Mostrando postagens com marcador Leonard Cohen. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leonard Cohen. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Leonard Cohen morre aos 82 anos




O mundo vai dormir hoje menos belo, em todas as acepções da palavra, de sua graciosidade à sua tragicidade. Isso porque mais um gênio do mundo das artes acaba de deixar este plano. O perfil oficial do cantor, poeta e compositor, Leonard Cohen, anunciou que "É com profunda tristeza que anunciamos que o legendário poeta, compositor e artista Leonard Cohen faleceu. Nós perdemos um dos mais referenciados e prolíficos visionários do mundo da música". Leonard Cohen tinha 82 anos e havia acabado de lançar mais um álbum, chamado "You Want It Darker", o qual a revista Rolling Stone definiu como um "triunfo de final de carreira". Segundo relatos, a própria gravação do disco foi uma batalha contra a doença e a dor, provocada pelo excesso na turnê do último disco do cantor. Informações diziam, no entanto, que Cohen estava melhorando progressivamente e já pensando no futuro. 



Em cinco décadas de carreira, iniciada no final dos anos sessenta, o posto de maior poeta da música foi extraoficialmente ocupado por Cohen. Bob Dylan sempre foi aclamado como tal com toda justiça, culminando no Nobel de Literatura recebido esse ano. Mas em relação à beleza e ao lirismo das letras, Leonard Cohen é simplesmente inigualável, incomparável e inalcançável. Ficamos agora apenas com as fagulhas brilhantes de sua passagem por este plano, tais como "So Long Marianne", "Hey, That's No Way To Say Goodbye", "Hallelujah", "Bird On The Wire", dentre inúmeras outras. Hoje, como Cohen anunciou numa das músicas de seu último disco, ele deixou a mesa, abandonou o jogo.

R.I.P Leonard Cohen

"Leaving The Table"

I'm leaving the table
I'm out of the game
I don't know the people
In your picture frame
If I ever loved you or no, no
It's a crying shame if I ever loved you
If I knew your name

You don't need a lawyer
I'm not making a claim
You don't need to surrender
I'm not taking aim
I don't need a lover, no, no
The wretched beast is tame
I don't need a lover
So blow out the flame

There's nobody missing
There is no reward
Little by little
We're cutting the cord
We're spending the treasure, oh, no, no
That love cannot afford
I know you can feel it
The sweetness restored

I don't need a reason
For what I became
I've got these excuses
They're tired and lame
I don't need a pardon, no, no, no, no, no
There's no one left to blame
I'm leaving the table
I'm out of the game

I'm leaving the table
I'm out of the game

  



sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Leonard Cohen anuncia novo álbum, You Want It Darker




                Mais uma lenda da música anuncia que tem material novo para lançar. Leonard Cohen, poeta e um dos melhores compositores da história da música, em seus plenos 82 anos, acabou de anunciar um novo álbum, You Want It Darker.  Apesar de ter perdido recentemente sua musa e amiga Marianne Ihlen, a inspiradora da clássica música “So Long, Marianne”, e tendo dito que logo a seguiria numa emocionante carta enviada para ela no leito de morte, Cohen dá sinais de que continua ativo e interessado por fazer música. O disco com título bastante sombrio é a sequência do ótimo Popular Problems, lançado em 2014. Um trecho da música título foi divulgado na série Peaky Blinders. Confira abaixo a tracklist de You Want it Darker, o trecho da faixa-título e, claro, a despedida para Marianne, com “So Long, Marianne”:


01 You Want It Darker
02 Treaty
03 On the Level
04 Leaving the Table
05 If I Didn’t Have Your Love
06 Traveling Light
07 It Seemed the Better Way
08 Steer Your Way
09 String Reprise/ Treaty





terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Melhores Álbuns de 2014



Esse ano de 2014 foi bastante corrido para o Filho do Blues, o que acabou fazendo com que tivesse menos tempo disponível para me dedicar ao blog, com atualizações, notícias, vídeos e resenhas. No entanto, isso não quer dizer que eu parei de acompanhar as novidades do mundo da música. Muito pelo contrário: ainda que sem tempo, consegui manter o top 40 do ano e consegui expandir meus horizontes musicais e mergulhei ainda mais, sobretudo, no blues. Fato que é traduzido pela maior ocorrência de álbuns do gênero em relação ao ano passado. Em 2013, tivemos 8 destaques do blues nos melhores álbuns do ano (o maior deles, Corey Harris, com Fulton Blues). Já em 2014, esse número subiu para 12, com o destaque para Sugar Ray & The Bluetones, pelo álbum  Living Tear to Tear, que alcançou a segunda colocação no ranking. O top 10 conta com 4 ábuns de blues, o que é um feito significativo. (Além de Sugar Ray & The Bluetones, Billy Boy Arnold, ainda teve Johnny Winter, que faleceu ainda neste ano, antes do álbum ser lançado, e Joe Bonamassa).

Também chamo atenção para alguns lançamentos nacionais bastante interessantes em 2014, como o retorno da Nação Zumbi (5º), o gênio Tom Zé (7º), a parceria de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães na Banda do Mar (13º), Erasmo Carlos (23º) e China (27º).

Em primeiro lugar ficou Jack White, com seu segundo disco solo, Lazaretto. No topo a disputa ficou menos acirrada do que em relação a 2013, que teve ao menos 4 grandiosos álbuns (Arcade Fire, David Bowie, QOTSA e Vampire Weekend). Mesmo assim, ainda podemos falar dos não menos notáveis novos lançamentos de Beck (Morning Phase, 3º), Damon Albarn, do Blur, (Everybody Robots, 18º), o mestre Leonard Cohen (Popular Problemas, 09º) e Foo Fighters (Sonic Highways, 10º).

O ano de 2014 teve de tudo. Contou com a volta de figuras carimbadas como Weezer, com um bom álbum (Everything Will Be Alright In The End, 16º), Stephen Malkmus (Wig Out at Jagbags, 40º) e Manic Street Preachers (Futurology, 24º), ao mesmo tempo em que reforçou ou apresentou novidades muito boas, como Perfume Genius (Too Bright, 14º), Sun Kil Moon (Benji, 19º) e Christopher Owens (A New Testment, 17º). E o que falar da maior novidade do ano, a maior revelação do ano, que lançou o seu primeiro disco no início desse ano aos 82 anos? Estou falando do bluesman Leo "Bud" Welch, com o maravilhoso álbum de blues-gospel Sabougla Voices (12º).

Enfim, nos despedimos de 2014 com essa lista de nomes que fizeram com que o ano ficasse melhor e mais gostoso. No mais, Feliz Natal e Feliz Ano Novo para os leitores do Filho do Blues e que 2015 seja repleto  de belíssimos lançamentos para que no próximo dezembro esta lista esteja ainda mais extensa!

Um grande abraço!

MELHORES ÁLBUNS DE 2014

01. Jack White - Lazaretto
02. Sugar Ray & The Bluetones - Living Tear to Tear
03. Beck - Morning Phase
04. Johnny Winter - Step Back
05. Nação Zumbi - Nação Zumbi
06. Billy Boy Arnold - The Blues Soul Of Billy Boy Arnold
07. Tom Zé - Vira Lata Na Via Lactea
08. Joe Bonamassa - Different Shades Of Blue
09. Leonard Cohen - Popular Problems
10. Foo Fighters - Sonic Highways
11. Gruff Rhys - American Interior
12. Leo Welch - Sabougla Voices
13. Banda do Mar - Banda do Mar
14. Perfume Genius - Too Bright
15. Dave Specter - Message In Blue
16. Weezer - Everything Will Be Alright In The End
17. Christopher Owens - A New Testament
18. Damon Albarn - Everyday Robots
19. Sun Kil Moon - Benji
20. TV On The Radio - Seeds
21. Damien Rice - My Favourite Faded Fantasy
22. John Mayall - A Special Life
23. Erasmo Carlos - Gigante Gentil
24. Manic Street Preachers - Futurology
25. Damien Jurado - Brothers And Sisters of the Eternal Son
26. Walter Trout - The Blues Came Callin'
27. China - Telemática
28. Lucky Peterson - The Son Of A Bluesman
29. The Robert Cray Band - In My Soul
30. Bruce Springsteen - High Hopes
31. Johnny Cash - Out Among The Stars
32. Cloud Nothings - Here And Nowhere Else
33. C.W. Stoneking - Gon Boogaloo
34. Mud Morganfield & Kim Wilson - For Pops Tribute To Muddy Waters
35. Tibério Azul - Bandarra
36. Hamilton Leithauser - Black Hours
37. The Black Keys - Turn Blue
38. Thiago Pethit - Rock'n'Roll Sugar Darling
39. Black Lips - Underneath the Rainbow
40. Stephen Malkmus & The Jicks - Wig Out at Jagbags
41. Eric Bibb - Blues People

Álbuns que não foram completamente inéditos, mas que de alguma forma merecem ser menciona

David Bowie - Nothing Has Changed
Wilco - What's Your 20 Essential Tracks 1994-2014
Caetano Veloso - Multishow Ao Vivo Abraçaço
Leonard Cohen - Live in Dublin
Nat King Cole - The Extraordinary
Gary Clark Jr. - Gary Clark Jr. Live







quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Melhores álbuns de 2012 - Parte V

15. The Shins - Port of Morrow


Port of Morrow é por fim um álbum digno de The Shins. James Mercer está focado e se divertindo como nunca. Só dá um pouco de raiva dele por ele ter demorado cinco anos para nos entregar essas músicas.




14. Mark Lanegan - Blues Funeral


Depois de tantos anos sem o álbum solo e tendo participado de vários projetos paralelos, Blues Funeral acaba por ser uma ótima compilação de todas as faces de Lanegan. E afinal é a isso que se resume Blues Funeral.




13. Bob Dylan – Tempest


Tempest é a prova que Bob Dylan ainda tem muito material original e interessante para queimar, pois ele continua compondo como sempre e cantando pior do que nunca. Como isso nunca importou muito na música de Dylan, estamos no lucro.




12. Lee Ranaldo - Between The Times and Tides


Depois de tudo, há a sensação de prazer em cada uma das músicas. Aos 56 anos, Lee Ranaldo não precisa fazer mais trabalhos de vanguarda. Seu papel na revolução já foi feito com Sonic Youth. Between The Times and The Tides é um grande álbum para os apreciadores do gênero.





11. Leonard Cohen - Old Songs


É muito raro um artista e compositor manter um nível de qualidade por tantos anos, normalmente vai perdendo aos poucos o vigor, mas aqui Leonard Cohen parece mais renovado do que nunca, um ótimo álbum de um precioso gênio é o que sempre devemos esperar dele.




terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Leonard Cohen - Old Ideas



Aos 77 anos, o gênio de Leonard Cohen permanece intacto. Pelo menos é o que prova Old Ideas, primeiro lançamento com faixas inéditas desde Dear Heather, de 2004. Old Ideas não fica devendo em nada aos grandes clássicos de Cohen da década de sessenta e setenta, como Songs Of Leonard Cohen, de 1968, Songs of Love And Hate, de 1971, ou New Skin for the Old Ceremony, de 1974. Aqui, as canções estão temperadas dos melhores ingredientes possíveis, exatamente na medida certa. Se são tão memoráveis quanto as presentes nos clássicos antigos, somente o tempo irá dizer.



Como já era de se esperar, a voz de Leonard Cohen e suas letras é que dão o charme principal ao trabalho, cada faixa mostrando um exímio trabalho de poeta e compositor. Tudo isso é claro no decorrer de todo o disco, mas o combo das quatro faixas iniciais é quase surreal, começando com “Going Home”, onde Cohen satiriza a si mesmo, falando na terceira pessoa, “I love to speak with Leonard, he's a sportsman and a shepherd, he's a lazy bastard, living in a suit”, ou então como ele trata a morte “going home to where is better than before, going home without the costumes that i wore”. No final ainda tem um belíssimo cântico feminino da Webb Sisters repetindo o refrão, recurso muito bem utilizado em Old Ideas.



“Amen” é outra obra de arte, digna de já figurar entre os seus clássicos. A voz de Cohen vai soando faixa a faixa cada vez melhor. Espiritualidade, amor, perda, mortalidade, são todos temas muitas vezes já abordados por Cohen, e, novamente, com muito destaque em Old Ideas, mas ele sempre vê uma nova perspectiva. “Tell me again When I’m clean and I’m sober When I’ve seen through the horror Tell me over and over Tell me that you love me then Amen…”, ou seja, a o amor e até mesmo o divino só pode ser aceito ou recebido depois de ter visto o pior, que ainda conta com belos arranjos e solos no decorrer dos seus mais de sete minutos.

“Show Me The Place” é quase uma prece sombria ao desconhecido e com o tom da voz de Cohen fica ainda mais latente. “Darkness”, por sua vez, é quase recitada, acompanhado por uma banda completa, tocando meio blues, com delicados solinhos de piano e teclado por trás, enquanto ele começa a narrar “I caught the darkness, It was drinking from your cup.I said is this contagious? You said just drink it up”.



Após essas músicas, já sabe que está se deparando com um trabalho muito especial e ele não baixa a guarda. “Anyhow”, meio jazz, chegamos a ter pena do narrador, com a voz mais depressiva e sem força possível de Cohen. “I know it really is a pity The way you treat me now I know you can’t forgive me But forgive me anyhow”. Se fosse para citar poderiar citar a letra toda aqui. “Crazy To Love You”, só Cohen e o violão, segue a veia romântica, apaixonando-se pela pessoa errada. “Come Healing” é a única que não tem a mesma força das outras, mesmo com seus belos momentos, entre os duetos de Cohen e Dana Glover.

“Banjo” pega mais um country blues estilo Hank Willams e novamente belos backing vocals femininos. “Lullaby” é outro pico do disco, com uma balada com solos de gaita e a letra com belíssimas imagens poéticas, “The wind in the trees Is talking in tongues”. E para fechar este trabalho “Different Sides” é outra belíssima canção, tomando como assunto as dualidades da vida, o certo e o errado, o espiritual e carnal.

É muito raro um artista e compositor manter um nível de qualidade por tantos anos, normalmente vai perdendo aos poucos o vigor, mas aqui Leonard Cohen parece mais renovado do que nunca, um ótimo álbum de um precioso gênio é o que sempre devemos esperar dele.