segunda-feira, 30 de setembro de 2013

David Bowie anuncia versão de The Next Day com 3 discos


Calma, respire e prepare seu coração, até porque é exatamente isso que estou fazendo agora. Cada vez que reporto uma notícia sobre David Bowie, sempre falo: “se você achava que já era tudo, estava enganado”. Pois bem, se você achava que um súbito álbum inédito depois de quase dez anos, um documentário especial da BBC sobre cinco anos marcantes de sua carreira e a participação especial numa faixa no novo trabalho de Arcade Fire tinha esgotado todas as cartas que David Bowie tinha na manga, é com prazer que mais uma vez eu repito: tu – ele – nós – vós – eles – todos nos enganamos novamente.

David Bowie acaba de anunciar através de seu perfil oficial no facebook o lançamento de uma edição especial de The Next Day, com três discos. O primeiro é contém a tracklist original. O segundo disco contém várias faixas bônus, das quais quatro são totalmente inéditas, duas novas mixagens e as que já haviam sido bônus no primeiro lançamento de The Next Day. Essa nova versão de The Next Day está programada para sair em novembro. Confira a tracklist do disco extra:

01 Atomica
02 Love Is Lost (Hello Steve Reich Mix by James Murphy for The DFA)
03 Plan
04 The Informer
05 Like A Rocket Man
06 Born In A UFO
07 I’d Rather Be High (Venetian Mix)
08 I’ll Take You There
09 God Bless The Girl
10 So She


domingo, 29 de setembro de 2013

Assista ao especial Here Comes The Night Time, de Arcade Fire


Como já era esperado, saiu na net o especial de quase meia hora que Arcade Fire gravou para o Saturday Night Live, no qual apresentou mais três novas canções do tão esperado disco Reflektor. Dentre elas, os grandes destaques vão principalmente para “Here Comes The Night Time” e “Normal Person”, bem pesada e até agora sendo a que mais lembra o estilo anterior da banda. Confira o especial na íntegra, se quiser baixar as novas músicas, o perfil oficial de Arcade Fire postou um link com as mp3. Portanto aproveite enquanto pode:


Arcade Fire tocam "Reflektor" e "Afterlife", do novo álbum, no Saturday Night Live



Arcade Fire foi a atração musical no programa Saturday Night Live de ontem, que já iniciou a nova temporada com tudo, afinal, nesses dois meses antecedendo o lançamento do novo álbum Reflektor, todas as atenções estão voltadas para as novidades em torno do álbum. Pois bem, ontem a banda tocou duas músicas do novo trabalho, uma delas a já conhecida “Reflektor” e a outra até então inédita, chamada “Afterlife”. Também irá ao ar um especial de meia hora com uma apresentação de Arcade Fire, chamado Here Comes The Night Time, no qual se dará a estréia de mais três canções de Reflektor, “Here Comes The Night Time”, “We Exit” e “Normal Person”. Ficaremos de olho!


 
Arcade Fire - Afterlife [SNL] por eidurrasmussen


Arcade Fire - Reflektor [SNL] por eidurrasmussen

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Resenha de Mark Lanegan - Imitations


Não é raro ver por ai Mark Lanegan como um peregrino da música, afinal, a carreira dele é para poucos, tão espalhada e diversificada que chega a ser difícil defini-lo apenas por um estilo. Talvez por isso ele já tenha conquistado um lugar especial na cena alternativa. Em pouco mais de vinte anos, Lanegan já foi um ícone do rock alternativo do Screaming Trees para depois embarcar numa bem sucedida carreira solo, com alguns discos bem sólidos, como Whiskey for The Holy Ghost, de 1994, I’ll Take Care Of You, de 1999 e Bubblegum, de 2004. Entre esses, que podem ser considerados marcos de sua carreira solo, tem também parcerias muito interessantes com a cantora indie-folk Isobel Campbell, integrante da banda Belle & Sebastian, como Sunday at Devil Dirt, de 2008 e Hawk, de 2010. Também tem a emblemática colaboração que Lanegan deu para alguns álbuns do Queens Of The Stone Age, mais notadamente Songs for The Deaf, de 2002 e Lullabies to Paralyze de 2005. Essas são apenas algumas das facetas artísticas de Lanegan. 





Diante de tudo isso, é natural indagar de onde surgiram as inspirações para tantas peregrinações nômades. Bem, Imitations, novo disco de Lanegan, pode ser considerada uma resposta a essas indagações. Com doze faixas, nas quais Lanegan reinterpreta diversas músicas tradicionais e que o marcaram tanto na infância quanto nos anos recentes, de artistas que ainda estão na atividade. As músicas estão apresentadas num formato leve, bem no estilo acústico já conhecido de Lanegan. Alguns dos destaques vão certamente para as belíssimas versões de “You Only Live Twice”, de Nancy Sinatra, e “Pretty Colors”, do outro Sinatra, o Frank. Ainda dentre os artistas antigos, outra que chama bastante atenção é “Mack The Knife”, com um formato muito interessante, apenas com Lanegan e seu violão, dando seu tom melancólico na outrora toda orquestrada e dançante. O cantor Andy Willams é, sem dúvida, o mais homenageado, com versões de três de suas canções, “Solitaire”, “Lonely Street” e “Autumn Leaves”, destaque para esta última, que também trata de fechar o álbum. 




Já no tocante às músicas mais recentes, também vemos números bem interessantes, destacando-se principalmente “I’m Not The Loving Kind”, originalmente de John Cale e primeiro single do trabalho, com um som mais orquestrado e tradicional. “Brompton Oratory”, de Nick Cave, faz justiça à versão original e não tem pretensão de acrescentar mais nada. Ainda dá tempo para Lanegan dar uma canja no francês, na belíssima “Elégie Funèbre”, de Manset.

Imitations é, por fim, um tributo que Lanegan faz às suas inspirações, uma viagem direto para suas raízes musicais, tal como Sir Paul McCartney fez no ano passado, com Kisses On The Bottom. Ao final de Imitations, portanto, o ouvinte termina por entender um pouco mais desse espírito aventureiro e do quebra-cabeça que já caracteriza Mark Lanegan e seus trabalhos.


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Assista ao novo clipe de Mudhoney, "The Only Son of The Widow From Nain"



A comemoração dos 25 anos de carreira do Mudhoney tem sido bem especial, começando com o lançamento de um disco inédito, Vanishing Point, o nono da banda, e uma apresentação no topo do ícone de Seattle, o Space Needle. Para dar continuidade às festividades, a banda lançou um novo clipe, para a ótima faixa “The Only Son of the Widow From Nain”, do seu novo álbum. O clipe se passa dentre de um hospital e é loucura pura, através da ressurreição de um paciente e sua desesperada fuga dos monstros cheios de agulhas. Confira:



quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Resenha Manic Street Preachers - Rewind The Film


Envelhecer é um tabu para todo mundo e, na música, a regra não poderia ser diferente. É uma etapa natural do ciclo de vida de uma banda ou de um artista e alguns deles sabem lidar muito bem com isso, enquanto outros tentam de qualquer forma se prender às fórmulas que funcionaram no passado, mas que não se encaixam mais nessa nova disposição, às vezes tanto externa quanto interna. O caso mais recente que podemos identificar é o novo disco da grande banda galesa Manic Street Preachers, que chega ao seu décimo primeiro disco, Rewind The Film, claramente na meia idade. Mas engana-se quem acha que é uma crise da meia idade. No máximo, pode ser considerado como o descobrimento de uma nova identidade, a qual eles decidiram agora dedicar um espaço maior para ver no que dá.

Para entender totalmente essa relação com o envelhecimento, é necessário conhecer a carreira do Manic Street Preachers, conhecida pela energia, violência, geralmente com veia política,e vigor no som e nas letras com muita sagacidade. Rewind The Film quebra a norma em relação às primeiras características, mas, quanto às letras, continuam tão afiadas como nunca. Rewind The Film também conta com participações especiais em algumas faixas, como Richard Hawley, Lucy Rose, e, a melhor de todas, a cantora conterrânea do País de Gales, Cate Le Bon. Mas vamos voltar o filme de Rewind The FIlm até o começo. Sem trocadilhos.



A faixa inicial apresenta já uma colaboração, da jovem cantora Lucy Rose, que faz o backing vocal e um trecho do refrão. Logo de começo, James Dean Bradfield faz a forte declaração introdutória: “I don't want my children to grow up like me”, e começa mais uma crítica à nossa vida em sociedade, enquanto vai dedilhando no violão. Embora tenha algumas diferenças, Rewind The Film foi concebido como um álbum “acústico”, enquanto no mesmo período a banda compôs outro disco, ainda sem título nem data de lançamento, com o seu som tradicional. “Show Me The Wonder”, o já conhecido primeiro single do disco, apresenta o lado mais brilhante e positivo de Rewind The Film. A letra conta com uma  polêmica regional, enquanto gauleses: “we may write in English, but our truth lays in Wales”. A faixa que dá título ao album, “Rewind The Film”, também já é conhecida e conta com a participação de Richard Hawley, cantando uma parte da música. Mesmo tendo sido revelado o conteúdo restante do álbum, ela permanece sendo ainda uma das melhores, com seu emocionado clima nostálgico. Belíssimo. 

Sinos apresentam “Builder of Routines” e depois entra no refrão com a batida meio blues. A próxima participação é a da belíssima Cate Le Bon, que felizmente ficou com o papel principal em “4 Lonely Roads”, podendo soltar sua bela e delicada voz. Muito boa também a letra e o ritmo, com as rimas. “(I Miss the) Tokyo Skyline” é uma das que estão mais bem arranjadas, contando inclusive com violinos e tímidos efeitos eletrônicos. Já “Anthem For A Lost Cause”, que também é bem orquestrada e arranjada, inclusive de forma bem melhor que a anterior,é outra que parece focada no blues, sobretudo no refrão, que lembra um pouco “Postcards From A Young Man”. O piano toma conta da romântica “As Holy As The Soil (That Buries Your Skin)”, com a letra cheia de declarações máximas de amor. O título assustador de “3 Ways To See Despair”, mostra uma pessoa calejada e cansada que já passou pelas três formas de se ver o desespero, mas que é melhor se preparar para a queda, já que vem um quarto por ai, quase como uma oração. Aparece aqui um dos raros solos de guitarra. Em mais um daqueles versos de sangrar, Bradfield decreta: “I'm no longer the centre of the universe/ a bare admission that makes it seem worse”.  



O desespero e desilusão continuam em “Running Out of Fantasy”, dedilhada delicadamente no violão. A instrumental “Manorbier” encaminha o disco para o seu final, que chega com a ácida “30-Year War”, e suas influências eletrônicas, certamente uma das mais intensas em se tratando do conjunto de Rewind The Film, com Bradfield instigando sua audiência com o “i ask you again what is to be done?”.

Por fim, Rewind The Filme é realmente localizada na meia idade do Manic Street Preachers, que como a própria banda definiu em “Builder of Routines”: “in between acceptance and rage”. As duas facetas da banda. Em Rewind The Film eles resolveram aceitar esse lado mais sociável e adulto de suas composições, mesmo sem perder a revolta e a densidade na carga de suas letras, em detrimento do som mais cru e enérgico dos trabalhos anteriores, dos quais a banda é internacionalmente reconhecida. Pode não ser o melhor trabalho da banda, mas certamente há momentos aqui que fazem essa experiência ter valido muito a pena, além de abrir mais ainda um caminho sonoro para a banda.


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Reveja os destaques da segunda semana do Rock In Rio


O segundo fim de semana começou com o tão esperado dia do metal, na quinta feira, com a promessa de mais um grande show do Metallica, headline da noite, que retornava a um evento gigantesco apenas dois anos da última visita, para o mesmo Rock In Rio. Além do Metallica, outros nomes de peso compuseram a programação, tais como Sepultura e Alice In Chains. Entre eles figurava um nome desconhecido e que dava todas as pintas que era apenas mais uma banda de metal, uma tal de Ghost (ou Ghost B.C – nome utilizado nos Estados Unidos, devido a direitos autorais). No entanto, assim como o dia do metal da edição de 2011 o destaque para mim foi a surpresa da banda Coheed and Cambria, misturando alternativo e rock pesado, o grande destaque da atual edição também ficou por conta de uma surpresa.




No dia do metal, quem tomou para si o papel de realizar o que é proposto pelo estilo foi uma banda que não é puramente de metal. Ghost B.C.. apesar de todas as controvérsias, foi de longe a mais interessante da noite, dando o efeito que é sempre natural ao metal. A partir do momento que a banda começa a tocar, apresenta um som cheio de riffs, com uma voz delicada e melódica. Diante de um mercado artístico onde muitas vezes a personalidade vale mais do que a música, nenhum integrante da banda divulga seu nome verdadeiro e apenas o vocalista se apresenta com o pseudônimo de Papa Emeritus II, com o visual de um Santo Padre demoníaco. A questão vai além do fato de ser satânico ou não, mas sim levar a polêmica, levantar a discussão, questionar valores dominantes religiosos, uma representação artística de uma “realidade” oposta. Além de ser esteticamente muito corajoso e interessante a configuração que a banda coloca no palco. Sendo também divertidíssimo, principalmente imaginando a cara dos crentes que colocarem os olhos neles. Por sinal, quem quiser rir um pouco, procurem nos sites religiosos comentários referentes a esse show. Impagável. Não é uma banda que, da minha parte, ficarei acompanhando de perto, mas é, sem dúvida, uma banda interessante.





Quanto aos outros shows da noite, farei comentários curtos, até por que ambas as atrações já tocaram no Brasil há relativamente pouco tempo, o que tira um pouco a surpresa e a empolgação da coisa. Inclusive, esse é um dos grandes pecados do Rock In Rio. Inúmeras atrações não acrescentaram particularmente nada de novo, de diferente. Alice In Chains fez seu show tranquilamente, no qual, claro, os destaques ficaram com os hits de quando a banda ainda tinha a alma de Layne Staley. Serei logo radical dizendo que Alice In Chains deveria ter morrido com Layne. Mas, enfim, ainda dá para experimentar alguns bons momentos, sobretudo com a sequência final “Down In A Hole”, “Would?” e “Rooster”. E, por fim, Metallica retornou ao Rock In Rio com praticamente o mesmo show de 2011. A diferença é que na primeira ocasião o show foi eletrizante e conseguiu dominar o público do início ao fim. Dessa vez, sobretudo no início do show, parecia estar faltando algo, não em relação às músicas escolhidas, contando com “Master of Puppets” como a segunda faixa, mas o fato é que não conseguiu levantar o público da mesma forma que dois anos atrás.




Na sexta havia apenas uma atração que me chamou atenção e, infelizmente, foi exatamente ela que eu não consegui assistir. Atração que fechou o Palco Sunset, Ben Harper e Charlie Musselwhite teria o papel de fazer o deles o melhor show da noite levando o blues de altíssima qualidade ao Rock in Rio. Dois fatos contribuíram para que eu não conseguisse assistir: uns pirralhas estavam jogando futebol na frente de casa e conseguiram dar uma bolada exatamente em cima da antena da TV por assinatura. Resultado: sem sinal nenhum e totalmente refém da programação global. Ninguém merece. Estava contando que alguém gravasse o show pela transmissão da Multishow e postasse depois no youtube, mas, como eles fecharam o Palco Sunset e, durante o show, estava começando o primeiro show do Palco Mundo – pasmem – Frejat, interromperam a transmissão para cobrir integralmente a apresentação dele. Enfim, pelo setlist o show parece ter sido ótimo, pegando as grandes canções do disco que lançaram juntos esse ano, Get Up. E algumas da carreira de Charlie.




Mas a grande atração mesmo, não apenas do sábado, mas de toda a quinta edição do Rock In Rio era o norte-americano Bruce Springsteen, headline do sábado no Palco Mundo. Antes dele, John Mayer fez um show com domínio completo do público, na maioria feminino. De sua apresentação, sem dúvida um grande momento foi a faixa de encerramento, “Gravity”, com uma execução impecável e um solo incrível de guitarra. Mas, se a impressão é que esse foi um grande show, é porque o seguinte ainda não havia começado. E nem uma das melhores expectativas não seria o bastante para o que de fato foi o show, com quase três horas de duração, com Bruce parecendo um menino, correndo, gritando, pulando pra cima do público, chamando pessoas para o palco e botando uma criança para cantar. Incrível.



Foram vários momentos marcantes para apontar todos aqui, o ideal mesmo é ver e rever esse show que, sem dúvida, entrou no hall dos grandes shows do festival. Vou mais além e diria que foi o show mais marcante da história do Rock in Rio. A começar pela faixa de abertura, que já havia sido ensaiada no show em São Paulo três dias antes, com o cover do mito Raul Seixas, “Sociedade Alternativa”. A intensidade de Bruce era tamanha que na terceira música parecia que ele estava esgotado. Ledo engano. Em cada número aumentava em energia e intensidade. A banda E Street Band também é impecável, cada um dos seus integrantes, e é admirável como Bruce faz para que cada um tenha seu momento especial, colocando-se como apenas um integrante como todos os outros e não a estrela principal. Sem dúvida, a execução do clássico álbum Born In The USA, de 1984, foi uma surpresa muito agradável, principalmente porque as versões ao vivo são despidas de todos os vícios oitentistas na versão de estúdio. Depois de 25 músicas e terminando com a cover de Beatles “Twist And Shout”, para o delírio geral, e, tendo a Multishow dando como encerrada a transmissão de acordo com o setlist anunciado pela banda, Bruce volta sozinho para o palco e toca ainda “This Hard Land”. E termina de vez o show que, para mim, deu por encerrado o Rock In Rio. Abaixo segue o áudio do show, assim que estiver disponível o vídeo na íntegra eu colocarei aqui para vocês: (vídeo devidamente postado)


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Reveja os destaques da primeira semana do Rock in Rio 2013



Passado o primeiro fim de semana do maior e mais famoso festival de música brasileiro, o Rock In Rio, este ano na sua quinta edição, podemos começar a fazer o balanço do evento. Não irei aqui entrar no mérito qualitativo das atrações ou a identidade “rock”, que pressupõe o nome Rock In Rio, porque acho que essa discussão já se esgotou durante o fim de semana nas redes sociais. Não irei adotar uma postura nem de defensor, muito menos de inquisidor de um festival que, no decorrer dos anos, atingiu essa magnitude. No entanto, a minha opinião pessoal, com base nas minhas preferências musicais, é que o Lollapalooza, que entrou agora no mercado brasileiro e se os deuses da música assim quiserem, criará raízes por aqui, é um festival muito melhor e mais interessante do que o Rock In Rio. Mas enfim, indo além das Beyonce’s, Ivete’s Sangalo’s, Justin’s Timbarlakes’s, irei me deter aqui nos destaques do primeiro fim de semana do festival, que se resumem a algumas atrações do sábado.





A primeira delas, de certa forma, me pegou de surpresa, pois não esperava um show assim tão empolgante e marcante da banda The Offspring. Acho que como todo bom adolescente iniciando suas aventuras pelo rock no final dos anos 90 e início dos anos 2000, a fase Americana de Offspring marcou bastante, com hits gigantes, que fizeram com que fossemos buscar ainda mais atrás, nos álbuns Inaxy on The Hombre, de 1997 e Smash, de 1994, outras ótimas canções. Mas, depois da explosão, The Offspring ficou limitada a seu grupo de fãs e lançou ainda mais quatro discos. Por esse motivo, não estava esperando muita coisa do show e o assisti mais para matar a saudade desses anos em que ela era uma das maiores bandas punk em atividade. E, para minha surpresa, Dexter Holland e companhia fizeram um ótimo show, ao mesmo tempo nostálgico, tocando os grandes hits da época de ouro da banda, como “Staring At The Sun”, “Why Don’t You Get a Job?”, “Americana”, “Pretty Fly (For a White Guy)” e fechando com “Self Esteem”, e também algumas das mais recentes que soam também muito boas.





O segundo destaque ficou por conta do belíssimo show de Florence And The Machine, que mesmo com uma curta carreira, já consegue dar uma baita de uma apresentação. Unindo o lúdico, o épico e o clássico na figura da vocalista Florence, a banda apresenta suas músicas, com destaques especiais para “Cosmic Love”, “Between Two Lungs”, “Shake It Out” e o ápice de “Dog Days Are Over”. É impossível não relacionar a apresentação de Florence And The Machine com a atuação da cantora Florence no palco, desde seu figurino, um belíssimo vestido que chega quase ao divino, ao entre uma fada e uma deusa grega, que quando corre pelo palco com seus pés descalços, parece estar flutuando. Uma apresentação de primeira.

Mas a cereja do bolo foi de fato a banda britânica Muse. Desde o anúncio dos headliners do festival, Muse era a banda que eu mais queria assistir, junto com Bruce Springsteen, tendo sido um fã da banda desde o lançamento de Absolution, em 2003, acompanhando o seu crescimento até o nível atingido hoje, como uma das maiores e melhores bandas ao vivo da atualidade, principalmente tocando em grandes festivais da Europa, ou até mesmo lotando estádios como apresentação única. Por isso, também estava interessado em ver a receptividade do público brasileiro em relação a Muse, pois tinha minhas dúvidas se eles já possuíam uma base de fãs para ser o cabeça de um dia do Rock In Rio. E como eu estava enganado. O público reagiu incrivelmente, pulando e cantando em praticamente todas as músicas, inclusive, nas péssimas músicas do último disco da banda, como “Panic Station” e “Madness”, o que é, de fato, muito ruim, já que pode encorajá-los a continuar nesse ritmo. Mas, mesmo com esses deslizes e com um setlist repleto de hits, Muse fez “O” show do primeiro fim de semana de festival, bem como eu esperava. Um show que tenha músicas como “Hysteria”, “Plug In Baby” e seu eletrizante solo, “Stockholm Syndrome” e seu riff de um milhão de toneladas, completando com “Time Is Running Out” e “Starlight”, contando ainda com um público empolgado e interessado, não pode de forma alguma ser ruim. Músicas ainda com o conteúdo contestador e revoltado, como “Uprising” e “Knights Of Cydonia”, encaixa-ram-se perfeitamente com o momento político e social que o país vive agora. “time has come to make things right, you and i must fight for our lives, you and i must fight to survive”. Perfeito.


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Ouça "Sirens", música do novo single de Pearl Jam


Pearl Jam dá continuidade para o lançamento de seu novo disco, Lightning Bolt, que chegará às lojas em outubro, com o novo single, programado para quinta feira, "Sirens". Enquanto que a primeira amostra foi o punk vigoroso de "Mind Your Manners", "Sirens", por sua vez, mostra a faceta oposta da banda, através de uma belíssima balada de quase seis minutos de duração, com direito a piano e um solo incrível de Mike McCready e a voz de Eddie Vedder soando mais emotiva do que nunca. Confira nesse link. (a faixa ainda não está disponível no youtube, mas assim que estiver eu coloco aqui). 

UPDATE: Vídeo Clipe devidamente postado! Diferentemente de "Mind You Manners", o vídeo agora é basicamente a banda tocando ao vivo, dirigido por Danny Clinch, que já trabalhou com a banda dirigindo o DVD Immagine in Cornice. Interessante a troca de violão de Mike e Eddie. Mike fica com o violão de doze cordas até o momento do seu solo, depois Eddie pega o violão e vai até o final. 








terça-feira, 17 de setembro de 2013

Assista ao novo clipe de Paul McCartney, "New"




Sir Paul não se contenta em levar suas músicas e sua incrível carreira em forma de grandes shows pelo mundo afora. Como um artista super produtivo, Sir Paul passou até muito tempo sem lançar nenhum trabalho de inéditas (o último foi em 2007, com Memory Almost Full), já que Kisses On The Bottom foi basicamente um disco de covers, salvo duas canções autorais de Paul, uma delas de incrível sucesso, a belíssima “My Valentine”. De qualquer forma, já estava na hora de Macca dar continuidade ao seu legado em constante construção e é exatamente isso que ele irá fazer com o lançamento de New, marcado para 14 de outubro. Essa semana, Paul divulgou um clipe com a letra da música que dá título ao álbum com imagens das turnês recentes da banda. Confira:



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Assista ao novo vídeo de Deerhunter, "Back To The Middle"


O segundo semestre está em plena avalanche de grandes álbuns - e promessas de muito mais - , mas não significa que iremos esquecer os que passaram por aqui nos primeiros seis meses do ano. Deerhunter lançou o Monomania e agora acabam de divulgar um vídeo clipe para a música “Back to the Middle”, que conta com o ator Durassie Kiangangu travestido dublando e dançando no vídeo em preto e branco. Confira.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Resenha e Stream de Willis Earl Beal - Nobody Knows


Oficialmente, Willis Earl Beal tem apenas um ano de carreira, mas tem tanta coisa para se falar dele que parece uma figura antiga do mundo da música. Nesses pouco mais de doze meses, Beal acabou de lançar seu segundo álbum, isso sem contar com um EP com regravações de algumas das músicas do disco de estreia, o intrigante e ótimo Acousmatic Sorcery, que apresentou ao mundo essa figura totalmente estranha do submundo das ruas de Chicago. Essa produção toda é o reflexo de quando era ainda um artista de rua anônimo tentando viver de empregos esporádicos e de sua própria arte, cantando nas esquinas das ruas e/ou fazendo desenho dos transeuntes. Nessa época, ele conta que escreveu mais de 130 canções, algumas das quais fizeram parte do disco de estreia e outras que fazem parte do seu mais recente trabalho, Nobody Knows. O trabalho de Willis Earl Beal vai além da música, é também estético e, algumas vezes, filosófico. É uma arte que confronta diretamente a solidão, os sentimentos e o desespero diante da tomada de consciência do isolamento do próprio ser, embora pertencente a uma multidão, também isolada e desesperada em si mesma. É assim que o indivíduo se torna um “ninguém”. O mundo inteiro é um conjunto de “ninguéns” que coexistem em um determinado ambiente e compartilham uma ilusão de ser “alguém”. E é exatamente essa ilusão, essa ânsia de querer ser algo, que se é nada. É disso que se trata a música de Willis Earl Beal e talvez por isso seu caráter estranho, ruidoso, destoante e solitário, que aqui habita concomitante com a beleza, a vida e o amor, mesmo que de uma forma pouco convencional.


Falado da parte filosófica, no que se refere ao estilo musical, serve como complemento a este campo de fundo. Por isso não seria de todo errado considerar a obra de Willis Earl Beal, até o momento, como conceitual, sobretudo este segundo álbum, Nobody Knows. Mesmo assim, aqui Beal apresenta uma separação e mudança em relação a seu trabalho anterior. Em Acousmatic Sorcery, ao mesmo tempo que apresentava um trabalho super original e de qualidade, apontava também para uma precariedade intencional de recursos e produção. Foi uma escolha estética, mas que poderia ter dado ainda mais qualidade sonora ao trabalho, o que Beal conseguiu um pouco mais com o EP Principles of a Protagonist. Em Nobody Knows, Beal compreendeu que sua música poderia ser mais polida, sem perder sua qualidade única e original. E é isso que faz Nobody Knows um passo adiante do que o disco de estreia.


Tirando já pela faixa de abertura, “Wavering Lines”, você pode entender isso. Confesso que havia ficado preocupado quando vi na tracklist essa música, pois há no youtube uma belíssima versão, que conta com Beal, sem instrumento algum, apenas cantando-a com uma voz incrível e marcando o ritmo batendo palmas. Já a versão ao vivo na turnê de Acousmatic Sorcery, perdeu toda sua beleza, na minha opinião, com a máquina rodando uma batida e Beal cantando a letra em outra melodia, que antes era intocável. Mas, a partir do momento que apertei no play, ela é a realização de tudo o que eu pensava dela, ainda melhor. Na primeira parte, foram-se embora as palmas e é apenas a voz de Beal ainda mais limpa e bela que antes. Depois, ao invés de uma máquina rodando repetitivamente um som, aparece um órgão, que vai acompanhando a belíssima melodia da música. Não podia começar de forma melhor. Mas, calma. Ainda melhora, com o ponto máximo de Nobody Knows: “Coming Through”, que conta com a participação da musa Cat Power fazendo os backing vocals. Surpreendentemente, Beal surge com uma banda propriamente dita, fazendo um soul de arrepiar, conclamando e verdade e questionando os valores da sociedade pós-moderna. “and the truth will soon be coming through”. É o ponto máximo do lirismo poético de Beal, unindo-se com sua proposta filosófica por meio de versos fortes e inquietantes, tais como “Morality & virtue could easily hurt you” ou “Identify yourselves by stating your name, Validate your independence by being pawns in the game”.





O clima agora fica depressivo e contemplativo com a já conhecida “Everything Unwinds”. É daquelas que é para se ouvir de olhos fechados. Por isso o clipe é bem explícito: uma tela preta com os escritos: “Nothing occurred. Please Try. Learn more”. Em “Burning Bridges”, com pianos e uma bateria marcial, Beal canta com sua voz potente o isolamento ao “queimar as pontes para que nenhum homem vá para além do mar”. “Desintegrating” é como um oásis no deserto da tristeza. Embora ainda soando um pouco isolada e solitária, Beal aqui finalmente – e do seu próprio jeito - celebra a vida: “you are alive, alive, the greatest treasure on fire”. A estrutura da música também chama atenção, com partes cantadas fragmentadas por vozes, ritmos e estilos diferentes. Em “Too Dry To Cry” finalmente o blues sujo de Willis Earl Beal dá suas caras e, devo dizer, ainda melhor que “Take Me Away”, de Acousmatic Sorcery. Mais um momento sensacional.




A segunda parte do disco é onde Beal escolheu para soltar seus demônios mais à vontade, a começar com “What’s The Deal?”, inconstante e etérea, onde ele começa a gritar toda sua frustração, raiva e desesperança. Toda essa tensão é acompanhada por um órgão tipo de Igreja, dando uma atmosfera ainda mais nervosa. Ele também não tem mínima cerimônia em atestar: “open your eyes / you wear a disguise a disguise, / a disguise, a disguise a disguise / just drink your scotch / take you dumb ass to bed / pull your pearl neck / while listening to the clock tick / you don't know shit / and you never will”. Esse é Beal em toda sua perspicácia e crítica contra a sociedade pós-moderna.

“Ain’t Got No Love” volta a aparecer o blues, dessa vez furioso e descontrolado. A risada gutural e insana de “Angel Chorus” está de volta aqui. A voz de Beal vai crescendo em intensidade até explodir em gritos descontrolados e risadas histéricas. É a insanidade total. “White Noise”, é uma das 130 músicas que Beal tinha composto antes de lançar seus trabalhos e aqui ele está acompanhado somente por um violão. “Hole in The Roof” é mais uma ótima música, num blues mais rápido que os outros, acompanhado por uma banda completa, com um baixo vigoroso.




A agitação diminui com “Blue Escape”, uma bela balada ao piano. Essas faixas que já eram conhecidas antes, em uma demo que Beal gravou em 2011, como “Blue Escape”, “White Noise” e a própria “Wavering Lines”, mostra a grande capacidade que ele tem em recriar suas próprias músicas, fato evidente nas suas apresentações ao vivo, embora essas nem tanto para o lado positivo. “Nobody Knows” também é bem interessante, com os órgãos característicos e o estalo de dedos e uma bela melodia. E para terminar em grande estilo, “The Flow”, realmente com um fluxo bem natural e interessante. No final, a mensagem, por incrível que pareça, é otimista como ainda não havia aparecido até o momento: “just go with the flow”.

Nobody Knows é, finalmente, um trunfo para Willis Earl Beal, que conseguiu perceber as fragilidades do seu som, intencionais ou não, e melhorá-lo para um formato mais acessível, porém, não menos interessante. Enquanto que Acosumatic Sorcery obteve resenhas misturadas, Nobody Knows a crítica está bem mais unânime quanto a sua genialidade. A cada novo passo, Willis Earl Beal se encaminha para ser – se ainda não for – um dos nomes mais originais da música.



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Assista aos dois vídeos de "Reflektor", de Arcade Fire


A característica inovadora da música de Arcade Fire não é novidade para ninguém. No entanto, para eles isso não é o bastante. Eles querem ir além e estão conseguindo até mesmo mais de um mês antes do lançamento propriamente dito do novo álbum, Reflektor. Como? Através de um inovador e ambicioso projeto de marketing, onde cada nova etapa da fase pré-lançamento é envolta em mistério e ansiedade. Tudo começou desde o anúncio nada convencional, através de uma resposta aleatória a um tweet de um fã, que simplesmente tinha enviado para o twitter da banda: “you are my favorite”. Posteriormente, a banda, anonimamente, começou uma campanha de marketing nas ruas das principais cidades do mundo, com outdoors e pinturas com a palavra “Reflektor”, junto com uma conta nova no instagram. As pessoas acabaram por relacionar a campanha a um possível nome do novo disco do Arcade Fire. Após quase um mês de falatório e suspense, a banda confirmou o nome.

Se você está acompanhando as últimas notícias, sabe que a história não para por ai. Por intermédio da mesma conta no instagram, eles anunciaram grandes novidades para o dia 9 de setembro, isto é, hoje. Mas, ontem, do nada, começou a especulação de que David Bowie estaria participando deste novo single, chamado “Reflektor”. Não demorou muito para haver um vazamento, afinal, não são todos que são mestres na área do mistério como o próprio Bowie. Com o vazamento, a confirmação: David Bowie está lá. Só faltava uma confirmação oficial. 

Com tudo já esclarecido, supúnhamos que a grande surpresa para o dia 9 havia sido antecipada e, hoje, no máximo, viria apenas a confirmação de tudo e algum clipe comum. Mais uma vez, Arcade Fire foi mais além. Lançou não apenas um, mas dois vídeos clipes, um deles, interativo. O vídeo clipe tradicional foi dirigido por Anton Corbijn, e aparece a banda usando cabeças gigantes, que já havia aparecido no clipe de “Sprawl II”, talvez para simbolizar a semelhança sonora com a música. O segundo, com uma experiência interativa sensacional, foi dirigido por Vicent Morisset, colaborador de longa data da banda. Enfim, basta de falatório e vamos para os vídeos. O interativo pode ser visto neste site. O clipe normal você abaixo:


domingo, 8 de setembro de 2013

Ouça a nova música de Arcade Fire, "Reflektor", com participação de David Bowie


Ontem saiu o rumor de que David Bowie tinha contribuído em uma faixa no novo disco do Arcade Fire, Reflektor, produzido por James Murphy, ex-LCD Soundsystem, sugerindo que seria ela a surpresa prometida pela banda para o dia 9 de setembro. Como é só quando o próprio David Bowie está em cargo de manter segredos, a música vazou hoje, um dia antes do previsto. A faixa que dá título ao álbum, “Reflektor”, tem quase oito minutos e a sonoridade pode causar surpresa para alguns fãs da banda, com elementos do disco e eletrônico tão comuns em LCD Soundsystem. Em alguns casos, o produtor não coloca muito de si mesmo no som da banda que está produzindo, mas, de acordo com os depoimentos das partes integrantes do processo, o clima de contribuição mútua era comum, então nada mais natural que em algumas faixas pudesse sobressair um pouco o som característico de James Murphy. Mas engana-se quem acha que esse estilo é totalmente novo para Arcade Fire. “Reflektor” é como se fosse uma sequência de “Sprawl II”, porém, prestigiando mais esses novos elementos. A banda fez um show secreto no dia 4 para poucos fãs, que descreveram como “um pouco orientado para o dance, devido aos ritmos upbeat e baterias de conga e arranjos eletrônicos, junto com sua sonoridade mais pop. Embora as letras das músicas tenham os mesmos temas do que os últimos lançamentos. Eles trocaram o som mais sombrio de orquestra para algo mais contemporâneo.” Bem, vamos aguardar mais um pouco. Amanhã provavelmente sai o clipe para a música. Para quem ainda está se perguntando se essa é realmente a colaboração com David Bowie, sim, é. Do meio pro final, dá para notar alguns backing vocals do mestre Bowie. Eu, particularmente, esperava uma participação mais efetiva. Mas, quem sabe não rola uma participação especial ao vivo? 



sábado, 7 de setembro de 2013

David Bowie e mais uma parceria com Arcade Fire em Reflektor



Uau! Para quem achava que o perfeito ano de 2013 para os fãs de David Bowie havia decretado seu fim, depois que o ciclo do lançamento de Next Day acabou e tendo sido confirmado os rumores de que não haveria turnês, entrevistas, nem shows promocionais, estava bem enganado. Bowie já provou inúmeras vezes que é inútil tentar prever seus próximos passos. Afinal, ele é conhecido exatamente por isso. Eis que ele surpreende a todos novamente. David Bowie trabalhou com Arcade Fire em uma faixa, que supostamente estará no novo álbum deles, Reflektor, e está pronto para lançá-la. David Bowie é um fã antigo e declarado, tendo já dito várias vezes frases entusiastas sobre a banda, além de ter tocado junto com Arcade Fire no Fashion Rocks, em 2005, as músicas “Wake Up”, do Arcade Fire e “Five Years” e “Life On Mars", de David Bowie. Será essa a novidade prometida para segunda feira, dia 9? A conferir!



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Resenha de Arctic Monkeys - AM



A imagem de garotões da banda britânica Arctic Monkeys, que explodiu do nada no meio da década passada sempre pareceu indestrutível. Mas, a cada lançamento deles essa assertiva parece cada vez mais passível de erro. Principalmente desde que iniciou o processo de colaboração entre Alex Turner, do Arctic Monkeys, e Josh Homme, do Queens of The Stone Age, em 2009, no álbum Humbug. A influência foi recíproca, alterando a sonoridade tanto de uma banda quanto da outra, para o bem ou para o mal. E parece realmente que Josh Homme tem um toque especial por onde passa, um indicativo é que foi a partir da colaboração com ele que Dave Ghrol e Foo Fighters conseguiram retomar o sucesso na carreira com Wasting Light. Arctic Monkeys já havia dado mais um passo rumo à liberdade artística em 2011, com Suck it And See, mas só mesmo com o quinto álbum é que se pode considerar aquela imagem inicial ultrapassada para uma banda totalmente nova, ousada, e, por que não dizê-lo, genial. E para alcançar a genialidade é preciso primeiramente ter coragem, estilo e, claro, o gênio. E Alex Turner e companhia alcançaram tudo isso com AM, fazendo dele certamente o disco mais interessante lançado pela banda. AM ainda tem a participação de, claro, o mentor, Josh Homme.





O álbum começa com a já conhecida “Do I Wanna Know” e desde cedo apresenta o clima sexy presente no decorrer de todo o álbum, principalmente com os primeiros versos: “Have you got colour in your cheeks? Do you ever get that fear that you can't shift the type that sticks around like something in your teeth?” A segunda faixa também já era conhecida do público, “R U Mine?”, que apareceu ainda antes de o disco ser anunciado. Esteve presente inclusive nos jogos Olímpicos de Londres, de 2012. É a mais rápida e pesada do álbum, unindo os dois Monkeys, o pré-Josh e o pós-Josh e seu stoner rock. A partir daí começa a polêmica entre os fãs antigos e novos. “One For The Road” resume essa nova fase, tanto estilística, quanto estética. O refrão, principalmente, parecendo uma banda de hip-hop ou, na melhor das opções, R&B (não sei como não tem um “feat. J-‘alguma coisa’”). Mesmo que o estilo possa ser questionável em alguns momentos de AM, o fato é que melodicamente Alex Turner está no seu auge. E as canções irão exigir presença de palco, talvez percebendo isso ele já avisou que deixou de tocar guitarra no palco para se dedicar mais a apresentação. Um showman.





“Arabella” é outra bem pesada, reafirmando o stoner rock, com riffs muito poderosos tipo Black Sabbath. Conta ainda com um belo solo, bem sujo (belo e sujo, dicotomia perfeita) no final para terminar de destruir tudo. Na letra, Turner se inspirou nas viagens surreais de John Lennon. A associação de “I Want It All” com o glam-rock e, sobretudo, com “The Jean Genie” é inevitável. Mais uma canção muito boa e mais uma letra cheia de referências a bebidas e drogas. Também a Rolling Stones e a música “2000 Light Years From Home”, de Their Satanic Majesties Request, de 1967. “Since I drank miniature whiskey and we shared your coke ain't it just like you to kiss me and then hit the road leave me listening to The Stones 2000 Light Years From Home”. 


“No 1 Party Anthem” é uma balada contemplativa e solitária, ressacada e, ao mesmo tempo, convidativa para mais uma noite de drogas, sexo e rock’n roll. “Mad Sounds” continua na linha lenta e que resume o disco, já que tudo se trata de “mad sounds in your ears, they make you get up and dance they make you get up”. É uma das poucas que não se destaca tanto quanto as outras. “Fireside” é bem anos 80, cheia de sintetizadores e batidas eletrônicas, mas com a qualidade de Mark Lanegan quando se aventurou por esse estilo em Blues Funeral, de 2011, o resultado é positivo.




“Why’d You Only Call Me When You’re High” é a pura lisergia unida à libido, como figura no vídeo clipe, enquanto Alex Turner sai doidão em aventura pela rua a fim de uma rapidinha. “Snap Out Of It”, tem um ritmo que lembra um pouco do blues com orquestras, lembrando também em alguns momentos Queens of The Stone Age. Toda essa influência está materializada na participação de Josh Homme, retribuindo o favor de Alex Turner ter participado de ...Like Clockwork, em “Knee Socks”, no momento em que as backing vocals estão como no meio de uma música de Destiny’s Child. AM termina com a submissão completa em “I Wanna be Yours”, com Turner, talvez cansado de aprontar nas noites da vida, fala como se fosse um pedido de desculpa: “You call the shots babe I just wanna be yours”.


AM pode dividir opiniões entre aqueles que foi um fracasso e a morte de uma banda enérgica do rock’n roll, e outros irão celebrá-los como uma obra de uma banda que livrou-se de um rótulo para entrar no território indefinido, onde está com segurança e à vontade de arriscar o que for. Condição que poucos tem no mundo da música, que vive de rótulos. Eu estou com o segundo grupo.


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ouça o quarto single de Disco, novo disco de Arnaldo Antunes


Um novo mês começando e como é de regra nesses últimos quatro meses, setembro inicia com mais uma dose do novo disco de Arnaldo Antunes. O primeiro foi "Muito Muito Pouco", o segundo "Dizem (Quem me Dera), o terceiro foi "Ela é Tarja Preta" e o quarto single de Disco chama-se “Vá Trabalhar” e é o último a sair, já que em outubro o trabalho será lançado na íntegra.