Sempre envolto
em mistérios, aos poucos as informações complementares começam a surgir sobre Blackstar,
o novo álbum de David Bowie, através de coletas e fragmentos de entrevistas de
alguns dos envolvidos no processo de composição do disco. Segundo a revista Rolling Stone, James Murphy
foi um dos colaboradores de Blackstar, tocando percussões em duas faixas,
segundo Visconti, produtor e amigo de longa data de Bowie, além de trazer
alguns sintetizadores e uma tonelada de ideias, de acordo com Mark Guiliana,
baterista da banda. Essa não é a primeira vez que Murphy trabalha com David
Bowie. Em 2013, ele criou uma nova versão para “Love is Lost”, do então novo
álbum The Next Day. Outra informação relevante de Tony Visconti coletada da
matéria da Rolling Stone é a influência sonora que inspirou a mistura de ritmos
e sons presentes em Blackstar. Uma delas é o jazz livre e improvisado presente
na faixa título, “Blackstar”. A matéria conta como foi a operação para recrutar
alguns músicos de jazz, como Donny McCaslin, que se viu surpreendido com Bowie
assistindo a uma apresentação sua em Nova York. Segundo Visconti, “ele jogou
tudo lá e isso foi exatamente o que queríamos fazer. O objetivo, de várias
formas, foi evitar o rock & roll”. Tem de Krautrock a hip hop, e de pop ao
jazz. O cantor de hip hop Kendrick Lamar
foi uma das inspirações para essa mistura, apesar de não ter nada de hip hop,
mas Visconti explica que o fato de Lamar ter sido tão mente aberta foi muito
inspirador.
Sobre a faixa
título “Blackstar”, que teve seu vídeo lançado na semana passada, era
originalmente duas canções (como se pode perceber em dado momento), mas que
Bowie e Visconti conseguiram juntá-las. Visconti diz ainda que ela teve que ser
cortada para poder ser o primeiro single do novo disco, já que o Itunes não
cabe singles com mais de 10 minutos de duração. Como Bowie estava decidido a
ser “Blackstar” o single e não queria também que houvesse duas versões da
música, ele fez o corte para os 9:57s. Segundo o membro da banda, Donny
McCaslin, a letra de “Blackstar” é sobre o Estado Islâmico.
Títulos de
outras faixas também foram divulgados, como “Girl Loves Me”, uma balada chamada “Dollar Days”, que David
compôs no estúdio, “I Can’t Give Everthing Away” e “Tis a Pity She Was a Whore”,
que já havia sido lançada como B-Side de “Sue (In A Season Of Crime”, em 2014.
A capa de
Blackstar foi desenhada pelo designer Jonathan Barnbrook, que já fez as capas
de The Next Day, Heathen e Reality e é a primeira que não traz a imagem de
Bowie na capa. Resumindo seu trabalho em Blackstar, Jonathan diz: “Blackstar é
um álbum sombrio sobre tempos sombrios. Eu espero que no que eu fiz tenha algo
que ressoe com a escuridão das músicas de alguma forma”.
A empolgação
com o trabalho realizado transborda de Tony Visconti quando ele fala de
Blackstar: “Quando ele lançou álbuns como Heroes e Low, ninguém estava fazendo algo
assim. E então ele fez nascer uma Nova Era Romântica. Ele é um destruidor de
gêneros e eu mal posso esperar para os álbuns de imitações de Blackstar
começarem a sair”. Pelo visto, Tony está apostando alto!