quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Girls - For No One Session

Mais um vídeo promovido pela Pitchfork.tv da banda Girls. Depois da sessão na Igreja abandonada, onde tocaram três faixas Father, Son, Holy Ghost (“Honey Bunny”, “My Ma” e “Vomit”), dessa vez a música foi a ótima “Love Like a River”, do mesmo álbum. Nomearam a sessão como For No One Session, não precisa nem dizer porque. Sobre a música, bem, isso eu deixo para vocês conferirem:

Girls | FOR NO ONE from FOR NO ONE on Vimeo.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Bush - The Sea of Memories



Esse ano também teve um renascimento das cinzas. A banda Bush, que conquistou grande popularidade na onda pós grunge, da segunda metade dos anos 90 e início dos anos 2000, voltou com The Sea of Memories, álbum inédito seis anos após o último lançamento da banda, Zen x Four. Desde antes de Zen x Four, Bush já parecia morto há alguns anos, sendo The Science of Things, de 1999, o último trabalho interessante lançado pela banda.



The Sea of Memories apresenta também uma mudança nos integrantes do Bush, promovida pelo líder da banda Gavin Rossdale. E dessa vez acertaram, a banda parece em forma de novo, com um som forte e vigoroso, com “The Mirror of The Signs”, “The Sound of Winter” e “Afterlife”, ou as tocantes baladas no piano com a voz clássica de Rossdale, em “All Night Doctors”, bem no estilo do sucesso “Glycerine”. Também tem outras boas faixas, como “Red Light” e “I Believe In You”

É um forte álbum de rock/pop, com musicas bem definidas e com refrãos marcantes, mas muita coisa mudou na cena musical entre o longínquo auge do Bush e o lançamento de Sea of Memories. No entanto, analisando-o isoladamente, a lista de músicas no álbum é uma das mais fortes da carreira de Bush, perdendo somente para Razorblade Suitcase e Sixteen Stone. Foi uma boa volta, resta saber se o mundo ainda está interessado em Bush.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Duetos IV

Nesse novo post sobre os melhores duetos homem-mulher da história, resolvi fazer sobre música brasileira. Não é lá meu forte, mas com certeza tem coisa boa nesse quesito. Vou citar aqui três fortes duetos, antigos e da nova geração.

O primeiro tem que ser ele. Chico Buarque cantou com Jane Moraes a famosa marchinha de carnaval “Noite dos Mascarados”, no segundo volume de Chico Buarque, lançado no ano de 1967., além da ainda melhor “Com Açúcar, Com Afeto”, porém, esta última é cantada somente por ela. Em “Noite dos Mascarados” é o famoso diálogo de Pierrot e Colombina. Clássico.



O próximo é talvez o dueto mais famoso da música brasileira. O xodó do Rio de Janeiro, Tom Jobim e Elis Regina, cantando “Águas de Março”. Essa despensa apresentações, né?



E agora o novo. O pernambucano Otto lançou em 2009 o álbum Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, onde fez dois duetos, um com Céu e outro com Julieta Venegas. Mas entre os dois tenho que escolher a faixa com Céu, chamada “O Leite”, letra melancólica, voz suave, maravilhoso. Confira



Se tiver mais algum dueto que queira compartilhar, diga nos comentários!

domingo, 27 de novembro de 2011

Lirinha ao vivo no Estúdio Showlivre



Lirinha estreou a carreira solo com o álbum Lira, lançado este ano, e surpreendeu a todos mostrando um som puxado mais para o rock alternativo do que os trabalhos regionais de sua antiga banda, Cordel do Fogo Encantado. Lirinha foi o convidado para o programa Estúdio Showlivre, que foi ao ar 21 de novembro de 2011. A apresentação está disponível no youtube na íntegra, conforme link abaixo.

Até os seis minutos de vídeo não acontece nada, é só a banda esperando o programa ir ao ar. Após breve apresentação, Lirinha começa com “Sistema Lacrimal”. Ai tem uma entrevista, onde Lirinha apresenta os integrantes da banda e fala sobre o começo da carreira solo após 11 anos de Cordel e da mudança de estilo. “Ah se Não Fosse o Amor” e “Ela vai Dançar” seguem com a apresentação. Ficaram muito interessantes as versões ao vivo das faixas do álbum, muito bem tocadas. Legal que não tem um baterista propriamente dito e sim um percussionista. “Sidarta” é a maior ligação com o Cordel, bem percussiva, acrescentado guitarras e teclados.

A segunda parte da entrevista começa com uma pergunta sem noção de alguém do chat, pedindo para fazer uma turnê de despedida. Lirinha diz que seria bom, mas que agora está concentrado nessa nova fase e não vê lógica em “turnê de despedida”. A outra pergunta é interessante, o que a banda está ouvindo atualmente e no que os tambores do candomblé influencia o disco. Lirinha fala que sempre ouviu as canções religiosas africanas, muitos batuques e diz que a banda é muito eclética e gosta muito de ouvir música e as viagens eles trocam bastante essas informações e que é de uma riqueza única. A outra pergunta é sobre as participações especiais, de Otto, Fernando Catatau e o próprio filho do cantor. Lirinha diz que esse negócio de disco solo tem essa coisa afetiva e fala um pouco sobre cada participação.

Então como fala o apresentador, “Vamo de música”. Lirinha concorda e manda uma das melhores do álbum, “Memória”. Ótima performance de Lirinha, muito bom. “Adebayor” e “Ducontra” continuam a apresentação. Começa outra parte de entrevista, comentando sobre a formação “estranha” da banda. Lirinha fala também que Lira é um álbum muito pessoal, além de falar um pouco sobre shows em Recife e Arcoverde.

A última parte da apresentação começa com “Nada a Fazer”. A surpresa fica para o final, na última música, por uma faixa inédita, “Lágrimas Pretas”, que Lirinha diz que foi gravada por Pitty, bem legal também, seguindo o estilo do Lira. Deveria ter entrado no álbum.

Muito boa a execução das músicas ao vivo e mantendo esse ritmo, Lirinha vai se consolidar como um grande artista, o que ele de fato é.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Mitos: Pearl Jam & Neil Young - Rockin' In The Free World



Quando voltei dos shows de Pearl Jam fiquei com vontade de fazer uma compilação com os melhores vídeos do youtube e fazer meu próprio DVD. Claro, esbarrei nas minhas limitações tecnológicas e preguiçosas, mas sempre imaginei que iria ficar perfeito. Até que um cara com iniciativa pegou nada menos que “Rockin’ In The Free World” e fez uma compilação das melhores partes dos vídeos da música. Não foi do show de São Paulo, melhor ainda, foi de Toronto, na turnê canadense do PJ20, onde Neil Young se juntou a Pearl Jam e tocaram simplesmente a melhor versão de “Rockin’ In The Free World” de todos os tempos.



Primeiro pela qualidade do vídeo. Com certeza foi um trabalhão para editar tudo sincronizado com o áudio do bootleg oficial, mas ficou tudo certinho. E depois é a a exibição em si, de tirar o fôlego de qualquer um, menos dos quarentões do Pearl Jam e do “Uncle” Neil, que tocaram por doze minutos com uma intensidade impressionante, isso porque era a última música do show. Começa como uma performance normal da música relativamente comum em shows de Pearl Jam, até que Neil Young entra no palco e o público vai ao delírio. A edição pegou bem esse momento. Eles ficam tocando por lá, Mike fica por uns momentos sem guitarra, perambulando pelo palco, até darem outra pra ele. A partir daí é histórico. A jam no final da música se estende cada vez mais e com o pai de direito da música, Neil Young, o resultado não poderia ser diferente. Mas não adianta falar. Aperta play ai embaixo e veja você mesmo.

Épico.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

The War on Drugs - Slave Ambient



The War on Drugs é outra bela novidade. Tudo bem que não é muita novidade, pois o álbum de estréia, Wagonwheel Blues, de 2008, mas foi com Slave Ambient, de 2011, que eles conquistaram um público maior e ganharam notoriedade na cena musical independente. A banda faz uma junção muito interessante de dois estilos distintos, as super guitarras sônicas de Sonic Youth e My Blood Valentine, com as melodias e letras influenciadas por Bob Dylan.



Slave Ambient varia entre momentos majestosos e bem fracos. Essa inconsistência do álbum é o que faz que ele perca um pouco a força como unidade. A primeira metade tem uma seqüência arrebatadora, com belas e grandiosas canções, como é o caso da faixa de abertura, “Best Night”, com um ambiente muito bem trabalhado, sobretudo no final, quando toda a banda entra em sinergia em uma harmoniosa e confortável improvisação. “Brothers” segue num ritmo caloroso, com uma interessante melodia. “I Was There” é talvez o melhor momento do álbum, num ritmo bem blues, com uma gaita gostosa e ótima melodia. A letra também é muito boa, segue um fluxo seguro e fácil, desde a primeira vez nós parecemos estar familiarizados com ela. O ruim dela é que acaba de repente, é tão boa de ouvir que nos dá a impressão que irá continuar por tempos infindáveis.



A partir daí o Slave Ambiente começa a declinar aos poucos. “Your Love is Calling My Name”, mesmo com uma bateria muito oitentista, ainda é interessante, porém bem menos que as antecessoras. Depois começa uma das inúmeras faixas instrumentais, tentando criar um ambiente lúdico, porém eles foram bem mais eficientes construindo esse ambiente durante as próprias canções, como é o caso de “Come to The City”, onde nível volta a subir, com pegada semelhante às primeiras faixas, porém com um ritmo mais marcado pela bateria. Depois da mediana “It’s Your Destiny”, vem mais uma instrumental e então quando esperamos que o negócio vai esquentar novamente, “Baby Missiles” frustra com um som totalmente enraizado nos anos 80. Depois, para variar um pouco, mais uma instrumental. Pelo menos eles se despedem de forma bem digna, com “Blackwater”, dando um sentimento de que valeu a pena ter chegado até o final, sobrevivendo às idas e vindas do caminho.

Slave Ambient, no geral, é um bom álbum, talvez se fosse mais focado numa proposta ele seria ainda melhor. Mesmo assim, a qualidade das suas melhores faixas faz ele se destacar mesmo com alguns acidentes de percurso.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Star Anna & Laughing Dogs - Alone in This Together



Estava lendo o tumblr de Mike McCready, guitarrista do Pearl Jam, e o vi comentando regularmente sobre uma tal de Star Anna e sua banda, The Laughing Dogs, inclusive de sua participação especial no show na ocasião do festival em comemoração aos vinte anos de Pearl Jam, o PJ20 Destination Weekend. Fui procurar alguma coisa pela internet e me deparei com o depoimento do próprio McCready em relação a ela: “Star Anna é uma Americana original. Eu sou um grande fã de sua musica e especialmente sua voz. Ela canta de um lugar de beleza que me leva para um lugar maior” ou então de Duff McKagan, dizendo “Ela é o negócio verdadeiro. Há uma dor na sua voz que vem de algum lugar profundo, um lugar que eu nem ouso perguntar de onde vem”. Foi o suficiente para eu baixar alguma coisa dela.



E acabei baixando o album Alone In This Together, de 2011, distribuindo pela Monkeywrench Records, do Pearl Jam, e realmente é muito bom. Mike inclusive tocou guitarra em algumas faixas e, segundo a própria Star Anna, esteve presente nas gravações sempre ajudando e dando sugestões, fazendo-os sentirem-se confortáveis, não sendo obrigado eles aceitarem as ideias. A voz dela é um diferencial, com certeza, mas musicalmente também se sobressai, apresentando um som por vezes com raízes no blues. É o caso das melhores faixas do álbum, como “For When I Go”, uma linda balada, de machucar o coração.



“Alone In This Together” é uma música de gente grande, muito boa, com tudo na medida certa, letra, melodia, perfeito. Anna com a voz chorosa cantando deliciosamente. Infelizmente esse álbum não irá tomar grandes proporções, mas esta musica certamente merece estar entre o topo. A versão do álbum é quase épica, com seus seis minutos. Tiveram que cortar boa parte para encaixar em quase quatro minutos para ficar mais acessível como single.



O álbum dá uma queda depois de “Bird Without Wings”, mas volta com tudo em outro grande momento na faixa “Wolves in Disguise”, um rock bem pegado, meio blues, muito bom, solo sensacional de guitarra no final, tocado por Mike no show do PJ20. O álbum segue com “Just Leave Me There”, mais uma tocante balada com a bela voz de Star Anna.
Enfim, Star Anna & The Laughing Dogs é uma boa surpresa, que apesar de não ser o primeiro álbum lançado por ela (ela tem dois álbuns somente como Star Anna), nos apresenta a essa nova artista que é bom ficar de olho. Bem que poderia ter sido a banda de abertura dos shows do Brasil ao invés de X.
Pra finalizar deixo vocês com o vídeo de "Wolves In Disguise", com participação de Mike McCready no PJ20 Destination Weekend:

terça-feira, 22 de novembro de 2011

J Mascis - KEXP Sessions + I've Been Thinking



Mais um convidado de alto nível no programa de rádio KEXP. Dessa vez J Mascis, do Dinosaur Jr, sentou no seu banquinho e tocou quatro faixas no violão para o programa. As faixas foram “Listen to Me”, “Several Shades of Why”, “Not Enough”, todas as três do álbum Several Shades of Why, lançado esse ano. A outra foi “Circle”, cover de Edie Brickell, do single homônimo que vai sair em novembro, que contém ainda a inédita “I’ve Been Thinking”. Confira:

“Listen to Me” on KEXP Sessions


“Several Shades of Why” on KEXP Sessions


“Not Enough” on KEXP Sessions


“Circle” on KEXP Sessions


"I've Been Thinking" Inédita do single Circle


Aproveitando o ensejo, abaixo segue outra belíssima apresentação de J Mascis no estúdio Brooklyn's 3 eggs, tocando a música que dá título ao seu novo álbum, “Several Shades of Why”. Muito bom.

domingo, 20 de novembro de 2011

Snow Patrol - Fallen Empires



Em setembro os escoceses do Snow Patrol pisaram em solos brasileiros para tocar no festival Rock In Rio, banda tímida, um pouco desconhecida, sem grande clamor, e o público frio como mais uma banda para esperar o maior show da noite, que naquele dia foi Red Hot Chilli Peppers. Mesmo assim, o Snow Patrol driblou as dificuldades e conseguiu fazer um bom show, apresentando, inclusive, algumas faixas do novo álbum da banda, que saiu esse mês, chamado Fallen Empires.



Durante sua carreira, o Snow Patrol aos poucos foi tomando identidade e características próprias. Um bom rock/pop, competentes fazedores de hits, foi-se tornando daquelas bandas características, identificáveis por uma música. Algumas bandas possuem essa identidade e ainda assim são imprevisíveis. Isso não acontece com Snow Patrol, nem por isso é uma coisa ruim. Nem tudo precisa ser de vanguarda, carregando novos conceitos, formatos ou idéias experimentais. Tem momentos que precisamos de algo simples e bom. Snow Patrol é isso

“I’ll Never Let Go” abre o álbum e parece um pouco estranha no começo, talvez pelo teclado um pouco brilhante demais, mas ela vai ganhando força e o focal de Gary está melhor do que nunca. Praticamente todas faixas tem a cara do Snow Patrol. Infelizmente eles escolheram a menos característica e a mais fraca da tracklist para tirar o nome do álbum, “Fallen Empires”, um pouco mais eletrônico, dançante. Não são os pontos fortes do Snow Patrol, de fato. Mas é praticamente o único deslize grave.



O que faz deste álbum um trabalho marcante na carreira do Snow Patrol é que os pontos altos aqui são iguais ou talvez ainda maiores do que os alcançados com os hits dos álbuns anteriores. “This Isn’t Everything You Are”, tocada no show do Rock In Rio e já desde então eu senti a força da música, pode ser talvez uma das melhores da carreira da banda. Melodia e letra impecáveis. Começa como balada no piano e vai ganhando força e intensidade cada vez mais até o ótimo refrão. Ela é seguida imediatamente por “The Garden Rules”, também memorável, balada romântica com um backing vocal feminino adorável. Sensação que se repete em músicas como “In The End” e “Those Distant Bells”. “The Shymphony” também merece destaque, quase épica com seus seis minutos.

Snow Patrol mostra em Fallen Empires que é uma banda crescida e com muito potencial e parece até agora não ter se perdido na carreira, como aconteceu, por exemplo, com Coldplay.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Eddie Vedder - Can't Keep



Eddie Vedder lançou seu primeiro álbum solo, o Ukulele Songs, que, como o nome sugere, é todo tocado no instrumento havaiano Ukulele, parente do brasileiro cavaquinho. Para promover o álbum, Eddie Vedder, não muito adepto a vídeo clips, acabou gravando alguns. Dentre eles, o que mais chama atenção por sua beleza e intensidade é “Can’t Keep”, faixa que já havia sido gravada por Pearl Jam, originalmente lançada no álbum Riot Act, de 2002. Mas como ela foi composta primeiramente no Ukulele, Eddie Vedder quis incluí-la no tracklist do Ukulele Songs. Enfim, abaixo segue o clip maravilhoso da música.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Alice in Chains ao vivo no SWU 2011



Talvez a atração mais esperada do festival SWU foi Alice In Chains, uma das maiores bandas dos anos noventa, da fase grunge de Seattle. Muitas brigas e tensões decorrentes da dependência de drogas do vocalista Layne Staley, fizeram a banda chegar a um fim não anunciado no final dos anos noventa. A tragédia de fato aconteceu anos mais tarde, em 2002, com a morte por overdose de Layne. Jerry Cantrell se dedicou a carreira solo até que em 2004 começou rumores do retorno de Alice In Chains, o que de fato aconteceu, com William DuVall substituindo o insubstituível. Talvez seja por isso que é tão complicado falar de um show de Alice In Chains nos dias de hoje. Mesmo Cantrell sendo a mente da banda, como principal compositor, a química e o estilo do vocal de Layne é único. Era a alma do Alice In Chains. Substituiu por um bom vocalista, tecnicamente. Mas não tem a alma de Layne. Enfim, polêmicas a parte, vamos ao show. Setlist impecável.



Detonaram logo tudo com a seqüência inicial de “Them Bones” e “Dam That River”, “Rain When I Die” e “Again” com o público ensandecido pulando sem parar. DuVall pareceu ter alguns problemas de som com o microfone na primeira música, mas conseguiu tirar de letra. Em músicas assim mais características do vocal de Layne, vemos que DuVall é esforçado, é um bom e carismático vocalista. Mas, novamente, há algo faltando. Em alguns momentos parece que estamos ouvindo uma banda cover de Alice In Chains, que toca muito, muito bem. O legal é que ele tem personalidade, não se intimida por estar substituindo uma das lendas de uma geração, ele tem postura de palco, interage ele mesmo com o público, como no “estamos muito felices de estar aqui, finalmente,” bem encaixado e à vontade. Junto com os clássicos, eles misturaram muito também com músicas do Black Gives Way to Blue, de 2009, único lançado com a formação que tocou no show. Confesso que não havia escutado nenhuma deste trabalho e me surpreendeu a reação do público. Mesmo com as músicas mais desconhecidas, eles não deixaram o ritmo cair. Só “Your Decision” que achei um pouco chatinha. Mas o principal é que isso também mostra personalidade, coragem e vontade artística de fugir da zona de conforto, criar algo novo e não apenas ficar sobrevivendo de glórias passadas.

Mas não importa, o que a galera de festival quer mesmo são os clássicos e eles colocaram as novas no meio das antigas. Após a sequência arrasadora de “Got Me Wrong” e “We Die Young”, tocaram a recente “Last of My Kind”, que depois soltaram “Down in a Hole” e "Nutshell”, esta dedicada especialmente a Layne Staley e Mike Starr. “Nutshell” e “Rooster” são os momentos que a gente mais sente falta da voz de Layne. O solo de Cantrell no final ficou incrível. Desse jeito o ritmo não cai em momento nenhum.

E de fato não caiu. Mais: a parte final do show foi irretocável. Se eu que vi pela TV achei isso, imagina quem de fato estava lá no meio do público. Inesquecível. A seqüência final fala por si só, começando com “Man In The Box”, para delírio geral, seguiu simplesmente com “Rooster” e “No Excuses”, para terminar com o clássico máximo de “Would?”.

Show memorável de uma banda de coragem que tenta sobreviver à perda de um integrante essencial para o seu DNA. Em alguns momentos parece conseguir, em outros não. Mas no geral pode-se dizer com certeza que ainda vale a pena ver Alice in Chains ao vivo.


Black Rebel Motorcycle Club ao vivo no SWU 2011



Mais um show bastante interessante no SWU deste ano foi a banda americana Black Rebel Motorcycle Club, ou, se preferir, BRMC, tocando pela primeira vez no Brasil, apesar de anos de carreira e cinco álbuns de estúdio lançados. O show começou ainda na tarde do último dia de festival, sendo talvez uma das menos conhecidas do dia que ainda teria clássicos como Sonic Youth, Alice In Chains e Faith No More. Mas não fizeram feio em momento nenhum. O público, enfrentando muito frio e chuva, ainda estava chegando quando o trio pintou no palco no seu estilo bem sombrio. A setlist foi democrática de acordo com a carreira da banda, exceto que pareceram negligenciar o melhor álbum, Howl, e só tocaram uma música dele, enquanto dos outros foram três.



O show começou com uma seqüência do álbum Baby 81, de 2007, com “666 Conducer” e “Berlin”. Depois saiu com a ótima “Beat the Devil’s Tattoo”, do último álbum com mesmo nome, muita guitarra e harmonia. Bom demais. Certamente um dos pontos altos do show. Outros momentos igualmente empolgantes foram a bela “Bad Blood”, a estrofe com a voz sombria de Robert e o refrão sensacional cantado por Peter, que depois pegou o violão e a gaita e soltou “Ain’t No Easy Way”. Logo após “Love Burns” rasga tudo o que ainda não tinha sido rasgado. Um pouco de fogo em meio à chuva. A destruição continua com “Conscience Killer”, com a pegada mais punk. Essa segunda parte do show é mais porrada, com “Six Barrel Shotgun” e terminando o show com “Whatever Happened to My Rock’n’ Roll”.

Um bom show do BRMC, só com duas reclamações, uma bem pessoal, que gostaria de ter visto mais músicas do álbum Howl na setlist, e a outra pelo espetáculo, pelo show ter sido visto por pouca gente.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Turnê de 15 anos de Los Hermanos em 2012



No seu blog, Instante Posterior, Bruno Medina, pegou todo mundo de surpresa ao anunciar uma turnê brasileira dos Los Hermanos para 2012. Não é a primeira vez que eles se reúnem para tocar, desde que a banda se separou, em 2007. Aconteceu tanto em 2009, no Just a Fest, abrindo o show do Radiohead e no ano passado, com uma mini-turnê passando por várias cidades, terminando com o show no festival SWU.

Segundo Medina, a turnê irá ocorrer entre abril e maio de 2012 e irá coincidir com o aniversário de 15 anos da banda. A turnê irá passar pelas cidades abaixo. As datas, locais e informações sobre pontos de vendas serão divulgadas posteriormente.

Recife
Fortaleza
Belo Horizonte
Salvador
Brasília
São Paulo
Porto Alegre
Rio de Janeiro

Tomara que esses shows signifiquem algo mais do que simplesmente fazer dinheiro. Seria muito interessante se eles se empolgassem novamente e se internassem no sítio do Rio de Janeiro e gravassem mais um álbum clássico, como Bloco do Eu Sozinho, Ventura, etc.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sonic Youth ao vivo no SWU



O festival de música e sustentabilidade SWU (sigla para "Starts with you"), pode ter sido palco do último show da carreira do Sonic Youth. Ainda não é oficial, mas os rumores correm sem parar, motivados principalmente pela notícia de separação de Thurston Moore e Kim Gordon, casados desde 1984. Thurston Moore anunciou também uma turnê solo para promover o seu álbum solo, Demolished Thoughts, que vai de novembro até fevereiro. Até lá, o futuro de Sonic Youth é incerto.



Sobre o show, Sonic Youth já veio várias vezes ao Brasil e certamente fez shows mais antológicos do que este. Infelizmente, por ser um show de festival, o setlist foi curto, com apenas doze músicas, muito pouco para uma banda com uma carreira como a do Sonic Youth. Aproveitando o curto espaço de tempo, eles também poderiam ter focado mais nos clássicos, mas ainda assim, o show teve grandes momentos, como a incrível "Mote", "Cross the Breeze", "Suger Kane" e, claro, "Teenage Riot".



O show teve várias músicas com Kim Gordon nos vocais, destaque para "Sacred Trickster". O final de "Mote" é impagável, definição pura do que é Noise no rock. Emendando com "Cross The Breeze", certamente a melhor com Kim Gordon cantando. Ficou realmente perfeito. E o final com a sequência de "Sugar Kane" e "Teenage Riot" também foi o momento máximo do show. Caso os rumores se confirmem, foi uma despedida tímida para o porte dessa banda. Então vamos torcer que eles se ajeitem e consigam manter-se juntos e fazer muita música boa ainda. No final Thurston Moore dá uma esperança: "can't wait to see you again".

Segue abaixo o setlist completo e o vídeo do show completo:

Setlist: Sao Paulo, Brasil, Festival SWU, 11/14/11:

01 Brave Men Run
02 Death Valley '69
03 Sacred Trickster
04 Calming the Snake
05 Mote
06 Cross the Breeze
07 Schizophrenia
08 Drunken Butterfly
09 Starfield Rd.
10 Flower
11 Sugar Kane
12 Teen Age Riot

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Yuck LIVE Rooftop Session



Yuck estreou esse ano com o álbum homônimo, chamando muita atenção pelo som bem revival dos anos noventa, com muitas guitarras distorcidas e muito noise pop. Pois bem, eles foram convidados da Billboard para fazerem a LIVE Rooftop Session, para a sua coluna de série de vídeos, Tastemakers, tocando em cima de um prédio, bem no estilo dos Beatles em “Get Back”, apenas com um update no tamanho e modernidade dos arranha-céus. A banda tocou três faixas do álbum Yuck, “Holing Out”, “The Wall”, que no final tem uma mini entrevista com os integrantes, e a genial e magnífica “Rubber”, tocada com um fim de tarde que, combinada com a atmosfera da música, ficou emocionante. Confira abaixo:

“The Wall”


“Holing Out”


“Rubber”

sábado, 12 de novembro de 2011

Transmissão Pearl Jam ao vivo na Argentina




A turnê do PJ20 chega a Argentina amanhã, 13/11. A turnê que começou nos dois shows de São Paulo, dia 03 (destaques: "Down", "Come Back", "Whipping" "Release" e "Save You") e 04 ("Inside Job", "Amongst the Waves", "Wishlist", "Hail Hail", "State Of Love And Truste" e "Baba O' Riley") depois passou pelo Rio de Janeiro dia 06("Last Exit", Faithful", "Habit", "Mother" e "Indifference"), Curitiba dia 09 ("Dissident", "In Hiding", "Red Mosquito", "Breath" e "Footsteps") e terminou a passagem pelo solo brasileiro ontem, dia 11/11/11, em Porto Alegre ("Low Light", "Present Tense", "Light Years, "Crazy Mary" e "Oceans").

Os shows na Argentina, devido a empolgação do público, normalmente é recheado de hits, como os de São Paulo. Mas o destaque em shows assim é sempre a reação do público, como o prova o bootleg oficial de 2005 da Argentina. Por isso, vamos esperar quais serão as novidades da setlists desse show.

Melhor ainda, uma rádio irá transmití-lo ao vivo pela internet através deste link.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

My Morning Jacket KCRW Sessions



No post sobre o novo álbum do My Morning Jacket, Circuital, eu me perguntei como seria que ficariam as músicas tocadas ao vivo, pois todo show deles são sempre um espetáculo à parte. Pois bem, para minha surpresa e felicidade, descobri que eles tocaram Circuital na íntegra ao vivo em uma sessão para um programa de rádio, KCRW, que nos fez o favor de transmitir ao vivo. E não decepcionou, como era o esperado, o conjunto das músicas fica bem melhor ao vivo, algumas se tornam ainda melhor, como “Circuital”, “Outta My Sistem”, e outras ganham mais força do que a sentida no álbum de estúdio, como “First Light” e “You Wanna Freak Out” e até “Holdin On To Black Metal” não parece tão ruim.

Após concluir o set das músicas de Circuital, eles soltaram ainda alguns hits, como “Wordless Chorus”, “Smokin From Shootin, “One Big Holiday” e “I Will Sing you Songs”. Sensacional!
Aqui está o link para baixar

DOWNLOAD My Morning Jacket KCRW Sessions 2011-09-17

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mitos: Pink Floyd - Shine On You Crazy Diamond



Hoje é a estréia da coluna Mitos, ou seja, os grandes feitos, as grandes faixas dos deuses e semideuses do Rock. Vamos inaugurar a coluna com uma das faixas mais épicas, grandiosas (de fato) e dignas de se chamar Mito: “Shine On You Crazy Diamond”, do Pink Floyd. A música começa com o teclado de Richard Wright desenhando o ambiente e com uns solos delicados de David Gilmor. Ambos, inclusive, escreveram a melodia. Grandes variações e solos épicos, de guitarra e saxofone nos guiam nessa viagem musical. A letra, por sua vez, foi composta por Roger Waters, para o ex-membro do Pink Floyd, o lendário Syd Barret. A letra é perfeita, cheia de imagens poéticas obscuras traduzindo o gênio de Syd, como alguns dos trechos abaixo:

“Remember when you were young,
You shone like the sun.
Shine on you crazy diamond.”

Ou:
“Now there's a look in your eyes,
Like black holes in the sky.”

“You reached for the secret too soon,
You cried for the moon.
Shine on you crazy diamond.”

E no final entra com um solo de saxofone genial, aumentando o ritmo até um empolgante blues mais agitado tomado de solos de saxofone. A música vai acabando dando a impressão que a banda poderia ficar tocando ainda por mais meia hora, que se não chega literalmente aos trinta minutos, eles ainda se despedem de Wish You Were Here com mais doze minutos de “Shine On You Crazy Diamond (Part Two)”. São coisas assim que ficam na história, através dos tempos.

Part I



Part II

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Girls em apresentação especial numa Igreja Abandonada

A banda Girls é um dos grandes destaques do ano com o lançamento de Father, Son, Holy Ghost. Para promover o álbum, eles fizeram uma sessão especial em uma Igreja abandonada no Brooklyn e tocaram três faixas do álbum, “Honey Bunny”, “My Ma” e “Vomit”. Segue abaixo esses vídeos maravilhosos, disponíveis na Pitchfork.tv. Ótima apresentação bem no clima sacro do álbum.

“Honey Bunny”



“My Ma”



“Vomit”

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pearl Jam 04/11/2011 - Morumbi, São Paulo - Night II


O show do dia 04 de novembro foi uma jornada épica desde cedo. Como pegamos um lugar não muito bom no primeiro show, queríamos ficar bem na frente dessa vez. Para isso, fomos ao Morumbi de uma da tarde e já tinha uma fila imensa aguardando a abertura dos portões. O frio de antes foi substituído por um sol que, se não muito forte, pelo menos insistente e chato. Os portões abriram perto de quatro horas e quando entramos, já tinha um monte de gente que praticamente montou acampamento na frente do palco. A cada minuto que passava o espaço diminuía e ficava difícil se movimentar. Já nessa hora deu uma impressão de que conseguir água naquele lugar seria complicado. Conseguimos ainda assim três águas, duas nós tomamos na hora e a outra guardamos para depois do show de X. Achávamos que era o bastante.
Mas enfim, após horas em pé olhando para o palco vazio, sem movimentação alguma e com as pernas doloridas, o show de X foi um bálsamo. Pelo menos o tempo corria mais rápido ao som de guitarras e podíamos balançar um pouco a cabeça. Também as pessoas sem noção que fizeram o piso do Morumbi de cama foram obrigadas a se levantarem. De todo o set do X a única que realmente me agrada foi “The Hungry Wolf”, muito boa. Mas o principalmente mesmo estava ainda para começar. Enquanto Pearl Jam não subia ao palco, um roadie idêntico a Eddie Vedder desfilava pelo palco, ajeitando um instrumento aqui, outro ali, levando curiosidade e distração ao público. Enquanto tudo isso, o Morumbi ia enchendo cada vez mais, até quando olhei pra trás e vi os anéis do Estádio totalmente tomados pelo público, bem diferente da noite anterior, pelo menos nas arquibancadas. Foi mais ou menos na hora em que com um leve atraso Pearl Jam pintou no palco.

E foi direto ao assunto. “Go” fez o estádio inteiro pular, quer você queira ou não. Quando olhei pro lado já estava sozinho de novo. Bem difícil assistir show de Pearl Jam em grupo. Como se não bastasse, “Do The Evolution” apareceu bem cedo no set, para sugar ainda mais a energia do público que cantava cada verso. “Severed Hand” foi uma ótima surpresa e então “Hail Hail”,finalmente. Estava louco para ouvi-la. A intensidade desse começo de show foi absurda, ainda mais quando ele completou com “Got Some”. Só então a banda deu uns segundos para o público respirar um pouco. Num momento bem engraçado, Eddie Vedder pediu para aumentarem as luzes para olhar para o público e faz uma expressão do tipo “ahh, olha vocês ai”, direcionada para a arquibancada. “Small Town” é tocada novamente, mas nunca cansa cantar junto essa daí. Depois veio outra sensacional, “Given To Fly”, estava ansioso também por ouvi-la e é incrível ao vivo. O público também a cantou do início ao fim. Antes desse show eu não dava muito valor a participação do público num show, parecia ser bem mais sobre a música que a banda está tocando e tudo mais. Mas depois desse show meu conceito foi por água abaixo. Quando o público e a banda estão em sintonia, é um espetáculo. As músicas com essa característica de cantar junto simplesmente arrasou as versões da noite anterior, um exemplo é em “Even Flow”, que num dado momento Eddie Vedder para de cantar e somente o público carrega o refrão. Estou ansioso para ouvir essa hora no Boot oficial do show. “Wishlist” também foi uma surpresa muito agradável, mesmo com Eddie errando um pouco a letra, pra variar. “Amongst the Waves”, que para mim juntamente com “Unthought Known”, que também foi tocada, formam os novos clássicos de Pearl Jam. Perfeita essa música e é maravilhoso ver elas sendo cantada com a mesma emoção dos clássicos dos anos 90. Eddie Vedder anuncia que vão tocar agora uma do Into the Wilde e segue com “Setting Forth”. “Not For You” tenho para mim que foi a melhor versão que já ouvi, com Stone dando uma esticada nos solos e Eddie Vedder cantando Modern Girl, do Sleater Kinney, como tag. “Once” começou sem Mike, que sumiu do palco, só com a guitarra de Stone. Após alguns instantes Mike volta com a sua guitarra e completa a música. E para fechar o primeiro set, uma versão antológica de “Black”, talvez a melhor de todas.

Momento super engraçado na volta do primeiro encore. Eddie tenta falar em português, mas acaba desistindo, pedindo desculpas por fim pelo “português de mierda”. Depois, em inglês, ele agradece pela recepção do público à banda de abertura X e conta uma história de quando era menor de idade e conseguia carteira de identidade falsa para poder entrar em bares. Num desses bares, a banda X estava tocando e Exene, a vocalista, direcionou uma cerveja para ele segurar enquanto cantava. Ele jurou que não tomou a cerveja, e o público jurou que acreditou. Depois da história eles tocam “Just Breathe” e então para talvez um dos pontos mais altos desses dois shows. Eu vi que esse momento estava chegando quando Mike entrou no palco com a guitarra de dois braços. Imediatamente eu gritei “Inside Job”. Perfeita. Uma das melhores músicas de Pearl Jam. Antes de tocá-la, Eddie diz que a música é composição de Mike e que a primeira vez que tocou para ele foi em 2005, num quarto de hotel em São Paulo. Substituiu a ausência de “In My Tree”. Logo em seguida teve “State of Love And Trust” para delírio geral. Depois de “Olé” e“Why Go”, remanescentes da noite anterior, a banda solta “Jeremy” e o estádio vai a loucura.

A volta do segundo encore também ficou bem legal. Enquanto a banda estava ausente, o público ficou repetindo o canto do final de “Jeremy”, e uma troca de “olé olé Brazil” com “ole olé Pearl Jam”. Depois teve “Last Kiss”, talvez desnecessária ali junto daquelas músicas incríveis, mas o fato da banda ter errado a música e quase parado de tocá-la (o público continuou cantando e a banda seguiu) fez com que ficasse engraçado. Seguindo o momento romântico do show foi“Betterman”, numa versão sensacional, principalmente no final com a tag de “Save it For Later”.Mas então eles voltaram com tudo com “Spin The Black Circle”, com Mike correndo ensandecido pelo palco inteiro. Depois de mais uma ótima versão de “Alive”, que serviu mais para eu conseguir comprar duas águas para não desmaiar de desidratação, duas mataram tudo no final. Uma que eu estava torcendo desesperadamente para ouvir, a melhor cover de Pearl Jam, “Baba O’Riley”, do The Who. Perfeito, incrível. O público arrasou também cantado. E o momento triste do adeus de “Yellow Ledbetter”, com todas as luzes acesas e uma visão panorâmica de todo o estádio lotado. Belíssimo.
E por fim três dias após o show ainda estou aqui impressionado, querendo ir para todos os shows seguintes da turnê, acompanhando as setlists e pensando a cada música que eles não tocaram em São Paulo: eu deveria estar lá também.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pearl Jam 03/11/2011 - Morumbi, São Paulo - Night I


Na carreira de 20 anos de Pearl Jam, tive a felicidade de acompanhá-la nos detalhes os últimos 11, 12 anos. E desde então sempre se encontrava entre os meus sonhos puder assistir a um show da banda ao vivo. Como todos já sabem, eles vieram para o Brasil em outra ocasião, em 2005, mas não consegui ir. Mas de lá pra cá muita coisa mudou, acrescentando dois grandes álbuns ao seu catálogo, Pearl Jam (o abacate), de 2006 e Backspacer, de 2009, melhores álbuns dos últimos dez anos de carreira. Diante de tudo isso e da comemoração dos vinte anos da banda, eles resolveram visitar o Brasil mais uma vez e dessa vez eu não poderia perder. E não perdi. Desde que foram anunciados os shows, eu me decidi a ir no mínimo a dois, pra minimizar a perda em 2005. Comprei na pré-venda o ingresso do dia 04 de novembro, em São Paulo, e o do dia 09 de novembro, em Curitiba. Como os ingressos do show na capital paulista se esgotaram rapidamente, acrescentaram mais um show, no dia 03, então acabei vendendo o de Curitiba para ir para os dois de São Paulo. Com tudo pronto e depois de muita espera, chegou a hora.
Temos que falar de algumas polêmicas do show de quinta, mas antes de tudo, devemos considerá-lo como um show extra, então já esperava que não seria um show lotado, até porque colocar 140 mil pessoas em dois dias de semana é algo assustador mesmo para as maiores bandas. Tomara que isso sirva de lição para os empresários de shows, para fazê-los olhar às outras regiões. Certamente, ao invés de um segundo show em São Paulo, se eles tivessem marcado uma data em algum estado do Nordeste seria tão lotado quanto o show único de São Paulo. Foi um erro estratégico que, apesar de ter sido incrível, tirou um pouco o brilho do show ao olhar as arquibancadas com pouca gente. A produção anunciou que teve um público de 50 mil pessoas nesse primeiro show, acho que tinha menos. A pista estava quase cheia, só as arquibancadas superiores que tinha pouca gente. Estimo que deve ter sido um público de 35-40 mil pessoas.

Nesse primeiro dia cheguei um pouco tarde ao Estádio e não consegui pegar um lugar tão bom, apesar de ter ficado ainda mais pra frente do que atrás. Após um show fraco da banda de punk de Los Angeles, X, e para o delírio geral, a banda entra no palco e abre com “Release”, música linda e emocionante, um momento mágico. O público delirava. Mal acabou e Eddie Vedder e Cia começaram uma sequência arrasadora. Começou “Corduroy” e o público inteiro começou a pular e se esgoelar, inclusive eu, claro. Depois seguiu matador com “Why Go” e “Animal”. É incrível a força que “Even Flow” tem no público. A banda também está passando uma energia incrível e para quem diz que Eddie Vedder perdeu força na voz tem que ouvir um show desses. “Unthought Know” é uma das que estava ansioso por ouvir e mostra porque esta é uma das melhores fases da carreira de Pearl Jam. É muito bonito ouvir o público cantando essas músicas novas com o mesmo fôlego de clássicos da era grunge.
“Whipping” foi outro momento arrasador. “Daughter” teve mais um coro potente e a tag foi WMA. Gostei muito também da nova música ao vivo, “Olé”, muita energia, muita força na pegada. Ole inclusive foi o cântico oficial do público para a banda, com o grito “olê, olê, pearl Jam, pearl Jam”. A banda fez até uma brincadeira com o cântico, tocando junto. Mais uma surpresa da noite, com “Down”, do Lost Dogs, é de arrepiar ouvir ela ao vivo. Perfeito. “Save You” também acabou com tudo, queria muito ouvir ela ao vivo e parece que eles ouviram meus pedidos, pelo menos alguns deles (“In My Tree” esteve fora dos dois shows). “Do The Evolution” e “Porch” fecharam o primeiro set de forma incrível.



Voltaram para começar o segundo set com “Small Town”, uma das músicas com maior coro do público, é lindo. “Just Breathe” é o momento romântico do show, momento para pegar o telefone e ligar para a noiva, que infelizmente não estava ali presente. E foi o que eu fiz. Depois foi mais um momento especial. Começou com Eddie falando da primeira vez que veio ao Brasil, com os Ramones, e dedica a canção seguinte a ele. Quando meus ouvidos já pareciam escutar o riff inicial de “I Believe in Miracles”, eles soltam “Come Back”, perfeito, um dos momentos mais incríveis de ambos os shows. Depois eles realmente tocaram “I Believe In Miracles”, ótima, e fecharam o segundo set com “Alive” para delírio geral.
A terceira parte começou arrasadora, com “Comatose”, Eddie Vedder ainda com a voz intacta. “Black” e “Betterman” foram lindas, mas ambas nem se comparam com a versão que elas ainda teriam no dia seguinte. Depois tocaram “Rearviewmirror” que estava louco para ouvir e fecharam o show com “Rockin’ In The Free World”, do Neil Young. Confesso que esperava ainda mais uma ou duas músicas, mas reclamar de que? Foi tudo perfeito! Meu primeiro show de Pearl Jam e saí do Morumbi praticamente em Nirvana, achando que não podia ser melhor, mas eu tinha apenas a impressão de que o show mesmo ainda estava por vir. E no dia seguinte ele veio novamente.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pearl Jam, 3 e 4 de Novembro, aqui vou eu!!


O Filho do Blues irá viajar a trabalho por alguns dias a fim de cobrir tudo sobre os dois primeiros shows da banda Pearl Jam em São Paulo, dias 3 e 4 de novembro, seis anos após a primeira vez que pisaram em solo brasileiro, em 2005. Segunda feira estarei de volta trazendo todos os detalhes desses dois primeiros shows. Enquanto isso, fiquem com alguns vídeos de Pearl Jam:





terça-feira, 1 de novembro de 2011

Black Lips KEXP Session

Novamente o programa de rádio KEXP levou mais um convidado muito bom para tocar no estúdio. Black Lips tocou várias faixas do novo álbum Arabia Mountain, como as ótimas “Family Tree”, “Go Out and Get it”, “Modern Art” e “Dumpster Dive”. Vale a pena conferir:

“Modern Art”

“Family Tree”

“Go Out and Get It”

“Dumpster Dive”