sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Melhores Álbuns de 2011 - Parte VIII

05. THE BLACK KEYS – EL CAMINO



A cada ano Black Keys vai se consolidando como uma das mais interessantes e produtivas da cena alternativa. Para quem começou sendo apontado como cópia do White Stripes, a cada novo lançamento Black Keys confirma sua liberdade e identidade.





04. YUCK - YUCK



Em meio à invasão de inúmeras bandas revisitando os anos 80, cheia de sintetizadores e teclados artificiais, Yuck é uma lavagem dos ouvidos para quem quer ouvir guitarras puras (ou impuras) e um som cru, forte e seco.



03. WILCO – THE WHOLE LOVE



No fim, The Whole Love é tudo o que poderia se esperar de um trabalho de Wilco. Ao mesmo tempo em que se mantém nas raízes, há algo de profundamente novo em cada uma das 12 faixas. E ainda por cima reafirma Wilco na posição de uma das bandas mais interessantes no cenário atual. Melhor álbum desde Yankee Hotel Foxtrot.



02. GIRLS – FATHER, SON, HOLY GHOST



Father, Son, Holy Ghost sem dúvida alguma está entre os grandes lançamentos do ano, se não estiver em primeiro. Tenho certeza que estará disputando segundo por segundo o título com Bon Iver, mas, não sei se pela euforia da descoberta, Father, Son, Holy Ghost entra na reta final do ano como o favorito. Amém.



01. BON IVER - BON IVER



"O cara que gravou um álbum sozinho na floresta". É quase um segundo nome para Bon Iver, banda quase fictícia de Justin Vernon, a mente, olhos, boca, dedos, pés e os braços de praticamente tudo. Bon Iver, ou Vernon, como preferir, surgiu na cena indie no início de 2008 e surpreendeu com o álbum For Emma, Forever Ago. Relativamente similar aos primeiros trabalhos de Iron & Wine, o álbum tem uma história curiosa. Vernon se mudou para Wisconsin, sua cidade natal, e montou um acampamento numa remota floresta, longe de todo tipo de civilização, e compôs e gravou por três meses seguidos, completamente sozinho. Ele voltou ao mundo com For Emma, Forever Ago praticamente concluído, apenas acrescentou alguns arranjos e backing vocals depois. O álbum foi muito bem recebido pela crítica, com belas e mórbidas músicas, um homem solitário desabafando para si mesmo as angústias de uma alma atormentada. O álbum colocou Bon Iver na lista de lançamentos mais antecipados.

Até que enfim em 2011 ele voltou com tudo e muito mais com um álbum homônimo, Bon Iver. Ainda é cedo para afirmar, mas é difícil algum outro lançamento bater a grandiosidade desse álbum. Quem esperava outro confinamento de Vernon e mais um trabalho de uma pessoa só, enganou-se. "I don't find inspiration by just sitting down with a guitar anymore”, disse Vernon à recente entrevista dada ao site Pitchfork. Agradecemos a isso. Não que a antiga fórmula seja ruim, mas essa é mais refrescante. Bon Iver, mesmo sendo ainda movido mente de Vernon, nesse novo álbum soa como uma banda, de fato. Ele acrescentou novas texturas às canções, transformando simples baladas ao violão em composições grandiosas e complexas. Diferentes sons e instrumentos disputando cada segundo de música, com a voz de Vernon soando ainda mais atormentada. Fica claro que Vernon quis se desligar quase que totalmente do som que ficou no For Emma, Forever Ago. Fica claro com a faixa de abertura, “Perth”, apresentando, para a surpresa geral, uma banda completa, com um trabalho de bateria muito interessante, além da orquestra por cima de toda a música. É uma boa introdução para o que está por vir. Letras estranhas e melodias e variações inesperadas permeiam todo o álbum. Ao mesmo tempo em que isso causa certa estranheza na primeira audição, é a recompensa. Há tantas coisas ali escondida e para serem descobertas, que após ouvir repetidas vezes, ainda absorvemos sons novos e não revelados.

É difícil definir poucos pontos altos de Bon Iver. Mantém o alto nível. Certamente que tem aquelas impactantes logo de cara. Como Minnesota, WI, que consegue ser ao mesmo tempo leve e pesada, graças às loucas variações de Vernon. “Michicant” é outra obra de arte, “Hinnom, TX” fica duas vozes, uma grave e outra aguda, cantando versos diferentes, me lembrou um pouco da inigualável “Ladies and Gentlemen, We Are Floating in Space”, de Spiritualized. Até que nos aparece “Calgary” nos guiando em uma jornada musical, que simboliza mais ou menos o que é escutar esse álbum, que vai crescendo a cada faixa.

Podemos dizer que aconteceu com Bon Iver o mesmo que Iron & Wine, que melhorou ao incorporar novas formas ao seu som, sobretudo após Shepherd’s Dog, de 2007. Se não tivesse dado esse passo ousado, ficaríamos sem, por exemplo, “Rabbit Will Run”, de Iron & Wine e, paralelamente, “Calgary”, de Bon Iver. É o típico sim à mudança.




Parte I (40 a 36)
Parte II (35 a 31)
Parte III (30 a 26)
Parte IV (25 A 21)
Parte V (20 A 16)
Parte VI (15 A 11)
Parte VII (10 A 06)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Melhores Álbuns de 2011 - Parte VII

10. TOM WAITS – BAD AS ME



É muito raro hoje em dia um artista com quase 40 anos de estrada lançar um álbum forte como Bad as Me, fazendo-se sentir tão novo e tão antigo ao mesmo tempo. Bad as Me reúne as melhores facetas de Tom Waits. É muito bom vê-lo ainda com tanto fôlego criativo.



09. FOO FIGHTERS – WASTING LIGHT



Pode-se dizer que com Wasting Light (2011) o Foo Fighters renasceu. A banda que nos últimos anos parecia sobreviver somente de antigos hits, aparece neste ano totalmente renovada. Wasting Light é o melhor álbum do Foo’s desde The Colour and the Shape, de 1997.



08. MY MORNING JACKET – CIRCUITAL



Circuital é o mais novo trabalho do My Morning Jacket e pode ser considerado um Evil Urges mais consiso, com mais unidade e sem os exageros experimentais do anterior. Circuital é mais um ótimo passo na carreira de My Morning Jacket.



07. STEPHEN MALKMUS & THE JICKS – MIRROR TRAFFIC



Em Mirror Traffic vemos todas as facetas de Stephen Malkmus e melhor ainda, todas na melhor forma possível. Um álbum cru, rock n roll, sem frescuras ou arranjos super espaciais. Simplesmente um cara com sua guitarra, Malkmus, e sua banda, The Jicks. Só falta agora ele vir para Recife como fez em 2002 na turnê do primeiro álbum!



06. THE PAINS OF BEING PURE AT HEART – BELONG



Aqui não há lacunas, Belong é completo, constante e forte. Uma agradabilíssima surpresa dessa banda que está apenas começando agora e que com certeza ainda tem muito a mostrar.



Parte I (40 a 36)
Parte II (35 a 31)
Parte III (30 a 26)
Parte IV (25 A 21)
Parte V (20 A 16)
Parte VI (15 A 11)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Melhores Álbuns de 2011 - Parte VI

15. GRUFF RHYS – HOTEL SHAMPOO



Hotel Shampoo é um grande álbum solo de um dos maiores compositores da cena atual, em ótima forma. Com certeza dá para matar um pouco da saudade do principal mesmo, que é Super Furry Animals.





14. THE STEPKIDS – THE STEPKIDS



Escutar The Stepkids é como uma confortável e agradável viagem intergaláctica, curta demais, e que quando chega ao seu destino, só se pensa na hora de ter mais outra dose dessa viagem.





13. BEIRUT – THE RIP TIDE



Irei usar uma imagem para falar sobre The Rip Tide. Quando aperta o play, você é imediatamente transportado para alguma taberna sinistra no meio de uma estrada de terra, na Europa medieval. O local está cheio de gente, gritando, xingando uns aos outros, com cerveja vazando pelo lado da boca, enquanto ali no canto da parede tem uma banda que alheia à tudo isso, toca seu som de maneira sublime. Os bêbados dançam, brigam, gritam e a banda permanece tocando como se nada estivesse acontecendo. The Rip Tide é o álbum mais conciso da carreira de Beirut. Um álbum simples, direto e épico.





12. JOHNNY WINTER - ROOTS



É muito bom também ver um bluesman de fato ainda na ativa e fazendo álbuns assim, tradicionais, verdadeiros e fiéis ao blues. No geral, é uma abença honesta do fundo do coração. Aposto que papai está bem satisfeito agora.





11. IRON & WINE – KISS EACH OTHER CLEAN



O som de Iron & Wine está bem mais complexo, com arranjos menos convencionais, dessa vez com mais metais e instrumentos percussivos guiando as músicas. É nesse contexto que surge Kiss Each Other Clean e suas elegantes canções. É um álbum que encanta pelo cuidado de cada faixa.



Parte I (40 a 36)
Parte II (35 a 31)
Parte III (30 a 26)
Parte IV (25 A 21)
Parte V (20 A 16)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Melhores Álbuns de 2011 - Parte V

20. ATLAS SOUND - PARALLAX



Atlas Sound, projeto paralelo de Bradford Cox, vocalista do Deerhunter, lança este belíssimo álbum. Cheio de ingredientes melancólicos e solitários, ele cria um trabalho tocante por completo.





19. TV ON THE RADIO – NINE TYPES OF LIGHT



Nine Types of Light, embora não sendo tão forte e marcante como, especialmente, os dois álbuns anteriores, mostra um lado novo do Tv On The Radio, um lado mais caloroso, brilhante e igualmente bom.





18. WU LYF – GO TELL FIRE TO THE MOUTAIN



Go Tell Fire to the Mountain é um bom álbum e funciona como unidade. Mas para que todos os fatores da equação se encaixassem perfeitamente e fizessem desse álbum memorável, o vocal ao mesmo tempo forte de Roberts, deveria ser também mais claro. Mas com boa vontade e paciência do ouvinte de ir procurar as letras, acompanhá-las e desvendar todos os mistérios, Go Tell Fire to The Mountain é um ótimo álbum.





17. THE STRANGE BOYS – LIVE MUSIC



Live Music é um álbum de uma banda em pleno crescimento, abrindo novas portas para novas audiências. Se eles deixaram um pouco de serem estranhos, tornaram-se melhores ainda.





16. STAR ANNA & THE LAUGHING DOGS – ALONE IN THIS TOGETHER



Sob a orientação de Mike McCready, do Pearl Jam, Star Anna & The Laughing Dogs é uma boa surpresa, que apesar de não ser o primeiro álbum lançado por ela (ela tem dois álbuns somente como Star Anna), nos apresenta a essa nova artista que é bom ficar de olho



Parte I (40 a 36)
Parte II (35 a 31)
Parte III (30 a 26)
Parte IV (25 A 21)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Melhores Álbuns de 2011 - Parte IV

25. BLACK LIPS – ARABIA MOUNTAIN



Black Lips, e Arabia Moutain em especial, é um som para se divertir. Não tem muitas músicas ou letras introspectivas, sobre questões morais ou vida e morte. São aquelas letras sem lógica (como em “Spidey's Curse”), que combinadas ao som deles, ficam divertidíssimas. Em algumas dá até para dançar aquela dança dos anos sessenta tipo enxugando as costas com a toalha.





24. THE DECEMBERISTS - THE KING IS DEAD



Claro que faz falta o art rock progressivo dos álbuns anteriores, mas em The King is Dead, The Decemerists está se divertindo mais confortavelmente do que nunca. E o melhor é que a diversão aqui é contagiosa.





23. SNOW PATROL – FALLEN EMPIRES



Snow Patrol mostra em Fallen Empires que é uma banda crescida e com muito potencial e parece até agora não ter se perdido na carreira, como aconteceu, por exemplo, com Coldplay.





22. J MASCIS – SEVERAL SHADES OF WHY



Bem mais modesto que o próprio, que quando perguntado sobre os melhores álbuns de 2011, simplesmente respondeu "I think I only like my record this year.", Several Shades of Why é de fato um grande álbum. Todos os ingredientes de Dinosaur Jr estão presentes no álbum, sendo que acústicos. A voz de J Mascis está tão despretensiosa, preguiçosa e relaxada como sempre esteve.





21. ARCTIC MONKEYS – SUCK IT AND SEE



Suck it And See é um álbum claramente de uma banda evoluindo, querendo aprimorar o som, e que não se satisfaz com a mesmice. Apenas cinco anos após a estréia e Arctic Monkeys já está fazendo em alguns momentos sons inquietos e profundos.




Parte I (40 a 36)
Parte II (35 a 31)
Parte III (30 a 26)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal do Filho Do Blues!

Papai Noel não se encontra em condições de desejar um Feliz Natal agora, pois se encontra nessa situação:



Mas como antes de ficar nesse estado para alguns deplorável, ele estava assim:



Então a mensagem é clara:
Feliz Natal com muito rock e cachaça na cabeça! E na inconsciência ébria do momento, pare para pensar em alguma mensagem bonita e guti guti para a humanidade. Afinal, no outro dia, na amnésia alcoólica, essa mensagem não passará de um suspiro perdido dentro de cada um.





Melhores Álbuns de 2011 - Parte III

30. LIRINHA – LIRA



Lira é uma mudança muito bem intencionada na carreira de Lirinha que faz finalmente a gente entender e concluir “agora sim, eu entendi porque ele saiu de Cordel...”. Falta uma direcionada dessa na carreira de muita gente grande por aí. Por exemplo, gostaria muito de um álbum assim de Jack White para saber se finalmente entenderia o fim do White Stripes.





29. KURT VILE – SMOKE RING FOR MY HALO



Membro do The War on Drugs, Kurt Vile superou a banda principal com o lançamento do seu terceiro album solo, Smoke Ring From My Halo. Com um lo-fi de qualidade, Vile enche o trabalho inteiro com belas canções, num clima calmo e um pouco meditativo.





28. PJ HARVEY – LET ENGLAND SHAKE



Let England Shake mostra um trabalho quase conceitual, muito bem pensado nos detalhes e inclusive na sua aparente simplicidade. Um álbum que enriquece ainda mais a carreira dessa grande e bela compositora inglesa.





27. EDDIE VEDDER – UKULELE SONGS



Eddie Vedder lançou o “Ukulele Songs” em 2011, que é somente ele e o ukulele, um instrumento havaiano semelhante ao cavaquinho brasileiro e distribui através de 16 músicas as mesmas belíssimas melodias e letras de sempre. O que fica bem interessante é que as letras de Eddie Vedder estão bem depressivas, sobre perdas amorosas e solidão, antagonizando com o som do ukulele, que normalmente é usado em músicas agitadas e alegres.





26. DUM DUM GIRLS – ONLY IN DREAMS



O trabalho inteiro é composto por canções interessantes e mantém um nível bem legal, nada muito genial, mas muito divertido, como é o caso da maioria das músicas, e duas faixas geniais. No geral, Only In Dreams é um bom trabalho, muito confortável para ouvi-lo tranquilamente e aproveitar seus momentos. E Dum Dum Girls parece uma banda cujo potencial está na linha crescente.



Parte I (40 a 36)
Parte II (35 a 31)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Melhores Álbuns de 2011 - Parte II

35. BUSH – THE SEA OF MEMORIES



É um forte álbum de rock/pop, com musicas bem definidas e com refrãos marcantes, mas muita coisa mudou na cena musical entre o longínquo auge do Bush e o lançamento de Sea of Memories. No entanto, analisando-o isoladamente, a lista de músicas no álbum é uma das mais fortes da carreira de Bush, perdendo somente para Razorblade Suitcase e Sixteen Stone.





34. THE VACCINES – WHAT DID YOU EXPECT FROM THE VACCINES



Álbum bem interessante dessa banda que já no primeiro trabalho da impressão de que tem um bom potencial pela frente. Recebendo comparações com bandas como The Strokes, The Vaccines prova que pelo menos está em uma fase melhor que os companheiros nova-iorquinos. Vale a pena ficar de olho.





33. THURSTON MOORE – DEMOLISHED THOUGHTS



Thurston Moore se juntou com Beck, agora produtor, e resolveu abandonar os amplificadores e pegar o violão, em seu novo álbum Demolished Thoughts. O mérito aqui vai tanto para um como para outro. A diferença nesse caso é que um é com violão, outro com guitarra. Se você acha que isso é ruim, que deixa o álbum chato e previsível, está enganado. Os arranjos estão muito bem pensados e colocados no lugar exato.





32. MALE BONDING – ENDLESS NOW



Este trio londrino mandou muito bem no seu seguindo álbum. Com uma pegada punk e ao mesmo tempo melódica, pegando emprestado um pouco o estilo de cantar de J Mascis, do Dinosaur Jr, Male Bonding lança um álbum vigoroso e cheio de ótimas canções, como é o caso de “Bones”





31. THE WAR ON DRUGS – SLAVE AMBIENT



Slave Ambient, no geral, é um bom álbum, talvez se fosse mais focado numa proposta ele seria ainda melhor. Mesmo assim, a qualidade das suas melhores faixas faz ele se destacar mesmo com alguns acidentes de percurso.



Parte I (40 a 36)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Melhores Álbuns de 2011 - Parte I

O ano já está acabando e é hora de olharmos pra trás e escolhermos os melhores lançamentos de 2011. São quarenta álbuns que se destacaram nesses últimos doze meses. O especial será feito em oito partes, contendo cada uma cinco álbuns. Começaremos em ordem decrescente, começando pelos cinco últimos, contados mais como menções honrosas. Vamos à lista:

40. SHE WANTS REVENGE - VALLEYHEART



Álbum bem interessante com algumas músicas boas, apesar da influência exagerada em certos momentos dos anos 80. A menção realmente honrosa e o mérito vai quase completamente para uma única faixa, “Not Just A Girl”, sublime. Mesmo assim, ainda tem algumas outras faixas boas, como “Take The World” e “Must Be The One”.





39. INCUBUS - IF NOT NOW, WHEN?



O sétimo album do Incubus apresenta a banda mais amadurecida e um tanto mais calma. Canções mais calmas e suaves preenchem o trabalho, também bem equilibrado. Os destaques vão para “Promises, Promises” e “In Company Of Wolves”





38. ADELE - 21



O mainstream finalmente engoliu a jovem e promissora cantora inglesa Adele, principalmente após a morte de Amy Winehouse. É bom ver uma boa cantora sem aquelas parafernálias eletrônicas do pop dos dias de hoje. Não tem a veia nem a raiz fincada nas divas do jazz e do soul como tinha Amy, mas é uma promissora substituta, principalmente se souber controlar o uso de drogas e a ganância de empresários e gravadoras.





37. FLEET FOXES - HELPLESSNESS BLUES



Muito bom este album, talvez merecesse de fato estar em posição mais elevada no ranking, mas fiquei um pouco incomodado da semelhança com My Morning Jacket, principalmente na fase mais folk. Mas não tira o brilho de forma geral, pois contém várias faixas muito interessantes, sobretudo a que dá título ao trabalho.





36. KASABIAN - VELOCIRAPTOR!



O Britpop consegue brilhar neste álbum do Kasabian, que em alguns momentos, sobretudo na primeira parte do álbum, chega a ser brilhante, puxando o som da invasão britânica da década de 60. Na segunda metade, eles se perdem em arranjos eletrônicos sem noção.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

The Strange Boys - Live Music



Apesar do que o nome sugere, Live Music, da banda texana The Strange Boys, não é um álbum ao vivo. Muito pelo contrário, trata-se de um ótimo e muito bem feito registro dessa banda que estreou há apenas três anos e já tem três álbuns na bagagem, And Girls Club e Be Brave, de 2009 e 2010 respectivamente. Mas Live Music é de longe o melhor trabalho de The Strange Boys. Enquanto nos primeiros álbuns, eles realmente soaram um pouco “estranhos”, meio que com um som indefinido e uma produção um tanto que precária, Live Music eles decidem tomar proporções maiores e criar um som muito bem definido sem se descuidar das raízes e do “garage”.



E o álbum começa com a divertida “Me And You”, que dá uma amostra bem interessante do que se seguirá pelos próximos quarenta e seis minutos. A voz rasgada e quase embriagada do vocalista Ryan Sambol é marcante em praticamente todas as faixas. Muita influência dos anos sessenta , principalmente The Kinks e Rolling Stones. “Walking Two By Two” tem a cara rural do Texas, com gaitas bem interessantes e uma pegada meio country. Em “Doueh” a voz de Ryan está tão estranha quanto sensacional, que inclusive são os melhores momentos. O álbum mantém um nível equilibrado entre as faixas, sobretudo nessa primeira metade. São músicas boas, divertidas, todas num nível bem próximo umas das outras, como “Punk Pajamas”, “You And Me”.



“Mama Shelter” é bem enraizada nos Kinks o refrão inclusive lembrando “Some Mother’s Son”, dos Kinks. “Saddest” é uma bela balada guiada pelo piano, com umas viagens no meio da música, uns efeitos estranhos, que atestam o nome da banda, Strange Boys, e depois a música volta no melhor estilo, num refrão vigoroso. Essa parte final do álbum é quase inebriante. “Over the River and Through the Woulds” é certamente uma das melhores do album, com a letra quase filosófica, a voz de Ryan soa quase como um murmúrio para si mesmo. “Right Before” tem um refrão que nem eu bebo canto tão loucamente ou melhor quanto Ryan. “Hidden Meanings”, faixa mais longa do álbum, com ritmo bem agradável. Por fim, eles se despedem com “You Take Everything for Granite When You're Stone “. O que o nome tem de estranho, ela tem de boa e “Opus” é apenas uma instrumental como que desligando os instrumentos.

Live Music é um álbum de uma banda em pleno crescimento, abrindo novas portas para novas audiências. Se eles deixaram um pouco de serem estranhos, tornaram-se melhores ainda.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Snow Patrol Live at RAK Studios

O Snow Patrol tocou algumas faixas do novo album, Fallen Empires, ao vivo no RAK studios. E o melhor é que a apresentação contou com as duas melhores faixas do album, “The Garden Rules” e “This Isn’t Everything You Are”. Para completar tocaram ainda “New York”, Lifening” e “Called Out In The Dark”. Confira abaixo:

“The Garden Rules”


“New York”


“This Isn’t Everything You Are”


“Lifening”


“Called Out In The Dark”

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PJ Harvey - Let England Shake



A cantora inglesa PJ Harvey voltou no início deste ano com o álbum inédito Let England Shake, seguindo A Woman A Man Walked By, de 2009. A seu catálogo fala por si só e atesta a capacidade de PJ de buscar sempre novos caminhos, novas formas de encaixar sua música e sua poesia. Em Let England Shake, PJ Harvey, através de um som com tímidos instrumentos percussivos, criou um som com trabalhos muito interessantes de guitarra e outros arranjos musicais, com letras fortes, estranhas, sobre guerras e sua relação com o mundo e, sobretudo, a Inglaterra, que aqui se apresenta mais como uma personagem, interagindo e tendo papel fundamental nas letras, muito interessantes e poéticas, sempre um dos pontos fortes de PJ.



O álbum começa com a faixa título “Let England Shake”, um som bem gostoso, com pianos delicados contornando a música e a voz quase pueril de PJ Harvey, que vai crescendo com a música. “The Last Living Rose”, soa como um apelo de volta à “beautiful England”. “The Glorious Land” tem um divertido metal estilo militar nos arranjos, sendo a coisa mais interessante dessa faixa. “The Words That Maketh Murder” é uma forte música, com uma pesada letra de coisas vistas num campo de guerra, como um trauma forte de um ex-combatente, “i’ve seen and done things i want to forget”. “All and Everyone” é certamente uma das melhores do álbum, bela música, com ótima base de guitarra e letra sombria e a voz magníficia de PJ Harvey nos conduzindo pelas nuances da música.



“On The Battleship Hill” PJ Harvey soa quase como Enya, num vocal bem agudo, quase uma canção religiosa. Depois o violão fica mais rápido, vem as raízes mais folks, e PJ Harvey divide o vocal com uma voz masculina. “England” é uma melancólica balada romântica para o país, daquelas de separação ou briga conjugal, quando ela fala "you leave a taste, a bitter one". Bem interessante esse personagem criado para a Inglaterra, que permeia todo o álbum.



“In The Dark Places” e “Bitter Branches”, ambas sombrias, também apresentam interessantes letras e bases de guitarra. “Hanging In The Wire” é uma bela música, acompanhada ao piano e por um delicado backing vocal, com uma melodia muito bonita. Várias músicas são bem curtas, e nessas horas a gente bem que gostaria que ela tivesse esticado um pouco mais. “Written On The Forehead” é até engraçada, começa bem sombria, ai no refrão entra um ritmo bem reagge, inclusive no fundo sendo cantada alguma frase assim. “The Colour of The Earth” apresenta um dueto bem legal com Mick Harvey, integrante da banda. E se despede do álbum com “The Big Guns Called Me Back Again”.

Let England Shake mostra um trabalho quase conceitual, muito bem pensado nos detalhes e inclusive na sua aparente simplicidade. Um álbum que enriquece ainda mais a carreira dessa grande compositora inglesa.

domingo, 11 de dezembro de 2011

WU LYF Live on KEXP Session

A alcunha de banda mais misteriosa do ano fica com certeza com WU LYF, com imagens bem obscuras e com todas aquelas mensagens quase religiosas. Mas eles se revelaram para promover o álbum Go Tell Fire to the Mountain e foram os convidados para o programa KEXP. Tocaram “Spitting Blood”, uma instrumental, cover de Papa M, “Krusty”, “14 Crowns For Me & Your Friends” e finalizou com a poderosa “Heavy Pop”. Confira abaixo:

“Spitting Blood”


“Krusty”


“14 Crowns For Me & Your Friends”


“Heavy Pop”

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Star Anna & Laughing Dogs Live @ Bing Louge



Star Anna & The Laughing Dogs lançou um álbum muito bom, chamado Alone In This Together, e tocou algumas faixas do trabalho no programa de rádio Bing Lounge em 12 de setembro. Tocaram na ocasião praticamente as melhores: a ótima “Alone In This Together”, que não poderia faltar em nenhum lugar, “Wolves in Disguise”, “For When I Go” e “Time”. Confira abaixo a apresentação.

“Time”


“Alone In This Together”


“Wolves in Disguise”


“For When I Go”


Também rolou uma rápida entrevista com Star Anna, que fala inclusive sobre PJ20 e Mike McCready, que ajudou na realização do álbum e faz uma apresentação da banda.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

31 anos sem John Lennon



Hoje, 8 de dezembro, há 31 anos, morria John Lennon, assassinado pelo próprio fã, que havia um pouco mais cedo, pedido um autografo a John. Eu não era nem nascido ainda e imagino a dor que o mundo sentiu com a perda deste ícone da humanidade. John Lennon, primeiro com os Beatles, depois por ele mesmo, acompanhado somente pela sua Yoko Ono, ajudou a transformar o mundo em várias esferas.

Com os Beatles, John e companhia levaram a música a dimensões nunca antes vistas. E não se limitou ao sucesso, e passou a experimentar artisticamente com seus companheiros novos sons e novos estilos. A mesma banda que lotava estádios em shows em meados dos anos 60, parou de se apresentar e se concentrou na música, lançando álbuns clássicos e ainda mais bem sucedidos, conquistando uma outra grande parcela de fãs e ajudando a construir um movimento de contra-cultura, o dos hippies, com mensagens de paz e amor.



Esse ativismo foi o segundo grande legado deixado por John Lennon ao mundo. Ele mostrou que é possível uma pessoa soltar sua voz e mostrar o que está errado, e fazer de tudo para mudar. Foi perseguido e investigado pelo FBI nos Estados Unidos, pela sua postura política, inclusive sendo quase deportado do país pelo presidente norte-americano na época, Richard Nixon.

E continuando no mundo na música, a carreira solo de John Lennon, iniciada após a separação dos Beatles, contém clássicos incríveis, comprovando sua genialidade. Em 1970, John Lennon lança o clássico álbum com Plastic Ono Band, contendo tanto músicas altamente introspectivas, quanto antiguerra. Em “Mother”, ele trata das relações familiares, sobre o abandono do pai e mãe na sua infância. Em “God”, música incrível, onde após ele passar por diversos ícones da humanidade, inclusive os Beatles, ele atesta: O sonho acabou. Sobre as questões políticas e sociais, os destaques vão para “Working Class Hero”, análise perfeita sobre a classe média trabalhadora e as suas contradições e modo de viver. “Power To The People”, uma súplica de reconhecimento do poder que o povo tem sobre mudanças e consertar as coisas erradas.



O segundo álbum, igualmente clássico, Imagine, de 1971, segue a mesma linha de músicas com críticas políticas, como a sensacional “Gimme Some Truth” e “I Don’t Want To Be A Soldier Mama” e a mais conhecida de sua fase solo, “Imagine”, que todo mundo conhece, bem como faixas altamente pessoais, como “How?” e “It’s So Hard”. O álbum também apresentou várias canções belíssimas de declaração de amor de John a Yoko, como “Jealous Guy”, “Oh My Love” e “Oh Yoko”. O álbum contém a música que eu não gosto de John Lennon, apesar de musicalmente ela ser ótima, a letra de “How Do You Sleep”, um ataque claro ao ex-beatle Paul McCartney, faz-se totalmente desnecessária.



Devido às reações hostis sobre as declarações políticas de John Lennon e a quase deportação dos Estados Unidos, John Lennon voltou a ser mais introspectivo no ótimo Mind Games, de 1973, mesmo assim apresentando algumas faixas de cunho político, porém num discurso bem mais moderado, como em “Bring on The Lucie (Freeda Peeple)”, que tenta disfarçar a intenção clara da música. O álbum também apresenta grandes faixas, como a canção título “Mind Games”, e “Tight A$”, dentre outras. John Lennon ainda viria a lançar mais dois álbuns solos, Walls and Bridges, de 1974 e Rock n Roll, de 1975, no ano que Yoko e John tiveram seu filho e entraram numa reclusão artística para se dedicarem ao filho e família.



John tinha acabado de retomar a carreira e gravado um álbum de inéditas, Double Fantasy, quando aconteceu a tragédia que selou seu destino na noite de 8 de dezembro de 1980. Resta-nos o imenso legado desse gênio que o mundo produziu e que o aproveitou ao máximo.