quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Panteão dos Deuses: David Bowie

Vamos estrear agora a coluna Panteão dos Deuses, que tem o intuito de revisitar as carreiras dos maiores nomes da história do rock. E ninguém melhor para começar do que o próprio deus máximo David Bowie. Esse inglês nome de nascença David Robert Jones, chamado de Camaleão do Rock, nascido em Brixton, chegou para mudar a cara do rock. Dono de uma das carreiras mais ousadas da história, a alcunha camaleão do Rock não poderia se encaixar melhor em outra pessoa. Conhecido por sempre se renovar, nunca permanecer num mesmo estilo por muito tempo, reinventando-se constantemente, David Bowie é a heterogeneidade em pessoa. Se quiser ter uma idéia, selecione as melhores músicas de cada álbum dele e coloque todas juntas numa mesma pasta, sem organizar por data, e bote para tocar. Você vai ouvir hard rock, glam rock, soul music, eletrônico, rock anternativo, experimental, art rock, new wave, dentre outros estilos menores. E cada uma dessas músicas permanecem tão atuais como o era há , 20, 30, 40 anos.


Certamente por essa natureza inquieta de David Bowie, seja tão difícil conhecê-lo por completo, mas ao mesmo tempo, nenhuma outra tarefa é musicalmente tão recompensadora. Nenhum trabalho isolado define artisticamente David Bowie. Ele não é o superstar glam Ziggy Stardust, nem a figura militar fascista de Thin White Duke, ou o soul man de Young Americans. Também não existe a trilogia de Berlin (Low, Heroes e Lodger), sem o sombrio mundo subterrâneo de Scary Monsters. E ainda digo que para se definir Bowie não se pode ignorar a infeliz década de oitenta, com a figura Pop do New Wave, com Let’s Dance, muito menos as experimentações eletrônicas de Outside, Earthling e o soul eletrônico de Black Tie White Noise. Nem mesmo os mais recentes retornos ao rock clássico de Heathen, Reality e Hours.


Com uma carreira dessas dimensões e tão ousada, a linha entre o sucesso e o fracasso é tênue. David Bowie conheceu o sucesso estrondoso quando Ziggy Stardust conquistou o mundo e, mesmo após a morte do personagem, Bowie engoliu os anos 70 com clássicos como Station to Station e a trilogia de Berlin. Mas numa carreira com esse estilo é praticamente impossível não cometer deslizes. Digamos que a década de 80 foi esse deslize, entrando na moda do New Wave, que o próprio contribuiu muito para a criação do estilo. A década de 90 apresenta uma situação muito delicada, com a fase de experimentações eletrônicas. São álbuns complexos e difíceis de digerir, principalmente para os fãs casuais. Mas uma vez desvendado os álbuns, vê que as criações dessa era foram muito intensas, sobretudo Black Tie White Noise, Outside e Earthling. Depois de álbuns mais acessíveis e clássicos como Heathen e Reality, David Bowie se impôs ao ostracismo após um infarto numa apresentação na Alemanha, na turnê mundial de 2003. Talvez pelo medo da morte, agora ele passa o tempo se dedicando à família, curtindo a filha de nove anos e a esposa, a modelo Iman, desenhos e pinturas. Mas alguém pode dizer para ele que ele não morre.

Enfim, não há nenhum artista musicalmente tão rico quanto David Bowie. Os seus erros e acertos são apenas pacotes de uma grande e imortal obra, que foi o grande Acerto. E é por isso que aqui nesse recinto David Bowie é Deus. Com D maiúsculo.


Deixo vocês agora com uma das melhores composições da humanidade, "Heroes":

2 comentários:

  1. vamos respeitar, né... o cara não é oq é hoje se não fosse bom... hahaha! ei, só pra te perturbar

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  2. Cara, eu gosto de pouca coisa do Boi. Tem coisas legais do passado e tem músicas fantásticas depois que ele cortou o cabelo quase de macho e ficou com um visual metro sexual... Mas ele na essência é um artista, um monstro, um louco, e é por isso que ele transcende a música ou o visual, ele é foda!
    Essa música é uma das que mais gosto, toca em algum filme cabeça que não lembro qual é... mas tem drogas e cachaça :)
    A única coisa que discordo do teu texto é o lance de fã casual. Eu tenho quase todos os DVDs da Bjork, curto desde o Sugarcubes, assim também como Depeche Mode, mas os últimos trabalhos deles são puro lixo. Não conheço todo o trabalho do Boi, mas nunca ouvi nada que conseguisse tarjar de lixo! :)

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