Franz Ferdinand irá quebrar o silêncio de quatro anos sem lançar um álbum inédito no dia 26 de agosto, com o disco intitulado Right Thoughts, Right Words, Right Action. O último trabalho da banda havia sido Tonight, de 2009. Hoje, eles lançaram um single duplo com duas músicas novas que estarão presentes em Right Thoughts, Right Words, Right Action, que foi produzido por Joe Goddard e Alexis Taylor, do Hot Chips e mixado por Dave Fridmann. Confira abaixo “Love Illumination” e “Right Action”, junto com a tracklist do novo disco:
Right Thoughts, Right Words, Right Action:
01 Right Action
02 Evil Eye
03 Love Illumination
04 Stand on the Horizon
05 Fresh Strawberries
06 Bullet
07 Treason! Animals.
08 The Universe Expanded
09 Brief Encounters
10 Goodbye Lovers & Friends
Willis Earl Beal foi uma figura excêntrica no mundo da música em 2012. Artista de rua, Beal mostrou-se para o grande público com o lançamento de seu álbum de estréia, Acousmatic Sorcery, que apresentou uma amálgama raramente vista, resultante de sua experiência de artista errante. Mas quem achou que iria dar um tempo antes de aparecer com algo novo, após uma longa e bem sucedida turnê, Beal anunciou hoje que já tem um novo disco preparado e deu detalhes sobre ele, inclusive sobre capa, título, tracklist e data de lançamento.
O novo trabalho será chamado de Nobody Knows.. e teve a data de lançamento fixada para o dia 10 de setembro. Mas as notícias excitantes não param por ai. Segundo uma nota para a imprensa, Beal disse que Nobody Knows. é uma tentativa de capturar o seu som ao vivo, “enraizado em tudo, do blues orquestra até R&B ambiente e gentis canções de ninar de pura cacofonia”.
O próprio Willis Earl Beal produziu o disco sob o nome de “Nobody”, conceito que influencia, segundo o próprio Beal, o clima do álbum. O conceito central é exatamente esse: “eu sou nada”. Na nota de imprensa, ele atesta: “eu quero ser uma sombra, não o homem a projetando. Esse é quem ‘Nobody’ é”.
Enquanto que Acousmatic Sorcery era Beal sozinho gravando-se, dessa vez ele é acompanhado pela banda que viajou com ele na turnê europeia. E outra: a tracklist aponta para uma colaboração bastante interessante. A segunda faixa, “Coming Through” conta com a participação de Chan Marshall, mais conhecida como a belíssima Cat Power.
Algumas músicas do disco já são conhecidas, embora, com certeza, aparecerão aqui com uma nova roupagem, tais como "Wavering Lines", "White Noise", e "Blue Escape" Segue abaixo a tracklist completa, junto com a primeira amostra de Nobody Knows., a bela “Everything Unwinds.”:
Nobody knows.: 01 Wavering Lines 02 Coming Through [ft. Chan Marshall] 03 Everything unwinds. 04 Burning Bridges 05 Disintegrating 06 Too Dry Too Cry 07 What's the deal? 08 Ain't Got No Love 09 White Noise 10 Hole in the Roof 11 Blue Escape 12 Nobody knows. 13 The Flow
Arctic Monkeys está trabalhando
no álbum sucessor de Suck it And See, de 2011. As informações ainda estão
obscuras; normalmente os artistas dizem o nome do trabalho, divulgam a data de
lançamento, tracklist e capa, para depois, quando está chegando mais próximo da
data marcada, soltarem uma faixa inédita do disco. Arctic Monkeys está
percorrendo o caminho contrário. Essa semana, a banda divulgou um clipe oficial
do single “Do I Wanna Know?”, juntamente com a capa. O novo álbum, ainda sem
nome, está suposto a sair ainda esse ano. Ficaremos atentos para maiores
informações. Enquanto isso, curtam a ótima música “Do I Wanna Know?”
O Brasil está vivendo um momento
verdadeiramente histórico, transbordado de emoção e vontade de transformação.
Estamos à beira de uma marcha geral no dia 20 de junho pelo país inteiro,
fazendo nossa voz ser ouvida. Chamem-na do que quiser, Revolta dos Vinte
Centavos, Revolta do Vinagre, Primavera Brasileira, que seja, desde que seja um
movimento genuinamente popular e que demonstre e cobre satisfações diante de
tanta vergonha da política brasileira. Assim sendo, para entrar no clima dos
manifestos, ai vai uma lista para Trilha Sonora para os Protestos do dia 20 de
junho de 2013, até porque no subtítulo do blog está bem claro: “tudo sobre esse
filho bastardo, revoltado e subversivo”.
Uma faixa que se tornou bem atual
nesses movimentos, no sentido de usar a violência ou não, ditada pelo grande
John Lennon, um dos maiores pregadores da democracia, da paz e da ânsia por
transformação:
"Beatles –
Revolution"
“You say
you want a revolution Well, you know We all want to change the world You tell me
that it's evolution Well, you know We all want to change the world
But when
you talk about destruction
Don't you know you can count me out”
Continuando com a voz de John Lennon, aparecem mais duas
músicas clássicas sobre a luta do povo:
"John Lennon
– Power To The People"
“Say you
want a revolution We better
get on right away Well you
get on your feet And out on
the street”
"John Lennon
– Bring on the Lucie (Freeda People)"
“We don't
care what flag you're waving We don't even want to know your name We don't care where you're from or where
you're going All we know is that you came You're making all our desicions We have just one request of you That while you're thinking things over Here's something you just better do Free the
people now
Do it do it do it now”
A última de John Lennon agora, que caracteriza toda nossa
revolta em relação à política brasileira:
"John Lennon
– Gimme Some Truth"
“I'm sick
and tired of hearing things From uptight, short-sighted, narrow-minded
hypocrites All I want is the truth Just gimme some truth I've had enough of reading things By neurotic, psychotic, pig-headed politicians All I want is the truth Just gimme some truth”
Também não podia faltar uma dose de Pearl Jam, com toda a fúria
de Eddie Vedder em prol da revolta, em homenagem a todos os cartazes e bandeiras que vemos nas ruas e que denuncia sua queixa:
"Pearl Jam - Grievance" “i pledge
my grievance to the flag cause you don't give blood then take it back
again oh we're all deserving something more progress, taste it, invest-it-all champagne breakfast for everyone”
A penúltima faixa é uma celebração de que os tempos
realmente parecem estar mudando! Então, um pouco de Bob Dylan!
"Bob
Dylan- Times They Are A’Changing"
“For the
loser now Will be
later to win For the
times they, they are a-changin' Come
senators, Congressmen Please heed
the call Don't block
at the doorway Don't block
up the hall
For he that
gets hurt Will be he
who has stalled There's a
battle outside And it's
ragin'
It'll soon
shake your windows And rattle
your walls For the
times they are a-changin'”
E a última é um grande aviso para as nossas autoridades e
lideranças políticas: NÓS NÃO SEREMOS ENGANADOS NOVAMENTE!
"The Who –
We Won’t Get Fooled Again"
“I'll tip
my hat to the new constitution Take a bow for the new revolution Smile and grin at the change all around me Pick up my guitar and play Just like yesterday And I'll get on my knees and pray We don't get fooled again No, no!”
PS: Eu sei que o movimento é genuinamente popular brasileiro
e que deveriam ser músicas nacionais, mas, como já devem ter percebido, o foco
do blog é mais a música do rock, principalmente internacional. Então, achei bem
interessante fazer essa universalização entre o momento atual brasileiro com as
narrativas sobre o assunto na cultura ocidental do rock. Mas, na verdade, o que
importa é que todos saiamos às ruas!
Essa semana foi o lançamento de
13, novo álbum de Black Sabbath com três dos quatro membros da formação
original, Tony Iommi, Ozzy Osbourne e Geezer Butler, depois de trinta e cinco
anos. Como se não fosse o bastante para chamar atenção, a banda também está
investindo forte na promoção do álbum. Antes do lançamento, em Maio, eles
fizeram uma apresentação especial para o episódio final da temporada de CSI, da
qual foi ao ar apenas uma parte da música “The End Of The Beginning”. Ontem, a
banda divulgou o vídeo completo da música, tocando para um pequeno público que,
ao invés de cabeludos vestidos de preto, era formada pelo elenco e equipe de CSI, todos
vestidos para um evento de gala.
Sobre o desempenho nas paradas,
segundo a estimativa, já que a semana ainda está correndo, o álbum 13 irá
estrear no primeiro lugar na próxima Billboard 200, com estimadas 120 mil
cópias vendidas. Impressionante.
Arcade Fire está certamente no hall das maiores bandas de rock do século XXI, posição conquistada por uma carreira de dez anos e três álbuns clássicos impecáveis, além de uma vibrante, criativa e empolgante apresentação ao vivo. Se fosse possível apontar um ponto negativo na banda, egoisticamente, a primeira coisa que viria à mente facilmente seria a demora entre um novo trabalho e outro, até agora, sempre mantendo uma média de três anos de intervalo. Claro, talvez exatamente por isso os produtos finais sejam tão geniais, fruto de um longo processo criativo. Mas, como fã, é impossível não ficar ansioso e um pouco desapontado com a demora, que, inclusive, e graças aos Deuses do Rock, está próxima de acabar.
No final do ano passado, o empresário da banda anunciou que Arcade Fire estava de volta aos estúdios, dessa vez acompanhada por James Murphy, fundador do LCD Soundsystem. Nessa ocasião, Scott Rodger deu um insight do que estava rolando: “eles estão lá com James Murphy em três músicas aproximadamente, mais Markus Dravs, que é um colaborador de longa data. Eles escrevem muitas músicas, esse é um problema bom para se ter. Há mais ou menos trinta e cinco músicas com Arcade Fire, valem dois álbuns, com certeza”.
Nesse ínterim, nasceu o primeiro filho do casal Win Butler e Regine Chassagne, no dia 21 de abril, o que pode ter atrasado um pouco as gravações. O fato é que James Murphy veio a público, em entrevista para a NME, para dar uma atualização sobre o processo no estúdio, revelando ainda o seu papel nas sessões. Empolgado, Murphy afirma categoricamente que o álbum “será fantástico”. Em se tratando de Arcade Fire, dificilmente seria diferente. Ele ainda disse que está mais ou menos no meio do processo, para dizer exatamente como ele será. Apenas sabe que será fantástico. Sobre o seu papel, Murphy disse: “Eles são tão bons que poderiam produzirem a si mesmos, então meu papel na banda depende da música. Às vezes eu dou algumas sugestões e toco algum instrumento, outras vezes apenas ajudo nos arranjos. Nós nos sentimos parte de nossas próprias bandas, porque nós viajamos em turnê juntos ao longo dos anos”.
Enquanto isso, Win Butler subiu no palco do show dos Rolling Stones e tocou a música “The Last Time”.
Já que segundo Murphy, eles se encontram na metade da gravação, provavelmente será quebrada a tradição de um álbum a cada três anos. Mas uma coisa é certa: em breve teremos mais um grande álbum de Arcade Fire. E é o suficiente.
Fiquem com o vídeo da faixa título do último álbum da banda, “The Suburbs”, de 2010:
É impossível não associar o blues ao passado. Embora o auge desse estilo esteja no passado, ainda há hoje em dia ótimos expoentes que nunca deixarão a mágica e a tradição do blues morrerem, tais como Gary Clark Jr, Seasick Steve, Jack White, dentre inúmeros outros. Além dessa safra de novos artistas, ainda temos a oportunidade de aproveitar novos trabalhos de artistas consagrados, que foram testemunha e desempenharam papéis importantes nesse passado glorioso do blues. É o caso do grande gaitista James Cotton, um dos maiores de todos os tempos. O seu interesse pela música despertou pela primeira vez quando ouviu Sonny Boy Williamson, o pai e inspirador de praticamente todos os gaitistas. Depois de ouvi-lo, Cotton deixou sua casa e, juntamente com seu tio, saiu a procura de Williamson. Acabou encontrando-o e virando aprendiz do mestre Sonny Boy. Após alguns anos, depois que Sonny Boy foi morar fora com sua esposa, Cotton acabou herdando a banda de seu mestre, mas acabou não dando muito certo, pois, segundo depoimento do próprio Cotton: “ele simplesmente me deu a banda, mas eu não pude mantê-la junta, porque eu era muito jovem e louco naqueles dias e todos na banda eram crescidos e muito mais velhos que eu”. Posteriormente, Cotton substituiu Little Walker e Junior Wells na banda de Muddy Waters, no final da década de 50 (foi James Cotton soprando a gaita na eterna gravação Live At Newport Jazz Festival, de 1960). E foi durante esses anos que ele foi aprimorando sua técnica para dar uma guinada na sua carreira e se tornar, ele próprio, um dos grandes mestres do instrumento. De sua carreira solo, podemos tirar alguns grandes álbuns, como 100% Cotton, de 1974, High Compression, de 1984 e Harp Attack, de 1990, além do incrível álbum de colaboração Superharps, contando com os quatro maiores gaitistas da atualidade (o próprio James Cotton, Billy Branch, Charlie Musselwhite e Sugar Ray). Em 2013, ele reúne suas forças restantes e lança mais um belo registro de blues da melhor qualidade, o álbum Cotton Mouth Man.
No auge dos seus 78 anos, James Cotton teve sérios problemas nas cordas vocais e praticamente não pode cantar, já que deixou sua voz praticamente incompreensível. Mas esse fato não chega nem perto de ser um problema em Cotton Mouth Man. Enquanto a impossibilidade de cantar faz Cotton concentrar todo seu fôlego e seu figor na gaita, ele passou o vocal na maior parte das músicas para Darrell Nulisch, que faz um ótimo trabalho. Outros nomes dos vocalistas são Gregg Allman, Keb Mo, Warren Haynes, Ruthie Foster, Delbert McClinton. O próprio James Cotton ainda consegue cantar a última música do álbum, “Bonnie Blue”.
“Cotton Mouth Man” inicia o disco de mesmo nome já ditando o ritmo que será acompanhado pela próxima hora, agitada e bem empolgante, com, claro, altos solos de gaita e riffs bem interessantes de guitarra. O disco foi produzido por Tom Hambridge, em Nashville, que compôs doze das treze músicas presentes no álbum, várias com Cotton. Esse fato ajudou a aproveitar melhor as qualidades da banda e do próprio Cotton. A velocidade continua alta com “Midnight Train”, no exato ritmo de locomotiva, cantada pelo convidado Gregg Allman, líder da Allman Brothers Band. “Mississippi Mud” é o primeiro grande ponto alto do disco. O vocalista Keb Mo é que lidera essa, com um vocal pra baixo, acompanhado pelo delicado e divino piano de Chuck Leavell e a gaita de Cotton, cujo solo é maravilho, num ótimo Country Blues. “He Was There” tem aquele gingado clássico na gaita do blues, tipo “Mannish Boy”, de Muddy Waters.
“Something For Me” é bem forte e enérgica, com o vocal inicialmente estranhamente distorcido. Warren Haynes é quem canta essa e acrescenta esse tom cru e violento, enquanto que Ruthie Foster contribui com o melhor vocal de todo o álbum, na bela e incrível “Wrapped Around My Heart”, no meio estilo Etta James. O conjunto completo, tanto a voz de Foster, os delicados solos de guitarra e a gaita sempre presente de Cotton, fazem dela a melhor faixa do disco. O ritmo e a intensidade do álbum continua intacta com os números seguintes, especialmente no puro blues de “Hard Sometimes”, a dançante “Young Bold Women” e “Blues Is Good For You”. Para fechar o álbum, Cotton guardou a única faixa que ele próprio canta, “Bonnie Blues”, um Delta Blues, só com o violão e a gaita e a sua voz áspera e desgastada. A letra autobiográfica fazendo referência a suas experiências com Sonny Boy e Muddy Waters, emocionante.
Com a voz completamente acabada e pela carreira e legado que tem nas costas, James Cotton não tinha obrigação nenhuma de provar nada. Mesmo assim, aos 78 anos, esse grande gaitista prova que ainda tem muito a oferecer, tocando não só com a boca, mas com o coração.
Vampire Weekend continua desfrutando o sucesso de mais um álbum, Modern Vampires of The City. A banda foi convidada para o programa especial American Express Unstaged e tocou ao vivo no Roseland Ballroom, em Nova Iorque, no dia 28 de abril. O show foi transmitido ao vivo para a internet e dirigido por Steve Buscemi. O filme começa com uma brincadeira, na qual o ator e diretor Steve Buscemi está descansando tranquilamente com o seu pai, enquanto chega a banda perguntando da transmissão, já que o show vai começar agora. Enquanto Steve se apressa para começar, a banda sobe ao palco e começa a tocar. O repertório visita os três trabalhos de Vampire Weekend, com uma apresentação diferente do formato atual de banda de rock. Interessante perceber como eles utilizam pouco a guitarra, e preenchem mais os espaços com arranjos diversificados. Mas mesmo assim, algumas ausências se fizeram sentidas, como “Mansard Roof”, do disco de estréia, e “Don’t Lie”, “Hannah Hunt” e algumas outras do novo Modern Vampires of The City. Mesmo assim, um baita show. Destaque especialmente para “Cousins”, “Step”, “Horchata”, “Ya Hey”, “Diane Young” e “Walcott”.
Confira:
Cousins White Sky Cape Cod Kwassa Kwassa I Stand Corrected Step Diane Young Holiday Unbelievers Horchata Everlasting Arms A-Punk Ya Hey Campus Oxford Comma Giving Up the Gun
Encore: Obvious Bicycle
(Premiere: First time ever) Diplomat's Son One (Blake's Got a New Face) Walcott
Foram cinco anos de espera para o lançamento do novo trabalho de Queens of The Stone Age; nove para o de David Bowie, só para citar dois importantes – e ótimos – exemplos dos discos de retorno desse ano. Mas a espera de nenhum deles se compara à de trinta e cinco anos para o novo álbum chamado 13, de Black Sabbath com Ozzy. A formação clássica da banda gerou um novo estilo musical, o heavy metal, que veio acompanhado com eternos clássicos, com obras tais como Black Sabbath e Paranoid, de 1970, Master Of Reality, de 1971, Volume 4, de 1972, Sabbath Bloody Sabbath, de 1973 e Sabotage, de 1975. Fora esses, ainda teve tempo para mais um, Never Say Die!, de 1978, já com sérios problemas de relacionamento entre a banda e Ozzy Osbourne, que levariam à futura separação. Mas foram aqueles seis primeiros trabalhos que definiram Black Sabbath como uma das maiores bandas da história. Depois da separação, Tony Iommi continuou a carreira com o nome Black Sabbath, utilizando-se de vários vocalistas conhecidos no meio do heavy metal, mas sem nenhum ou com pouquíssimo sucesso. Já Ozzy, como artista solo, no maior estilo de metaleiro satânico, protagonizou os famosos excessos pelos quais é sempre reconhecido, colecionando ainda alguns sucessos, mas claramente muito aquém dos primeiros anos de Black Sabbath (não sou metaleiro, portanto, metaleiro, não me devore vivo por isso). Era evidente o tamanho desperdício que a música sofria por ter dois talentos tão grandes separados. Entre mais brigas, reaproximações, turnês de retorno, acabou levando trinta e cinco anos para os dois decidirem colocar panos quentes nas diferenças passadas e se reunirem novamente para criar música juntos.
O resultado dessa reunião é o ótimo disco 13, o qual Ozzy definiu como possivelmente o álbum mais importante de sua carreira. A atual formação é quase a original, contando com Ozzy e Tony Iommi, claro, o baixista Butler e o ex-baterista de Rage Against The Machine, Brad Wilk, já que o baterista da formação clássica, Bill Ward, ficou de fora por diferenças contratuais. Segundo o produtor de 13, Rick Rubin, o grupo criou uma metodologia de se aproveitar apenas as melhores. Juntaram as músicas compostas na casa de Tony, em Brimingham, na Inglaterra, inclusive, local de nascimento da banda, e excluíram aquelas que não se encaixavam na proposta inicial. O resultado foram oitos músicas sensacionais, cinco das quais ultrapassam os sete minutos e resumem tudo o que Black Sabbath tem de melhor.
Tirando somente as duas primeiras músicas já vale a pena a espera de trinta e cinco anos e ultrapassa tudo o que Ozzy e Black Sabbath fizeram no período que estiveram separados, é o melhor do heavy metal feito por quem o criou.
Começando por “End of The Beginning”, que larga com aquele riff clássico de Tony, que lembra um pouco “War Pigs”. São oito minutos de pura adrenalina, tensão e intensidade, sempre variando de uma escala para outra, um riff para outros, e ainda sobra tempo para um solo arrasador de Tony Iommi. Enquanto ainda estamos recuperamos o fôlego, começa uma das melhores e primeiro single do disco, “God Is Dead?”. Poucas bandas tem a felicidade de acertar tão bem na escolha da primeira música de trabalho para um novo disco, mas “God Is Dead?” é simplesmente tudo o que tem de melhor em Black Sabbath. Cada música que passa ficamos impressionado com a integridade de Ozzy Osbourne, principalmente para aqueles que achavam que ele não tinha condições nem de ficar de pé. A voz dele está ótima, clara e tão poderosa como antigamente, como se todos aqueles anos de excessos tivessem sido sonhos. Aqui certamente há uma boa parcela de méritos para o produtor de 13, Rick Rubin, que já tratou de revitalizar as carreiras de gente como Johnny Cash a Jay-Z.
“The Loner” é talvez a mais comum e dispensável faixa de 13, é uma música padrão de Black Sabbath, enquanto que na hippy “Zietgeist”, que remete a "Planet Caravan", do álbum Paranoid, Tony desliga por poucos minutos a guitarra, pega o violão, enquanto Brad Wilk fica brincando no bongô, tipo uma música perdida dos Úlceras. “Age of Reason” os grandes riffs e pancadas na bateria estão de volta, no melhor estilo, apresentando várias mudanças de tempo e melodias, ora coordenadas por Tony, ora por Ozzy, numa saudável guerra de egos e, para sermos totalmente sinceros, o solo final de Tony decide a seu favor. Já em “Live Forever”, apesar de embalado por um dos riffs mais fortes do álbum, o simples, consciente, limpo e sóbrio o vocal de Ozzy se sobressai, principalmente na crise existencial da terceira idade, no questionamento do refrão: “i don’t want to live forever, but i don’t want to die”.
Para o combo final, a banda nos brinda com a sua melhor performance em “Damaged Soul”, altamente inspirada no blues, arrastada pelo riff firme, constante e cru de Tony, com o som da gaita misturando-se com o solo de guitarra. Sensacional. Lembra até aquelas jams de blues de Led Zeppelin. Na letra, com certeza que várias referências ao mal, Deus, demônios e Satã, por exemplo. Ou seja, é o Sabbath de sempre. A oitava e última música, “Dear Father”, tem uma das letras mais pessoais, de uma relação desgastada de pai-filho, que funciona como um pedido de perdão, é a que mais remete aos trabalhos solos de Ozzy.
O grande desafio de bandas do tamanho de Black Sabbath voltarem a lançar material novo é se será realmente relevante para a carreira de uma banda com tamanho legado, ou seja, acrescentou algo ou apenas se repetiu e não fez a mínima diferença ter voltado ou não? Várias bandas contemporâneas de Black Sabbath nos anos 60 e 70 tentaram e falharam. Nesse sentido, 13 é um grande sucesso. Mesmo sem alcançar as glórias dos primeiros quatro discos, a banda consegue criar um conjunto de músicas que com certeza permanecerá como um registro relevante na carreira de Black Sabbath, carreira esta que é tão forte e influente, que chegou a influenciar os seus criadores mesmo quarenta anos depois.
Vampire Weekend está firme divulgando o maravilhoso novo álbum, Modern Vampires of The City. Após algumas aparições em programas de televisão, como Saturday Night Live e Late Night With Jimmy Fallon, a banda lança hoje o primeiro clipe oficial para acompanhar o novo disco, da ótima “Diane Young”. O vídeo, dirigido por Primo Khan, é um jantar que lembra a Santa Ceia, mas sem santidade alguma. Cheio dos típicos personagens da sociedade contemporânea, o jantar passa para uma grande e caótica festa, com as ilustres presenças de Sky Ferreira, Dave Longstreth, de Dirty Projectors, Chromeo, Santigold e Hamilton Leithauser, de The Walkmen curtindo no vídeo. Confira.