terça-feira, 24 de novembro de 2015

Informações complementares do novo álbum de David Bowie, Blackstar


Sempre envolto em mistérios, aos poucos as informações complementares começam a surgir sobre Blackstar, o novo álbum de David Bowie, através de coletas e fragmentos de entrevistas de alguns dos envolvidos no processo de composição do disco. Segundo a revista Rolling Stone, James Murphy foi um dos colaboradores de Blackstar, tocando percussões em duas faixas, segundo Visconti, produtor e amigo de longa data de Bowie, além de trazer alguns sintetizadores e uma tonelada de ideias, de acordo com Mark Guiliana, baterista da banda. Essa não é a primeira vez que Murphy trabalha com David Bowie. Em 2013, ele criou uma nova versão para “Love is Lost”, do então novo álbum The Next Day. Outra informação relevante de Tony Visconti coletada da matéria da Rolling Stone é a influência sonora que inspirou a mistura de ritmos e sons presentes em Blackstar. Uma delas é o jazz livre e improvisado presente na faixa título, “Blackstar”. A matéria conta como foi a operação para recrutar alguns músicos de jazz, como Donny McCaslin, que se viu surpreendido com Bowie assistindo a uma apresentação sua em Nova York. Segundo Visconti, “ele jogou tudo lá e isso foi exatamente o que queríamos fazer. O objetivo, de várias formas, foi evitar o rock & roll”. Tem de Krautrock a hip hop, e de pop ao jazz.  O cantor de hip hop Kendrick Lamar foi uma das inspirações para essa mistura, apesar de não ter nada de hip hop, mas Visconti explica que o fato de Lamar ter sido tão mente aberta foi muito inspirador.

Sobre a faixa título “Blackstar”, que teve seu vídeo lançado na semana passada, era originalmente duas canções (como se pode perceber em dado momento), mas que Bowie e Visconti conseguiram juntá-las. Visconti diz ainda que ela teve que ser cortada para poder ser o primeiro single do novo disco, já que o Itunes não cabe singles com mais de 10 minutos de duração. Como Bowie estava decidido a ser “Blackstar” o single e não queria também que houvesse duas versões da música, ele fez o corte para os 9:57s. Segundo o membro da banda, Donny McCaslin, a letra de “Blackstar” é sobre o Estado Islâmico.

Títulos de outras faixas também foram divulgados, como “Girl Loves Me”, uma  balada chamada “Dollar Days”, que David compôs no estúdio, “I Can’t Give Everthing Away” e “Tis a Pity She Was a Whore”, que já havia sido lançada como B-Side de “Sue (In A Season Of Crime”, em 2014.

A capa de Blackstar foi desenhada pelo designer Jonathan Barnbrook, que já fez as capas de The Next Day, Heathen e Reality e é a primeira que não traz a imagem de Bowie na capa. Resumindo seu trabalho em Blackstar, Jonathan diz: “Blackstar é um álbum sombrio sobre tempos sombrios. Eu espero que no que eu fiz tenha algo que ressoe com a escuridão das músicas de alguma forma”.

A empolgação com o trabalho realizado transborda de Tony Visconti quando ele fala de Blackstar: “Quando ele lançou álbuns como Heroes e Low, ninguém estava fazendo algo assim. E então ele fez nascer uma Nova Era Romântica. Ele é um destruidor de gêneros e eu mal posso esperar para os álbuns de imitações de Blackstar começarem a sair”. Pelo visto, Tony está apostando alto! 



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Confira a nova música de David Bowie, Blackstar


                No imaginário de David Bowie uma coisa é certa: aventurar-se pela sonoridade eletrônica está vinculado a uma escolha estética bastante sombria e lúdica. Foi assim nos discos Outside, de 1995 e Earthling, de 1997, onde Bowie viajou bastante pelo rock industrial  eletrônico. Para o novo disco, programado para janeiro, chamado Blackstar, David Bowie já avisou que ele é construído inspirado na eletrônica do final dos anos 70. Hoje, com o lançamento da épica faixa título “Blackstar” , com dez minutos de duração, Bowie realizou mais uma transformação completa: dessa vez ele faz o papel de um profeta cego e amaldiçoado. Uma letra apocalíptica e profética completam o tom sombrio."On the day of execution, on the day of execution, lonely women kneel and smile". Uau. Medo. Caveiras, astronautas mortos em planetas distantes, mulheres com rabos e rapazes frenéticos dançando e rituais junto com um Bowie vendado com apenas dois pontos negros nos olhos, fecham a cena. Musicalmente, as batidas eletrônicas viajam juntos com sintetizadores e saxofones em uma viagem interplanetária jazzística. No meio da música, há uma ponte completamente diferente, só no piano, que recomeça com outro ritmo, completamente diferente, com vozes em tonalidades diferentes. Algo que só Bowie poderia construir, imaginar e, sem dúvida, realizar. Após quatro álbuns sem arriscar muito, em Blackstar parece que Bowie dá mais um grande salto em sua carreira e completa mais uma transformação. Clique em play no vídeo abaixo e prepare-se para o êxtase.