sexta-feira, 29 de junho de 2012

Nova música de Muse, "Survival"



Junho/Julho normalmente são meses cheios de grandes eventos esportivos mundo afora, como são os casos da Eurocopa, na Ucrânia e Polônia, e as Olimpíadas, que acontecerá no final de julho, em Londres. Diante da tendência cada vez maior da interação do evento em si com outras mídias e formatos, muitos desses eventos aproveitam a música como um grande comunicador social e cultural para alavancar o alcance do público. Pois Londres, cidade sede das Olimpíadas de 2012, no coração da Inglaterra, tradicionalmente berço de grandes bandas do rock mundial, preparou uma trilha sonora super especial para o evento, a começar com a faixa oficial dos jogos olímpicos, uma música inédita da banda inglesa Muse, chamada “Survival”, e que fará parte do próximo álbum da banda, The 2nd Law.

A música aumenta ainda mais a expectativa sobre o disco, que, após o teaser divulgado mês passado, teve sensações divergentes, entre positivas e negativas. Mas “Survival” tratou de puxar para cima, sendo tudo o que Muse tem de melhor a apresentar. Inclusive, a música vai crescendo a cada vez que você a escuta, mas o destaque mesmo dela fica da metade pro final, com todos os componentes épicos que fazem do Muse, bem, Muse. A letra e um pouco clichê e tal, mas combina bastante com o tema dos jogos olímpicos, tratando de competitividade e da vontade de viver. Confira abaixo:

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Clipe de Beirut, "The Rip Tide"

                                                   

Este ano estamos vendo clipes de muita qualidade. Alguns exemplos são “Sixteen Saltlines”, do Jack White e, principalmente, “Hey Jane”, do Spiritualized, cotado para o melhor clipe do ano, ate agora. Isso porque Beirut tratou de lançar mais um ótimo vídeo para a faixa que dá o título ao último álbum da banda, The Rip Tide, que já teve um ótimo clipe, “Vagabond”. Dessa vez eles passaram dos limites. “The Rip Tide”, dirigido por Houman Abdallah, é simplesmente perfeito. Assim como a Beleza, tudo o que for para colocar em palavras para descrevê-lo não farão justiça. Mas irei tentar assim mesmo. O clipe começa com um único navio na imensidão do oceano, sendo sobrevoado por várias aves marinhas. Até aí o vídeo já está se casando perfeitamente com o clima solitário da música e o que já era belo fica simplesmente divino na segunda parte da faixa, quando, inesperadamente, começa a “chover” tintas pelo céu, transformando o quadro em praticamente uma pintura de Salvador Dalí, em alguns momentos. Durante toda a segunda parte, você fica completamente hipnotizado com as imagens e as cores, enquanto a música vai lhe possuindo silenciosamente, tornando-se então uma unidade completa. Não há mais um vídeo e uma música, são uma coisa só. Como o próprio Zach Condon explicou sobre a música “The Rip Tide”: “eu sempre achei que “The Rip Tide” não era capaz de cumprir sua própria ambição por si só, no formato musical, não importa como ela era tocada ou gravada, parecia contida apenas no som, eu queria mais, como normalmente faço com minha musica”, e ele ainda continua: “Aceitar a limitação da música faz parte do processo criativo”. E depois ele conclui falando sobre o resultado final: “O conceito encaixou e o produto levou a música a um lugar que só pude ser capaz de descrever a mim mesmo, agora disponível para os outros verem e sentir tanto quanto eu no processo de criação”. Como eu disse, o melhor é você assistir:


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Fiona Apple - The Idler Wheel...

                                   

Se você lembra bem dos meados dos anos 90, Fiona Apple é um daqueles nomes que você ouve e tem automaticamente a impressão de ter uma longa carreira, devido ao grande sucesso que desde sempre tem a acompanhado, principalmente com a explosão de seu disco de estréia, Tidal, de 1996. O interessante disso é que em praticamente dezesseis anos de carreira, acaba de lançar seu quarto disco The Idler Wheel Is Wiser Than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More Than Ropes Will Ever Do. Bom, se você acha que este nome é grande, imagine o do segundo álbum da Fiona Apple, When the Pawn Hits the Conflicts He Thinks Like a King What He Knows Throws the Blows When He Goes to the Fight and He'll Win the Whole Thing 'Fore He Enters the Ring There's No Body to Batter When Your Mind Is Your Might So When You Go Solo, You Hold Your Own Hand and Remember That Depth Is the Greatest of Heights and If You Know Where You Stand, Then You Know Where to Land and If You Fall It Won't Matter, Cuz You'll Know That You're Right, lançado em 1999 e tido como um dos melhores álbuns dos anos noventa.

                                       


Bem, voltando a falar de The Idler Wheel…, lançado após sete anos de Extraordinary Machine, não tem apenas o nome grande, pois é também um ótimo álbum, talvez mesmo o melhor da carreira pequena, mas bem sucedida de Apple. O disco é todo construído em cima de sua voz, acompanhada por piano e o percusionista Charley Drayton, algumas dão maior ênfase ao piano, outras à percussao, diferente dos seus trabalhos anteriores, que tinha uma estrutura mais formal e acessível.


E é no piano que The Idler Wheel começa, com a ótima “Every Single Night”, primeira música de trabalho do disco e que possui um estranhíssimo clipe, dirigido por Joseph Cahill. A música apresenta o que seguirá por todo o álbum, embora mudando sempre de ritmo ou forma. A coisa comum aqui, presente em todas as dez faixas, é a imprevisibilidade e a variação melódica que Apple faz tão perfeitamente. O refrão, com Apple quase como um cântico indígena, “every single night’s a fight with my brain”, é um dos destaques. A letra também se sobressai, tratando da vontade de poder sentir tudo e simplesmente fechar os deixar-se levar pelas sensações do cérebro. “Daredevil” é outra preciosidade, principalmente na parte em que Apple descarrega toda sua raiva em sua voz “look at, look at, look at, look at me I'm all the fishes in the sea”.


“Valentine” é uma bela balada no piano, que segue ainda no clima romântico com “Jonathan”, a mais longa do álbum e que contem várias interações interessantes entre o piano e bateria. “Left Alone” é uma das que mais surpreende, começa com a bateria, depois entra o piano e depois vai na improvisação ao estilo jazz ate o final. Muito bom, chegando a lembrar em alguns momentos Nina Simone ou Billie Holiday. Segue o disco com outro ponto alto, “Werewolf”, principalmente em relação à letra, quando Apple começa logo dizendo que gostaria do lobisomem que a deixou para morrer, mas admitindo que foi ela mesma quem proveu a lua cheia. E depois ela ainda termina com “nothing wrong when a song ends in the minor key”. Talvez pela força e pelo impacto de “Werewolf”, a faixa seguinte, “Periphery” parece ser a que menos brilha dentre as presentes em The Idler Wheel.


Mas é por pouco tempo, pois na seqüência final, que começa com “Regret”, o brilho volta tão intenso quanto antes, com mais uma letra forte e músicas sensacionais. Tem inclusive um dos versos mais fortes de Apple, como “I ran out of white dove feathers to soak up the hot piss that comes through your mouth”. “Anything We Want”, é praticamente toda percussiva e muito sensual, pois a belíssima voz de Apple cantando “And you remind me that I wanted you to kiss me when we find some time alone”.


E The Idler Wheel dá-se ao luxo de finalizar de forma incrível, com “Hot Knife”, que tem um dos melhores arranjos de voz que já vi, perdendo somente para, claro, “Ladies And Gentlemen...”, do Spiritualized. A faixa tem um ritmo veloz e uma troca de versos que a gente acaba sem saber quem é quem, se ela ou ele é a manteiga ou a faca quente.


The Idler Wheel é ao mesmo tempo simples e denso e também o menos acessível da carreira de Fiona Apple, e o melhor.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Novo clipe de Fiona Apple, "Every Single Night"

                                     

Fiona Apple lançou um vídeo para o seu novo álbum (preparem-se): The Idler Wheel Is Wiser Than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More Than Ropes Will Ever Do. É, isso tudo é o título do seu quarto trabalho. Então, para promovê-lo, Apple resolveu fazer algo ainda mais estranho. Esse algo mais estranho está comprovado pelo primeiro clipe, a ótima “Every Single Night”. Vou tentar descrever algumas das bizarrices presentes no vídeo dirigido por Joseph Cahill, que foi solicitado diretamente pela Apple para que a surpreendesse, desde que tivesse cena dela com caramujos. Sim, tem. Os outros atrativos do vídeo são, por exemplo, um povo gigante, uma lula morta funcionando de chapéu para Apple, além de várias coisas indescritíveis. Melhor conferir você mesmo:

 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dinosaur Jr anuncia novo álbum

                                    


Quando os membros de uma banda dedicam um ano para a carreira solo, vislumbrar no horizonte um álbum com inéditas parece distante. A sina estava para se repetir com Dinosaur Jr, isso porque J Mascis lançou em 2011 seu disco Several Shades of Why e Lou Barlow também está trabalhando em 2012 em alguns projetos paralelos. Mas, felizmente, a lenda do rock alternativo Dinosaur Jr não quer que esperemos mais, pois anunciou o lançamento do mais novo álbum I Bet On Sky, que será lançado em 18 setembro, dando sequência à retomada da banda com dois ótimos dois últimos trabalhos, Beyond e Farm, de 2007 e 2009, respectivamente. Foi divulgada também a tracklist de I Bet On Sky, que segue abaixo. Enquanto não sai nenhuma  música de trabalho, irei deixá-los com “Ocean In The Way”, um dos destaques do disco Farm. Só resta agora esperar e torcer também que eles venham pra Recife mais uma vez!


01 Don't Pretend You Didn't Know
02 Watch the Corners
03 Almost Fare
04 Stick a Toe In
05 Rude
06 I Know It Oh So Well
07 Pierce the Morning Rain
08 What Was That
09 Recognition



sábado, 9 de junho de 2012

Jack White Live @ Concert Prive 2012

                             

Já considerado um dos melhores trabalhos de 2012, Jack White ainda vem nos premiando com disponibilizando vários shows na íntegra. Depois do Unstaged, Jack tocou no ao vivo no canal plus. Como vem fazendo na sua turnê, Jack contou com suas duas bandas, mas inverteu a posição delas nos sets em relação ao show no Unstaged. Quem tocou primeiro dessa vez foi a banda de homens, The Buzzardos, deixando o segundo set para a banda feminina Peacocks. Novamente, Jack detonou. Confira abaixo o setlist e o vídeo do show:

Buzzardos:
1. Freedom at 21
2. Missing Pieces
3. Trash Tongue Talker
4. We're Gonna Be Friends
5. Weep Themselves To Sleep

Peacocks:
1. Sixteen Saltines
2. Hypocritical Kiss
3. Love Interruption
4. Top Yourself
5. My Doorbell
6. Take Me With You When You Go


quinta-feira, 7 de junho de 2012

The Walkmen Live Jimmy Fallon

                                     

The Walkmen acabou de lançar o álbum Heaven e não perdeu tempo para divulgá-lo. Prestes a entrar numa grande turnê pela América do Norte, a banda foi convidada para programa de TV Late Night With Jimmy Fallon tocando duas músicas do recém lançado disco. A faixa título “Heaven”, claramente um dos pontos alto do trabalho e “The Love You Love”. Confira abaixo a apresentação.



terça-feira, 5 de junho de 2012

Neil Young - Americana

                                       

Neil Young é um dos artistas vivos mais respeitados da música e essa admiração vem não somente da carreira repleta de álbuns clássicos e hits, mas também como ele sempre geriu a própria carreira, sempre optando pelo caminho que quisesse, fazendo o som que queria no momento, não importando a pressão de gravadoras, críticos ou até mesmo fãs atrás de um novo “clássico”. É para reafirmar ainda mais essa máxima que Neil Young se reúne com a banda de apoio mais relevante, Crazy Horse, após 16 anos, para o lançamento do álbum Americana, onde Neil e seus companheiros rearranjam músicas tradicionais e folclóricas da cultura norte-americana. Por isso, várias das canções presentes no tracklist não são cantadas há décadas e sua relevância na cultura pop contemporânea é praticamente nula, mas não se pode falar o mesmo de Americana, que certamente não figurará entre os álbuns mais marcantes do dinossauro canadense, afinal, é sempre muito bom sentir novamente a sinergia entre Neil e a Crazy Horse, evidenciada em algumas grandes canções aqui. A grande maioria das músicas em Americana passa da faixa dos cinco minutos, ou seja, muitos solos e jams de guitarra a nossa espera.

                                    

É o que mostra logo a ótima faixa inicial, “Oh Susannah”, escrita originalmente em 1847, uma das melhores, com um ritmo dançante (cheio de oh susannah’s) e guitarras cruas típicas de Neil Young. O disco segue no ritmo com a também muito boa “Clementine”, que, segundo o próprio Neil, “Esta canção conta a história tanto do luto de um amante, que chora a perda de seu amor, quanto de um pai que sente a falta de uma filha desaparecida. Em ambos os casos, uma mulher se afoga em um acidente de carro. A música é famosa hoje como uma canção infantil americana. O verso sobre a irmã de Clementine foi omitido da maioria das versões para crianças. Este verso tem significados diferentes dependendo do ponto de vista do cantor, se ele se refere ao amante ou ao pai”.


A morte, inclusive, é um tema recorrente em Americana, seja por fatos trágicos ou homicídio. É o caso de “Tom Dooley” e seus oito minutos, que conta o assassinato de uma mulher chamada Laura Foster, esfaqueada em Carolina do Norte em 1866. Seu amante, o ex-soldado confederado Tom Dooley, foi considerado culpado e enforcado em 1868, supostamente inocente. Já a dançante “Gallows Pole”, de origem provavelmente finlandesa, trata de uma mulher condenada à morte dizendo à seu carrasco para aguardar, pois alguém está resgatá-la com dinheiro ou informações sobre sua inocência. “Get A Job” é talvez a mais fraca do álbum e fala sobre um homem incapaz de conseguir trabalho.

Assim como a primeira parte de Americana tem algumas ótimas canções, a segunda parte também nos reserva momentos muito agradáveis. “Travel On”, é uma das mais clássicas dentre o tracklist e também das mais recentes, no caso da versão utilizada, data de 1958. Bons trabalhos de guitarra do Uncle Neil nessa. “She’ll Be Comin ‘Round The Mountain”, que tem a data de origem mais antiga, é um dos pontos altos do disco, motivado muito por todo a ampla simbologia da letra. Segundo comentários do próprio Neil: “Escrita em 1800, com base em um velho ritual Negro, esta canção refere-se à segunda vinda de Jesus, e “ela” é a carruagem que o transporta. Alguns interpretam isso como o fim do mundo. Outros afirmam que “ela” refere-se ao organizador matrimonial Mary Harris “Mother” Jones, que vai promover a formação de sindicatos de trabalhadores nos campos de mineração de carvão dos Apalaches”.


A seqüência final segue com versões para “This Land is Your Land”, composta por um dos pais do folk, Woodie Guthrie, em 1940, “Wayfarin' Stranger”, única inteiramente acústica, mais uma canção clássica folk interpretada por inúmeros nomes, tais como Johnny Cash e, mais recentemente, Jack White, fechando com uma interessante versão para o hino britânico “God Save The Queen”.

A falta de critérios claros para as escolhas, exceto simplesmente “estas são as que Neil Young ficou com vontade de tocar”, deu um toque meio inconstante no álbum, algumas não são tão boas quanto outras. Mas mesmo assim em Americana há algumas interpretações que vale muito a pena.

sábado, 2 de junho de 2012

Um giro pela TV: The National e Florence + The Machine


O indie está ganhando espaço em trilhas sonoras de séries na TV americana. Dois casos recentes provam isso. A começar por The National, que consta na trilha sonora da série Game Of Thrones, da HBO, que está cada vez conquistando mais sucesso. A banda participou com o hino da Casa Lannister, “The Rains Of Castamere”, para a qual Matt Berninger emprestou sua voz sombria que, acompanhado por um teclado, transporta-nos para um castelo em Westeros em alguma noite chuvosa. Confira também a letra, boa demais:

And who are you, the proud lord said,
that I must bow so low?
Only a cat of a different coat,
that's all the truth I know.
In a coat of gold or a coat of red,
a lion still has claws,
And mine are long and sharp, my lord,
as long and sharp as yours.
And so he spoke, and so he spoke,
that lord of Castamere,
But now the rains weep o'er his hall,
with no one there to hear.
Yes now the rains weep o'er his hall,
and not a soul to hear.





Mas ninguém está tão em alta em trilhas sonoras do que Florence + The Machine e, inclusive, da melhor forma possível, com a ótima música “Seven Devils”, do álbum Ceremonials, de 2011. Ela foi a escolhida para tocar no final da season finale de Revange, série americana do canal ABC. Os últimos cinco minutos do episódio que combinaram perfeitamente com o clima sombrio e tenso da música. Segue abaixo esses últimos cinco minutos. Mas não é somente isso. A mesma Florence e a mesma “Seven Devils” figurou num vídeo da promo para a segunda temporada de Game Of Thrones. Sinceramente, difícil dizer qual combinação ficou melhor. Confira!