A Austrália está passando nesses últimos meses por um
momento bem agitado, recebendo shows de nomes como Arcade Fire, Pearl Jam,
Bruce Springsteen, só para citar alguns. Pois bem, há pouco falamos da
participação de Win Butler, do Arcade Fire, na música “Rockin’ In The Free
World”, no show de Pearl Jam. Dessa vez, foi a vez de Eddie Vedder subiu ao
palco de um dos seus mestres, Bruce Springsteen, para tocar a cover de AC/DC,
em Melbourne. A prática de tocar em cada lugar uma música de algum artista
local é bem característica de Bruce, que, vale sempre lembrar, abriu seus shows
no ano passado aqui no Brasil com “Sociedade Alternativa”, do grande Raul.
Mostrando postagens com marcador Bruce Springsteen. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bruce Springsteen. Mostrar todas as postagens
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Resenha: Bruce Springsteen - High Hopes
Com High Hopes, novo álbum de Bruce Springsteen, é finalmente declarada aberta a temporada de álbuns de 2014. Dono de uma carreira irretocável, sendo um dos artistas mais icônicos do imaginário norte-americano, Bruce, ou “O Chefe (The Boss)”, como é conhecido pelos fãs, encontra-se em pleno vigor físico e criativo aos sessenta e quatro anos, como o demonstra a própria carreira, com belos trabalhos de estúdio, e as últimas turnês com sua banda de apoio, a clássica E Street Band, que percorre e anestesia o mundo (vide o show incrível no Rock in Rio no ano passado). Pois bem, mal finalizou uma extensa e bem sucedida turnê mundial, Bruce se enfiou no estúdio com sua banda para gravar um disco bem diferente e peculiar, a começar pelo convidado especial, Tom Morello, ex-Rage Against The Machine, que inclusive já havia participado na gravação de Wrecking Ball, último trabalho de Bruce Springsteen. High Hopes, 18º disco de estúdio, como o projeto ficou conhecido, traz uma reunião bem interessante e diversificada de sobras de estúdio, covers e regravações de músicas próprias.
“High Hopes” abre o disco, gravada inicialmente em 1995, com um ritmo contagiante e cheia de instrumentos. De cara, Tom Morello, em seus solos, já deixa claro que não vai se limitar a tocar o que lhe for dito, mas também irá acrescentar um pouco do seu próprio estilo de guitarrista, sobretudo em seus solos. “Harry’s Place” tem seus momentos, mas não chega a empolgar, até eclipsada pela faixa anterior, o que não acontece com “American Skin (41 Shots)”, com uma letra impactante no melhor estilo contador de estórias de Bruce. Ela foi escrita em 2000, inspirada no assassinato de Amadou Diallo pela polícia de Nova Iorque. Uma trecho da letra demonstra sua força: "On these streets, Charles / You've got to understand the rules / If an officer stops you, promise me you'll always be polite / And that you'll never ever run away / Promise Mama you'll keep your hands in sight”. Uma realidade bem atual, inclusive no Brasil. É o que faz Bruce Springsteen ser admirado mundo afora. Embora cantar especialmente sobre a “american skin”, ele na verdade acaba sendo bem universal.
“Just Like Fire Would”, a primeira cover de High Hopes, escrita por Chris Bailey, do The Saints, uma banda punk australiana, é o rock clássico de Bruce Springsteen e foi tocada em alguns momentos na turnê recém acabada de 2013. Nesse momento começa uma sequência que diminui um pouco o ritmo do disco até o momento, com “Down In A Hole”, a gospel “Heaven’s Wall”. Com “Frankie Fell In Love”, inicialmente leve e country, mas logo se tornando um rock potente, Bruce toma as rédeas mais uma vez. “This Is Your Sword”, tradicional, é a tentativa de gospel totalmente bem sucedida, com intensidade, sensibilidade, uma bela letra, e ainda com elementos da música Gálica, sem dúvida mais um dos pontos altos do álbum.
A balada “Hunter of Invisible Game”, com algumas referências bíblicas, mostra que o projeto de um álbum gospel de Bruce estava bem próximo. “The Ghost Of Tom Joad”, no entanto, é um dos melhores momentos de High Hopes, uma faixa épica, distribuindo intensidade durante seus sete minutos e meio, uma faixa bem conhecida de Tom Morello, a primeira que ele tocou com a banda, em 2008, e Bruce o presenteou com um digníssimo solo de guitarra um dueto, cantando em algumas estrofes. Tudo isso somado a uma letra forte, do melhor estilo de Bruce. Esse nível de qualidade só é atingida mais uma vez na faixa final do disco, “Dream Baby Dream”, cover da banda punk Suicide, com uma melodia de arrepiar e uma instrumentalização que beira o perfeito.
Embora High Hopes seja um álbum totalmente diferente da linha de Bruce Springsteen, que normalmente preza para criar discos cujas músicas estejam conectadas por um elo comum, sua falta de coesão não chega a ser exatamente um ponto fraco, já que dá a possibilidade de Bruce explorar diversos temas. Não chegará a se incorporar aos clássicos, mas certamente há aqui grandes momentos, nos quais pode ser encontrado o melhor de Bruce Springsteen.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Bruce Springsteen anuncia novo álbum, High Hopes
Enquanto vamos recolhendo as migalhas de 2013, vão sendo anunciados grandes lançamentos para o início de 2014. Depois de Stephen Malkmus & The Jicks, foi a vez do ícone Bruce Springsteen, aquele mesmo que fez um show memorável no Rock In Rio 2013, anunciar um novo ábum, chamado High Hopes, junto com o vídeo do primeiro single de mesmo nome. A faixa conta com Tom Morello, ex-Rage Against The Machine, na guitarra. O disco ficou com data de lançamento 14 de janeiro. Tirando pela primeira amostra, vem mais um grande trabalho do The Boss por aí. Destaque máximo e inquestionável da última edição do Rock In Rio, Bruce Springsteen está pronto para conquistar um público ainda maior que antes. Confira abaixo, além do vídeo de "High Hopes" e "Dream Baby Dream", com imagens de momentos históricos da turnê de Bruce, a tracklist do disco, que conta com uma cover (“Dream Baby Dream”, do Suicide, e duas regravações dele próprio, “The Ghost of Tom Joad”, do álbum de 1995 e uma versão de estúdio para “American Skin [41 Shots]”, que só havia sido tocada ao vivo):
1. High Hopes
2. Harry's Place
3. American Skin (41 Shots)
4. Just Like Fire Would
5. Down In The Hole
6. Heaven's Wall
7. Frankie Fell In Love
8. This Is Your Sword
9. Hunter Of Invisible Game
10. The Ghost of Tom Joad
11.The Wall
12. Dream Baby Dream
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Reveja os destaques da segunda semana do Rock In Rio
O segundo fim de semana começou com o tão esperado dia do metal, na quinta feira, com a promessa de mais um grande show do Metallica, headline da noite, que retornava a um evento gigantesco apenas dois anos da última visita, para o mesmo Rock In Rio. Além do Metallica, outros nomes de peso compuseram a programação, tais como Sepultura e Alice In Chains. Entre eles figurava um nome desconhecido e que dava todas as pintas que era apenas mais uma banda de metal, uma tal de Ghost (ou Ghost B.C – nome utilizado nos Estados Unidos, devido a direitos autorais). No entanto, assim como o dia do metal da edição de 2011 o destaque para mim foi a surpresa da banda Coheed and Cambria, misturando alternativo e rock pesado, o grande destaque da atual edição também ficou por conta de uma surpresa.
No dia do metal, quem tomou para si o papel de realizar o que é proposto pelo estilo foi uma banda que não é puramente de metal. Ghost B.C.. apesar de todas as controvérsias, foi de longe a mais interessante da noite, dando o efeito que é sempre natural ao metal. A partir do momento que a banda começa a tocar, apresenta um som cheio de riffs, com uma voz delicada e melódica. Diante de um mercado artístico onde muitas vezes a personalidade vale mais do que a música, nenhum integrante da banda divulga seu nome verdadeiro e apenas o vocalista se apresenta com o pseudônimo de Papa Emeritus II, com o visual de um Santo Padre demoníaco. A questão vai além do fato de ser satânico ou não, mas sim levar a polêmica, levantar a discussão, questionar valores dominantes religiosos, uma representação artística de uma “realidade” oposta. Além de ser esteticamente muito corajoso e interessante a configuração que a banda coloca no palco. Sendo também divertidíssimo, principalmente imaginando a cara dos crentes que colocarem os olhos neles. Por sinal, quem quiser rir um pouco, procurem nos sites religiosos comentários referentes a esse show. Impagável. Não é uma banda que, da minha parte, ficarei acompanhando de perto, mas é, sem dúvida, uma banda interessante.
Quanto aos outros shows da noite, farei comentários curtos, até por que ambas as atrações já tocaram no Brasil há relativamente pouco tempo, o que tira um pouco a surpresa e a empolgação da coisa. Inclusive, esse é um dos grandes pecados do Rock In Rio. Inúmeras atrações não acrescentaram particularmente nada de novo, de diferente. Alice In Chains fez seu show tranquilamente, no qual, claro, os destaques ficaram com os hits de quando a banda ainda tinha a alma de Layne Staley. Serei logo radical dizendo que Alice In Chains deveria ter morrido com Layne. Mas, enfim, ainda dá para experimentar alguns bons momentos, sobretudo com a sequência final “Down In A Hole”, “Would?” e “Rooster”.
E, por fim, Metallica retornou ao Rock In Rio com praticamente o mesmo show de 2011. A diferença é que na primeira ocasião o show foi eletrizante e conseguiu dominar o público do início ao fim. Dessa vez, sobretudo no início do show, parecia estar faltando algo, não em relação às músicas escolhidas, contando com “Master of Puppets” como a segunda faixa, mas o fato é que não conseguiu levantar o público da mesma forma que dois anos atrás.
Na sexta havia apenas uma atração que me chamou atenção e, infelizmente, foi exatamente ela que eu não consegui assistir. Atração que fechou o Palco Sunset, Ben Harper e Charlie Musselwhite teria o papel de fazer o deles o melhor show da noite levando o blues de altíssima qualidade ao Rock in Rio. Dois fatos contribuíram para que eu não conseguisse assistir: uns pirralhas estavam jogando futebol na frente de casa e conseguiram dar uma bolada exatamente em cima da antena da TV por assinatura. Resultado: sem sinal nenhum e totalmente refém da programação global. Ninguém merece. Estava contando que alguém gravasse o show pela transmissão da Multishow e postasse depois no youtube, mas, como eles fecharam o Palco Sunset e, durante o show, estava começando o primeiro show do Palco Mundo – pasmem – Frejat, interromperam a transmissão para cobrir integralmente a apresentação dele. Enfim, pelo setlist o show parece ter sido ótimo, pegando as grandes canções do disco que lançaram juntos esse ano, Get Up. E algumas da carreira de Charlie.
Mas a grande atração mesmo, não apenas do sábado, mas de toda a quinta edição do Rock In Rio era o norte-americano Bruce Springsteen, headline do sábado no Palco Mundo. Antes dele, John Mayer fez um show com domínio completo do público, na maioria feminino. De sua apresentação, sem dúvida um grande momento foi a faixa de encerramento, “Gravity”, com uma execução impecável e um solo incrível de guitarra. Mas, se a impressão é que esse foi um grande show, é porque o seguinte ainda não havia começado. E nem uma das melhores expectativas não seria o bastante para o que de fato foi o show, com quase três horas de duração, com Bruce parecendo um menino, correndo, gritando, pulando pra cima do público, chamando pessoas para o palco e botando uma criança para cantar. Incrível.
Foram vários momentos marcantes para apontar todos aqui, o ideal mesmo é ver e rever esse show que, sem dúvida, entrou no hall dos grandes shows do festival. Vou mais além e diria que foi o show mais marcante da história do Rock in Rio. A começar pela faixa de abertura, que já havia sido ensaiada no show em São Paulo três dias antes, com o cover do mito Raul Seixas, “Sociedade Alternativa”. A intensidade de Bruce era tamanha que na terceira música parecia que ele estava esgotado. Ledo engano. Em cada número aumentava em energia e intensidade. A banda E Street Band também é impecável, cada um dos seus integrantes, e é admirável como Bruce faz para que cada um tenha seu momento especial, colocando-se como apenas um integrante como todos os outros e não a estrela principal. Sem dúvida, a execução do clássico álbum Born In The USA, de 1984, foi uma surpresa muito agradável, principalmente porque as versões ao vivo são despidas de todos os vícios oitentistas na versão de estúdio. Depois de 25 músicas e terminando com a cover de Beatles “Twist And Shout”, para o delírio geral, e, tendo a Multishow dando como encerrada a transmissão de acordo com o setlist anunciado pela banda, Bruce volta sozinho para o palco e toca ainda “This Hard Land”. E termina de vez o show que, para mim, deu por encerrado o Rock In Rio. Abaixo segue o áudio do show, assim que estiver disponível o vídeo na íntegra eu colocarei aqui para vocês: (vídeo devidamente postado)
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Melhores Álbuns de 2012 - Parte II
30. Bruce Springsteen - Wrecking Ball
Bruce Springsteen prova mais uma vez que não é chamado de The Boss à toa. Com músicas que mostram autoridade e, como sempre, traduzem o “espírito do inconsciente coletivo americano”, Wrecking Ball tem os dois lados de Bruce, com belas músicas como “Jack Of All Trades” e grandes canções de arena como “Land of Hope and Dreams” e “We Take Care of Our Own”.
29. Dion - Tank Full of Blues
Colocar um pouco de Blues nessa lista para mostar um pouco de respeito ao nosso pai, não é? E Dion faz isso de forma sincera por meio de um material próprio com boas músicas de blues, como a faixa que dá título ao álbum, ou uma homenagem a Robert Johnson, como “Ride’s Blues”
28. Paul McCartney - Kisses On The Bottom
Kisses On The Bottom não é um álbum de rock, nem de jazz, nem de blues. É o álbum de um amante da música prestando homenagem aos seus mestres. É um testamento do passado, que, através de seu legado, transborda de cada uma das músicas. Belo e singelo. Boa jogada, Paul.
27. Cate Le Bon - Cyrk
A voz dessa bela gaulesa é o grande trunfo e charme de Cyrk. Misturando um rock alternativo com um psicodélico dos anos 60, Cate Le Bom se viu muitas vezes comparada à legendária Nico. Se por vezes a comparação parece exagerada, em outras canções Cate mostra todo sua qualidade, beleza e profundidade, como em “Puts Me to Work”, “The Man I Wanted” ou “Fold the Cloth”.
26. Band of Horses - Mirage Rock
A expectativa para Mirage Rock, sequência de Infinite Arms, de 2010, era grande e o resultado decepcionou um pouco. Porém, Mirage Rock ainda possui boas canções que conseguem sustentá-lo, como “Knock Knock”.
[35 - 31: Menções Honrosas]
29. Dion - Tank Full of Blues
28. Paul McCartney - Kisses On The Bottom
27. Cate Le Bon - Cyrk
26. Band of Horses - Mirage Rock
[35 - 31: Menções Honrosas]
Assinar:
Postagens (Atom)