Em 1996, Pearl Jam recebeu o Grammy pela Melhor Performance
de Hard Rock, com a música “Spin The Black Circle”, do álbum Vitalogy, de 1994.
Para receber o prêmio, a banda protagonizou um dos momentos mais bizarros e
inesperados da história do Grammy Awards. Meio que querendo se esconder, Eddie Vedder murmura: "I don't know
what this means ... I don't think it means anything,". A reação da
plateia indecisa foi mista, poucos aplausos e a maioria perplexa.
No DVD de comemoração dos vinte anos de banda, Pearl Jam
Twenty , o guitarrista Stone Gossard faz um tour pela sua casa, mostrando
diversos souvenirs que ele colecionou durante a carreira. Stone chama para o porão: "There must be
something on the basement”. No ambiente escuro e empoeirado, portanto
uma lanterna, ele exclama: “Look, there's a grammy!". É ali onde o Grammy
Awards é tão vaidosamente guardado.
Na edição de 2015, Beck foi um dos grandes vencedores, levando para casa os prêmios de Melhor Álbum de Rock e Melhor Álbum do Ano com Morning Phase. Jack White ganhou a Melhor Performance de Rock, com "Lazaretto" (White e Arcade Fire perderam o Melhor Álbum de Rock Alternativo para St Vicent). Pearl Jam recebeu o prêmio de Melhor Pacote de Gravação, com Lightning Bolt, pelo trabalho de Jeff Ament, Don Pendleton, Joe Spix & Jerome Turner, diretores de arte. Para o prêmio de Melhor Álbum de Blues deu o óbvio: a justa premiação de Step Beck, de Johnny Winter. Além de Buddy Guy, que recebeu o Lifetime Achievment Award.
Esse ano de 2014 foi bastante corrido para o Filho do Blues, o que acabou fazendo com que tivesse menos tempo disponível para me dedicar ao blog, com atualizações, notícias, vídeos e resenhas. No entanto, isso não quer dizer que eu parei de acompanhar as novidades do mundo da música. Muito pelo contrário: ainda que sem tempo, consegui manter o top 40 do ano e consegui expandir meus horizontes musicais e mergulhei ainda mais, sobretudo, no blues. Fato que é traduzido pela maior ocorrência de álbuns do gênero em relação ao ano passado. Em 2013, tivemos 8 destaques do blues nos melhores álbuns do ano (o maior deles, Corey Harris, com Fulton Blues). Já em 2014, esse número subiu para 12, com o destaque para Sugar Ray & The Bluetones, pelo álbum Living Tear to Tear, que alcançou a segunda colocação no ranking. O top 10 conta com 4 ábuns de blues, o que é um feito significativo. (Além de Sugar Ray & The Bluetones, Billy Boy Arnold, ainda teve Johnny Winter, que faleceu ainda neste ano, antes do álbum ser lançado, e Joe Bonamassa).
Também chamo atenção para alguns lançamentos nacionais bastante interessantes em 2014, como o retorno da Nação Zumbi (5º), o gênio Tom Zé (7º), a parceria de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães na Banda do Mar (13º), Erasmo Carlos (23º) e China (27º).
Em primeiro lugar ficou Jack White, com seu segundo disco solo, Lazaretto. No topo a disputa ficou menos acirrada do que em relação a 2013, que teve ao menos 4 grandiosos álbuns (Arcade Fire, David Bowie, QOTSA e Vampire Weekend). Mesmo assim, ainda podemos falar dos não menos notáveis novos lançamentos de Beck (Morning Phase, 3º), Damon Albarn, do Blur, (Everybody Robots, 18º), o mestre Leonard Cohen (Popular Problemas, 09º) e Foo Fighters (Sonic Highways, 10º).
O ano de 2014 teve de tudo. Contou com a volta de figuras carimbadas como Weezer, com um bom álbum (Everything Will Be Alright In The End, 16º), Stephen Malkmus (Wig Out at Jagbags, 40º) e Manic Street Preachers (Futurology, 24º), ao mesmo tempo em que reforçou ou apresentou novidades muito boas, como Perfume Genius (Too Bright, 14º), Sun Kil Moon (Benji, 19º) e Christopher Owens (A New Testment, 17º). E o que falar da maior novidade do ano, a maior revelação do ano, que lançou o seu primeiro disco no início desse ano aos 82 anos? Estou falando do bluesman Leo "Bud" Welch, com o maravilhoso álbum de blues-gospel Sabougla Voices (12º).
Enfim, nos despedimos de 2014 com essa lista de nomes que fizeram com que o ano ficasse melhor e mais gostoso. No mais, Feliz Natal e Feliz Ano Novo para os leitores do Filho do Blues e que 2015 seja repleto de belíssimos lançamentos para que no próximo dezembro esta lista esteja ainda mais extensa!
Um grande abraço!
MELHORES ÁLBUNS DE 2014
01. Jack White - Lazaretto
02. Sugar Ray & The Bluetones - Living Tear to Tear
03. Beck - Morning Phase
04. Johnny Winter - Step Back
05. Nação Zumbi - Nação Zumbi
06. Billy Boy Arnold - The Blues Soul Of Billy Boy Arnold
07. Tom Zé - Vira Lata Na Via Lactea
08. Joe Bonamassa - Different Shades Of Blue
09. Leonard Cohen - Popular Problems
10. Foo Fighters - Sonic Highways
11. Gruff Rhys - American Interior
12. Leo Welch - Sabougla Voices
13. Banda do Mar - Banda do Mar
14. Perfume Genius - Too Bright
15. Dave Specter - Message In Blue
16. Weezer - Everything Will Be Alright In The End
17. Christopher Owens - A New Testament
18. Damon Albarn - Everyday Robots
19. Sun Kil Moon - Benji
20. TV On The Radio - Seeds
21. Damien Rice - My Favourite Faded Fantasy
22. John Mayall - A Special Life
23. Erasmo Carlos - Gigante Gentil
24. Manic Street Preachers - Futurology
25. Damien Jurado - Brothers And Sisters of the Eternal Son
26. Walter Trout - The Blues Came Callin'
27. China - Telemática
28. Lucky Peterson - The Son Of A Bluesman
29. The Robert Cray Band - In My Soul
30. Bruce Springsteen - High Hopes
31. Johnny Cash - Out Among The Stars
32. Cloud Nothings - Here And Nowhere Else
33. C.W. Stoneking - Gon Boogaloo
34. Mud Morganfield & Kim Wilson - For Pops Tribute To Muddy Waters
35. Tibério Azul - Bandarra
36. Hamilton Leithauser - Black Hours
37. The Black Keys - Turn Blue
38. Thiago Pethit - Rock'n'Roll Sugar Darling
39. Black Lips - Underneath the Rainbow
40. Stephen Malkmus & The Jicks - Wig Out at Jagbags
41. Eric Bibb - Blues People
Álbuns que não foram completamente inéditos, mas que de alguma forma merecem ser menciona
O Filho do Blues está sumido mas não está morto! E para preparar vocês para a já tradicional lista de Melhores álbuns do ano - que sairá em breve - deixarei vocês curtindo por uns dias as dez melhores faixas do ano. Divirtam-se!
Jack White - Would You Fight for My Love?
Jack White dá a sequência a sua carreira solo com o disco Lazaretto. "Would You Fight For My Love?" reune tudo de melhor da sua carreira em uma única faixa.
David Bowie - Sue (Or in a Season of Crime)
A única faixa inédita da magnífica coletânea Nothing Has Changed é incrível e aponta para uma nova direção musical de Bowie em relação aos três últimos discos. Pena que só tem uma.
Nação Zumbi - Foi de Amor
"Foi de Amor" traz todo o peso tradicional que conhecemos de Nação Zumbi, em meio a um álbum sonoramente bem mais acessível ao grande público, sem, no entanto, perder a identidade que faz de Nação a melhor banda nacional.
Perfume Genius - Queen
Qualquer música da banda Perfume Genius tem todos os ingredientes para sensibilizar o ouvinte. "Queen" apresenta tudo isso de forma potencializada, muito emotiva, tensa, que faz com que cada verso seja uma cicatriz sendo aberta e curada ao mesmo tempo. Perfeito.
Leo "Bud" Welch - Take Care of Me Lord
O estreante do ano, a revelação que tem 82 anos despejando agora para todo mundo ouvir a energia e o vigor do seu Blues-Gospel. Para lavar a alma e dançar. Desse jeito até eu iria para a Igreja.
Tom Zé - Esquerda, Grana e Direita
Tom Zé destila toda sua sagacidade e gênio nessa faixa que traduz o momento que a sociedade brasileira atravessa, sempre com a irreverência e brilho típico das obras desse genial artista brasileiro.
Damien Rice - It Takes A Lot To Know A Man
Melhor música de seu novo álbum, a épica "It Takes a Lot To Know A Man" faz uma viagem bastante sensível, com uma melodia cativante e uma viagem sonora para fazer você fechar os olhos e acompanhar. Lindo.
Johnny Winter - Death Letter
A lenda do blues Johnny Winter faleceu em 2014 um pouco antes de lançar seu novo disco, Step Back. Nada melhor do que homenageá-lo aqui com esse vídeo de "Death Letter", clássico de Son House, presente no disco.
Christopher Owens - It Comes Back To You
Christopher Owens dá continuidade a sua carreira solo sem parar para respirar por muito tempo. E "It Comes Back To You" apresenta uma sonoridade mais próxima de seu trabalho com a banda Girls, que ainda é o auge de sua carreira.
Joe Bonamassa - Living On The Moon
Muita energia e pegada marcam "Living On The Moon", do novo trabalho de Joe Bonamassa, com tudo o que você pode esperar desse grande guitarrista do blues rock.
Já estava em tempo. Jack White irá lançar um novo álbum solo
em 9/10 de junho, chamado Lazaretto, pela sua própria gravadora, Third Man
Records. Lazaretto dá sequência à carreira solo de Jack White, depois do
sucesso da estreia em 2012 com Blunderbuss. O anúncio, feito pelo site oficial,
veio junto, como um aperitivo, o vídeo da faixa instrumental – e sensacional – “High
Ball Stepper”, reforçando a alcunha de “guitar hero” carregada por White desde
os tempos de White Stripes. O primeiro
single de fato só será lançado no final do mês, e leva o mesmo nome do disco, “Lazaretto”.
Também será lançada uma edição especial e limitada, contendo um livro de 40
páginas com as letras das músicas, arte, um pôster e um disco com duas versões
demo de faixas do álbum, como “Alone In My Home” e "Entitlement”.
Pelo visto abril será embalado pelas guitarras de Jack
White. E depois... só ele sabe. Confira
o vídeo de “High Ball Stepper”:
No geral, I Bet On Sky é a prova de que uma banda “velha” e “ultrapassada” ainda pode produzir ótimos discos. Os solos de guitarra, como era de se esperar, são um espetáculo à parte, sensacionais. Não é o melhor da carreira deles, mas longe de ser ruim ou irrelevante, muito pelo contrário, I Bet On Sky surge no melhor momento, pois já estava com saudade de ouvir tanta coisa boa assim. Pode mandar mais, pessoal!
Maraqopa é uma coleção forte de músicas bem variadas que, devido às suas formas, detalhes, arranjos, trazem em cada faixa um banho especial e gostoso em forma de música. Ele tem um equilíbrio difícil de encontrar, todas as músicas são acima da média e tem seu quinhão de brilhar os olhos. Maraqopa é o álbum onde Jurado conseguiu juntar suas melhores características, transformando-se no seu melhor trabalho até hoje. E tendo sido lançado no ano em que marca 15 anos do lançamento do seu primeiro disco, Waters Ave S., é um alívio ver Jurado com tanto vigor e criatividade renovada como ele se apresenta aqui.
Psychedelic Pill é, literalmente, uma viagem e vai de encontro ao conceito de se escutar música no século XXI, no qual as pessoas sempre sem tempo e com muita pressa, preferem várias músicas curtas para acompanhá-las no caminho entre uma coisa e outra. É um álbum perfeito para se ouvir na estrada, no banco do passageiro, devaneando com o olhar através janela, pelas planícies, serras e plantações, enquanto o cavalo louco pisa no acelerador e deixa-se levar. Ou, como o próprio Uncle Neil respondeu hoje mais cedo para um fã que perguntou o que esperar do primeiro show de Neil & Crazy Horse: “bring oats and smell the horse”. Ou seja, traga aveia e cheire o cavalo.
Ao mesmo tempo em que se conhece o trabalho de Jack de muito tempo, a primeira audição de Blunderbuss é tomada por uma sensação nova e inesperada. A voz é a mesma, o jeito de cantar é o mesmo. Ainda assim, parece que Jack está totalmente revigorado, renovado e à vontade com essa liberdade criativa, finalmente! Os arranjos, as variações musicais, os diversos estilos presentes no álbum, que vão desde o clássico Stripes, até rock dos anos 50 e folk, são coisas que seria impossível alcançar com o White Stripes. Blunderbuss é o resultado de um grande compositor inspirado e motivado com sua música. Melhor material que Jack lançou desde o clássico Elephant, dos Stripes, em 2003. Um álbum para ficar ouvindo repetidamente.
Depois de muita espera, finalmente saiu Sweet Heart Sweet Light, sétimo álbum da banda Spiritualized. E, acredite, o resultado é incrível. Mas, como diria nosso amigo Jack, vamos por parte. No catálogo, através de mais de vinte anos de banda, Spiritualized conta com dois clássicos que se poderia dizer que marcou uma década. Nos anos 90, mais precisamente em 1997, Spiritualized surpreendeu o mundo e até hoje surpreende (eis os clássicos) quem se depara com o disco Ladies And Gentleman We Are Floating In Space. O som espacial, experimental, psicodélico, barulhento e melódico que a banda criou nesse álbum, enfim, toda a atmosfera ainda faz deste disco o mais forte e marcante da carreira da banda (vide a faixa título e “Broken Heart”). Depois, já passado alguns, em 2001, foi a vez de Let it Come Down, acrescentar mais texturas e belíssimas faixas à bagagem, porém, num tom menos experimental. Eis que, na nova década, Spiritualized apresenta o álbum que daqui a alguns anos tem tudo para ser chamado de o clássico da banda na década.
É difícil separa a concepção de Sweet Heart Sweet Light do trabalha antecessor, o Songs In A&E. Para isso temos que abrir um longo parêntese sobre o drama de saúde vivido pelo seu líder Jason Pierce. Nos cinco anos que passaram entre Amazing Grace, de 2003, e Songs In A&E, Pierce foi diagnosticado com dupla pneumonia, chegou a ficar em coma e preso à máquinas para mantê-lo vivo (por isso o genial, emocionante e simples arranjo de um balão de ar na faixa “Death Take Your Fiddle”). Enfim, Jason Pierce acabou se recuperando e ele lançou lindo e emocionante Songs In A&E, apresentando um som que, aos parâmetros do Spiritualized, poderiam ser considerados simples e pop, mas igualmente belo. Mas quis o destino que logo antes de começar o próximo álbum, Pierce adoecesse novamente, desta vez no fígado. Ele acabou aceitando um tratamento experimental à base de novas drogas e praticamente todo Sweet Heart Sweet Light foi feito sob os efeitos dessas drogas.
Inclusive esse drama está traduzido, além dos contextos das faixas, na própria capa estranhíssima do disco, simplesmente escrito: Huh? Em uma entrevista à Pitchfork, Pierce contou sobre a escolha e ainda falou um pouco mais sobre gravar o álbum nessas condições. Ele começa dizendo que o próprio disco seria chamado Huh?, mas pensou melhor e não conseguiu imaginar as pessoas dizendo “você pegou o novo disco, Huh?” e a resposta “Huh?”. Então ele se inspirou no White Album, dos Beatles, onde tinha a capa toda branca e só o nome The Beatles, que acabou sendo o nome pelo qual os fãs se referiram a ele. Sobre o porque de chamá-lo de Huh?, Pierce diz que é porque na ocasião ele não sabia realmente o que estava fazendo, gravando um disco com todas aquelas drogas, pílulas e injeções. E é mais ou menos o que causou no cérebro dele: Huh?
Enfim, vamos ao que interessa. Abre logo com o single principal “Hey Jane”, uma odisséia incrível com quase nove minutos de duração, cheia de tensões, que vai aumentando a cada estrofe. No meio, depois de muito noise, tem uma parada estratégica, para depois voltar com tudo para o fim estelar. O vídeo é o grande exemplo disso, uma combinação perfeita entre música e ação. Quanto à letra, soa um Pierce novo e cheio de vontade, “show them what you can do”. Em alguns momentos as letras parecem simples e bestas, como “My mother said when she got so concerned / don’t play with fire and you’ll never get burned”, em “Too Late” ou "Jesus won't you be my radio", mas que funcionando em todo o contexto, é só fechar os olhos e viajar.
“Little Girl” é como se os pesadelos voltassem e começa já estraçalhando tudo o que tem por dentro “sometimes i wish i was dead, cause only a living can feel the pain “. Essa dualidade está presente em todo o álbum, em vários momentos brilhando um amor renovado à vida, e em outros a sombria presença da morte e da dor, a qualquer momento. Musicalmente, a estrutura é bem definida, refrão repetitivo e pop. Jason Pierce chegou a dizer que em Sweet Heart Sweet Light ele não estaria preocupado em fazer música experimental, ele somente juntou todas suas influências musicais em uma única coisa, e que seria provavelmente o mais pop trabalho de Spiritualized. Bem, apesar de ter algumas assim, das dez faixas, 5 ultrapassam os seis minutos em viagens épicas e quase sobrenaturais.
“Get What You Deserve” é uma experiência de sons, praticamente sem bateria, só com teclados, guitarras, instrumentos de sopros e violinos, tudo numa mistura só, que só Spiritualized pode condensar. “Too Late” é a balada, com um belo e melódico refrão. “Headin’ For The Top Now” é outro dos vários pontos altos do álbum, em mais uma viagem sonora de oito minutos, cheia de efeitos de guitarra ensurdecedores que quase encobrem a voz de Pierce. Por isso que a mixagem demorou tanto tempo. “I Am What I Wam” tem uma batida meio blues-gospel cheio de noise, especialmente pelo acompanhamento do backing vocal feminino. Mais um ponto alto, seguido por outro. “Mary” é belíssima, com a voz de Pierce soando doída, cansada e entregue.
As duas últimas faixas do álbum evocam várias vezes o nome de Jesus, em súplicas, orações e medos. Normal para quem esteve tão perto da morte. Especialmente a faixa final, “So Long You Pretty Things”, que começa com uma súplica “help me, Lord, help me, Jesus” enquanto tudo vai ficar grandioso e Pierce se despede: “so long you pretty things, God save your little souls”. Divino.
Pronto, parei. Sweet Heart Sweet Light é por fim um álbum que todo fã de Spiritualized esperava: grandioso, genial e equilibrado. Ainda bem que Pierce está finalmente curado e pronto para nos entregar essa pérola. Continue assim e que o próximo não demore tanto. Agora, licença, que eu vou escutá-lo de novo. Até mais.
Jack White chamou a atenção do mundo ao gravar e tocar em turnê com duas bandas diferentes, uma toda masculina e outra toda feminina, no mesmo álbum, seu primeiro como artista solo, o ótimo Blunderbuss, lançado no primeiro semestre. As duas bandas tem seus respectivos nomes, The Buzzards e The Peacocks. Nos shows ao vivo é bem interessante perceber a dinâmica e interação de cada uma com seu jeito de tocar. Mas para Jack isso não é o bastante e tratou de mexer mais uma vez com essa idéia com o novo vídeo de Blunderbuss, “I’m Shakin”, sua versão da música de Little Willie John. O clipe, dirigido por Dori Oskowitz, apresenta, frente a frente, dois Jack White, com suas duas bandas, The Buzzards e The Peacocks, exatamente como mostra o cartaz de divulgação, além de um loucão que vai dançando enquanto a música está tocando, assim como nós.
Confira abaixo mais esse trabalho interessante do Mr. Jack White.
Após algumas horas de mancada da Vevo, que não disponibilizou no início desta segunda feira, 18 de julho, o novo clipe de Jack White, “Freedom At 21”, para alguns lugares do mundo, inclusive América Latina, finalmente está disponível para visualização. Pelo menos vale muito a pena, pois o vídeo, dirigido por Hype Willams, tem de tudo. Nele, além de uma boa interação com a música, Jack White, em uma versão gótica ainda mais parecida com Johnny Depp, acaba preso após uma perseguição em alta velocidade com uma policial na moto. Ainda sobra espaço para muita guitarra, carrões e mulheres sensuais. Ah sim, claro. No final ainda dá tempo para a rápida participação especial de Josh Homme, do Queens Of The Stone Age, como um policial maioral. Aperta logo o play ai.
Já considerado um dos melhores trabalhos de 2012, Jack White ainda vem nos premiando com disponibilizando vários shows na íntegra. Depois do Unstaged, Jack tocou no ao vivo no canal plus. Como vem fazendo na sua turnê, Jack contou com suas duas bandas, mas inverteu a posição delas nos sets em relação ao show no Unstaged. Quem tocou primeiro dessa vez foi a banda de homens, The Buzzardos, deixando o segundo set para a banda feminina Peacocks. Novamente, Jack detonou. Confira abaixo o setlist e o vídeo do show:
Buzzardos:
1. Freedom at 21
2. Missing Pieces
3. Trash Tongue Talker
4. We're Gonna Be Friends
5. Weep Themselves To Sleep
Peacocks:
1. Sixteen Saltines
2. Hypocritical Kiss
3. Love Interruption
4. Top Yourself
5. My Doorbell
6. Take Me With You When You Go
A apresentação de Jack White no New York’s Webster Hall, transmitida ao vivo na internet e dirigida por Gary Oldman, está disponível no youtube na integra. O filme começa com uma briga de apresentação entre Jack e Gary, a brincadeira que chega a tirar sangue dos lábios de Gary. Antes do show propriamente dito, Jack toca no estúdio com suas bandas “I Guess I Shoud Go To Sleep” e “Blunderbuss”, com sua banda de mulheres, chamada The Peacocks, que acompanha Jack na primeira parte do show. Este, inclusive, já começa com a clássica música de White Stripes “Dead Leaves and The Dirty Ground” e deixa claro que Jack White irá revisitar sua carreira das suas bandas anteriores. A versão atualizada deixou a música ainda melhor, com a banda completa e os backing vocals femininos, cantando a parte “i didnt feel so bad till the Sun went down...”, para seguir com um solo de guitarra clássico de Jack.
Depois de “Dead Leaves...”, vem uma sequência de músicas novas que soam ainda melhor ao vivo do que na versão de estúdio. “Missing Pieces” ganha muito mais energia, assim como “Freedom at 21”. Termina a sequência de Blunderbuss com “Love Interruption”. Começa a mais uma parte de revisitação de trabalhos antigos com mais um clássico dos Stripes, a ótima “Hotel Yorba”, deixando o público cantar uma parte. A faixa seguinte “Two Against One” é do projeto Rome, de Danger Mouse, Daniele Luppi e tem participação de Jack White nos vocais. “Top Yourself” é do The Raconteurs. O sucesso de White Stripes é algo muito maior do que qualquer outra banda que Jack participou e é o que prova a reação do público em “I’m Slowly Turning Into You” e em todas as outras. “Take Me With You When You Go” termina a primeira parte do show.
A banda de garotas fica no camarim e sobe ao palco Los Buzzardos, com todos os integrantes homens. Fica muito interessante essa troca de banda, ambas musicalmente são muito boas, dá pra sentir uma dinâmica forte entre Jack e cada uma delas. No intervalo, um pouco longo, enquanto estão ajeitando o palco, Gary Goldman fala diretamente da cabine de controle, de onde estão fazendo a transmissão e apresenta rapidamente sua equipe. Essa parada serve também para deixar claro que são duas bandas diferentes. Jack também volta com outra roupa, agora todo de preto. Na primeira parte do show ele estava num visual mais clássico e social. A segunda parte começa a todo vapor com “Sixteen Saltlines”, ainda mais empolgante ao vivo. Depois de mais uma do Dead Weather, “I Cut Like a Buffalo”, vem a sequência com as melhores faixas de Blunderbuss, “Weep Themselves to Sleep” e “Trash Tongue Talker”, esta com Jack no piano.
Na sequência, no momento acústico do show, Jack paga tributo ao country de Hank Willams tocando “You Know That I Know”. Ficou linda também a versão de “We’re Going To Be Friends”, do White Stripes, que ao invés de apenas Jack e o violão, entrou toda a banda, ficou perfeita a nova versão. Confesso que nessa hora deu uma saudade de Meg, era tão lindo ela lá marcando o ritmo, toda tímida. “Hypocritical Kiss” encaminha o show para o final, que conta com uma do Raconteurs, “Carolina Drama” e duas clássicas dos Stripes “Hello Operator” e “Seven Nation Army”, numa versão remodelada e que fecha o show.
A compilação do antigo com o novo, a exploração do passado de sucesso junto com as ótimas músicas novas, e a já conhecida e atestada qualidade de Jack White, resultam em uma forte e poderosa combinação. Todos os ingredientes para um grande show.
Jack White está utilizando todos os meios que a tecnologia permite para divulgar seu primeiro álbum solo Blunderbuss. Hoje será transmitido ao vivo via este canal do youtube o show direto do New York’s Webster Hall, para o American Express Unstaged. O canal já está no ar com alguns vídeos de teaser, além de um Inside Look, onde Jack se encontra com o diretor Gary Oldman e conversam sobre o show. Além da briga entre os dois no primeiro encontro que faz sangrar Oldman, Jack toca com sua banda de mulheres “I Guess I Should Go To Sleep”, muito interessante o som que fazem no piano, literalmente duas pessoas tocando o mesmo piano e a faixa título "Blunderbuss". Num papo informal dentro do carro, Jack conversa com Oldman sobre o show e a relação entre suas bandas de homens e mulheres. Jack diz que ele gosta de tocar uma mesma música com bandas diferentes, porque sempre consegue versões diferentes. O difícil é, no meio do calor do show, saber como é a versão que aquela banda específica toca. Bem, saberemos todas essas coisas logo mais.
Em tempo: não que isso importe muito, mas Jack White está prestes a chegar pela primeira vez no topo da Billboard com Blunderbuss. Parece que todo esse trabalho está dando certo.
Mais uma volta pelos programas musicais de TV pelo mundo a fora. Nessa semana teve dois grandes destaques. Nas últimas semanas, foram lançados grandes álbuns e, naturalmente, começou o trabalho de divulgação desses trabalhos. O primeiro que, para variar, está trabalhando incansavelmente, é Jack White. Além de ter o show no New York’s Webster Hall desta sexta feira transmitido via internet e dirigido por Gary Oldman, para a série American Express Unstaged, Jack está fazendo aparições em diversos programas de televisão para divulgar sua nova obra, Blunderbuss. Desta vez, ele foi um dos convidados do Later With Jools Holland e tocou com suas duas bandas. “Sixteen Saltlines”, com a equipe masculina, e “Freedom At 21”, com a feminina. Confira:
Outro destaque das últimas semanas a se apresentar no mesmo programa, Later With Jools Holland, foi Alabama Shakes, que está chamando mais atenção a cada dia que passa. Eles tocaram “Hold On” e “Be Mine”, ambas do ótimo disco de estréia da banda, Boys & Girls. Mais uma vez, Howard detonou nos vocais. Confira:
The White Stripes, uma das maiores bandas de rock dos últimos anos, anunciou o seu fim no início de 2011, mas, de fato, não tínhamos músicas fresquinhas e inéditas da dupla Jack e Meg desde 2007, com Icky Thump. Desde então Jack trabalhou muito, sem contar a longa turnê com Meg, que resultou no DVD Under Great White Northern Lights, em 2010, Jack tomou um caminho muito prolífico, sendo desde produtor, executivo, até membro de duas bandas, The Raconteurs e The Dead Weather. Tudo isso mostrava uma natural tendência para expandir a força criativa, que ficava um tanto limitada apenas com Meg como banda de apoio. O problema é que sempre pareceu que essa limitação fazia bem a Jack e suas excêntricas inspirações. Nenhum trabalho paralelo chegou a equiparar com os Stripes. Enfim, em 2011 aconteceu o que o inevitável, a banda se separou e, após algumas participações em projetos sinistros, cheguei a temer o pior em relação a um dos maiores compositores dessa geração, Jack White. Com o anuncio de Blunderbuss, primeiro álbum solo de Jack, a grande prova estava lançada. Caramba, e como ele passou! A fineza do trabalho já começa pela capa, com uma foto de Jack com uma ave de rapina pousada nos ombros. Imagem bonita, sombria e poética.
Ao mesmo tempo em que se conhece o trabalho de Jack de muito tempo, a primeira audição de Blunderbuss é tomada por uma sensação nova e inesperada. A voz é a mesma, o jeito de cantar é o mesmo. Ainda assim, parece que Jack está totalmente revigorado, renovado e à vontade com essa liberdade criativa, finalmente! Os arranjos, as variações musicais, os diversos estilos presentes no álbum, que vão desde o clássico Stripes, até rock dos anos 50 e folk, são coisas que seria impossível alcançar com o White Stripes. E parece que é exatamente essa a impressão que Jack quer que o ouvinte tenha logo de cara, com “Missing Pieces”, ao mesmo tempo tão familiar e nova que chega a ser intrigante. “Sixteen Saltlines” é o momento lapada de Blunderbuss, inclusive com o solo de tirar o fôlego no final, enquanto a banda completa acompanha o ritmo. Inclusive, para Blunderbuss, Jack dispõe de duas bandas, uma formada totalmente por mulheres e outra por homens. Na turnê, ele irá dividir os set entre as duas bandas. Começa “Freedom at 21” com um sinistro ritmo de bateria, enquanto a música vai aumentando até explodir em outro solo em várias dimensões.
Jack desliga um pouco a guitarra agora para uma bela sequência, “Love Interruption”, linda, delicada e com ótima letra, “I want love to, roll me over slowly / Stick a knife inside me and twist it all around”. Depois passa para a faixa título “Blunderbuss”, típica balada no piano, mas aqui entra até solos de violino voando pela música. Jack é conhecido por ser um guitar-hero, mas as faixas no piano aqui são irretocáveis, como o mostra “Hypocritical Kiss”. Já “Weep Themselves to Sleep” é uma das composições mais complexas de Jack, cheio de variações e viradas. Enquanto até a metade o grande destaque continua sendo o piano, do meio pro fim dá pra ouvir a guitarra sendo ligada e, a partir daí ela toma conta. Num momento até fica disputando quem está mais no controle. Não importa a forma, é sempre Jack.
“I’m Shakin” é um divertidíssimo e dançante rock dos anos 50, com um riffzinho gostoso. Dá até para enxugar as costas com a toalha, com vários backing vocals gospel. Sensacional como um compositor muda tão facilmente de estilo. “Trash Tongue Talker”, um dos inúmeros destaques do álbum, mantém o clima nostálgico e vai crescendo cada vez mais no seu decorrer. Já “Hip (Eponymous) Poor Boy” é bem divertida, com ritmo pra cima, animado. Um trecho da letra de “On and On and On” parece demonstrar o momento artístico no qual Jack White se encontra: “The people around me/ Won’t let me become what I need to/ They want me the same/ I look at myself and I want to/ Just cover my eyes and/Give myself a new name”.“Take Me With You When You Go” é outra a tomar caminhos inesperados e estranhos que apenas fechamos os olhos e deixamos Jack nos guiar. Também contém participações especiais femininas, inclusive da sua recente ex-esposa Karen Elson, às vezes todos dão a cantar na mesma hora que mal dá pra identificar, é quase como uma festa.
Blunderbuss é o resultado de um grande compositor inspirado e motivado com sua música. Melhor material que Jack lançou desde o clássico Elephant, dos Stripes, em 2003. Um álbum para ficar ouvindo repetidamente.
Começou o mês de abril e enquanto ele vai tomando seu curso, vai se aproximando os lançamentos mais aguardados do ano. Spiritualized, com seu novo álbum Sweet Heart Sweet Light e a tão esperada estréia em carreira solo de um dos melhores compositores das últimas décadas, Jack White, com Blunderbuss. Já fiz um post sobre o incrível e impactante clipe de "Hey Jane", do Spiritualized.
E agora, pra apimentar mais a espera, Jack lançou um clipe para a faixa “Sixteen Saltlines”, que ele já havia tocado no programa Saturday Night Live. O clipe, dirigido por AG Rojas, é muito estranho, cheio de crianças e adolescentes em diversos momentos sem noção. Jack White aparece algumas vezes durante o clipe, principalmente no final apoteótico. Confira:
Está chegando o dia do lançamento do primeiro álbum solo de Jack White. Por isso, ele está bastante ocupado. Foi o convidado do último Saturday Night Live e tocou duas faixas do novo disco. A primeira já conhecida do público, foi “Love Interruption”, além do backing vocals, com apoio de uma banda inteira feminina. A segunda foi “Sixteen Saltines”, dessa vez com uma banda toda masculina, bem pesada e com aqueles riffs típicos de White Stripes. Confiram:
É assim que começo esse post sobre o anúncio do primeiro álbum solo de Jack White, líder da banda White Stripes, uma das melhores da primeira década dos anos dois mil. Após a banda anunciar seu fim, em fevereiro de 2011, Jack White passou a fazer participações e parcerias com vários artistas e fundou tantas outras bandas, mais notáveis sendo The Dead Weather e The Racounters. Nenhum desses projetos chegou a empolgar muito ao mesmo tempo que White nunca tinha parado para se dedicar somente a ele mesmo, apesar de nunca ter ficado inativo criativamente.
E exatamente por causa dessa intensa atividade criativa, um álbum solo de Jack White parecia inevitável, desde 2011. Eis que ele acaba de anunciar o lançamento de Blunderbuss, seu primeiro álbum solo. Jack White justificou que Blunderbuss é um álbum que ele não poderia ter lançado, até agora. Ele diz que tinha desistido de colocar discos com o nome dele há algum tempo, mas que essas músicas só poderiam ser lançadas somente com o nome dele. Elas saíram dele mesmo e não tem a ver com nada ou ninguém, a não ser sua própria expressão.
O álbum será lançado no dia 24 de abril e foi liberado a música do primeiro single, "Love Interruption". A faixa é meio country, com alguma cantora ainda indefinida, acústica e hipnotizante Confira!