Mostrando postagens com marcador The Cash Box Kings. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador The Cash Box Kings. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Os indicados para o 39º Blues Music Awards





                Foram divulgados os indicados ao 39º Blues Music Awards, maior prêmio do blues, organizado pela Blues Foundation e que representa uma coleção dos artistas que mais se destacaram e representaram a diversidade e o espírito do blues. A cerimônia do 39th Annual Blues Music Awards acontecerá em 10 de Maio de 2018. Grande parte dos indicados consta também nas listas de melhores do ano do Filho do Blues, mas senti falta de alguns, como Eric Bibb, Rev. Sekou, Van Morrison, por exemplo. A novidade é a criação de mais dois prêmios: o artista do ano do Blues Rock e os melhores vocalistas do ano. Segue abaixo a lista completa:

39th Blues Music Award Nominees

Acoustic Album of the Year

Catfish Keith – Mississippi River Blues
Doug MacLeod – Break the Chain
Guy Davis & Fabrizio Poggi – Sonny & Brownie’s Last Train
Harrison Kennedy – Who U Tellin’?
Mitch Woods – Friends Along The Way
Rory Block – Keepin’ Outta Trouble

Acoustic Artist

Doug McLeod
Guy Davis
Harrison Kennedy
Rory Block
Taj Mahal

Album of the Year

Don Bryant – Don’t Give Up on Love
Monster Mike Welch and Mike Ledbetter – Right Place, Right Time
Rick Estrin & The Nightcats – Groovin’ In Greaseland
TajMo – TajMo
Wee Willie Walker & The Anthony Paule Soul Orchestra – After a While

Band of the Year

The Cash Box Kings
Monster Mike Welch and Mike Ledbetter
Nick Moss Band
North Mississippi Allstars
Rick Estrin & the Nightcats

 B.B. King Entertainer of the Year

Bobby Rush
Michael Ledbetter
Rick Estrin
Sugaray Rayford
Taj Mahal

Best Emerging Artist Album

Altered Five Blues Band – Charmed & Dangerous
Larkin Poe – Peach
Miss Freddye – Lady of the Blues
R.L. Boyce – Roll and Tumble
Southern Avenue – Southern Avenue
Tas Cru – Simmered & Stewed

Contemporary Blues Album of the Year

Beth Hart – Fire on the Floor
Corey Dennison Band – Night After Night
Ronnie Baker Brooks – Times Have Changed
Selwyn Birchwood – Pick Your Poison
TajMo – TajMo

Contemporary Blues Female Artist

Beth Hart
Karen Lovely
Samantha Fish
Shemekia Copeland
Vanessa Collier

Contemporary Blues Male Artist

Keb’ Mo’
Michael Ledbetter
Ronnie Baker Brooks
Selwyn Birchwood
Toronzo Cannon

 Historical Album of the Year

Jimmy Reed, Mr. Luck: The Complete Vee-Jay Singles – Craft Recordings
John Lee Hooker, King of the Boogie – Craft Recordings
Luther Allison, A Legend Never Dies – Ruf Records
The Paul deLay Band, Live at Notodden ’97 – Little Village Foundation
Various, American Epic: The Collection – Sony Legacy

Instrumental-Bass

Benny Turner
Bob Stroger
Larry Fulcher
Michael “Mudcat” Ward
Patrick Rynn

Instrumentalist-Drums

Jimi Bott
June Core
Kenny Smith
Tom Hambridge
Tony Braunagel

 Instrumentalist-Guitar

Anson Funderburgh
Chris Cain
Christoffer “Kid” Andersen
Monster Mike Welch
Ronnie Earl

Instrumentalist-Harmonica

Billy Branch
Dennis Gruenling
Jason Ricci
Kim Wilson
Rick Estrin

 Instrumentalist-Horn

Al Basile
Jimmy Carpenter
Nancy Wright
Trombone Shorty
Vanessa Collier

 Instrumentalist- Pinetop Perkins Piano Player

Anthony Geraci
Henry Gray
Jim Pugh
Mitch Woods
Victor Wainwright

 Instrumentalist – Vocals

Beth Hart
Don Bryant
John Németh
Michael Ledbetter
Sugaray Rayford
Wee Willie Walker

Koko Taylor Award (Traditional Blues Female)

Annika Chambers
Diunna Greenleaf
Janiva Magness
Miss Freddye
Ruthie Foster

Rock Blues Album of the Year

Kenny Wayne Shepherd Band – Lay It On Down
Mike Zito – Make Blues Not War
North Mississippi Allstars – Prayer for Peace
Savoy Brown – Witchy Feelin’
Walter Trout – We’re All In This Together

Rock Blues Artist

Eric Gales
Jason Ricci
Kenny Wayne Shepherd
Mike Zito
Walter Trout

Song of the Year

“The Blues Ain’t Going Nowhere” – written by Rick Estrin
“Don’t Give Up On Love” – written by Scott Bomar and Don Bryant
“Don’t Leave Me Here” – written by Kevin R. Moore, Taj Mahal, and Gary Nicholson
“Hate Take a Holiday” – written by Willie Walker, Anthony Paule, and Ernie Williams
“Prayer for Peace” – written by Luther Dickinson, Cody Dickinson, and Oteil Burbridge

Soul Blues Album of the Year

Don Bryant – Don’t Give Up on Love
Johnny Rawls – Waiting for the Train
Robert Cray & Hi Rhythm – Robert Cray & Hi Rhythm
Sugaray Rayford – The World That We Live In
Wee Willie Walker & The Anthony Paule Soul Orchestra – After a While

Soul Blues Female Artist

Bettye LaVette
Denise LaSalle
Mavis Staples
Trudy Lynn
Vaneese Thomas

Soul Blues Male Artist

Curtis Salgado
Don Bryant
Johnny Rawls
Sugaray Rayford
William Bell
Wee Willie Walker

  Traditional Blues Album of the Year

The Cash Box Kings – Royal Mint
Elvin Bishop’s Big Fun Trio – Elvin Bishop’s Big Fun Trio
Kim Wilson – Blues and Boogie Vol. 1
Monster Mike Welch and Mike Ledbetter – Right Place, Right Time
Rick Estrin & The Nightcats – Groovin’ In Greaseland
Various Artists – Howlin’ At Greaseland

Traditional Blues Female Artist

Annika Chambers
Diunna Greenleaf
Janiva Magness
Miss Freddye
Ruthie Foster

 Traditional Blues Male Artist

John Primer
Kim Wilson
Lurrie Bell
R.L. Boyce
Rick Estrin

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Melhores Álbuns de 2017 - Parte V



01. Guy Davis & Fabrizio Poggi - Sonny & Brownie's Last Train



 Guy Davis está entre os mais renomados cantores do blues da nova geração que surgiu para dar um novo fôlego ao gênero a partir da década de 90. Cantor versátil e bastante produtivo, Guy Davis conta com um respeitável catálogo, que abrange desde clássicos recentes, como You Don’t Know My Mind, de 1998, e Butt Naked Free, de 2000, até álbuns puramente conceituais, como o interessante The Adventures of Fishy Waters, de 2012. Para o seu novo projeto, Davis se juntou com o gaitista italiano Fabrizio Poggi, que tem também uma carreira tão longa quando a de Davis, no entanto não dispõe de tanta inserção no cenário mundial. Nesse projeto colaborativo, a dupla decide homenagear aqueles que provavelmente são a dupla mais lendária de toda a história do blues: Sonny Terry (1911-1986) e Brownie McGhee (1915-1996). Os dois se completavam de tal modo, Sonny na gaita e com seus “woooh” inconfundíveis, e Brownie com sua voz profunda e inabalável e a seu dedilhado no violão.  Essa dupla fez um dos sons mais incríveis do século XX, levando o blues rural e inclusive as técnicas do blues a novos patamares. Pois bem, é para homenagear esses dois grandes cantores da história do blues que juntou Guy Davis e Fabrizio Poggi no projeto intitulado Sonny & Brownie’s Last Train: A Look Back At Brownie McGhee and Sonny Terry, lançado esse no final de março. Ambos foram profundamente influenciados pelo estilo de gaita chamado Piedmont, do qual Sonny e Brownie foram precursores.

                Qualquer álbum que tem como intuito ser um tributo tem de enfrentar necessariamente dois dilemas: o primeiro se trata da escolha das faixas. O segundo dilema é como essas músicas vão ser executadas; se respeitando as versões originais ou reinventando-as e dando novas roupagens. Não existe uma fórmula pronta para álbuns assim, uns funcionam utilizando a primeira forma e outros funcionam melhor com a segunda abordagem.

No primeiro quesito, Sonny & Brownie’s Last Train é impecável. Sem dúvida, alcança as músicas mais famosas tocadas por Sonny e Brownie. É impossível ouvir em qualquer lugar faixas como “Louise, Louise”, “Hooray, These Women is Killing Me”, “Walk On”, por exemplo, e não lembrar deles. Todas estão lá, tocadas de forma emocionante. A gaita de Fabrizio dá acompanhamento incessante a todas as músicas, com texturas e técnicas sensacionais. Sonny ficaria orgulhoso. Junto com as clássicas da dupla, estão lá também versões de tradicionais do blues, que Sonny e Brownie também tocaram, como o hino “Take This Hammer”, e a icônica “Midnight Special”, ambas de uma das suas maiores inspirações, Ledbelly, e “Goin’ Down Slow” e “Baby, Please Don’t Go to New Orleans”, que qualquer bluesman que se preze em algum momento de sua carreira vai tocar essas músicas. Ainda sobre espaço para um música original de Guy Davis. A faixa que dá abertura ao disco é a original e Guy, “Sonny & Brownie’s Last Train”, que dá uma narração quase mítica à história de Sonny e Brownie, inclusive cheia dos whoops característicos de suas músicas. No final dessa faixa, uma mensagem de Guy e Fabrizio para a dupla: “Goodbye Sonny, Goodbye Brownie. See you on the other side”.

Bem, no caso de Sonny & Brownie’s Last Train, ouso dizer que só dá tão certo porque Guy Davis e Fabrizio Poggi gravam essas músicas de forma primitiva, crua, e, portanto, poderosa, da mesma forma que Sonny e Brownie fizeram no seu tempo. Até porque, segundo o próprio Guy, Brownie e Terry foram dois músicos cujo trabalho nunca será superado, muito menos melhorado”. Guy  encarna o papel de Brownie, enquanto Fabrizio se encarrega de representar a gaita de Sonny, o que não é uma tarefa nada fácil. O resultado do trabalho de Fabrizio sem dúvida é um dos pontos mais fortes do disco.

Pois bem, estamos em 2017. Nada mais vai alcançar a genialidade das gravações de Sonny Terry e Brownie McGhee do que esse projeto de Guy Davis e Fabrizio Poggi. O fato de ser um tributo sincero faz com que o álbum atinja todos os seus objetivos. É um álbum honesto, empolgante, histórico e apaixonante.






02. Walter Trout - We're All In This Together




We’re All In This Together torna-se assim, além de um favoritos para o melhor disco do ano, uma obra-prima do gênero blues-rock e coloca Walter Trout como seu maior representante e compositor. O mais legal é que essas posições de nada importam: ele consegue essa proeza num disco colaborativo em que os egos de cada um dos convidados – e o dele próprio – são deixados de lado e o que transparece é realmente a única coisa que importa de verdade: o amor pela música.






03. The Cash Box Kings - Royal Mint


Contando com regravações poderosíssimas e canções originais relevantes de quem vive o tempo presente, com críticas políticas e sociais, executadas por integrantes que conhecem profundamente os diferentes estilos do blues, The Cash Box Kings reafirmam a relevância do blues para a cena musical contemporânea. De fato, é como o próprio Oscar Wilson descreveu o disco: "um retorno à era dourada do blues.





04. Rev. Sekou - In Times Like These



In Times Like These é um álbum daqueles que realmente só podem ser feitos em tempos como estes. Cheio de tensão, revolta, paixão, dor, sentimento e, acima de tudo, esperança. Ainda de quebra, Rev. Sekou nos leva a uma visita à Igreja. Aqui cabe um adendo: independente da sua religião ou se não tem religião, mesmo assim, a música nos leva a significativas experiências espirituais. Rev. Sekou, apesar de pastor de uma Igreja pentecostal, sabe muito bem disso. Álbuns assim são os que curam a alma. Estamos precisando.






05. Mitch Woods - Friends Along The Way



Esse álbum é uma festa. Uma grande parte dos artistas que estão presentes nos 50 melhores discos do ano são amigos de Mitch Woods, o que os faz presente em Friends Along The Way. O nome não é lá muito original, mas funciona perfeitamente. Até quem já partiu se faz presente aqui, como John Lee Hooker e James Cotton. Mas a lista é bem mais extensa: Van Morrison, Charlie Musselwhite, Taj Mahal, Elvin Bishop, Joe Louis Walker, Maria Muldaur, Kenny Neal, John Hammond, dentre outros. Cada qual traz um pouco do seu estilo para somar ao piano de Mitch Woods, gerando um resultado sensacional. 






06. Van Morrison - Roll With The Punches



Van Morrison não é nenhum novato no mundo da música e já percorreu por vários caminhos da música americana, entre rock, folk, blues. Aos 72 anos, Morrison compôs mais cinco originais e gravou 10 covers para compor o ótimo Roll With The Punches focadas essencialmente no Chicago Blues, mas, pela sua trajetória, podemos perceber também nas músicas influências de diversos estilos, o que contribui ainda mais para o disco, sem perder a essência do blues. 






07. Eric Bibb - Migration Blues




É impossível não politizar um álbum que nos dias de hoje leve o nome de "Migration Blues". Eis o novo álbum do cantor e compositor Eric Bibb, que lança o novo disco em meio ao governo turbulento e xenófobo do novo presidente norte-americano, Donald Trump, com propostas cada vez mais mirabolantes para tratar da questão da imigração no país anglo-saxão, além do recrudescimento da tensão racial nos Estados Unidos e - por que não? - no mundo. "Migration Blues" é rico musicalmente, socialmente e politicamente. É, enfim, um grande registro de uma época confusa e tensa, que, no futuro, se constituirá num ótimo disco-manifesto dessa época.







08. Little Roger & The Houserockers - Good Rockin' House Party



Como o título sugere, é trilha sonora pra festa caseira, isso se você estiver interessado no blues clássico da década de 50, 60. Em Good Rockin' House Party, Little Roger e banda conseguem captar o espírito festivo do gênero, além de baladas para o momento da conversa ao pé do ouvido e de dançantes para se soltar no meio da sala. 







09. Kim Wilson - Blues and Boogie, Vol. 1



Kim Wilson é o líder da banda de blues The Fabulous Thunderbirds, mas agora saiu em um projeto solo de lançar volumes de clássicos de blues e boogie. Um projeto desse nas mãos de um dos grandes gaitistas de blues da atualidade não poderia dar errado. Uma ótima seleção de músicas, que passa por gênios da gaita como Little Walter, Sonny Boy Williamson e James Cotton, mas também abrange Elmore James, John Lee Hooker, dentre outros, faz com que a diversão seja garantida do início ao fim. 






10. Roger Waters - Is This the Life We Really Want?



Vários discos entre os dez melhores do ano são como manifestos políticos de seu tempo. E dentre todos, o primeiro disco de rock de Roger Waters em quase 25 anos é o mais amplo. Em Is This the Life We Really Want?, Roger Waters usa de toda sua acidez lírica para criticar o mundo contemporâneo, tanto nos seus aspectos políticos quanto sociais. O mundo distópico, em "Picture That", a separação forçada de pais e filhos, em "The Last Refugee", os drones como armas de guerra, em "Deja Vu", o sonho americano, em "Broken Bones", o terrorismo, em "Smell The Roses", dentre outras sacadas. É um álbum mordaz, profundo, cujas letras contém várias referências do mundo atual. Vale a pena construir este quebra-cabeça. 






domingo, 17 de dezembro de 2017

Playlist: OFilhoDoBlues-2017











Depois de um longo ostracismo, o blog está de volta! E a época de final de ano é bem sugestiva. Já retornamos com as listas de melhores músicas e álbuns de 2017. Nesse ano, a predominância do blues foi absoluta. A morte de David Bowie, em 2016 e a queda de bandas heroicas, como Queens of The Stone Age e Arcade Fire (que lançaram álbuns pífios em 2017) foram duros golpes no rock para mim. Enfim, razões à parte, vamos à lista.

A lista de músicas do ano selecionadas pelo Filho do Blues foi mais gorda do que a do ano passado: temos 130 músicas, escolhidas a partir dos melhores álbuns do ano, dos quais eram selecionadas duas ou três faixas por disco. (algumas músicas infelizmente não puderam fazer parte da lista, pois o Spotify  não disponibilizou o álbum na sua plataforma, como Guy Davis & Fabrizio Poggy, The Blind Boys of Alabama e Eric Bibb)


Então curta o que melhor rolou no ano: 



quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Confira a resenha de The Cash Box Kings - Royal Mint





The Cash Box Kings é uma banda colaborativa por essência. Criada em 2001 pelo gaitista, cantor e compositor Joe Nosek, foi em 2007 que o grupo recebeu mais um membro fixo, o vocalista Oscar Wilson, que contribuiu para o salto de qualidade na sonoridade da banda. Os demais membros são flexíveis, dependendo do talento e da direção que aqueles que estão envolvidos queiram seguir. Para o novo trabalho da banda, Royal Mint, tantos talentos e experiências diferentes alcançaram uma ótima síntese do blues, resgatando elementos do Chicago blues de Muddy Waters, Jimmy Reed, principalmente, mas flertando em momentos diferentes com o Piedmont blues, country blues e Delta blues, transitando naturalmente do tradicional para o novo, e vice-versa.

Os destaques de Royal Mint são vários, começando pela própria regularidade durante todo o disco, mantendo a pegada sem cair no desinteresse, na mesmice ou com fusões sonoras confusas e desnecessárias para, a priori, alcançar um público maior. Sem dúvida, e sem desmerecer os demais, as faixas que contam com Wilson nos vocais se destacam pelo vigor que os cantores de blues normalmente tem. Depois de um início empolgante com os boogies “House Party”, de Amos Milburn, e o clássico “I’m Gonna Get My Baby”, de Jimmy Reed, Oscar Wilson capricha demais na versão de "Flood", de Muddy Waters. Na verdade, Wilson soa como uma encarnação de Waters. Um slow blues sensacional, mérito também de uma ótima banda de apoio. Mas não é somente nas regravações que The Cash Box Kings faz um grande trabalho. A faixa seguinte é a original "Build That Wall", na qual o grupo destila ironia sobre a decisão do governo Trump de construir o muro e fala umas verdades, digamos assim, incômodas. A letra diz: “Go on build that wall/ mistreat people with brown skin but most of all: you can ignore what Jesus said /you know the poor are better off dead. /come on now USA let's build that wall.”

A faixa seguinte, "Blues for Chi-Raq", em uma encarnação agora de Albert King, também aborda uma problemática atual: o aumento da violência, principalmente por armas de fogo, especificamente nos bairros em Chicago. Mais uma vez a banda faz um trabalho incrível na regravação do clássico de Robert Johnson, "Travelin' Riverside Blues". Em seguida, o grupo toca numa questão que com certeza já foi problema para muita gente nesse mundo de relações virtuais em que vivemos. "If You Got a Jealous Woman, Facebook Ain't Your Friend". O título é autoexplicativo. A parte final do disco nos reserva ainda ótimos momentos, além de mais regravações, como "Sugar Sweet" e "All Night Long", conta ainda com "I Come All The Way From Chi-Town", focado no estilo Piedmont blues de Sonny Terry e a divertida "Don't Let Life Tether You", com um dançante solo introdutório de gaita.

Contando com regravações poderosíssimas e canções originais relevantes de quem vive o tempo presente, executadas por integrantes que conhecem profundamente os diferentes estilos do blues, The Cash Box Kings reafirmam a relevância do blues para a cena musical contemporânea. De fato, é como o próprio Oscar Wilson descreveu o disco: "um retorno à era dourada do blues.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Confira o clipe-manifesto "Build That Wall" de The Cash Box Kings


A banda The Cash Box Kings lançou um novo disco, Royal Mint. Para promover o lançamento, a banda publicou no Youtube um clipe da música "Build That Wall", em que ataca as decisões políticas do governo de Donald Trump, especificamente a ideia de construir um muro para impedir a entrada de imigrantes e a falta de engajamento do governo dos Estados Unidos nos debates sobre as mudanças climáticas. No vídeo, o grupo também faz um manifesto político:

"Se você acha que racismo e a brutalidade policial contra negros não existiam 'até o presidente Obama ser eleito', então esta música é para você. (Faça um favor a você mesmo: vá ler qualquer livro de 5º ano de História da América, ou pesquise no google sobre comércio de escravos, Jim Crow, linchamentos, ...)

Se você acha que porque é branco ou tem um sobrenome 'não-étnico', você está de alguma forma mais aberto às oportunidades econômicas e direitos civis do que qualquer outro americano, então esta música é para você.

Se você acha que está tudo bem gozar, diminuir ou denegrir alguém por causa da cor da pele, do gênero, sua origem étnica, capacidade mental ou física, crenças religiosas ou preferência sexual,então esta música é para você.

Se você acha que está tudo bem agarrar uma mulher sem consentimento, ou assediar sexualmente, então está música é para você

Finalmente, se você testemunhou algum desses atos falados acima acontecer e não se sentiu disposto a falar contra eles, então está música é para você."

Abaixo segue a letra da música:

Build That Wall

WelI our faces aren't the same
and I can tell by your last name
this country means more to me than it does to you
We need to get back to that space
Where people knew their place
And when we're done with that let's go and build a wall

Build a wall go on build that wall mistreat people with brown skin but most of all:
you can ignore what Jesus said
you know the poor are better off dead.
come on now USA let's build that wall

You can grab her where you like there,
got no use for women's rights,
And if the girl complains she's probably just a dyke,
this PC thing’s a bunch of crap,
now we can mock the handicapped.
And when we're done with that we’ll go and build a wall.

Build that wall go on build that wall mistreat people with dark skin but most of all:
you can forget what Jesus said
ignore the sick they’ll soon be dead.
come on now USA let's build that wall

Take your science and your facts
you can blow them out your ass
'Cause the unexamined life is where it's at
Climate change ain't all that bad,
you know it's just a passing fad.
come on now USA let's build that wall

Build that wall go on build that wall mistreat people with black skin but most of all:
we’re gonna go and lead the fight to save the red, blue and white.