sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Foo Fighters - Wasting Light


Pode-se dizer que com Wasting Light (2011) o Foo Fighters renasceu. A banda que nos últimos anos parecia sobreviver somente de antigos hits, aparece neste ano totalmente renovada. Wasting Light é o melhor álbum do Foo’s desde The Colour and the Shape, de 1997, onde tem grandes hits, tais quais “My Hero”, “Everlong”, e “Monkey Wrench”. No espaço entre um e outro, eles passaram por muita coisa. A continuação do sucesso cheio de hits em There is Nothing Left to Lose, de 1999, e o direcionamento para o pop em One By One, de 2002. Esse ano marcou o trabalho talvez mais interessante para a banda, que eu diria que plantou as sementes que nasceriam em Wasting Light. Dave Grohl tocou bateria no álbum Songs for the Deaf, do Queens of the Stone Age, provavelmente o melhor deles. Após essa colaboração, começou a crise de identidade de Foo Fighters, ou a procura por uma nova identidade. Pouco há de interessante nos álbuns que se seguiram, In Your Honor, 2005 e Echoes, Silence, Patience & Grace, de 2007. Com apenas 16 anos de atividade, Foo Fighters já parecia uma desses dinossauros do rock que vivem do passado. Basta dá uma olhada no repertório de um show deles.


Diante desses fatores, confesso que não esperava muita coisa de Wasting Light. E por esse pessimismo a primeira ouvida pareceu um álbum fraco. Graças aos deuses que resolvi ouvir com mais paciência. Candidato forte ao melhor cd do ano, Foo Fighters renasceu, com um som ao mesmo tempo familiar e novo. Eu diria que essa Wasting Light é o fruto de uma noite com muito sexo e drogas do som de Foo com Queens Of. Impossível negar a pegada de QOTSA como “Alandria”. Como também reconhecer o Foo Fighters clássico de “Dear Rosemary”, “These Days”. Há também a mixórdia geral numa única música, como “Back & Forth”. Apenas “White Limo” me pareceu sem a força das outras. No entanto, Dave deve ter colocado ela na lista para esquentar o show ao vivo. "Walk" com certeza entra como uma das melhores do extenso catálogo do Foo Fighters
E para melhorar ainda mais, Foo Fighters fez uma apresentação no show do David Letterman, transmitida para todos os Estados Unidos e internet, onde eles tocaram ao vivo na íntegra o Wasting Light. Depois, ainda emendaram alguns hits para fechar com chave de ouro. E para você que acha que perdeu essa transmissão ai vai a boa notícia: você pode assisti-la também na íntegra no youtube. Segue o link da primeira música, depois é só ficar escolhendo as próximas músicas. Aproveitem!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Wilco - The Whole Love


Wilco está de volta e ainda nos ama. Como era o esperado, após disponibilizar para audição gratuita no último fim de semana o novo trabalho, The Whole Love vazou na rede e já está disponível antes do seu lançamento. The Whole Love é o oitavo álbum do Wilco lançado pela própria gravadora da banda dBpm Records. A carreira de Wilco está cheia de grandes álbuns, principalmente Being There, de 1996, e Yankee Hotel Foxtrot, de 2002, ambos os álbuns que são divisores de água para Wilco. O duplo Being There marcou a passagem para o country-indie, com um tom psicodélico. Yankee Hotel Foxtrot, a obra-prima do Wilco, que demorou dois anos para ser lançado pois a gravadora não aceitou o material, apresenta a banda fazendo um indie experimental divino.
The Whole Love é o sucessor de Wilco (the Album), lançado em 2009 e o primeiro lançado pela própria gravadora da banda, dBpm Records. Os dois últimos álbuns, Sky Blue Sky e Wilco (The Album) apresentaram uma banda confortável, tirando um belo som, seguro e agradável, sem grandes riscos, um dos grandes trunfos de Yankee Hotel Foxtrot. A natureza inquieta de Jeff Tweedy não mudou em nada. Ele deixa isso claro na faixa de abertura. “Art of Almost” é simplesmente perfeita, tudo o que se espera de uma música de Wilco. E como abertura de álbum é de tirar o fôlego. Alguns arranjos eletrônicos fazem você se questionar um pouco, Wilco virou eletrônico? O final da música responde a isso. Lembrou-me Yakee Hotel Foxtrot, porém bem mais pesado. Em The Whole Love Wilco explorou todas as possibilidades do estúdio. Em todas as músicas podemos ver que Tweedy e companhia capricharam nos arranjos, não deixando que nenhum detalhe de nenhuma música passasse em branco. “Sunloathe” é uma balada guiada por piano e, novamente, com belos arranjos. Bem Beatles. Ao decorrer das 12 faixas Wilco engloba vários sons. “Dawned On Me” é mais uma muito boa. Jeff Tweedy está caprichando em solos desajustados e a química entre a banda está melhor do que nunca. Parece que a balança de The Whole Love é de um lado as mais rock, de outro baladas. E o álbum fica dialogando entre elas. Após os solos de “Dawned On Me”, vem a balada “Black Moon”, mórbida e melancólica, dedilhada no violão.


“Born Alone” se conecta mais com o passado de Wilco voltando a empunhar grande sons de guitarra. “Open Mind” é outra belíssima balada, com melodia e refrão lindos, arranjos entorpecidos e flutuantes. “Capital City” é certamente uma das melhores faixas do álbum, com melodias sensacionais. O refrão é simplesmente divino. “Standing O” é a mais rock n roll do álbum lembrando a fase mais rock de Being There. E Wilco se despede do álbum com “One Sunday Morning (Song For Jane Smiley's Boyfriend)” uma balada country sombria digna dos tempos de Being There com dimensões grandiosas.
The Whole Love também foi lançado com uma edição Deluxe, com quatro faixas adicionais, “I Love My Label”, cover de Nick Lowe, a ótima “Message From Mid-Bar” que poderia estar também na tracklist original, a Jam instrumental “Speak Into The Rose” e uma versão alternativa de “Black Moon”.
No fim, The Whole Love é tudo o que poderia se esperar de um trabalho de Wilco. Ao mesmo tempo em que se mantém nas raízes, há algo de profundamente novo em cada uma das 12 faixas. E ainda por cima reafirma Wilco na posição de uma das bandas mais interessantes no cenário atual. Melhor álbum desde Yankee Hotel Foxtrot.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Rock in Rio 2011 - 25/09/2011


Assim como música eletrônica e anos 80, o heavy metal será muito pouco encontrado pelas páginas deste blog. Não são exatamente estilos que eu goste, mas mesmo assim, eu decidi acompanhar atentamente ao Dia do Metal do Rock in Rio 4, confesso que mais por curiosidade do que por ser “metaleiro”, até porque a personalidade e a lenda de Lemmy Kilmister transcende qualquer estilo musical e ele seria uma das atrações, liderando o Motorhead. Algumas outras bandas desconhecidas como a brasileira Glória e uma com o nome estranho Coheed & Cambria. Mas mesmo com todo o mito na persona de Lemmy, se na noite anterior o papel principal ficou com Red Hot Chilli Peppers, no Dia do Metal ficou como ninguém menos que Metallica. O palco Sunset ficou mais marcado pelos problemas técnicos de som do que propriamente pelos shows. O que mais chamou atenção foi Sepultura, tocando com um grupo de percussão francês. Ficou interessante, mas ainda assim não me pegou. Levei minhas atenções ao Palco Mundo, exatamente quando aparecia um ser estranho, com cabelos que mais pareciam uma árvore, tocando guitarra e com o microfone enfiado no cabelo chegando a algum lugar que talvez fosse a boca, tornando possível ele cantar lá dentro. O nome dele é Claudio Sanchez e a banda Coheed & Cambria. Não conhecia nada da banda e como era banda de metal, o sentimento de indiferença imperava, porém este foi ficando para trás enquanto eles iam tocando, até chegar a empolgação. É verdade, estava empolgado com uma banda de metal. Coheed & Cambria é uma banda diferente, apresentando grandes variações nas músicas, flertando numa mesma faixa com o progressivo, hard rock, indie e metal, tudo com um bom vocal e uma banda que toca bem e forte. Muito bom. A surpresa do festival até agora para mim. Para ver o show completo do Coheed & Cambria no Rock in Rio, veja o video abaixo.



Após a surpresa veio o Mito. Lemmy subiu ao palco, com todos os seus 65 anos, e anunciou logo o que viria a ser a próxima hora: “We are the Motorhead and we play rock and roll” e abriu o show com “Iron Fist”. Nunca tinha visto um show de Motorhead, sempre gostei mais da banda paralela de Lemmy, The Head Cats, com profunda influência dos anos 50. Só conhecia mesmo alguns dos clássicos da banda, mas eles impressionam logo do início, principalmente do jeito de Lemmy tocar e cantar, batendo no baixo como se fosse uma guitarra e aquela voz rouca e incompreensível rasgando o ar. O som do baixo inclusive é mais alto do que o da própria guitarra. O som é intenso e pesado do início ao fim, em alguns momentos do show até me pareceu que era um rockabilly dos anos 50 tocado com o máximo de velocidade, distorção e volume que alguém pode chegar. O público reagiu com empolgação e respeito que a banda merece. E fechou com os dois grandes clássicos “Ace of Spades” e “Overkill”, com participação de Andreas Kisser, do Sepultura. Para ver o show completo do Motorhead no Rock in Rio, veja no vídeo abaixo.


De Slipknot, eu vou parafrasear Lemmy: “eu venho do rock and roll, essas pessoas com macacões e máscaras vem do circo”. Bem, não precisa falar mais nada. Depois deles, com um atraso básico, subiu ao palco Metallica, para delírio geral e soltou logo os clássicos “Creeping Death” e a ótima “For Whom The Bell Tolls”, a galera fazendo um coro. James Hetfield e companhia estão na melhor forma possível, ótima presença de palco, não deixando o clima abaixar em nenhum momento, nem mesmo quando cantava as mais recentes. Foram vários pontos altos do show e fiquei impressionado com o fôlego do público, que se manteve pulando e gritando até depois que o show já tinha acabado. “One” teve efeitos pirotécnicos e depois veio a incrível “Master of Puppets”. Depois de “Enter Sadman” veio o sensacional Bis com James brincando sobre a hora, de que deviam estar dormindo e essas coisas. Seqüência arrasadora do Bis, com “Am I Evil”, “Whiplash” e “Seek And Destroy” com participação massiva do público depois de 12 horas de heavy metal. Não é preciso ser fã ou metaleiro para reconhecer um grande e histórico show. Exatamente o que foi esse show do Metallica, que ainda atingiu o que Red Hot Chilli Peppers falhara no dia anterior, dominou o público, esteve com ele em suas mãos, da primeira nota à última. Para ver o show completo do Metallica no Rock in Rio, veja o vídeo abaixo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Rock in Rio 2011 - 24/09/2011



Apesar de não ser das melhores edições do festival, não poderia deixar passar sem falar sobre o Rock in Rio 4, que começou na sexta feira, mas para manter o mínimo de dignidade, eu vou excluí-lo e contar o sábado como o primeiro dia de festival, que ainda teve algumas atrações lamentáveis, mas que, mais uma vez, passaremos por cima delas, da mesma forma com que passamos a sexta feira. Digamos que o festival começou com o show de Capital Inicial no Palco Mundo. Rock Nacional está longe de ser um dos meus pontos fortes, mas o show que Dinho e companhia fizeram não tem como ser ignorado. Souberam levantar o público que só pensava na maior atração da noite, Red Hot Chilli Peppers, com os sucessos de mais de duas décadas de carreira, como “Natasha” e “Primeiros Erros” além de uma homenagem à banda Aborto Elétrico, que tinha como membro Renato Russo, com “Fátima”, o protesto político de “Que País é esse”, com o público cantando em uníssono, dentre outras. Dinho Ouro Preto é um grande frontman e contagiou a audiência com sua simpatia e empolgação, com várias conversas com o público cheias de “velhos” e “caralhos”. Pode ver o show completo de Capital Inicial no Rock in Rio 2011 abaixo:


Depois foi a vez da banda escocesa de Indie Rock Snow Patrol, uma das poucas muito aguardadas por mim. Considerando que a banda era desconhecida para pelo menos 90% do público, ou talvez conhecia uma música só, o grande hit “Open Your Eyes”, a banda foi muito bem. O vocalista e guitarrista da banda Gary Lightbody, interagiu bastante com a audiência, como quando pegou uma bandeira brasileira e a prendeu ao pedestal do microfone, ou de forma humilde sempre lembrando que a espera principal era por Red Hot Chilli Peppers, certamente por isso a recepção da plateia tenha sido um pouco fria. Quanto o setlist, foi o melhor possível, mas talvez tenham exagerado ao tocar duas ou três canções novas. Um festival desse porte não é muito legal fazer isso, mas mesmo assim eles se saíram muito bem, as músicas mantiveram o clima pra cima como “This isn’t Everything you Are” e “Fallen Empires”. Teve também os grandes sucessos, como “You’re All I Have”, “Take Back the City” “Run”, “Make This go on Forever” “Chasing Cars” além de, claro, “Open You Eyes” única que levou o público ao delírio. Teve um ótimo dueto com a cantora brasileira Mariana Aydar na bela “Set the Fire to the Third Bar”. Tem muita gente falando mal do show do Snow Patrol, mas é porque não conhecem a banda e não conseguiu fazer levantar o público de festival, mas musicalmente o show foi ótimo, o melhor pra mim. Pode baixar o show completo de Snow Patrol no Rock in Rio 2011 abaixo:


E para fechar a noite veio a tão esperada banda Red Hot Chilli Peppers. Confesso que morguei deles já há alguns anos, quando a adolescência partiu e aquele som irreverente perdeu a graça. Pro público e pros fãs certamente foi um grande show, mas não conseguiu me cativar. Achei Anthony Kiedis muito paradão, frio, como se não tivesse botando muita fé nessa nova fase sem John Frusciante, muito diferente do Antony Kiedis de dez anos atrás. Flea ainda tentou empolgar como sempre, mas tá ficando sem fôlego e o novo guitarrista tentou, pelo menos nisso ele tem crédito. Também teve faixas do novo álbum, que achei bem fraquinho. Mas ainda teve bons momentos o show, como em “Other Side”, “By The Way”, “Californication”, “Give it Away” e a homenagem aos 20 anos de Blood, Sugar, Sex, Magic. Falando em homenagem, sei que pra muitos deve ter chegado lágrimas aos olhos, mas achei totalmente desnecessário isso de todo mundo vestir a camisa com a foto do filho de Cissa Guimarães. Mas enfim, talvez a intenção tenha sido realmente boa. Para a maior atração da noite, em termos de conquistar o público que passou o festival inteiro somente esperando por eles, podia ter sido bem melhor. Pode baixar o show completo do Red Hot Chilli Peppers no Rock in Rio 2011 abaixo. Para baixar pode ser no www.keep-tube.com ou pelo programa aTube Catcher

domingo, 25 de setembro de 2011

Dinosaur Jr. No Ar Coquetel Molotov 2010


O dia era 25/09/2010, no festival de música No Ar Coquetel Molotov, no Teatro da UFPE, em Recife, Pernambuco. O festival já consolidado na cena alternativa pernambucana, vem sendo conhecido por trazer atrações bombásticas da cena indie a cada ano. Foi assim no ano em que o No Ar Coquetel Molotov fez sua estréia, em 2004, com a banda Teenage Fanclub (eu estava lá!), também tocou a banda escocesa Hell On Wheels, também muito boa. No decorrer dos anos, Beirut, em 2009, The Kills, 2005, Peter, Bjorn and John, 2008, citando apenas algumas delas.
A edição de 2010, a sétima do festival, teve como atração principal nada mais nada menos do que Dinosaur Jr, um sonho para os fãs de música alternativa ver a banda ao vivo, coisa nunca antes imaginada. O dia anterior, sexta feira, dia 24, a festa ficou por conta do pernambucano Otto. Mas a espera mesmo estava por conta de J Mascis e companhia.
É complicado para as outras bandas do dia tocarem o seu som quando todos os ouvidos estão na espera de outra banda. Mas o público foi muito receptivo e as atrações também bem interessantes, principalmente A Banda de Joseph Tourton, de Pernambuco, e a escocesa Taken by Trees.
Mas tudo mudou quando um apresentador louco fez uma digna apresentação aos gritos de Dinosaur Jr, “rock! Rock! Rock! Rock” “palmas e gritinhos frenéticos”Impossível não arrancar risos. E ai de forma simples Saruman (J Mascis) e seus companheiros sobem ao palco, ligam os instrumentos, e a partir daí é só lapada. Nunca havia ouvido guitarras tão altas. Eram três amplificadores de baixo e seis de guitarra. Eles abriram o show com “Been There All The Time”. Sensacional. Depois começou “Repulsion”, saída do primeiro álbum da banda, Dinosaur, de 1985, e seus sons sujos de guitarra. A postura da banda às vezes pode ser confundida como chata, por não conversar muito com o público e querer saber só de tocar. E o público não está nem ai. “Pieces”, do último álbum da banda, Farm, de 2009, empolga da mesma forma dos clássicos, com o baixista Lou Barlow tocando baixo como quem toca guitarra.

O público estava empolgadíssimo, deixando para trás o ambiente formal de cadeiras acochoadas do teatro para formar uma multidão na frente do palco e ficar pulando e às vezes até “invadir” o palco ou então surfando na multidão, como em “Out There”, uma das melhores músicas do Dinosaur Jr. Foi muito trabalho para os seguranças do Teatro. Ao vivo o vocal de J Mascis parece mais desleixado ainda e quando ele pisa ali no pedal, parece que ele está tocando duas guitarras, ambas no volume mais alto possível através dos seus seis amplificadores. É como se a sua guitarra fosse o vocal principal e a voz a guitarra. Eles seguiram logo com “Feel the Pain”, outro dos seus maiores hits e deixou claro que os anos 90 estavam de volta, pelo menos naquele recinto e para aquelas pessoas que partilhavam aquele momento. Depois teve outra visita aos seus trabalhos mais novos, igualmente bons, com “Over It”. Não diminuiu o ritmo da platéia, que continuou pulando e vibrando a cada nota.
A guitarra e os gritos de Lou Barlow, para o delírio da galera, anunciam “Little Fury Things” e o final com a microfonia no volume máximo, os efeitos sinistros do pedal e a voz de Mascis impassível, no álbum já parecia incrível, ao vivo é espetacular. E depois, outro clássico, “The Wagon” para todo mundo cantar junto. Se não parecia ser o bastante, continuaram com “Freak Scene”.
O show foi perfeito, foram tocados os clássicos, bem como as novas músicas. Claro que não daria para englobar todas as melhores músicas da banda, mas a escolha foi maravilhosa, além da receptividade do público com as músicas, diferente do show de Stephen Malkmus no Abril Pro Rock em 2002, que, apesar do show ter sido ótimo, o público estava em outra sintonia e parecia que queria só ouvir Pavement.
Abaixo segue o vídeo, que infelizmente não está na íntegra. Ainda teve versões épicas de “Kracked” e “Sludgefeast” (que achei no youtube), e uma Jam interminável de J Mascis na guitarra (o vídeo termina nela)
noarcm on livestream.com. Broadcast Live Free
.
“Kcracked + Sludgefeast”

sábado, 24 de setembro de 2011

Wilco Live on Letterman


Está se aproximando do lançamento do novo álbum de Wilco, o ótimo The Whole Love, dia 27 de setembro, próxima terça feira (apesar de já está na internet há quase um mês) e em mais uma estratégia de lançamento (a primeira foi fazer o stream online do álbum na íntegra pelo site oficial), Wilco tocou no dia 21 deste mês ao vivo no programa Late Show With David Letterman, que foi transmitido ao vivo pela internet. Além de promover o novo álbum, tocando as novas “Born Alone”, “Art of Almost”, “I Might”, “The Whole Love”, Wilco revisitou também os antigos sucessos como a imbatível “I Am Trying to Break Your Heart”, “One Wing” “War on War”, “A Shot in the Arm’, dentre outras. Para quem perdeu, a boa notícia é que eles armazenam as apresentações mais recentes e ela pode ser vista novamente pelo site.


Setlist completo:

Art of Almost
I Might
I Am Trying to Break Your Heart
One Wing
Born Alone
Whole Love
Handshake Drugs
Jesus, Etc
Impossible Germany
Dawned On Me
War on War
A Shot in The Arm

É possível ainda baixar o vídeo completo com o programa "aTube Catcher"


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Stephen Malkmus & The Jicks - Mirror Traffic


O herói do indie, Stephen Malkmus, volta à sua carreira solo exatamente um ano após a turnê de reunião de sua idolatrada antiga banda, Pavement, com o álbum Mirror Traffic. Ao contrário do que muitos poderiam pensar, a reunião não desconcentrou Malkmus de seu trabalho com a sua banda de apoio, The Jicks. Grande parte das músicas já estavam prontas antes da reunião. Mas uma coisa é certa, passar o ano tocando Pavement revigorou Malkmus.
Mirror Traffic entra também na lista de trabalhos do ano produzido por Beck, depois de ter produzido o bom Demolished Thoughts de Thurston Moore. Stephen Malkmus afirmou em recente entrevista à Pitchfork que a química com Beck foi a melhor possível. Beck ficou responsável praticamente por tudo referente à gravação e estúdios chegando inclusive a opinar em algumas faixas sobre a melhor forma de gravação. Talvez por isso o processo de gravação de Mirror Traffic foi tão rápido. O álbum é a seqüência do Real Emotional Trash, de 2008. Conhecido pelo seu perfeccionismo, Malkmus parece bem mais à vontade em Mirror Traffic do que jamais esteve na sua carreira solo, talvez somente no álbum de estréia, de 2001. De qualquer forma, realmente é o álbum mais forte dele desde Stephen Malkmus (o álbum).


O álbum começa em grande estilo, com a ótima “Tigers”, com seus solinhos quase psicodélicos de guitarra e a voz despretensiosa. Ela cede para “No One Is (As I Are Be)”, uma baladinha folk, com alguns arranjos de metais, lembrando até em alguns momentos Belle & Sebastian. Cabe dizer aqui que o toque de Beck foi bem mais sutil do que o fez com Thurston Moore. Beck deixou Malkmus totalmente à vontade e o deixou tocar.
Em “Senator”, primeiro single do álbum, música com pegada forte e cheia de riffs e solos, Malkmus solta no refrão um inusitado “all the senator wants is a blowjob”, bem divertido. Depois vem o ponto alto do álbum “Brain Gallop”, uma bela música com belos trabalhos na guitarra e melodias. Se, como disse antes, os guitar heroes do indie resolveram pendurar as guitarras em 2011, em referência principalmente a Thurson Moore e J Mascis, Malkmus faz exatamente o contrário aqui. Deixa isso bem claro em “Tune Grief”, a mais pesada do álbum.
Em Mirror Traffic vemos todas as facetas de Stephen Malkmus e melhor ainda, todas na melhor forma possível. Um álbum cru, rock n roll, sem frescuras ou arranjos super espaciais. Simplesmente um cara com sua guitarra, Malkmus, e sua banda, The Jicks. Só falta agora ele vir para Recife como fez em 2002 na turnê do primeiro álbum!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

PJ20

Simplesmente o melhor documentário sobre uma banda que já vi. Talvez influencie o fato de eu ser fã, mas sinceramente, eu acho que não. Isso se deve a um fato ao mesmo tempo simples e raríssimo. Talvez mais do que à própria banda, afinal, a história já estava aí e os registros já feitos, o sucesso do documentário deve ser creditado ao diretor Cameron Crowe, que já dirigiu filmes como Quase Famosos e Vida de Solteiro, que fala da cena grunge que acontecia no início da década de 90 em Seattle. Cameron Crowe conseguiu contar a história de Pearl Jam através de registros raros e inéditos em perfeita ordem cronológica, sem deixar de tocar em assuntos polêmicos da banda para proteger um ou outro. Poderiam ter contratado o melhor diretor, com o mais vasto e bem sucedido currículo, que não conseguiria o resultado final que Crowe conseguiu. Isso só foi possível por Cameron Crowe ser amigo de longa data da banda e ter visto tudo isso acontecer de dentro, acompanhando cada fase das duas décadas de carreira de Pearl Jam.

E não poderia ser diferente de começar contando a história do seu começo, através de depoimentos e registros emocionantes sobre Mother Love Bone, Andy Wood e sua morte. Os depoimentos de Jeff e Chris Cornell sobre o estado de Wood após a overdose que o matou são tocantes como também o é a história da composição de “Release”. O filme mostra como foi a troca de fitas das gravações demos na procura de um vocalista e passa um trecho de “Footsteps” gravada por Eddie Vedder e enviada de volta a Jeff e Stone, que imediatamente acharam incrível. Outra cena curiosa é a do segundo show de Pearl Jam, onde aparece a banda tocando com Eddie Vedder bem tímido cantando, como se ainda procurando se encaixar naquele grupo de pessoas que acabou de conhecer e na cidade desconhecida.


As cenas de shows em clubes pequenos dão lugar a grandes festivais como Pinkpop e Lollapalooza após o lançamento de Ten e, de acordo com as entrevistas, fica claro o desconforto da banda pelo assédio da mídia e da fama em si. Há também uma cena sensacional, quando a banda está tocando “Breath” e Eddie vê um segurança praticamente agredir uma pessoa na multidão e fica irritado, cantando com a raiva saindo pelos olhos e voz. Além de uma seleção angustiante de escaladas de Eddie Vedder, em que a banda fica olhando pra cima, só esperando ele cair.

O documentário tem várias passagens de humor, mas duas delas são totalmente hilárias. A primeira é na festa de lançamento do filme Singles (Vida de Solteiro) dirigido por Cameron Crowe, em que a banda toda está totalmente bêbada, Eddie caindo pelo palco e gritando impropérios como “Foda-se a MTV”, dentre outros. O outro momento é quando Stone está mostrando alguns itens de sua casa e quando vão para o porão, é onde ele guarda o Grammy, dizendo que é onde merece estar.

Momentos delicados de Pearl Jam também foram retratados, como o período de tensão e turbulência de Vitalogy e No Code, com a banda tentando se recolocar no seu espaço e brigas por poder da banda, entre Stone e Eddie e a troca de bateristas. A parte da morte de Kurt Cobain e o reflexo da super exposição para a mídia também foram muito bem tratadas, além de um capítulo para a guerra travada contra a rede de ingressos Tickermaster e a sua turnê de boicote. Nesse momento aparece a figura do Tio Neil (Neil Young), que, com toda sua experiência, teve seu papel fundamental de aconselhamentos que ajudaram a banda a superar as dificuldades.

Como não poderia faltar, há menções dos engajamentos políticos da banda, como “Bushleaguer” e o West Memphis Three e, claro, o episódio de Roskilde, onde, durante um show da banda, nove fãs morreram esmagados. É de emocionar.

São tantas partes dignas de nota que eu passaria aqui falando de cada minuto das duas horas de documentário. No final, mostra como a banda monta os seus setlists e porque eles são tão variados entre uma noite e outra. Vários depoimentos de fãs da banda, dizendo como é especial acompanhar a carreira de Pearl Jam.

PJ20 valeu a pena a expectativa em torno de si. Valeu cada minuto, agora é só esperar o dia 03 e novembro para finalmente vê-los em altíssimo e bom som.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

É Hoje!





Arcade Fire - The Suburbs Deluxe Edition

A excelente banda canadense Arcade Fire lançou seu terceiro álbum, The Suburbs, em 2010, pondo de volta em evidência a vida do subúrbio norte americano de classe média, tema explorado de forma impecável no seu perfeito álbum de estréia, Funeral, de 2004, melhor lançamento da primeira década deste século. Grandes canções como a própria “The Suburbs”, “Ready To Start”, “City With No Children”, dentre outras, mostram que mais uma vez Arcade Fire conseguiu chegar lá. Menos de um ano depois, eles o relançaram numa edição Deluxe, com duas faixas inéditas e uma com nova versão. As inéditas “Culture War” e “Speaking in Tongues” e uma versão estendida da já ótima “Wasted Hour”.

Uma edição Deluxe tão em cima do lançamento do original nos faz perguntar o motivo pelo qual decidiram lançá-lo agora. Ao ouvir as inéditas essa pergunta fica praticamente respondida. Talvez eles tenham se arrependido de não tê-las lançado no trabalho original, pois, além de manterem o tema principal do álbum, certamente elas teriam lugar de destaque entre o tracklist de The Suburbs, substituindo talvez as versões duplas de “Half Light” ou “Sprawl”, que nunca me desceram muito bem. Até mesmo a versão estendida de “Wasted Hour” fica melhor do que a já ótima original, numa versão mais tranqüila e sem pressa.

Enfim, ainda bem que decidiram fazê-lo, pois agora temos mais duas composições de primeiríssima qualidade, dignas dos melhores momentos de Arcade Fire.

sábado, 17 de setembro de 2011

My Morning Jacket - Circuital


My Morning Jacket detém a alcunha de uma das melhores bandas ao vivo da cena indie atual. A prova mais clara disso é o álbum/DVD ao vivo que eles lançaram Okonokos em 2006, mostrando toda sua força, energia e superação num setlist incrível, da turnê do melhor trabalho da banda, o incrível Z, lançado em 2005. Com um som influenciado principalmente pelo country rock alternativo de Neil Young e pelas guitarras sônicas de Velvet Underground, My Morning Jacket conquistou seu espaço no início da década, com o At Dawn, de 2001, após uma estréia em sem muito clamor em 1999. A partir daí eles só fizeram crescer, com It Still Moves e Z, de 2003 e 2005, este último considerado o melhor álbum da banda, onde tiram sua carteira de identidade própria e passam a andar por caminhos mais livres tendo enfim se consolidado na cena musical. Em Evil Urges eles continuaram a arriscar mais, às vezes até um pouco demais, mas ainda assim com grandes canções.


Circuital é o mais novo trabalho do My Morning Jacket e pode ser considerado um Evil Urges mais consiso, com mais unidade e sem os exageros experimentais do anterior. Jim James, vocalista, guitarrista e principal membro da banda, continua utilizando sua voz como um instrumento, experimentação iniciada em Z, sobretudo em “Wordless Chorus”, e utilizada talvez em demasia em Evil Urges. Mas aqui está na medida certa, como em “Victory Dance”, e os corais solenes quase religiosos de “The Day is Coming”.
Circuital também é bem variado, contendo desde balada sombria tocante como “Slow Slow Tune”, balada romântica belamente orquestrada de “Wonderful (The Way I Feel)”, viagem quase épica na ótima faixa que dá título ao álbum “Circuital” e rock clássico de “Outta My System”, uma das melhores. Tem até a brincadeira bem humorada, porém desnecessária, de “Holdin on To Black Metal”, que faz me perguntar o que ela está fazendo nesse álbum.
No entanto, e apesar de ser um ótimo álbum, Circuital não consegue igualar a potência de um show do My Morning Jacket, como quase todos os anteriores à exceção talvez de At Dawn e Z e nos faz imaginar como seria o álbum tocado inteiro ao vivo. Mesmo assim, Circuital é mais um ótimo passo na carreira de My Morning Jacket.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

TV On The Radio - Nine Types of Light


TV On The Radio é uma das bandas com o som mais peculiar atualmente. O som de vanguarda desse grupo do Brooklyn, Nova York, mescla post-punk inspirado em Joy Division, mas sem querer copiá-los de forma alguma, eletrônico e ambientes atmosféricos de David Bowie e Brian Eno, o primeiro que já se declarou fã da banda e inclusive participou da faixa “Province” do segundo álbum, o ótimo Return to Cookie Mountain, de 2006. Eles realmente estouraram na aclamação do público e crítica com o álbum seguinte, Dear Science de 2008, uma obra prima, através de belíssimas e variadas composições, como “Stork & Owl”, “Family Tree”, dentre outras.
Após o sucesso, alguns de seus membros partiram para projetos solo e nesse ano anunciaram e lançaram a seqüência do grandioso Dear Science, chamado Nine Types of Light. É sempre um desafio para uma banda lançar o álbum seguinte a uma obra prima. A expectativa é sempre muito grande. E Tv On The Radio não chegou lá, mas também não decepcionou e Nine Types of Light tem ótimas canções, somente não tem a mesma constância e grandiosidade de Dear Science ou Return to the Cookie Moutain.
A faixa de abertura, a dançante “Second Song”, já anuncia um clima mais caloroso do que os trabalhos anteriores, com ambientes mais sombrios e furiosos. No catálogo do Tv On The Radio há uma variedade muito grande de temas das músicas, inclusive com conotações políticas. Há também grandes canções de amor. Em Nine Types of Light eles nos entregam duas maravilhosas. “You” é uma bela construção, com uma ótima letra e tocante refrão, com melodia delicada e profunda e “Will Do”, primeiro single, empolgante e calorosa.
Infelizmente eles deixam o nível cair na fraca “No Future Shock”, que mancha um pouco o álbum, mas é por pouco tempo, pois logo a seguinte é a parte mais incrível do álbum, através da magnífica “Killer Crane”. Uma balada guiada por pianos, teclados e belos arranjos. É o momento mais solene e emocional do álbum, lembrando inclusive “Family Tree” de Dear Science. Esses são os pontos altos do álbum, que também contém outras composições acima da média, como “New Cannonball Blues” e suas batidas estranhas e “Caffeinated Consciousness”


Nine Types of Light, embora não sendo tão forte e marcante como, especialmente, os dois álbuns anteriores, mostra um lado novo do Tv On The Radio, um lado mais caloroso, brilhante e igualmente bom.
O álbum também foi lançado em DVD e inclui um vídeo para cada música, apesar de não ser na mesma sequência. Vale a pena conferir.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Lira - Lirinha



A banda Cordel do Fogo Encantado, de Arcoverde, cidade do interior de Pernambuco, marcou a cena da música brasileira através de três álbuns, entre 2001 e 2006. A música continha novos sabores, cheio de percussões que mesclava o maracatu do mangue beat com as composições poéticas e as performances teatrais do líder da banda Lirinha. A peculiaridade do som com as apresentações ao vivo era uma combinação poderosíssima, o que culminou com a explosão da popularidade da banda. Devido ao sucesso, Lirinha pegou todo mundo de surpresa ao anunciar sua saída da banda em fevereiro de 2010, alegando “necessidade de trilhar novos caminhos”.
Esses novos caminhos o guiaram até a estréia do cantor como artista solo com o lançamento do álbum Lira. Muita era a expectativa acerca do trabalho do pernambucano, todos se perguntavam se continuaria no estilo de Cordel ou se ele se reinventaria como compositor. Esta última alternativa foi a que se sobressaiu.

Lira é uma mescla de estilos, tudo com muita poesia de Lirinha. O álbum começa com a sombria e romântica “Ah Se Não Fosse o Amor”, mostrando que o que está por vir será bem diferente de Cordel, com muitas guitarras e outros elementos mais universais, como em “Sistema Lacrimal”. Em “Noite Fria” Lirinha brinca um pouco com o samba. “Sidarta”, praticamente uma súplica ao Buda, tem uma percussão que é onde mais se aproxima do trabalho antigo de Lirinha, porém, menos pesado.
“Memória” é um dos pontos altos do álbum, música animada e divertida, lembrando os iê iê iê da jovem guarda. “Valete” é outra grande música, com as participações especiais de Otto e Ângela Rorô. E no final tem a surpresa de uma composição de Lirinha em Inglês, isso mesmo. E quem canta a brincadeira é o filho de Lirinha João Diniz.
Lira é uma mudança muito bem intencionada na carreira de Lirinha que faz finalmente a gente entender e concluir “agora sim, eu entendi porque ele saiu de Cordel...”. Falta uma direcionada dessa na carreira de muita gente grande por aí. Por exemplo, gostaria muito de um álbum assim de Jack White para saber se finalmente entenderia o fim do White Stripes.
Outra coisa legal: O próprio Lirinha disponibiliza o download gratuito do álbum completo no seu site oficial, aproveite e baixe: http://www.josepaesdelira.net/#!download


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Duetos II

No primeiro post mostrei duetos de antes do rock nascer, ou até mesmo enquanto ele estava engatinhando. Agora vou avançar um pouco para a fase da adolescência, problemático e desafiador. É a vez do dueto de apaixonados agora, com Johnny Cash e June Carter, cantando juntos a romântica “If I Were A Carpenter”. A música é linda, seguindo a fórmula de pergunta-resposta, com a letra que todo apaixonado quer ouvir de sua amada. O vídeo abaixo, apesar da qualidade não ser das melhores, representa muito bem o casal apaixonado do interior.

Todos de pé agora, que o próximo vídeo é religioso. Deus está presente. David Bowie canta “I Got You’ com Marianne Faithfull ao vivo para um programa de TV em 1973. Bowie ainda estava andrógeno, um pouco depois de assassinar a persona Ziggy Stardust no ano anterior. Marianne aparece vestida como uma freira ou algo do tipo. O contraste entre os dois chega a ser hilário. A música é ótima e sendo David Bowie cantando já basta. Mas a voz de Marianne também se encaixa muito bem. Segue o vídeo:

sábado, 10 de setembro de 2011

O ano em que os heróis da guitarra penduraram suas guitarras Pt. IV


E por fim, Several Shades Of Why, de J. Mascis, o Saruman do rock alternativo, frontman dos Dinosaur Jr. Ele é o que tem a carreira solo mais extensa dos três. Talvez esse álbum “acústico” tenha sido o que tenha recebido com menos surpresa, até porque a carreira solo de J. Mascis tem algumas coisas bem estranhas, como um álbum dedicado a Amma, uma líder espiritual hindu, J + Friends Sing + Chant for Amma, de 2005. Nesse, Mascis parecia um guru indiano tocando sua música. Em Several Shades Of Why, Mascis só não é o Mascis do Dinosaur Jr porque está solo e sem guitarra.
Todos os ingredientes de Dinosaur Jr estão presentes no álbum, sendo que acústicos. Até dá pra imagina como seria se esse álbum tivesse saído pela banda completa e não apenas Mascis. Dos três, é certamente o que mais se parece com o trabalho de sua banda principal. A voz de J Mascis está tão despretensiosa, preguiçosa e relaxada como sempre esteve.


Há canções muito boas aqui, principalmente a faixa que dá título ao álbum, “Several Shades of Why”, com arranjos muito bonitos, além da bela melodia, que combina perfeitamente com a voz de Mascis. A faixa seguinte, “Not Enough”, é outro ponto alto do álbum, com sua pegada folk e agitada. Several Shades Of Why é, talvez, dos três álbuns, o mais constante. Há um fato curioso também em relação aos outros dois trabalhos. É aqui onde os únicos solo de guitarra aparecem, maravilhoso e refrescante aos ouvidos, nas ótima “Is it Done” e “What Happened”, totalmente inesperado, que deixa o ouvinte deliciado.
Enfim, Eddie Vedder, Thurston Moore e J Mascis certamente irão retomar suas guitarras e suas bandas em breve, mas muito foi feito nesses três álbuns. Todos eles mantém uma certa semelhança com as suas respectivas bandas, da mesma forma que cada um tem sua peculiaridade, sua originalidade. E é isso que faz Ukulele Songs, Demolished Thoughts e Several Shades of Why recompensadores, você consegue ouvir os mesmos artistas de suas bandas preferidas com novas facetas não imaginadas.




sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Olé - A nova música de Pearl Jam!

Uma pausa das resenhas dos álbuns para mostrar a novíssima música do Pearl Jam, que tocou ontem no programa de TV Late Night With Jimmy Fallon, chamada “Olé”. Logo após os históricos shows de comemoração aos 20 anos da banda no fim de semana, Pearl Jam vai ao ar para mostrar que ainda tem futuro vindo por ai. A música segue a veia mais punk da banda, semelhante às recentes “Got Some”, “Gonna See My Friend” e com um refrão mais melódico. E fica agora a pergunta, álbum novo à vista?

Eu gostei, e você?

Confira!

Para baixar a versão de estúdio (melhor que a ao vivo), acesse o link.

http://d1gf4m1c4xp2lg.cloudfront.net/track/Pearl_Jam_Ole.zip

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O ano em que os heróis da guitarra penduraram suas guitarras Pt. III


Enquanto Vedder brincava com seu ukulele, Thurston Moore se juntou com Beck, agora produtor, e resolveu abandonar os amplificadores e pegar o violão, em seu novo álbum Demolished Thoughts. Não necessariamente acústico, pois nele ainda dá pra notar a ferocidade do trabalho do Sonic Youth. Moore já lançou alguns álbuns solo em sua carreira, mas em todos eles o trabalho era de certa forma semelhante ao seu papel na banda principal. Surpresa geral pra quem esperava músicas recheadas de solo de guitarra. Em Demolished Thoughts o negócio é bem mais calmo. A faixa de abertura já nos apresenta bem como vai ser o álbum. “Benediction”, balada cheia de violinos, é incrivelmente bela, já demonstrando que o trabalho de Beck como produtor é ótimo. Certamente, Beck deu um toque final ao trabalho, sem ele o álbum não seria tão forte como é. O mérito aqui vai tanto para um como para outro. Algumas das faixas, pela batida no violão, lembram as pegadas do Sonic Youth, mas no decorrer dá pra ver que fica bem diferente.

Uma coisa vale a pena dizer, Thurston Moore abandonou em Demolished Thoughts a guitarra e não o prazer por músicas grandes. Nenhuma delas dura menos que quatro minutos e duas ultrapassam a casa dos seis. Nisso se aproxima muito do Sonic Youth, como em, por exemplo, “Orchad Street” que nos últimos minutos tem aquela Jam típica da banda. A diferença nesse caso é que um é com violão, outro com guitarra. Se você acha que isso é ruim, que deixa o álbum chato e previsível, está enganado. Os arranjos estão muito bem pensados e colocados no lugar exato. Outras músicas que merecem destaque são “Illumine” e “Blood Never Lies”.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O ano em que os heróis da guitarra penduraram suas guitarras Pt. II



Eddie Vedder lançou o “Ukulele Songs” em 2011, que é somente ele e o ukulele, um instrumento havaiano semelhante ao cavaquinho brasileiro e distribui através de 16 músicas as mesmas belíssimas melodias e letras de sempre. Ao que tudo indica, Eddie Vedder começou a tocar ukulele no início dos anos 2000 e no álbum Binaural, do Pearl Jam saiu a música “Soon Forget”, somente Eddie e seu instrumento.


Desde então ele tem se aventurado e tocando alguns shows solo, com o Ukulele, até que foi chamado pra fazer a trilha sonora do filme ótimo Na Natureza Selvagem (Into the Wild) em 2007, com algumas músicas no ukulele. “Ukulele Songs” é belo. Se não está acostumado com o ukulele, pode parecer estranho, mas logo as músicas tomam forma, conjunto e força, principalmente melodicamente. "Can’t Keep", velha conhecida dos fãs de Pearl Jam, do álbum Riot Act (2002) está presente em sua versão ukulelelizada. O que fica bem interessante é que as letras de Eddie Vedder estão bem depressivas, sobre perdas amorosas e solidão, antagonizando com o som do ukulele, que normalmente é usado em músicas agitadas e alegres. Outros pontos altos são as faixas “Sleeping By Myself”, “Broken Heart” e “Longing to Belong”.
“Ukulele Songs” também conta com algumas participações especiais, como Glen Hansard, do The Frames e The Swell Season, e a belíssima Cat Power e sua voz maravilhosa, devolvendo a cortesia a Eddie Vedder, que participou de seu álbum “You Are Free”, de 2003.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O ano em que os heróis da guitarra penduraram suas guitarras - Part I

Tem muita coisa boa rolando para quem gosta de rock alternativo. Cada semana são lançados vários álbuns de bandas famosas ou desconhecidas. Mas poucas dispõem de um status intocável, com uma legião de fãs fiés e incondicionais. Sonic Youth, Dinosaur Jr. e Pearl Jam são algumas delas. Sonic Youth e Dinosaur Jr. são semideuses para o indie (Velvet Underground e Neil Young são os deuses) e Pearl Jam, juntamente com Nirvana, deu um toque mais popular e alcançou um público bem maior para o gênero, sobretudo no início da década de 90, com o grunge. Após esses anos de auge comercial, Eddie Vedder e companhia entraram no ostracismo consentido do underground. Com Sonic Youth e Dinosaur Jr é um pouco diferente, sempre estiveram no underground, sendo duas das poucas bandas alternativas que não se separaram, como Pixies (apesar da reunião recente), Jesus and Mary Chains, Pavment, entre outras, e ainda fazem um som maravilhoso até os dias de hoje.

Mas o que essas três bandas tem em comum com o ano de 2011? Seus respectivos líderes lançaram álbuns solo. Eddie Vedder, J Mascis e Thurston Moore. Esses dois últimos são conhecidos como guitar heroes, pois em suas bandas sempre se sobressaem com trabalhos muito interessantes na guitarra, como solos incríveis e barulhos amplificados melodiosos. Eu sei, Eddie Vedder não é um guitarrista primoroso e em várias músicas nem toca guitarra, mas é um ídolo e referência tão grande como Mascis e Moore. Portanto, o que o novo trabalho solo dos três tem em comum? Todos eles penduraram a guitarra.

Nos próximos posts, irei falar do trabalho de cada um deles, “Ukulele Songs”, de Eddie Vedder”, “Demolished Thoughts” de Thurston Moore e “Several Shades of Why”, de J Mascis.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PJ20 Destination Weekend II


Não podia ser diferente. A segunda noite do festival PJ20 Destination Weekend foi mágica. Claro, não estava lá, mas acompanhei ao vivo graças a Gary, que não sei quem é, mas transmitiu o show inteiro pelo seu celular Android (valeu tecnologia!). Bem, a qualidade de vídeo era zero, mas o áudio dava pra escutar razoavelmente bem. Então pude ter uma “visão” direta do público.
É difícil uma banda ter uma fidelidade, um companheirismo e de certa forma, intimidade, com seus fãs como Pearl Jam tem. Pelo twitter, através da hashtag #PJ20, os fãs presentes mandavam as notícias para o restante do mundo. Várias pessoas mandaram “eita, acabei de encontrar Matt Cameron passando aqui” ou então “apertei a mão de Mike McCready!” Mas vamos ao festival. Novamente, os shows de Mudhoney, Queens of The Stone Age e Strokes antecederam a atração maior da noite. Mas antes do show, os integrantes de Pearl Jam ficaram passeando e fazendo participações em shows. Mike e Stone participavam de um, Matt de outro, Eddie também. Dentre essas participações, a mais interessante foi Eddie Vedder tocar com Queens of The Stone Age a música “Little Sister”.
Depois do show histórico da primeira noite, a espera pra saber qual seria a setlist da segunda era grande. E eles não decepcionaram. Repetiram apenas duas canções. Abriram dessa vez com “Wash”, B-side da era de Tem, que foi lançada em Lost Dogs. A coletânea de B-sides foi inclusive muito utilizada nesses dois shows. Se na noite anterior teve “Breath”, “Education”, “In The Moonlight”, nessa segunda noite teve “All Night” e “Leatherman”. Teve também uma leve passagem pelos anos recentes, com “The Fixer” e “Severed Hand” e a brilhante “Unthought Known”.
“Daughter” teve como tag a maravilhosa “Its Ok”, que fazia anos que não tocavam. E para satisfazer um pouco os fãs de Ten, eles soltaram “Even Flow” e como sempre, Mike McCready quebrou tudo.
Julian Casablancas entrou novamente para participar, dessa vez de “Red Mosquito”. Se no show anterior teve a surpresa de “Push Me Pull Me”, ficou aogra por conta da homenagem a Jeff Ament, tocando “Pilate”. “Eldery Woman...” foi um pedido especial do filho de George Harrison, que subiu ao palco e tocou com eles. Teve também participação de John Doe, da banda X, que inclusive vai abrir na turnê pela América do Sul. A música foi a cover de X “The New World”. É possível esperar uma repetição dessa parceria nos shows do Brasil. E depois eles soltaram dueto de Tem, com “Black” para delírio geral, seguida por “Jeremy”.
Mais uma surpresa. Após a primeira pausa, Eddie volta com seu violão e anuncia que vai tocar uma música nova, que os fãs colocaram o nome de “So Glad We Made It”, por causa da letra, e depois emenda com a belíssima “Just Breath”. Pra confirmar o momento casal agarrado do show, tocou “Nothingman”. Depois de alguma conversa com o público, surpreendem de novo ao tocar “No Way”, do álbum Yield, de 1998, raríssima ao vivo. “Smile” empolgou principalmente Gary, empunhando o celular, que ficou cantando junto. E depois quebraram tudo com “Spin The Black Circle” e depois foi para a segunda pausa, enquanto Gary e seus amigos faziam coro pedindo “Dirty Frank” e dando uma palhinha de “Poker Face” de Lady Gaga. Hilário.
Após vários rumores durante o dia de que Neil Young ou Pete Townshend fariam participações especiais, fiquei ansioso para quem seria. E foi Chris Cornell, de novo. Tocou “Hunger Striker”, “Reach Down” únicas que foram repetidas nos dois shows e “Call me a Dog” e “All Night Thing” todas de Temple of The Dog. Depois da reunião, Eddie chamou Mudhoney para o palco e tocou uma versão explosiva de “Sonic Reducer”, perfeito.
Depois da terceira pausa, soltaram “Alive”, que estava faltando, depois de um começo falso, pra brincar com o público. Nos shows ao vivo, o solo de Mike no final fica mais incrível do que a própria música. E mostrando que infelizmente os rumores eram falsos, tocaram “Rockin’ in The Free World” sem Neil Young, mas com todos os convidados no palco, foi sensacional. Todos achavam que tinha acabado, quando voltaram com “Yellow Ledbetter”, fechando o show com aproximadamente 3 horas de música rolando. Esses quarentões ainda tem muita energia pra gastar.
Esses dois shows e o festival em si, foram uma festa que a própria banda merecia. E em relação aos próprios shows, foi perfeito para uma comemoração de aniversário da banda de 20 anos. Englobou toda sua carreira, tocou clássicos, tocou super raridades, grandes covers. Tudo o que um fã de Pearl Jam espera da melhor banda ao vivo que existe. E os fãs são os melhores para Pearl Jam e para eles mesmos, que o diga o nosso salvador, Gary!
Agora é só aguardar o lançamento do documentário PJ20, enquanto eles não desembarcam no Brasil.
Em breve fotos e vídeos do show.

domingo, 4 de setembro de 2011

PJ20 Destination Weekend I

Iniciou ontem o festival PJ20 Destinaiton Weeked, em comemoração aos 20 anos da banda Pearl Jam. As atrações do festival são incríveis. O show começou com a legendária banda Mudhoney, amigos de longa data de Eddie Vedder e companhia, participando inclusive da banda embrião de Pearl Jam e da própria Mudhoney, a Green River, que tinha Mark Arm, Steve Turner, do Mudhoney e Stone Gossard e Jeff Ament, do Pearl Jam. Além disso, Mudhoney fez várias turnês de suporte a Pearl Jam, inclusive quando eles vieram para o Brasil em 2005. Era uma presença obrigatória no festival. Depois subiram ao palco nada menos que Queens of The Stone Age e The Strokes. Mas o astro da noite mesmo era Pearl Jam. E confirmou quando subiram no palco.
Somente posso analisar o show através da setlist e das participações especiais, pois não estava lá, infelizmente. Mas como fã de longa data de Pearl Jam, que acompanha as turnês e tudo mais, posso dizer que foi um dos melhores shows. Se não o melhor, talvez o mais especial. E é nesse quesito que entra para mim o fator diferencial de Pearl Jam para qualquer outra banda em atividade no mundo atualmente.
Quando se pensa em um show comemorativo por 20 anos de uma banda, imagina-se logo o setlist repleto dos maiores hits e sucessos da história da banda. Qualquer uma faria isso, menos Pearl Jam. O público presente tem visto Pearl Jam através das duas décadas, de todas as turnês. Que recompensa, que diferencial fazer um show tocando sempre aquelas músicas que eles tocaram milhares de vezes? Além de um presente aos fãs, eles presenteiam-se a si mesmos. Eles, acima de tudo, querem se divertir. Juntar-se no palco com seus amigos, tocar músicas juntos, tocar músicas que poucas vezes tocaram, sentir o público vibrar com essas músicas que, mesmo tendo visto dezenas de shows de Pearl Jam, nunca ouviu aquela música.
E é disso que se trata de um de Pearl Jam. Diversão mútua. Começou quando Eddie Vedder se juntou aos Strokes para cantar junto com Casablancas “Juicebox”. A qualidade não está das melhores, mas ai está o vídeo:
Mas vamos continuar com o show de Pearl Jam. Abriu o show com “Release”, de Ten e passou para a cover “Arms Aloft”, que saiu no álbum ao vivo Live On Ten Legs. Foi tocada a que pra mim é a melhor música deles, “In My Tree” (eles tem que tocar essa em São Paulo) e depois de “Faithfull” começou as participações. “Who You Are” Liam Finn, John Doe e o baterista de Mudhoney, Dan Peters, se juntaram ao coro. Depois teve a raríssima “Push Me, Pull Me”, dou minha vida apostando que essa pegou todos os presentes surpresos. Teve ainda “Setting Forth”, música de Eddie Vedder que saiu na trilha sonora de Into The Wilde e depois, participação de Julian Casablancas em “Not For You”. Se não era o bastante, Eddie convocou ao palco Josh Homme, frontman do Queens Of The Stone Age, para tocar a inesperada “In The Moonlight”, B-Side que foi lançada em Lost Dogs, de 2003. Teve ainda a presença de “helphelp” de Riot Act (2002), tocadas poucas vezes ao vivo. Teve a volta ao grunge com “Breath” e “Deep” e mais uma surpresa com “Education”, com participação de Liam Finn. Depois outro returno ao início da década de 90 com “State of Love And Trust” com Dhani Harrison, e “Once”.



Então teve o primeiro Encore e após “Rearviewmirror” veio a verdadeira surpresa. Chris Cornell foi chamado ao palco e a partir daí todos sabiam que seria a reunião de Temple of The Dog, banda que foi formada em 1990, junção de Pearl Jam e Soundgarden, para homenagear Andrew Wood, vocalista da Mother Love Bone, banda anterior de Stone e Jeff. Foram três músicas do Temple of the Dog,“Say Hello 2 Heaven” “Reach Down”, e a clássica “Hunger Strike” e "Stardog Champion" do Mother Love Bone.
Depois veio a maravilhosa cover “Love, Reign O’er Me” do The Who e, para fechar, Mark Arm e Steve Turner do Mudhoney subiram ao palco para tocar a versão de “Kick Out The Jams”, do MC5.

Uma palavra para definir esse show: Histórico.




sábado, 3 de setembro de 2011

Audição por 24 horas do novo álbum de Wilco


Wilco está para lançar o seu nono álbum da carreira, cujo título será “The Whole Love”, a ser lançado no dia 27 de setembro. Mas Jeff Tweedy e companhia entenderam a ansiedade dos fãs e resolveram disponibilizar hoje através do site oficial da banda (http://wilcoworld.net/twlsplash/#) a audição gratuita do álbum, durante 24 horas. A transmissão terá início às 14 horas (horário de Brasília).

Já saiu pela internet o primeiro single do álbum, chamado “I Might”, que segue a linha mais animada da banda e que tem como B-side a cover de Nick Lowes, “I Love My Label”. Segue abaixo as duas faixas para ficarmos curtindo, enquanto esperamos mais algumas horas para finalmente serem desvendados os mistérios das 11 faixas restantes.

“I Might”

“I Love My Label”

O tracklist do álbum é:

1- Art Of Almost

2- I Might

3- Sunloathe

4- Dawned On Me

5- Black Moon

6- Born Alone

7- Open Mind

8- Capital City

9- Standing O

10- Rising Red Lung

11- Whole Love

12- One Sunday Morning (Song for Jane Smiley’s Boyfriend)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

The Pains Of Being Pure At Heart - Belong




O post de hoje é para uma banda com um nome bem não convencional. The Pains of Being Pure At Heart. Não é o nome de uma música, nem de um album. É da banda mesmo, que lançou esse ano o ótimo Belong. Esse é o segundo álbum desses jovens músicos de Nova Iorque, que fazem um som bem peculiar. Há neles um pouco das vozes melódicas de Teenage Fanclub e das pinturas guitarrísticas de My Blood Valentine.
O primeiro álbum, homônimo, lançado em 2009, é bem mais underground no sentido da produção em si. Em Belong, eles se juntaram com os produtores Flood e Alan Moulder, que produziram várias bandas clássicas dos anos 90, como Smashing Pumpkins, U2, PJ Harvey, dentre outros. O resultado foi o ingrediente que estava faltando para a banda estourar. O estilo das músicas do primeiro e segundo álbum é parecido. Belong não é aquela sequência divisora de águas em relação ao som, mas a carreira deles nunca mais será a mesma. A impressão que dá é que em Belong as composições foram mais pensadas e planejadas. Não há lacunas, o álbum é completo e forte e com o som mais limpo, ficou possível perceber detalhes e sonoridades que passavam despercebidos no primeiro álbum.

As três primeiras músicas são de tirar o fôlego. “Belong”, a faixa de abertura, já mostra o peso das guitarras cruzando com o vocal melodioso de Kip Berman. “Heavens Gonna Happen Now” continua o que foi introduzido na antecessora e acrescenta um refrão que marca. “Heart In Your Heartbreak”, tem a batida mais animadinha do álbum, mas o vocal meio que distorcido ainda transborda com aquela tristeza profunda, mas disfarçada, sobretudo nos finais dos versos, antes do refrão, que inclusive também de se cantar junto já na primeira ouvida. “Even in Dreams” é linda, um dos pontos altos do álbum, com seu refrão ao mesmo tempo majestoso e pesado. “Too Tough” é talvez o ponto mais alto do álbum, com Kip Merman quase desabando através do refrão: "You're too tough to say that it's all to much"
Belong é uma agradabilíssima surpresa dessa banda que está apenas começando agora e que com certeza ainda tem muito a mostrar.