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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

"The Wheel", PJ Harvey e o ativismo político no rock



“The Wheel”, primeiro single do novo álbum de PJ Harvey, The Hope Six Demolition Project, ganhou um vídeo clipe tão expressivo e poético quanto a própria música. O resultado é fruto da parceria entre PJ Harvey e o fotógrafo e diretor, Seamus Murphy. Mas dessa vez eu gostaria de ir um pouco mais além de simplesmente noticiar sobre o vídeo e refletir sobre o mundo da música. O tema de “The Wheel”, que trata do drama dos refugiados, sobretudo as crianças que, diariamente, morrem aos montes uma morte trágica e silenciosa, destaca a falta de ativismo político nos artistas atualmente, sobretudo quando o mundo parece estar de cabeça para baixo. O rock surgiu da contestação e da contracultura; surgiu de Bob Dylan ao dizer que os tempos estão mudando; surgiu  da guitarra de Jimi Hendrix ao tocar o hino dos Estados Unidos no Woodstock; surgiu da contestação da insanidade da Guerra do Vietnã; surgiu da revolução sexual de Elvis Presley, Jim Morrison e David Bowie; surgiu do submundo dos marginalizados, dos discriminados; surgiu também das work songs, do blues, do jazz e das vozes de negros e negras corajosos como Nina Simone, Big Bill Broonzy e J. B. Lenoir, para citar alguns. Um negro do sul dos Estados Unidos em meados dos anos vinte, anos trinta, não poderia fazer uma crítica tão aberta e contundente ao sistema social e político como os brancos da classe média que se levantaram junto com o rock a partir da década de cinquenta poderiam fazer. Seria facilmente linchado e ficaria por isso mesmo. Hoje em dia, no entanto, todo esse legado de contestação parece estar desaparecendo enquanto o ativismo político no rock está ficando cada vez mais raro. No Brasil o caso é pior, pois vemos a proliferação de roqueiros reacionários e o ativismo político de direita, o que cria o fenômeno incrível de que o funk, tão criticado e discriminado socialmente, tem um elemento de contestação muito maior do que o rock nacional atual.

Na música, exemplos de ativismo político podem ser contados no dedo, como o ativismo de Neil Young e bandas como Pearl Jam, em nome do meio ambiente; Manic Street Preachers também sempre se posicionaram criticamente em relação a temas como desigualdade e justiça sociais. Também poderiam ser incluídas nessa lista bandas como U2 e Rage Against The Machine, apesar de ter durado pouco. Mas dificilmente a lista se prolonga muito mais e é por isso que “The Wheel” e PJ Harvey surgiram como uma brisa que possa dar uma alavancada nesse mundo apático. The Hope Six Demolition Project é fruto de uma série de viagens que Harvey fez para locais que são ou estiveram recentemente em zona de conflito, como Kosovo e Afeganistão. “The Wheel” é a primeira versão desse olhar poético de Harvey sobre os desastres que ocorrem nesses lugares remotos e isolados, que faz com que o sofrimento dos outros sejam invisíveis aos olhos do restante do mundo. Para deixar o cenário mais impactante, PJ Harvey utiliza a crise de refugiados na Europa e a referência mundial da imagem do garoto sírio morto na praia na Turquia no ano passado e afirma secamente na letra: “Hey little children don’t disappear - (I heard it was 28,000)”. O clipe reforça esse sentimento de desolação, com balanços enferrujados sem nenhuma criança brincando com eles e imagens de campos de refugiados. O rock tem e sempre teve um imenso poder mobilizador que parece estar sendo subutilizado pelas novas gerações imersas no mundo digital, que, embora tenha acesso a muito mais informação, parece não ter tempo de processá-las e ressignificá-las de forma adequada para uma atuação mais ativa e consciente no mundo. Claro que ninguém está obrigado a ser ativista 24h/7d, mas é importante manter uma relação direta em relação ao mundo em que vive. Confira abaixo a letra e o vídeo de “The Wheel”, de PJ Harvey.

"The Wheel"

A revolving wheel of metal chairs
Hung on chains, squealing
Four little children flying out
A blind man sings in Arabic

Hey little children don’t disappear
(I heard it was 28,000)
Lost upon a revolving wheel
(I heard it was 28,000)

Now you see them, now you don’t
Children vanish ‘hind vehicle
Now you see them, now you don’t
Faces, limbs, a bouncing skull

Hey little children don’t disappear
(I heard it was 28,000)
All that’s left after a year
(I heard it was 28,000)
A faded face, the trace of an ear
(I heard it was 28,000)

A tableau of the missing
Tied to the government building
8,000 sun-bleached photographs
Faded with the roses

Hey little children don’t disappear
(I heard it was 28,000)
Lost upon a revolving wheel
(I heard it was 28,000)
All that’s left after a year
(I heard it was 28,000)
A faded face, the trace of an ear
(I heard it was 28,000)

And watch them fade out
And watch them fade out
And watch them fade out...


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

PJ Harvey anuncia novo álbum, The Hope Six Demolition Project



                A lista de lançamentos futuros está engrossando a cada que passa. Somando-se a Joe Bonamassa, Iggy Pop e Weezer, outro grande lançamento é esperado para os primeiros meses do ano. Após cinco anos do lançamento do aclamado Let England Shake, o melhor álbum de sua carreira, PJ Harvey anunciou que irá lançar um novo disco em 15 de abril, chamado The Hope Six Demolition Project. O álbum tem uma história interessante; em meio a viagens para Kosovo, Afeganistão e Whashinton, com o fotógrafo e cineasta Seamus Murphy, e enquanto fazia também o seu livro de poesia, The Hollow of The Hand, Harvey começou a gravar The Hope Six Demolition Project em sessões abertas para o público, como parte de uma exibição no Museu de Londres no ano passado. Vários ingredientes para um grande álbum à vista. Abaixo segue um trailer do disco com trechos de duas músicas, “The Community of Hope” e “The Wheel”, esta última que também é o primeiro single do trabalho.

Tracklist

01 The Community of Hope
02 The Ministry of Defence
03 A Line in the Sand
04 Chain of Keys
05 River Anacostia
06 Near the Memorials to Vietnam and Lincoln
07 The Orange Monkey
08 Medicinals
09 The Ministry of Social Affairs
10 The Wheel
11 Dollar, Dollar


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Iggy Pop anuncia Post Pop Depression, álbum colaborativo com Josh Homme



                A morte de David Bowie no início do mês deu um tom apocalíptico ao ano de 2016. Somando-se a esse clima, saiu a notícia hoje de que Iggy Pop esteve trabalhando secretamente com Josh Homme, do QOTSA, em um álbum que será lançado no dia 18 de março e tem um título bem simbólico: Post Pop Depression. Ao contrário do que muitos podiam prever, Iggy Pop, o loucaço do The Stooges, é o último que restou da tríade do glam-rock e underground da década de 70 (que tinha, além de Pop, Lou Reed e David Bowie). Segundo as declarações de ambos, Pop e Homme, o projeto, bancado com dinheiro próprio, levou-os a novos limites, a lugares onde nunca estiveram.


Segundo Iggy Pop, o álbum também parece seguir um conceito, lidando com a problemática de utilidade e legado quando a carreira de alguém está aproximando-se do fim: “Na América, por ser tão competitiva, o que acontece quando você finalmente fica inútil para todo mundo, exceto, com sorte, você mesmo? O que acontece então? E você pode continuar a ser útil para você mesmo? Eu tinha um tipo de personagem em mente. Era tipo uma mistura entre mim mesmo e um veterano militar”.  Parece ser um pouco da visão insegura que Pop tem de si mesmo e de seu lugar no mundo da música hoje. Mas Homme tratou de reservar o lugar devido a Pop: “Ele é o último dos únicos. Esta é a volta olímpica de um homem que não tem certeza que venceu. Mas ele venceu”, completa Homme.

                Post Pop Depression, que terá nove músicas, foi gravado nos estúdios de Josh Homme com uma banda de apoio que conta com Dean Fertita do QOTSA e Dead Weather na guitarra e teclados e o baterista de Arctic Monkeys, Matt Helders. Post Pop Depression parece ter todos os ingredientes para Iggy Pop voltar a cravar um grande álbum na sua carreira para figurar junto com The Idiot e Lust for Life como clássicos. 



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Joe Bonamassa anuncia novo álbum, Blues of Desperation



                É inegável que Joe Bonamassa seja incansável, principalmente levando em consideração a média de produtividade dos artistas nas últimas décadas, com hiatos muito longos entre os discos lançados. Bonamassa, de fato, não se enquadra nesse padrão, seja com discos de estúdio ou com inúmeros discos ao vivo (fora isso, . Em média ele leva dois anos para lançar um disco de inéditas, entrecortados por um ou mais álbuns ao vivo. O último deles, por exemplo, chamado Different Shades of Blue, saiu em 2014, e desde então Bonamassa já lançou dois discos ao vivo (o ótimo Muddy Wolf at Red Rocks e Live at Radio City Hall, ambos de 2015). Pois bem, sem espaço para descanso, Bonamassa anuncia o lançamento de um novo álbum de inéditas para 25 de Março, cujo título, espirituoso, será Blues of Desperation, que foi composto e gravado em Nashville. O anúncio veio acompanhado de um trailer do álbum no youtube, que você pode ver abaixo. Sobre o disco, Bonamassa diz que ele apresenta a sua evolução como um músico de blues-rock, alguém que “não está relaxando nas suas conquista e que está sempre pensando em frente sobre como a música pode envolver as pessoas e permanecer relevante”. Completando, Bonamassa parece bastante empolgado com o resultado: “Gravar Blues of Desperation é um dos projetos de gravação mais empolgantes que eu já fiz. Que prazeroso barulho nós fizemos”. Segue abaixo a tracklist de Blues of Desperation:

Tracklist

This Train
Mountain Climbing
Drive
No Good Place For The Lonely
Blues Of Desperation
The Valley Runs Low
You Left Me Nothin’ Nut The Bill And The Blues
Distant Lonesome Train
How Deep This River Runs
Livin’ Easy
What I’ve Known For A Very Long Time



sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Weezer anuncia novo álbum 'Weezer (White Album)'




Apesar de estar ainda preso à letargia de imaginar um mundo da música sem a presença de David Bowie, a vida continua. A notícia do anúncio de um novo álbum de Weezer pode ajudar na tarefa de continuidade. Depois de grande mistério nas redes sociais, onde todos os perfis da banda passaram a postar imagens e vídeos todos em branco, Weezer confirmou o lançamento do novo álbum da banda para o dia 1 de Abril. O último álbum tinha sido Everything Will Be Alright in The End, de 2014. O título deste novo trabalho será simplesmente Weezer e será mais um a integrar a lista de “álbuns de cor” da banda (que já tem Blue Album, 1994, Green Album, 2001, e Red Album, 2008). Desta vez será o White Album, com a capa de fundo branco contendo a foto da banda, na praia. Rivers Cuomo definiu o álbum como um álbum de praia, inspirado pela vida festeira em Los Angeles, Beach Boys e cheia de belas canções e letras doces. Durante os últimos meses, a banda vem divulgando músicas inéditas, como “Thank God For Girls” e “Do You Wanna Get High?”, mas, até então, sem dar informações sobre novos lançamentos. A tracklist do álbum confirmar que ambas estarão presentes, somadas ao novo clipe da banda, “King Of The World”. O momento duro e triste diante da perda de um dos maiores ícones da cultura do século XX pode ficar um pouco mais leve com a ajuda do som animado e brilhante de Weezer. Confira a tracklist e as músicas já conhecidas do White Album:

Weezer ('The White Album'):

'California Kids'
'Wind in Our Sail'
'Thank God for Girls'
'(Girl We Got A) Good Thing'
'Do You Wanna Get High?'
'King of the World'
'Summer Elaine and Drunk Dori'
'L.A. Girlz'
'Jacked Up'
'Endless Bummer'









segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Adeus ao mais imortal dos imortais: R.I.P David Bowie


                Sempre achei que ele fosse meio imortal. Sério mesmo; um deus, semideus, sei lá. Em uma comparação mais atual, é como se víssemos o Messi jogar pelo Barcelona desde a década de sessenta, como se a cada novo lançamento fosse acompanhado por exclamações: “incrível”, “magnífico”, “sobrenatural”, “esse cara é um extraterrestre, só pode ser de outro planeta” (em determinado momento ele até mesmo representou esse papel).  Pois bem, por conta disso nunca me vi sendo obrigado a dar essa notícia, afinal, este blog nem mais existiria quando acontecesse, se é que fosse acontecer algum dia. Mas o mundo raras vezes é como imaginamos e hoje, 11 de janeiro, sou forçado a fazer uma postagem sobre a morte de David Bowie, apenas três dias depois de seu aniversário de 69 anos e o lançamento de mais uma nova obra-prima de sua carreira, Blackstar. O perfil oficial do cantor nas redes sociais noticiou durante a madrugada que David Bowie havia falecido após 18 meses de luta contra o câncer e pediu privacidade à família em seu luto. Bowie lutou contra o câncer em silêncio e no meio do processo gravou o novo disco, Blackstar. Até sua morte foi como o homem foi em vida: uma esfinge, uma obra de arte. 

                O homem morreu, o alien regressou ao seu planeta de origem ou deus morreu, afinal, até os deuses devem morrer. O que quer que seja que tenha acontecido hoje, o seu gênio permaneceu e permanecerá. Então, de certa forma, eu sempre estive certo: o cara era realmente meio imortal. 



terça-feira, 29 de dezembro de 2015

R.I.P Lemmy Kilmister



Triste terminar o ano com um post de despedida; Em 2015 já tivemos a partida de um grande rei da música, o King Of The Blues, B. B. King. Nos últimos dias do ano, ficamos sabemos que outro gigante, outro mito, outro rei da música, do rock e do heavy metal, tinha partido. Logo ele que parecia uma rocha inquebrável, que pertencia aos imortais, aos sobreviventes do estilo de vida rock n’ roll (cigarro, jack daniel’s, speed, strippers e rock n’ roll); ele mesmo, Lemmy Kilmister, do Motorhead, aos 70 anos. Transitando pelo submundo da música desde os anos 60, fissurado pelo blues e pelos Beatles, Lemmy conseguiu realizar uma das misturas mais loucas da música e criar o som heavy metal único de Motorhead. Lemmy sempre disse que morreria no palco. Foi por pouco; com um álbum lançado esse ano, Bad Magic, até poucos meses a banda estava em turnê (que chegou inclusive a cancelar alguns shows pelo debilitado e aparente estado de saúde de Lemmy). Como disse o perfil oficial da banda que anunciou a morte de Lemmy, é hora de celebrar a vibrante vida de Lemmy, colocar Motorhead, Hawkwind, ou seja, a música de Lemmy para tocar alto e tomar uns drinks.


Abaixo segue algumas das mais clássicas de Motorhead, como “Ace of Spades” e “Overkill” e algumas músicas da banda pouco conhecida de Lemmy, focada mais no rockabilly e do blues dos anos 50, chamada The Head Cat. 










sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

"Lazarus": nova música de David Bowie e apresentação no "The Late Show", com Michael C. Hall






                Não é qualquer acontecimento que interrompe a sequência dos melhores álbuns do ano. Não obstante, o rito da lista dos melhores do ano foi interrompido; garanto, no entanto, que é por uma escolha válida, afinal, não é todo dia que temos lançada uma música nova de David Bowie. Pois bem, hoje, o perfil oficial de David Bowie no Facebook divulgou a música “Lazarus”, que faz parte do novo disco Blackstar, que será lançado na data de aniversário de Bowie, em 7 de janeiro. Durante os seus quase seis minutos e meio de duração, David Bowie adota na letra um tom autobiográfico quase que confessional, bem raro quando se trata do músico britânico: “look up here, i’m in heaven, i’ve got stars that can’t be seen, i’ve got drama, can’t be stolen, everybody knows me now”, enquanto que musicalmente, de caráter menos eletrônico que as duas divulgadas anteriores (“Tis a Pity She Was A Whore” e “Blackstar”), a bateria vai ditando o ritmo de forma lenta, e entre as estrofes  surgem solos do saxofone, da metade adiante, a faixa vai numa crescente até estourar numa explosão de sons e saxofones distorcidos. Sim, digno de nota, a voz de Bowie continua ótima no agudo também.

                Já que David Bowie se aposentou de vez dos palcos, ele contou com o elenco da peça Lazarus, que está sendo apresentada nos teatros de Nova Iorque, e que conta como principal estrela o ator de Dexter e Six Feet Under, Michael C. Hall, para tocar no programa de TV “The Late Show”. Promoção dupla, da nova música e da peça. Confira abaixo as duas versões e a letra da música: 


Lazarus (David Bowie)

Look up here, I’m in heaven
I’ve got scars that can’t be seen
I’ve got drama, can’t be stolen
Everybody knows me now

Look up here, man, I’m in danger
I’ve got nothing left to lose
I’m so high it makes my brain whirl
Dropped my cell phone down below
Ain’t that just like me

By the time I got to New York
I was living like a king
Then I used up all my money
I was looking for your ass

This way or no way
You know, I’ll be free
Just like that bluebird
Now ain’t that just like me

Oh I’ll be free
Just like that bluebird
Oh I’ll be free
Ain’t that just like me





terça-feira, 24 de novembro de 2015

Informações complementares do novo álbum de David Bowie, Blackstar


Sempre envolto em mistérios, aos poucos as informações complementares começam a surgir sobre Blackstar, o novo álbum de David Bowie, através de coletas e fragmentos de entrevistas de alguns dos envolvidos no processo de composição do disco. Segundo a revista Rolling Stone, James Murphy foi um dos colaboradores de Blackstar, tocando percussões em duas faixas, segundo Visconti, produtor e amigo de longa data de Bowie, além de trazer alguns sintetizadores e uma tonelada de ideias, de acordo com Mark Guiliana, baterista da banda. Essa não é a primeira vez que Murphy trabalha com David Bowie. Em 2013, ele criou uma nova versão para “Love is Lost”, do então novo álbum The Next Day. Outra informação relevante de Tony Visconti coletada da matéria da Rolling Stone é a influência sonora que inspirou a mistura de ritmos e sons presentes em Blackstar. Uma delas é o jazz livre e improvisado presente na faixa título, “Blackstar”. A matéria conta como foi a operação para recrutar alguns músicos de jazz, como Donny McCaslin, que se viu surpreendido com Bowie assistindo a uma apresentação sua em Nova York. Segundo Visconti, “ele jogou tudo lá e isso foi exatamente o que queríamos fazer. O objetivo, de várias formas, foi evitar o rock & roll”. Tem de Krautrock a hip hop, e de pop ao jazz.  O cantor de hip hop Kendrick Lamar foi uma das inspirações para essa mistura, apesar de não ter nada de hip hop, mas Visconti explica que o fato de Lamar ter sido tão mente aberta foi muito inspirador.

Sobre a faixa título “Blackstar”, que teve seu vídeo lançado na semana passada, era originalmente duas canções (como se pode perceber em dado momento), mas que Bowie e Visconti conseguiram juntá-las. Visconti diz ainda que ela teve que ser cortada para poder ser o primeiro single do novo disco, já que o Itunes não cabe singles com mais de 10 minutos de duração. Como Bowie estava decidido a ser “Blackstar” o single e não queria também que houvesse duas versões da música, ele fez o corte para os 9:57s. Segundo o membro da banda, Donny McCaslin, a letra de “Blackstar” é sobre o Estado Islâmico.

Títulos de outras faixas também foram divulgados, como “Girl Loves Me”, uma  balada chamada “Dollar Days”, que David compôs no estúdio, “I Can’t Give Everthing Away” e “Tis a Pity She Was a Whore”, que já havia sido lançada como B-Side de “Sue (In A Season Of Crime”, em 2014.

A capa de Blackstar foi desenhada pelo designer Jonathan Barnbrook, que já fez as capas de The Next Day, Heathen e Reality e é a primeira que não traz a imagem de Bowie na capa. Resumindo seu trabalho em Blackstar, Jonathan diz: “Blackstar é um álbum sombrio sobre tempos sombrios. Eu espero que no que eu fiz tenha algo que ressoe com a escuridão das músicas de alguma forma”.

A empolgação com o trabalho realizado transborda de Tony Visconti quando ele fala de Blackstar: “Quando ele lançou álbuns como Heroes e Low, ninguém estava fazendo algo assim. E então ele fez nascer uma Nova Era Romântica. Ele é um destruidor de gêneros e eu mal posso esperar para os álbuns de imitações de Blackstar começarem a sair”. Pelo visto, Tony está apostando alto! 



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Confira a nova música de David Bowie, Blackstar


                No imaginário de David Bowie uma coisa é certa: aventurar-se pela sonoridade eletrônica está vinculado a uma escolha estética bastante sombria e lúdica. Foi assim nos discos Outside, de 1995 e Earthling, de 1997, onde Bowie viajou bastante pelo rock industrial  eletrônico. Para o novo disco, programado para janeiro, chamado Blackstar, David Bowie já avisou que ele é construído inspirado na eletrônica do final dos anos 70. Hoje, com o lançamento da épica faixa título “Blackstar” , com dez minutos de duração, Bowie realizou mais uma transformação completa: dessa vez ele faz o papel de um profeta cego e amaldiçoado. Uma letra apocalíptica e profética completam o tom sombrio."On the day of execution, on the day of execution, lonely women kneel and smile". Uau. Medo. Caveiras, astronautas mortos em planetas distantes, mulheres com rabos e rapazes frenéticos dançando e rituais junto com um Bowie vendado com apenas dois pontos negros nos olhos, fecham a cena. Musicalmente, as batidas eletrônicas viajam juntos com sintetizadores e saxofones em uma viagem interplanetária jazzística. No meio da música, há uma ponte completamente diferente, só no piano, que recomeça com outro ritmo, completamente diferente, com vozes em tonalidades diferentes. Algo que só Bowie poderia construir, imaginar e, sem dúvida, realizar. Após quatro álbuns sem arriscar muito, em Blackstar parece que Bowie dá mais um grande salto em sua carreira e completa mais uma transformação. Clique em play no vídeo abaixo e prepare-se para o êxtase. 





domingo, 25 de outubro de 2015

David Bowie anuncia novo álbum, Blackstar, para janeiro


                Nos últimos anos, o mês de janeiro tem nos reservado momentos mágicos, fazendo jus ao seu significado de abertura do devir. Mas essa não é a única razão. Dia 8 de janeiro marca o nascimento de David Bowie e ultimamente isso tem sido prenúncio de acontecimentos interessantes. Explico: em 2013, no dia do seu aniversário, David Bowie surpreendeu o mundo ao lançar uma música nova do seu ainda inédito novo álbum, que foi lançado um pouco depois, The Next Day. O álbum marcou o fim do período sabático que Bowie se impôs desde 2004, sem lançar nada inédito e sem realizar nenhum show ao vivo. Pois bem, acabou de ser confirmado que para 2016 o dia 8 de janeiro reserva para nós tão-somente o lançamento do novo álbum do próprio David Bowie (o vigésimo quinto de sua carreira) , que terá o título de Blackstar. O primeiro single está programado para ser lançado em 20 de novembro. A ansiedade já é imensa.

                Informações dizem que haverá uma nova transformação na sonoridade de Bowie. O jornal Times of London descreve o álbum como um “longo álbum com improvisações de jazz misturadas com o tipo de condução de batida pioneiro dos anos setenta das bandas alemãs Can e Kraftwerk”. Parece que é a volta de um Bowie mais experimentalista e eletrônicos. Ele já fez uma mistura de eletrônico e rock industrial na fase durante os anos noventa. Agora a ideia é incluir uma pitada de jazz. Um som aventuroso, sem dúvida, mas que Bowie já mostrou que pode retirar o melhor dele. Outra descrição presente na notícia é que o álbum contém “cantos gregorianos, uma seção de soul, várias batidas e bleeps eletrônicos e os vocais distintos de Bowie”. Parece que o trecho da música tema divulgado da colaboração que David Bowie fez para a série The Last Panthers segue um pouco essa linha. A faixa recente "Sue (Or In A Season of Crime)" também pode ser um dica do que está por vir. Bem, vão ser longos meses de espera. É como se um deus acabasse de marcar uma data para fazer uma pequena visita à Terra. Aguardemos, portanto. Enquanto isso, deixo vocês com uma música do último disco, The Next Day, bem como algumas faixas interessantes da fase eletrônica de Bowie:













segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Adele divulga prévia de nova música. Novo álbum sairá em breve



                Ainda não tem data, mas em breve o mundo da indústria fonográfica irá sentir um terremoto que irá mexer com as estruturas do mundo todo. Isso porque o último fenômeno a surgir da música pop está prestes a dar mais um passo na sua carreira. Em meios a rumores e relatos, Adele está para lançar o tão aguardado sucessor do álbum 21, de 2011 e que vendeu milhões de cópias em plena era digital. Em meio a segredos, aos poucos vem surgindo depoimentos de artistas que foram convidados para gravar com a cantora, mas sem revelar informação sobre em que etapa o esperado novo álbum se encontra. Em uma jogada inesperada, Adele divulgou hoje um teaser de apenas 20 segundos de uma suposta nova música do álbum, que irá se chamar 25 (e segue o padrão de Adele em nomear seus álbuns com a sua respectiva idade: 19, 21 e 25). Não há ainda nenhuma data de lançamento (fontes dizem que seria no dia 20 de novembro deste ano), nem tracklist do álbum que carrega a responsabilidade de ser a sequência de um fenômeno mundial. Confira abaixo o Teaser de 25, contando com um trecho da letra da música. Enquanto isso, deixo vocês com um dos inúmeros sucessos do último trabalho da cantora. A responsabilidade é grande!






sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Assista ao novo vídeo de Arnaldo Antunes, "Põe Fé Que Já É"


                No dia de lançamento do seu novo disco Já É (o décimo sexto de sua carreira), Arnaldo Antunes divulga o vídeo da música que inspira o título do trabalho no seu perfil oficial do Facebook, “Põe Fé Que Já É”, dirigido por Tadeu Jungle. O vídeo é muito interessante e conta com vários amigos do músico e compositor, como Paulo Nikos, China, dentre outros. Em ritmo constante, a câmera fica girando em 360 graus mostrando cenas variadas do cotidiano, com personagens que ficam reaparecendo no plano de fundo com festa e música, com direito a agarrações hetero, homo, trans, e tudo mais o que tiver. Afinal, como diz a letra, “põe fé que já é”. Segundo a nota de lançamento do disco:

"JÁ É
16º disco de Arnaldo Antunes lançado pela Sony Music Brasil com 15 canções inéditas e produção de Kassin, gravado no Rio de Janeiro. Com a colaboração dos músicos Carlinhos Brown, Dadi, Cézar Mendes, Pedro Sá, Domenico Lancellotti, Kassin, Davi Moraes, Marcelo Jeneci, Pedro Garcia, Stéphane San Juan, Zé Miguel Wisnik, Jaques Morelenbaum, Armando Marçal, Marcia Xavier, Brás Antunes, Bacalhau, Caru Zilber, Chiara Banfi e participação especial de Marisa Monte na música "Peraí, repara".
‪#‎PõeFéqueJáÉ‬ ‪#‎ArnaldoAntunes‬ ‪#‎EAA‬"

                Arnaldo Antunes disponibilizou o stream de todas as músicas, com suas respectivas letras, de Já É no site oficial. Em breve, resenha de Já É no Filho do Blues. Fique atento porque esse merece!


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Walter Trout homenagem B.B King com "Say Goodbye To The Blues"


A morte de B.B. King ressoa por todo o mundo da música, sem dúvida. Homenagens e dedicatórias  são frequentes e é bem provável que aconteça mais e mais. Buddy Guy dedicou uma bela faixa do seu novo álbum para o amigo. Outra homenagem de arrepiar para o velho Rei do Blues veio de Walter Trout, que deu um novo significado a uma antiga música sua, “Say Goodbye to The Blues”, do álbum Prisoner of a Dream, de 1991, cantando em homenagem a B. B. King. Vale a pena conferir repetidas vezes: 


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Buddy Guy anuncia novo álbum, Born To Play Guitar


               

Depois de receber o Grammy Lifetime Achievement Award, no começo do ano, pelas cinco décadas tocando e pregando o blues mundo afora, Buddy Guy não dá indícios de que esteja saciado. Isso porque o ícone do blues acaba de anunciar seu novo disco de estúdio, chamado Born To Play Guitar, que será lançado no dia 31 de julho, pela RCA Records, e que está sendo produzido pelo amigo e colaborador Tommy Hambridge. O último trabalho de estúdio de Buddy Guy foi o disco duplo Rhythm & Blues, lançado em 2013, produzido pelo mesmo Hambridge e que contou com a participação de vários convidados especiais, como Gary Clark Jr., Beth Hart, Keith Urban, entre outros. Depois de um grande baque sofrido pelo blues como um todo quando da morte de B. B. King, é importante para reafirmar que a vida segue, assim como o blues. Deixo vocês com “Blues Don’t Care”, com Glary Clark Jr: 



  

sexta-feira, 15 de maio de 2015

B.B. King morre aos 89 anos e faz show secreto hoje repleto de convidados especiais.



Quando você muda o curso de algo significante no mundo, como você deve estar na hora de partir? Quando você nasce como um "zé ninguém", invisível socialmente, numa plantação de algodão no extremamente violento e segregado sul dos Estados Unidos, regido pela lei do Jim Crow, colhendo algodão dia a dia para sustentar a si e a sua família e morre, 89 anos depois, como o "Rei do Blues", conhecido mundialmente? Você vai querer largar o osso? Ninguém vai. Por isso que o rei fazia questão de estar em cima de um palco enquanto tivesse saúde para isso. Infelizmente, não tem mais. E a tristeza de hoje é por isso. Não pela limitação da alma humana em toda sua magnitude. Mas pela limitação física e corporal, que fez deixar esse plano um dos últimos remanescentes da segunda geração legendária do blues.

B.B. King nos deixa o legado não só de sua música em quase 60 anos de carreira, seu estilo de tocar a sua guitarra Lucille, mas de sua própria vida. Dono de 16 Grammy’s, mais de 50 discos e clássicos que moldaram o rumo do blues e do rock, B. B. King parte hoje para ver sua obra sob um novo plano, uma nova perspectiva. E com certeza, onde quer que esteja, ele está observando sentado em cima de um palco, com vários convidados especiais ao seu lado, Lucille nos braços, e sorrindo. Orgulhoso. 



quarta-feira, 13 de maio de 2015

Baixe o novo disco de Siba, De Baile Solto



                Depois do grande sucesso alcançado com o último disco, Avante, Siba dá continuidade à sua carreira com o lançamento do seu novo trabalho, De Baile Solto, lançado hoje – e disponibilizado para baixar – através do seu site oficial (http://www.mundosiba.com.br/). Para quem acompanha as postagens de Siba pelo facebook percebe uma preocupação muito grande com a forma com que manifestações culturais, como o Maracatu de Baque Solto, é tratado pelas autoridades e às vezes pelo público. É por isso que, em De Baile Solto, Siba volta às raízes rítmicas da música de rua pernambucana.

Em suas palavras “O texto deste De Baile Solto pode ser lido como uma tentativa – às vezes frustrante – de expressar a grandeza absoluta de uma ave de rapina ante a arrogância dos senhores quê se arrastam pela terra, exaltar a potência criativa e social de formas de expressão forjadas coletivamente por pessoas marginalizadas e excluídas, reafirmar a crença tola na embriaguês do verso, dizer de um amor só possível em laço de família de qualquer tipo, levantar a voz contra fantasmas de carne e osso, reafirmar o valor da amizade e camaradagem, negar ao dinheiro o lugar central que o permitimos ocupar em nossas vidas, forjar uma fuga imaginária para um mundo em que caiba o poeta e, por que não, seus inimigos também, aceitar que a vida é muito mais curta do que os desenhos, que a água e o fogo forjam com o tempo e que talvez, de eterno, só mesmo o canto que o pássaro deixou guardado no escuro da árvore antiga”.

Com uma nota dessa, o que nos resta é curtir o som e a poesia de Siba mais uma vez.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Built To Spill anuncia novo álbum depois de seis anos: Untethered Moon


Confirmando os rumores, uma das melhores bandas do rock alternativa dos anos 90 está de volta lançando material inédito. Built To Spill, que tem sido uma banda bastante ativa nos últimos anos, sempre rodando o mundo em turnê. No entanto, em termos de lançar algum álbum com músicas inéditas, a banda está há seis anos sem lançar nada – o último trabalho de estúdio da banda foi There Is No Enemy, de 2009. O nome do novo disco é Untethered Moon, e está programado para abril. Até o momento foi liberado apenas o tracklist do álbum, que está logo abaixo. Enquanto não sai outras novidades, deixo vocês com um dos maiores clássicos da banda, “Carry The Zero”, do álbum Keep It Like A Secret, de 1999:

Untethered Moon:

01 All Our Songs
02 Living Zoo
03 On the Way
04 Some Other Song
05 Never Be the Same
06 C.R.E.B.
07 Another Day
08 Horizon to Cliff
09 So
10 When I’m Blind



quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Belle & Sebastian visita o Conan e toca "Nobody's Empire"


Como disse no post passado, essa semana foi movimentada em termos de lançamentos. Esse movimento todo naturalmente foi traduzido nos programas de TV. No dia seguinte à apresentação de Sleater-Kinney no Conan, foi a vez de Belle & Sebastian ser o convidado e tocar “Nobody’s Empire”, exatamente a melhor faixa do seu novo e interessantíssimo álbum, Girls In Peacetime Want To Dance. Confira:


domingo, 12 de outubro de 2014

David Bowie divulga nova música, "Sue (Or in a Session of Crime)"



David Bowie retorna com uma música nova, que irá sair no novo álbum que revisita sua carreira, Nothing Has Changed. “Sue (or in a session of crime)”, com mais de sete minutos e começa quase como um improviso de jazz, cheio de metais e assim vai no decorrer da música, enquanto Bowie canta cada vez mais intensamente e os metais gritando por trás. Uma miríade de sons, caos, totalmente diferente de qualquer música de Bowie das últimas décadas. Simplesmente incrível. Pena que só tem uma música inédita na compilação, que será lançada no dia 18. O tracklist segue abaixo:

DAVID BOWIE ‘NOTHING HAS CHANGED’ TRACKLIST

3CD DELUXE EDITION/DIGITAL DOWNLOAD

CD 1:
Sue (or In A Season Of Crime) (7.40)
Where Are We Now? (4.09)
Love Is Lost (Hello Steve Reich Mix by James Murphy for the DFA Edit) (4.07)
The Stars (Are Out Tonight) (3.57)
New Killer Star (radio edit) (3.42)
Everyone Says ‘Hi’ (edit) (3.29)
Slow Burn (radio edit) (3.55)
Let Me Sleep Beside You (3.14)
Your Turn To Drive (4.44)
Shadow Man (4.48)
Seven (Marius De Vries mix) (4.12)
Survive (Marius De Vries mix) (4.18)
Thursday’s Child (radio edit) (4.25)
I’m Afraid Of Americans (V1) (clean edit) (4.30)
Little Wonder (edit) (3.40)
Hallo Spaceboy (PSB Remix) (with The Pet Shop Boys) (4.23)
Heart’s Filthy Lesson (radio edit) (3.32)
Strangers When We Meet (single version) (4.21)

CD 2:
Buddha Of Suburbia (4.24)
Jump They Say (radio edit) (3.53)
Time Will Crawl (MM remix) (4.18)
Absolute Beginners (single version) (5.35)
Dancing In The Street (with Mick Jagger) (3.20)
Loving The Alien (single remix) (4.45)
This Is Not America (with The Pat Metheny Group) (3.51)
Blue Jean (3.11)
Modern Love (single version) (3.56)
China Girl (single version) (4.15)
Let's Dance (single version) (4.08)
Fashion (single version) (3.25)
Scary Monsters (And Super Creeps) (single version) (3.32)
Ashes To Ashes (single version) (3.35)
Under Pressure (with Queen) (3.56)
Boys Keep Swinging (3.17)
‘Heroes’ (single version) (3.35)
Sound And Vision (3.03)
Golden Years (single version) (3.27)
Wild Is The Wind (2010 Harry Maslin Mix) (5.58)

CD 3:
Fame (4.14)
Young Americans (2007 Tony Visconti mix single edit)  (3.13)
Diamond Dogs (5.56)
Rebel Rebel (4.28)
Sorrow (2.53)
Drive-In Saturday (4.29)
All The Young Dudes (3.08)
The Jean Genie (original single mix) (4.05)
Moonage Daydream (4.40)
Ziggy Stardust (3.12)
Starman (original single mix) (4.10)
Life On Mars? (2003 Ken Scott Mix) (3.49)
Oh! You Pretty Things (3.11)
Changes (3.33)
The Man Who Sold The World (3.56)
Space Oddity (5.12)
In The Heat Of The Morning (3.00)
Silly Boy Blue (3.54)
Can’t Help Thinking About Me (2.46)
You’ve Got A Habit Of Leaving (2.32)
Liza Jane (2.18)