Mostrando postagens com marcador Leon Bridges. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leon Bridges. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Confira o vídeo "River", de Leon Bridges


               
                Leon Bridges foi uma das grandes revelações do ano passado, com o lançamento de seu álbum de estréia, Coming Home, bastante elogiado, no qual apresenta sua versão particular de um soul, blues, gospel e R&B. A sua ascensão pode ser notada com o lançamento hoje do emocionante clipe de “River”, muito bem escrito, produzido e dirigido por Miles Jay. Coisa de gente grande. Mas o melhor mesmo não é a grande produção cinematográfica, mas sim o seu conteúdo, cheio de simbologias e significados, sobretudo para a comunidade negra dos Estados Unidos. O vídeo mostra retalhos do duro cotidiano dos negros através de vários personagens, especialmente a violência sofrida pelos negros. A influência dos episódios recentes de violência contra os negros pela polícia fica evidente na escolha do local para a gravação do vídeo, Baltmore (onde teve o assassinato de Freddie Gray pela polícia). Além disso, há outras referências ao motim, como as imagens do levante na televisão do quarto de motel em que Bridges está tocando. Também há o desespero, o sofrimento, a penúria e a luta diária para sobreviver. Mas, acima de tudo isso, ou melhor, para se sobrepor a tudo isso, o vídeo mostra amor, muito amor e fé, muita fé, sobretudo a que vem da belíssima voz de Bridges, que remete a décadas de tradição do soul e do gospel. Em declaração sobre o lançamento do clipe, Bridges explica um pouco sua relação com a fé: “O rio tem sido usado historicamente na música gospel como simbolismo de mudança e redenção. Eu queria escrever uma música sobre minha própria experiência espiritual. Ela foi escrita durante um período de verdadeira depressão na minha vida e eu lembro sentado na garagem tentando escrever uma música que refletisse essa luta. Eu quero que esse vídeo seja uma mensagem de luz. Eu acredito que isso tem o poder de mudar e curar aqueles que estão sofrendo. Eu me vi preso entre múltiplos empregos para sustentar a mim mesmo e minha mãe. Tinha pouca esperança de conseguir escapar dessa realidade. A única coisa a qual eu poderia me agarrar era minha fé em Deus e meu único caminho para o batismo era o caminho do rio”.

Bem, depois dessa só nos resta assistir mesmo. O vídeo foi lançado bem no primeiro dia do mês dedicado à história dos negros, o Black History Month. Confira o clipe de “River”, de Leon Bridges, abaixo:


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Melhores Álbuns de 2015 - Parte IV





10. Deerhunter - Fading Frontier




Em Fading Frontier, Bradford Cox tenta pacificar sua mente conflituosa e o resultado alcançado é maravilhoso. Diferente do intenso e frenético Monomania, Fading Frontier mostra uma banda mais certeira, acessível e com outro tipo de intensidade, como se pode ver na faixa “Carrion”. Com isso, Fading Frontier torna-se o melhor trabalho lançado por Deerhunter até o momento.





11. Adele – 25



Com o sucesso astronômico do último disco, 21, de 2011, já era bastante claro que quando Adele finalmente lançasse um trabalho novo, imediatamente iria bater todos os recordes da indústria fonográfica. Essa cantora britânica é um fenômeno e 25 só comprova esse mais uma vez, diante de uma indústria ainda em crise diante da adaptação às novas tecnologias. Entre baladas no piano e algumas mais agitadas que remete a Florence And The Machine, Adele faz uma das coisas mais difíceis para um artista que parece já ter alcançado o topo: manter-se nele. E se você acha que a música escolhida seria “Hello”, umas das músicas mais tocadas do ano, está muito enganado. “MillionYearsAgo” pode facilmente ser escolhida a música mais linda do ano.









1 Hopeful Rd é o disco de uma banda com um pé no passado e outra no futuro. É uma daquelas pouquíssimas bandas que tocam um som antigo, tradicional, e ainda assim soa novo e moderno. Mas o prato não está fincado apenas no rock clássico, no soul clássico ou no blues clássico, mas sim em uma mistura, cujo tempero agrada fãs de cada um dos estilos separadamente.








Pode-se dizer sem dúvidas que Father`s Day é um álbum de blues completo. Respeita e reverencia o passado com covers executadas excepcionalmente, seguidas de novas canções originais para manter a tradição viva. Ainda por cima, como um bônus, ainda deixa uma boa lição de vida. Como Earl falouna nota de lançamento do disco: “This album is made for my beautiful father, and we came to peace in the end. Don’t ever give up on your family and don’t quit until the miracle happens.”









É impressionante como, depois de dez anos estando separada, com suas integrantes experimentando novos caminhos e novos sons, uma banda volte em tão grande estilo como Sleater-Kinney voltou em No CitiesTo Love. Sem dúvida, é algo a celebrar. Não é todo mundo que consegue captar o zeitgeist do seu tempo e desenvolver suas manifestações culturais de uma forma tão crua, direta e ainda assim, tão natural, tão simples.





15. Alabama Shakes - Sound & Color




Depois de uma estréia avassaladora com Boys and Girls, de 2012, a expectativa era grande para saber qual seria a escolha da direção sonora da banda, se iam se aprofundar como representantes do Southern rock, pegando um pouco do blues e do soul, ou se a banda iria se aventurar mais para campos mais amplos. Brittany Howard e companhia escolheram correr o risco na segunda opção, decepcionando os mais tradicionalistas, como eu mesmo. Mas, depois de algumas ouvidas, Sound& Color torna-se, de fato, um álbum muito forte e cheio de ótimas composições. Valeu à pena correr o risco.









O veterano guitarrista de Nova Iorque lançou mais um ótimo disco de blues. Apaixonado pelo estilo desde os 13 anos quando ouviu Jimmy Reed, Earl Walker mantém um som do blues tradicional, direto e simples. Um blues puro e de primeiríssima qualidade. As dez faixas de seu sexto disco solo, Mustang Blues, são todas originais e o trabalho foi todo produzido pelo próprio Earl Walker, executadas por uma banda enxuta e muito à vontade, deixando espaço seguro para o talento de Walker na guitarra brilhar.John Earl Walker mostra que às vezes o que é preciso para fazer um bom álbum do blues é ter simplesmente... blues.





17. Leon Bridges - Coming Home



Leon Bridges foi uma das grandes surpresas do ano. Dono de uma voz espetacular, Bridges revive o melhor do que o passado pode oferecer, especialmente no campo do soul, inspirado por Sam Cook e Otis Redding.  Se há algum pecado, é ter se prendido muito ao passado. Mas, na verdade, para mim isso não é nenhum pecado. O clima “vintage” pode ser visto mesmo no clipe de “Better Man”, um dos destaques do disco.





18. Will Butler – Policy



Logo após um ano intenso com Arcade Fire, o líder da banda, Will Butler, estreia sua carreira solo com Policy, um disco singelo, simples, sem muita produção e refinamento, mas sem dúvida muito interessante. Relativamente curto, com apenas oito faixas, o álbum condensa um pouco de cada face do espírito criativo de Butler presente no trabalho principal de Arcade Fire. 





19. Siba - De Baile Solto




No último disco solo, o ótimo Avante, de 2012, Siba flertou bem mais com elementos da cultura pop do que os trabalhos anteriores, seja com o Mestre Ambrósio ou com a Fuloresta. De Baile Solto representa duas rupturas: a primeira é que ele retorna à música de raiz, ao Maracatu da Zona da Mata e também as letras se afastam um pouco do contador tradicional de histórias e surgem com um teor de crítica política bem mais intensa, como é o caso da ótima “Quem e Ninguém”.



br />
Parte I 50 a 40
Parte II 39 a 30
Parte III 29 a 20