessante fazer essa universalização entre o momento atual brasileiro com as narrativas sobre o assunto na cultura ocidental do rock. Mas, na verdade, o que importa é que todos saiamos às ruas!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Cobertura Lollapalooza Brasil 2013 - Dia III



O último dia do Lollapalooza Brasil 2013 tinha tudo para ser ressacado. Após shows como os do sábado, ou se ficou muito bêbado assistindo em casa – como eu – ou amanheceram com o corpo todo quebrado – para quem estava lá. No entanto, ainda havia mais um dia e uma grande banda. O line-up do domingo foi, talvez ainda mais do que a sexta, o mais tímido. Mas tinha o grande e esperado show de Pearl Jam, fato que eu nunca poderia ignorar. Foi exatamente por isso que a grande decepção do Lollapalooza Brasil 2013, pelo menos para quem ficou em casa assistindo, foi a proibição de transmissão ao vivo da apresentação de Pearl Jam. Aproximadamente às seis horas da noite, a Multishow emitiu um comunicado informando que a banda não havia autorizado a transmissão do show do Pearl Jam ao vivo e, por esse motivo, iriam encerrar as atividades diretamente do festival mais cedo. Essa notícia, como grande fã de Pearl Jam, me pegou bastante desprevenido. Para quem conhece e é fã da banda e sabe de sua trajetória, com certeza teve a mesma reação. Essa atitude não condiz com tudo o que a banda fez nesses mais de vinte anos de estrada, sempre respeitando, fazendo e pensando o melhor para os seus fãs, inclusive comprando uma guerra “suicida” contra a gigante empresa de ingressos Tickermaster, em meados da década de 90. Pois, enfim, para mim essa foi a decepção do Lollapalooza Brasil 2013, vinda de uma de minhas bandas favoritas.



Dessa forma, perdi todo o interesse nos outros shows. Ou quase. Isso seria um erro que faria passar despercebida a grande apresentação da banda brasileira Planet Hemp e toda sua quota de energia, sarcasmo, críticas e fumaças. Com uma apresentação dividida em três atos, cada qual tendo seu grande hit para ajudar o público a empunhar seus cigarrinhos de maconha e endoidar de vez. No primeiro ato, chamado “O Usuário e a Luta pela Legalização da Maconha”, teve suas cinco músicas para todo mundo pular, como “Legalize Já!”, “Dig Dig Dig (hempa)”, e “Fazendo a Cabeça”. Já o segundo ato, “Os cães ladram mas a caravana não para”, contou com “Queimando Tudo”. Para o terceiro e último ato, “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça”, teve ainda uma bela e emocionada homenagem a Chorão, com a música de Chico Science, “Samba Makossa”. Para finalizar o show, o clássico máximo “Mantenha o Respeito”. Um ótimo show, principalmente quem pôde matar a saudade dessa banda no clima nostálgico do final dos anos 90. Muito bom.

Quanto ao show de Pearl Jam, diante de muita insistência e revolta dos fãs, a banda autorizou o Multishow a transmitir somente uma vez a apresentação no Lollapalooza no sábado, seis de abril, às 21h30. Para o padrão de setlist de Pearl Jam, o show foi bastante burocrático, bem típico de show planejado para público de festival, com muitos hits e poucas surpresas. Mas, afinal, é Pearl Jam. E, com certeza, irei conferir.


quinta-feira, 28 de março de 2013

Cobertura Filho do Blues: Lollapalooza Brasil 2013 - Programação


O Filho do Blues teve a honra de cobrir para seus leitores eventos marcantes nesses últimos anos, destaco principalmente a cobertura dos dois shows de Pearl Jam em São Paulo, em novembro de 2011 e o histórico show de Paul McCartney em Recife, em março de 2012, que foram feitos in loco. Mas como a paixão pela música não está limitada à presença nos respectivos eventos, o Filho do Blues também teve o prazer de cobrir e falar sobre os principais shows do Rock in Rio de 2011, da primeira edição brasileira do festival Lollapalooza, em 2012, do SWU e até mesmo do Global Citizen Festival. Sendo assim, o Filho do Blues não poderia ficar de fora da cobertura especial do segundo Lollapalooza no Brasil.

 A segunda edição brasileira do festival Lollapalooza acontecerá nos dias 29, 30 e 31 de março, reunindo atrações de grande destaque na música alternativa dos últimos anos. A festa já começa na sexta mesmo, com uma das principais atrações da noite sendo a banda The Flaming Lips, com início programado para seis e meia e é uma das bandas que tem um álbum na gaveta, que sairá em Abril. A expectativa é se será um show de hits ou com várias músicas novas. The Killers fecha o primeiro dia de festival com a apresentação marcada para nove e meia. Um show nacional que também valerá a pena curtir é o projeto paralelo de Pitty, Agridoce, que começa a tocar de duas e quinze e mescla o som com o folk que resulta num trabalho muito interessante. Bom mesmo seria se ela transformasse esse em seu projeto principal. Mas, enfim, continuemos.



O melhor dia será com certeza o sábado, 30, com várias apresentações de bandas que conquistaram grande espaço nos últimos anos. Um das atrações principais da noite é Queens Of The Stone Age, que começa a tocar de seis e quarenta e cinco e volta ao Brasil após o show no SWU, de 2011, com um álbum na gaveta que será lançado em junho deste ano e com a promessa de soltar algumas faixas inéditas no show. A atração que fecha o dia na Cidade Jardim é The Black Keys, que traz para o Brasil o sucesso com o último disco El Camino. A Perfect Circle também toca entre as duas atrações, começando de oito horas. Alabama Shakes, começa de cinco e meia no palco alternativo que foi, de longe, a estreia mais empolgante de uma banda em 2012 com Boys & Girls e o blues de Gary Clark Jr, que toca às três e meia, também no palco alternativo.



Para finalizar o festival, no domingo, dia 31, Lirinha se junta a Eddie e fazem um show às duas e quinze na Cidade Jardim. The Hives toca de seis e quinze, enquanto Pearl Jam retorna ao Brasil após aquela turnê de 2011 com expectativa de soltar alguma música nova, já que eles estão preparando a sequência para Backspacer, com o show previsto para oito e quarenta e cinco da noite.

Por falta de patrocínio, o Filho do Blues fará a cobertura toda de casa, assistindo todos os detalhes através do canal Multishow, entornando uma cerveja atrás da outra.




segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mike McCready conta detalhes sobre o novo álbum de Pearl Jam



Olhando o cenário atual dos integrantes de Pearl Jam, é difícil supor que venha algum álbum novo ainda por um bom tempo. Matt Cameron está curtindo o retorno tão esperado de Soundgarden, com o disco King Animal, do ano passado, assim como Stone Gossard, com o lançamento do novo de Brad. Eddie e Mike McCready também andam fazendo um projeto aqui, outro ali e com isso não se imagina tempo para conseguir ainda gravar o álbum sucessor a Backspacer, de 2009.

Mas algumas vezes as aparências enganam e quem o diz é o próprio Mike McCready a uma entrevista para a Rolling Stone. Enquanto se prepara para correr na meia maratona Rock’n Roll de New Orleans, Mike conversou um pouco com a revista sobre o novo álbum de Pearl Jam, ao que Mike respondeu que “sairá este ano, com certeza”. Ele explicou e deu mais algumas informações sobre o processo de gravação, afirmando que os integrantes da banda estão trabalhando agora mesmo em algumas demos e que estarão gravando em breve. 

Sobre em que etapa do processo de gravação eles se encontram, Mike respondeu: “O que todos dizem é que está a meio caminho andado, eu acho que é verdade. Nós tempos sete músicas que estão relativamente completas. Mas então nós ainda temos um adicional de quinze prontas para irem pra qualquer lado que Eddie queira levá-las, então nós também iremos trabalhar em cima delas”. 

Mike não se sente ainda muito seguro sobre o que esperar do álbum quando estiver pronto, ou como irá soar, “porque o que eu posso dizer não irá fazer sentido até você ouvi-lo”. Mesmo assim, ele contou alguns detalhes gerais sobre o trabalho: “Eu diria e soaria como uma resposta clichê de que ele é uma extensão lógica de Backspacer. Mas eu acho que há um pouco mais de material experimental nele. Há um clima de Pink Floyd em alguma coisa nele, e há também um pouco de punk rock em outras." O novo disco será também a quinta vez que Pearl Jam irá se juntar com o produtor Brendan O’Brien. E Mike falou também um pouco sobre isso: “Nós estamos empolgados para concluirmos isso, porque nós estamos esperando por dois anos para fazermos isso”.

Enquanto ele ainda não chega, vamos relembrar um pouco de Backspacer, último disco de Pearl Jam, lançado em 2009:


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Mad Season irá relançar álbum com participação de Mark Lanegan


Mad Season foi uma superbanda que surgiu da junção de alguns integrantes de Pearl Jam (Mike McCready), Alice In Chains (Layne Staley), Barrett Martin (Screaming Trees) e John Baker Saunders (Walkabouts). Além dessa linha de frente, Mark Lanegan ocasionamente dava uma canja com o grupo. A banda foi formada em 1994, praticamente no auge do grunge, e lançou apenas um disco, Above, de 1995. Durante a última metade da década de noventa, houve tentativas de gravar um segundo álbum, mas a prematura e triste morte de Layne Staley por overdose tratou de pôr um fim nisso, além de muitas outras coisas. Portanto, Mad Season seria uma daquelas bandas que certamente ficariam intactas na história, já que seu cantor, e é uma das maiores referências da banda, estava morto, certo?

Errado. Isso porque a banda irá relançar Above com músicas inéditas, na época que estavam tentando gravar o segundo disco. Os integrantes Mike McCready e Barrett Martin convidaram o vocalista Mark Lanegan para ajudar a finalizar o disco e acabou ajudando a compor e a cantar três faixas. Uma dessas músicas já saiu. Chama-se “Locomotive”, cantada por Lanegan e que foi composta especialmente para este segundo álbum. A música tem a mesma pegada grunge da década dos anos 90, cheia de guitarras sujas e a voz cortante de Lanegan. Confira:

Agradecimento especial à minha amiga Camila pela indicação!


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal do Filho do Blues


Toda a equipe do Filho do Blues deseja a todos os seus leitores um Feliz Natal e próspero ano novo, com muita novidade musical para explorarmos!