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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Melhores Álbuns de 2013 - Parte II





O caldeirão de Bull Goose Rooster é extenso e rico, com uma intensidade de fazer inveja a qualquer senhor de sessenta e quatro anos. Ninguém melhor do que o próprio Slim para opinar sobre o assunto: “eu posso ser um velho bluesman sem dentes de sessenta e quatro anos, mas eu faço um show do caralho!”. Esse pode certamente ser o resumo em linhas gerais de Bull Goose Rooster.










Disco é a congregação, enfim em um único disco, de todo o universo que Arnaldo Antunes explorou em sua riquíssima carreira. E finca ainda mais o nome de Arnaldo Antunes como o grande e, talvez, o maior e melhor compositor ainda em atividade na música brasileira.





23.Mudhoney - Vanishing Point




Vanishing Point chega ao fim com a missão cumprida. Afinal, a intenção era mostrar uma banda honesta, íntegra, com consciência de si própria, em relação a seu papel e sua posição. É uma velha banda rejuvenescida, como se tocar fosse uma máquina do tempo que a transportasse para vinte anos atrás, tocando essas mesmas músicas.







Volume 3 é um belo, gostoso e divertido álbum, que nos faz viajar por momentos e sensações diversas pelo tempo. Um moderno álbum celebrando o passado, ou mantendo-o vivo e em funcionamento, através de belas canções com toda capacidade de entrar nas paradas, tanto agora quanto no seu tempo, seja lá que tempo for esse.





25. Paul McCartney – New



Sir Paul McCartney retorna com um álbum completo de inéditas desde Memory Almost Full, de 2007, com a proposta de mesclar o clássico do ex-beatle com um som mais moderno, por vezes eletrônico, até flertando um pouco com o hip hop. Embora nem todos os resultados tenham sido satisfatórios em comparação à qualidade de Macca, New ainda nos revela grandes momentos, como a faixa que dá título ao álbum e “Early Days”, para citar apenas duas.





26. Lurrie Bell - Blues in My Soul




O Chicago Blues está presente na lista de 2013 em vários momentos, e Blues In My Soul, de Lurrie Bell, certamente é um dos mais agradáveis. Com um blues puro e perfeitamente executado, faz literalmente com que o blues impregne totalmente sua alma.










Trouble Will Find Me é um grande álbum, mas com um potencial de poder ter sido bem melhor. Mesmo assim, em várias músicas eles se apresentam em grande nível, tornando-se, se não um clássico álbum na carreira de The National, pelo menos mais um bom e interessante trabalho da banda.





28. Kings of Leon - Mechanical Bull



Kings of Leon escrevem mais um capítulo para fincar seu nome no hall de grandes bandas de arena rock e de healines de festivais, com músicas como “Supersoaker”, “Rock City”, “Beautiful War”, dentre outras.






29. Beth Hart & Joe Bonamassa – Seesaw



Mais uma voz ponderosa do cenário blues, Beth Hart forma uma equipe com Joe Bonamassa e fazem um ótimo disco de covers, mostrando várias facetas da banda, passando ainda por soul e jazz. Um ótimo trabalho que vale a pena conferir!







Bloodsports é um sucesso inesperado de uma banda que se julgava acabada e sem força criativa de se destacar mais uma vez nesse cenário que ela chegou a conquistar há vinte anos. Assim como nesses vinte anos a indústria também se transformou e não se pode imaginar por quanto tempo ainda Suede se manterá nessa posição. Mas não são coisas que valem a pena perder tempo pensando agora. A verdade é que eles voltaram com força para, pelo menos, igualar os seus melhores e gloriosos dias passados. E isso para eles já é o bastante.





MELHORES ÁLBUNS DE 2013 - PARTE I - DO 40 ATÉ O 31
MELHORES ÁLBUNS DE 2013 - MENÇÕES HONROSAS

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Novo clipe de Suede, "Hit Me"


Suede ressurgiu das cinzas do Britpop com o bom disco Bloodsports. A banda divulgou hoje pelo canal do Pitchfork no youtube o novo clipe para uma faixa do novo álbum, “Hit Me”, que com certeza dará arrepios aos amantes das artes. Os dois personagens vândalos do vídeo estão em um museu e de repente começam a danificar as obras de arte, fazendo desenhos e riscando belas telas e quebrando clássicas estátuas da história da arte.

"Hit Me" é também o título do novo EP que a banda está lançando esta semana, com mais quatro músicas.

Confira e sofra:


segunda-feira, 25 de março de 2013

Suede - Bloodsports


O mundo deu sinais de que seria bastante injusto com a banda britânica Suede, que anunciou no final do ano passado um novo álbum, Bloodsports, depois de mais de dez anos separados e dezesseis anos do último disco realmente interessante da banda. Suede estourou no início dos anos 90, pegando uma onda no movimento do britpop, com o sucesso astronômico dos dois primeiros álbuns, o de estréia, homônimo, de 1993 e Dog Man Star, de 1994, tido por unanimidade com o melhor trabalho do grupo. Depois de 1997, ou seja, a partir do disco ComingUp, Suede colecionou dois grandes fracassos para sua discografia, com Head Music, de 1999 e A New Morning, de 2002, tendo se separado por tempo indeterminado no final de 2003.

A banda haveria de se reunir novamente em 2010 para, inicialmente, uma série de shows ao vivo. Como uma coisa leva a outra, aos poucos eles foram apresentando novas músicas em alguns desses shows e, por fim, chegamos onde nos encontramos agora: eles anunciam Bloodsports para o mês de março. Ainda devemos levar mais alguns fatores em consideração antes de conjecturarmos sobre a relevância no cenário atual de uma banda como Suede, cujo passado teve seus momentos brilhantes, mas há muitos anos não brilha mais. Para começar, o momento do lançamento do novo trabalho se dá em meia a uma fraquíssima cena do britpop, que outrora era tão forte e que ajudou a elevar a banda. Como se isso por si só não bastasse, David Bowie atrai a atenção de todos quando anuncia também seu álbum de retorno, o já tão falado The Next Day. A relação entre os dois não se limita a serem “álbuns de retorno”, pois o trabalho de Suede sempre fora muito influenciado por Bowie, sobretudo na fase do glam-rock, e, consequentemente, seus fãs em sua maioria quase absoluta, está ligado tanto a um como ao outro e, diante da importância de Bowie e o anúncio de seu retorno, as devidas atenções para Bloodsports estiveram por um fio. Era essa a grande injustiça que o mundo cometeria com Suede, caso deixássemos passar um álbum tão bom e elegante quanto esse. Graças aos bons deuses da música – leia-se aqui o próprio Bowie – a música de qualidade se sobressai e de uma forma de outra, o mérito sempre é a grande mola propulsora do julgamento.




Em Bloodsports, Suede nem parece uma banda que esteve por tanto tempo separada. Da primeira à última música, eles tocam com uma sede incrível, soando atual, sensual, renovado e, quem diria, ainda relevante. “Barriers”, a faixa de abertura, já mostra a que veio, com um baixo marcante, letras com belas e estranhas imagens, um dos grandes trunfos da banda, e, para completar, um refrão do melhor pop possível. Essa fórmula está presente em praticamente todas as músicas, mudando algumas variáveis, acrescentando umas baladas aqui e outras mais pegadas ali. A única coisa presente em todas as músicas é uma banda confortável e confiantes com o próprio som, fazendo soar muito natural. A sequência inicial é de tirar o fôlego, com a continuação de “Snowblind”, com seu refrão apoteótico e dramático, e do primeiro single “It Starts and Ends With You”, que não precisa de maiores explicações sobre o motivo da escolha para ser a música de trabalho do álbum. Em “Sabotage” se sobressai um belo trabalho de arranjos.



Após esses momentos muito interessantes, apesar do charme glam irresistível de “For The Strangers”, as duas faixas seguintes dão a impressão de que Bloodsports vai se tornar um pouco repetitivo, que o repertório ficará limitado a isso. Mas é depois de “Hit Me” que chega o triunfo de Suede, que teve a perspicácia de dar uma guinada diferente na segunda metade do disco, o que leva a dois momentos especialmente deliciosos. Essa parte final é quando as baladas surgem, como “Sometimes I Feel I’ll Float Away”, com uma guitarra belíssima acompanhando a música e um vocal perfeito de Brett Anderson no refrão. E é nessa parte que ele mais brilha, com a melhor faixa do disco “What Are You Not Telling Me?”, cuja tensão se potencializa pela forma com a qual ela foi arranjada, o refrão cheio de corais, ecos e vocais sobrepostos, como se fosse exatamente uma consciência perturbada pelo ciúme e desconfiança, questionando se ambos teriam sido feitos para os “mistérios do amor”. Tendo chegado ao topo, Suede trata de finalizar o disco de maneira correta com “Always” e “Faultlines”.

Bloodsports torna-se assim um sucesso inesperado de uma banda que se julgava acabada e sem força criativa de se destacar mais uma vez nesse cenário que ela chegou a conquistar há vinte anos. Assim como nesses vinte anos a indústria também se transformou e não se pode imaginar por quanto tempo ainda Suede se manterá nessa posição. Mas não são coisas que valem a pena perder tempo pensando agora. A verdade é que eles voltaram com força para, pelo menos, igualar os seus melhores e gloriosos dias passados. E isso para eles já é o bastante.