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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Reveja os destaques da segunda semana do Rock In Rio


O segundo fim de semana começou com o tão esperado dia do metal, na quinta feira, com a promessa de mais um grande show do Metallica, headline da noite, que retornava a um evento gigantesco apenas dois anos da última visita, para o mesmo Rock In Rio. Além do Metallica, outros nomes de peso compuseram a programação, tais como Sepultura e Alice In Chains. Entre eles figurava um nome desconhecido e que dava todas as pintas que era apenas mais uma banda de metal, uma tal de Ghost (ou Ghost B.C – nome utilizado nos Estados Unidos, devido a direitos autorais). No entanto, assim como o dia do metal da edição de 2011 o destaque para mim foi a surpresa da banda Coheed and Cambria, misturando alternativo e rock pesado, o grande destaque da atual edição também ficou por conta de uma surpresa.




No dia do metal, quem tomou para si o papel de realizar o que é proposto pelo estilo foi uma banda que não é puramente de metal. Ghost B.C.. apesar de todas as controvérsias, foi de longe a mais interessante da noite, dando o efeito que é sempre natural ao metal. A partir do momento que a banda começa a tocar, apresenta um som cheio de riffs, com uma voz delicada e melódica. Diante de um mercado artístico onde muitas vezes a personalidade vale mais do que a música, nenhum integrante da banda divulga seu nome verdadeiro e apenas o vocalista se apresenta com o pseudônimo de Papa Emeritus II, com o visual de um Santo Padre demoníaco. A questão vai além do fato de ser satânico ou não, mas sim levar a polêmica, levantar a discussão, questionar valores dominantes religiosos, uma representação artística de uma “realidade” oposta. Além de ser esteticamente muito corajoso e interessante a configuração que a banda coloca no palco. Sendo também divertidíssimo, principalmente imaginando a cara dos crentes que colocarem os olhos neles. Por sinal, quem quiser rir um pouco, procurem nos sites religiosos comentários referentes a esse show. Impagável. Não é uma banda que, da minha parte, ficarei acompanhando de perto, mas é, sem dúvida, uma banda interessante.





Quanto aos outros shows da noite, farei comentários curtos, até por que ambas as atrações já tocaram no Brasil há relativamente pouco tempo, o que tira um pouco a surpresa e a empolgação da coisa. Inclusive, esse é um dos grandes pecados do Rock In Rio. Inúmeras atrações não acrescentaram particularmente nada de novo, de diferente. Alice In Chains fez seu show tranquilamente, no qual, claro, os destaques ficaram com os hits de quando a banda ainda tinha a alma de Layne Staley. Serei logo radical dizendo que Alice In Chains deveria ter morrido com Layne. Mas, enfim, ainda dá para experimentar alguns bons momentos, sobretudo com a sequência final “Down In A Hole”, “Would?” e “Rooster”. E, por fim, Metallica retornou ao Rock In Rio com praticamente o mesmo show de 2011. A diferença é que na primeira ocasião o show foi eletrizante e conseguiu dominar o público do início ao fim. Dessa vez, sobretudo no início do show, parecia estar faltando algo, não em relação às músicas escolhidas, contando com “Master of Puppets” como a segunda faixa, mas o fato é que não conseguiu levantar o público da mesma forma que dois anos atrás.




Na sexta havia apenas uma atração que me chamou atenção e, infelizmente, foi exatamente ela que eu não consegui assistir. Atração que fechou o Palco Sunset, Ben Harper e Charlie Musselwhite teria o papel de fazer o deles o melhor show da noite levando o blues de altíssima qualidade ao Rock in Rio. Dois fatos contribuíram para que eu não conseguisse assistir: uns pirralhas estavam jogando futebol na frente de casa e conseguiram dar uma bolada exatamente em cima da antena da TV por assinatura. Resultado: sem sinal nenhum e totalmente refém da programação global. Ninguém merece. Estava contando que alguém gravasse o show pela transmissão da Multishow e postasse depois no youtube, mas, como eles fecharam o Palco Sunset e, durante o show, estava começando o primeiro show do Palco Mundo – pasmem – Frejat, interromperam a transmissão para cobrir integralmente a apresentação dele. Enfim, pelo setlist o show parece ter sido ótimo, pegando as grandes canções do disco que lançaram juntos esse ano, Get Up. E algumas da carreira de Charlie.




Mas a grande atração mesmo, não apenas do sábado, mas de toda a quinta edição do Rock In Rio era o norte-americano Bruce Springsteen, headline do sábado no Palco Mundo. Antes dele, John Mayer fez um show com domínio completo do público, na maioria feminino. De sua apresentação, sem dúvida um grande momento foi a faixa de encerramento, “Gravity”, com uma execução impecável e um solo incrível de guitarra. Mas, se a impressão é que esse foi um grande show, é porque o seguinte ainda não havia começado. E nem uma das melhores expectativas não seria o bastante para o que de fato foi o show, com quase três horas de duração, com Bruce parecendo um menino, correndo, gritando, pulando pra cima do público, chamando pessoas para o palco e botando uma criança para cantar. Incrível.



Foram vários momentos marcantes para apontar todos aqui, o ideal mesmo é ver e rever esse show que, sem dúvida, entrou no hall dos grandes shows do festival. Vou mais além e diria que foi o show mais marcante da história do Rock in Rio. A começar pela faixa de abertura, que já havia sido ensaiada no show em São Paulo três dias antes, com o cover do mito Raul Seixas, “Sociedade Alternativa”. A intensidade de Bruce era tamanha que na terceira música parecia que ele estava esgotado. Ledo engano. Em cada número aumentava em energia e intensidade. A banda E Street Band também é impecável, cada um dos seus integrantes, e é admirável como Bruce faz para que cada um tenha seu momento especial, colocando-se como apenas um integrante como todos os outros e não a estrela principal. Sem dúvida, a execução do clássico álbum Born In The USA, de 1984, foi uma surpresa muito agradável, principalmente porque as versões ao vivo são despidas de todos os vícios oitentistas na versão de estúdio. Depois de 25 músicas e terminando com a cover de Beatles “Twist And Shout”, para o delírio geral, e, tendo a Multishow dando como encerrada a transmissão de acordo com o setlist anunciado pela banda, Bruce volta sozinho para o palco e toca ainda “This Hard Land”. E termina de vez o show que, para mim, deu por encerrado o Rock In Rio. Abaixo segue o áudio do show, assim que estiver disponível o vídeo na íntegra eu colocarei aqui para vocês: (vídeo devidamente postado)


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Mad Season irá relançar álbum com participação de Mark Lanegan


Mad Season foi uma superbanda que surgiu da junção de alguns integrantes de Pearl Jam (Mike McCready), Alice In Chains (Layne Staley), Barrett Martin (Screaming Trees) e John Baker Saunders (Walkabouts). Além dessa linha de frente, Mark Lanegan ocasionamente dava uma canja com o grupo. A banda foi formada em 1994, praticamente no auge do grunge, e lançou apenas um disco, Above, de 1995. Durante a última metade da década de noventa, houve tentativas de gravar um segundo álbum, mas a prematura e triste morte de Layne Staley por overdose tratou de pôr um fim nisso, além de muitas outras coisas. Portanto, Mad Season seria uma daquelas bandas que certamente ficariam intactas na história, já que seu cantor, e é uma das maiores referências da banda, estava morto, certo?

Errado. Isso porque a banda irá relançar Above com músicas inéditas, na época que estavam tentando gravar o segundo disco. Os integrantes Mike McCready e Barrett Martin convidaram o vocalista Mark Lanegan para ajudar a finalizar o disco e acabou ajudando a compor e a cantar três faixas. Uma dessas músicas já saiu. Chama-se “Locomotive”, cantada por Lanegan e que foi composta especialmente para este segundo álbum. A música tem a mesma pegada grunge da década dos anos 90, cheia de guitarras sujas e a voz cortante de Lanegan. Confira:

Agradecimento especial à minha amiga Camila pela indicação!


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Alice in Chains ao vivo no SWU 2011



Talvez a atração mais esperada do festival SWU foi Alice In Chains, uma das maiores bandas dos anos noventa, da fase grunge de Seattle. Muitas brigas e tensões decorrentes da dependência de drogas do vocalista Layne Staley, fizeram a banda chegar a um fim não anunciado no final dos anos noventa. A tragédia de fato aconteceu anos mais tarde, em 2002, com a morte por overdose de Layne. Jerry Cantrell se dedicou a carreira solo até que em 2004 começou rumores do retorno de Alice In Chains, o que de fato aconteceu, com William DuVall substituindo o insubstituível. Talvez seja por isso que é tão complicado falar de um show de Alice In Chains nos dias de hoje. Mesmo Cantrell sendo a mente da banda, como principal compositor, a química e o estilo do vocal de Layne é único. Era a alma do Alice In Chains. Substituiu por um bom vocalista, tecnicamente. Mas não tem a alma de Layne. Enfim, polêmicas a parte, vamos ao show. Setlist impecável.



Detonaram logo tudo com a seqüência inicial de “Them Bones” e “Dam That River”, “Rain When I Die” e “Again” com o público ensandecido pulando sem parar. DuVall pareceu ter alguns problemas de som com o microfone na primeira música, mas conseguiu tirar de letra. Em músicas assim mais características do vocal de Layne, vemos que DuVall é esforçado, é um bom e carismático vocalista. Mas, novamente, há algo faltando. Em alguns momentos parece que estamos ouvindo uma banda cover de Alice In Chains, que toca muito, muito bem. O legal é que ele tem personalidade, não se intimida por estar substituindo uma das lendas de uma geração, ele tem postura de palco, interage ele mesmo com o público, como no “estamos muito felices de estar aqui, finalmente,” bem encaixado e à vontade. Junto com os clássicos, eles misturaram muito também com músicas do Black Gives Way to Blue, de 2009, único lançado com a formação que tocou no show. Confesso que não havia escutado nenhuma deste trabalho e me surpreendeu a reação do público. Mesmo com as músicas mais desconhecidas, eles não deixaram o ritmo cair. Só “Your Decision” que achei um pouco chatinha. Mas o principal é que isso também mostra personalidade, coragem e vontade artística de fugir da zona de conforto, criar algo novo e não apenas ficar sobrevivendo de glórias passadas.

Mas não importa, o que a galera de festival quer mesmo são os clássicos e eles colocaram as novas no meio das antigas. Após a sequência arrasadora de “Got Me Wrong” e “We Die Young”, tocaram a recente “Last of My Kind”, que depois soltaram “Down in a Hole” e "Nutshell”, esta dedicada especialmente a Layne Staley e Mike Starr. “Nutshell” e “Rooster” são os momentos que a gente mais sente falta da voz de Layne. O solo de Cantrell no final ficou incrível. Desse jeito o ritmo não cai em momento nenhum.

E de fato não caiu. Mais: a parte final do show foi irretocável. Se eu que vi pela TV achei isso, imagina quem de fato estava lá no meio do público. Inesquecível. A seqüência final fala por si só, começando com “Man In The Box”, para delírio geral, seguiu simplesmente com “Rooster” e “No Excuses”, para terminar com o clássico máximo de “Would?”.

Show memorável de uma banda de coragem que tenta sobreviver à perda de um integrante essencial para o seu DNA. Em alguns momentos parece conseguir, em outros não. Mas no geral pode-se dizer com certeza que ainda vale a pena ver Alice in Chains ao vivo.