Triste terminar o ano com um post
de despedida; Em 2015 já tivemos a partida de um grande rei da música, o King
Of The Blues, B. B. King. Nos últimos dias do ano, ficamos sabemos que outro
gigante, outro mito, outro rei da música, do rock e do heavy metal, tinha
partido. Logo ele que parecia uma rocha inquebrável, que pertencia aos
imortais, aos sobreviventes do estilo de vida rock n’ roll (cigarro, jack daniel’s,
speed, strippers e rock n’ roll); ele mesmo, Lemmy Kilmister, do Motorhead, aos
70 anos. Transitando pelo submundo da música desde os anos 60, fissurado pelo
blues e pelos Beatles, Lemmy conseguiu realizar uma das misturas mais loucas da
música e criar o som heavy metal único de Motorhead. Lemmy sempre disse que
morreria no palco. Foi por pouco; com um álbum lançado esse ano, Bad Magic, até
poucos meses a banda estava em turnê (que chegou inclusive a cancelar alguns
shows pelo debilitado e aparente estado de saúde de Lemmy). Como disse o perfil
oficial da banda que anunciou a morte de Lemmy, é hora de celebrar a vibrante vida
de Lemmy, colocar Motorhead, Hawkwind, ou seja, a música de Lemmy para tocar alto e tomar uns drinks.
Abaixo segue algumas das mais
clássicas de Motorhead, como “Ace of Spades” e “Overkill” e algumas músicas da
banda pouco conhecida de Lemmy, focada mais no rockabilly e do blues dos anos
50, chamada The Head Cat.
Sem dúvida, o ano de 2015 ficará
marcado na história do blues e da música como o ano em que perdemos B.B. King,
aos 89. O luto do blues, no entanto, será inegavelmente bem mais duradouro.
Originalmente um estilo executado pela comunidade negra norte-americana e
direcionado para a própria audiência negra no início do século XX, foi somente
a partir da década de 60, especialmente impulsionado pela grande evidência dada
ao blues pelas bandas britânicas, que o blues foi apresentado a um público
mundial em escala mundial – e até certo ponto, apresentado para os brancos do
próprio Estados Unidos. A partir daí, apesar de ter sido a base para inúmeros
estilos da música popular, o blues foi perdendo tanto o público consumidor,
seduzido pelos estilos mais modernos, quanto os seus grandes expoentes. Fora os que já haviam partido até então, os
gigantes lendários do blues foram caindo um a um: Sonny Boy Williamson II
(1965), Mississippi John Hurt (1966), Little Walter (1968, Skip James
(1969), T. Bone Walker (75), Howlin’
Wolf (76), Muddy Waters (83), Lightnin’ Hopkins (82), Son House (88), Memphis
Slim (88), Willie Dixon (92), John Lee Hooker (01), sem contar, claro, com
vários outros. Então, em um cenário em que a renovação de grandes nomes no
mainstream é difícil e com a perda inevitável dos ícones remanescentes, a morte
de B. B. King foi muito sentida e lamentada, tanto pelo seu valor humano quanto
pelo seu valor simbólico.
É imerso nesse contexto que o
mundo do blues e da música em geral recebe com grande entusiasmo o novo álbum
de Buddy Guy, uma das últimas lendas vivas do blues, que acaba de completar 79
anos. Born To Play Guitar tem um duplo valor, igualmente importantes. O
primeiro é o valor musical de mais um álbum na carreira desse grande
guitarrista, que influenciou a vida de nomes como Jimi Hendrix, Eric Clapton,
Jimmy Page, Rolling Stones, etc e que mais uma vez conta com várias
participações de peso, tais como Billy Gibbons, da banda ZZ Top, Van Morrison,
Eric Clapton (olha ele aí), Kim Wilson, da banda The Fabulous Thunderbird, e
Joss Stone. O outro é o valor simbólico que pode estar contido na mensagem que
se diz por essas terras tropicais: o blues está vivinho da Silva! Buddy Guy
canta sobre o blues com a propriedade conferida de quem viveu para a música e
toda a tradição desses nomes que já se foram está presente e pode ser sentida
no disco. Além disso, ainda tem uma faixa especial para B.B. King, “Flesh &
Bone”, cantada com Van Morrison, e uma emocionante homenagem a Muddy Waters, na
música que fecha o álbum, “Come Back Muddy”. Buddy Guy já falou em entrevistas
que o último recado dado por Muddy Waters, numa conversa pouco antes de
falecer, foi um apelo bem claro: “keep the damn blues alive”. É a isso que
Buddy Guy tem se dedicado desde então e Born To Play Guitar é uma declaração
apaixonante de amor a um estilo de música, de vida, e, claro, ao instrumento a
que está mais associado.
A faixa que abre o álbum dá o tom autobiográfico
que reaparece em vários outros momentos do disco. Começa com Buddy Guy
acompanhado somente de sua guitarra, mas no decorrer da música vão sendo
acrescidos o piano e a bateria. A letra narra sua ascensão, saindo de Louisiana
para ser reconhecido no mundo todo por causa do blues e da sua guitarra. “Wear
You Out” já é bem mais agressiva, um blues-rock com solos mais vibrantes e a
voz rasgada do convidado Billy Gibbons. A parceria funcionou muito bem, Guy com
sua voz mais limpa e Gibbons apresentando o outro lado. “Back Up Mama” é outra que se destaca, com um
estilo próximo ao Delta blues eletrificado de Chicago e uma letra que mostra a
já clássica malícia sexual bastante presente na tradição do blues “i got a back
up mama, if mama number one is not around”. Puro blues. Mais uma vez, Buddy Guy
executa belos solos, que se alterna com solos de pianos. Em“Too Late” outro
instrumento se insere na equação: Kim Wilson agrega sua intensa gaita e, sem
dúvidas, torna o conjunto ainda mais compacto e poderoso, uma locomotiva a
pleno vapor. As músicas do álbum inclusive estão mais concisas e curtas,
diferentes de outros trabalhos de Guy nos quais algumas das faixas ultrapassam
os sete minutos. Em Born To Play Guitar as mais longas ultrapassam pouco os
cinco minutos, mas dá a sensação de que pouco ou quase nada deixou por dizer.
“Whiskey, Beer & Wine” é mais dançante, um
pouco funky, feita pra festejar, como o próprio nome sugere e relaxar e se ver
livre das preocupações, pois, como Guy diz: “you can fix anything with whiskey,
beer and wine”. Quem irá questionar o velho Guy nessa? Ainda dá tempo para uma homenagem ao “good
ol’ days”. Em “Kiss Me Quick”, Kim Wilson faz novamente um trabalho vigoroso na
gaita. As duas faixas que contam com sua presença são as menores do disco, mas
são talvez as mais intensas. “Crying Out of One Eye” apresenta um conjunto de
metais, que deixa o clima mais soul. A letra é muito interessante, mostrando a
falsidade do sofrimento, enquanto está rindo e saindo por aí. “when you say goodbve you were only crying out
of one eye”. Ótima imagem. “(Baby) You Got What It Takes” é a vez do dueto de Buddy Guy
e Joss Stone, com sua voz sensual.
Depois da sequência de
participações, uma série de Buddy brilhando sozinho com sua guitarra. “Turn Me
Wild” parece ter um tom biográfico em sua relação com o blues e a guitarra. “didn’t learn nothing from a book,
no I never took a leason, when it comes to the blues I do my own kinda of
messin’”. Ao invés de um garotinho que sempre andou na linha, o blues o
deixou como um cachorro vira-lata procurando a toca do coelho. Em “Crazy World”
Buddy Guy deixa um pouco de lado os temas mais tradicionais do blues,
geralmente bem mais regional, para refletir a situação meio insana do mundo na
atualidade, como violência, concentração de renda, fome, e outras das mazelas
da sociedade global. É como o blues saísse do sul norte-americano para ver o
seu reflexo também em esfera mundial. “Smarter Than I Was” tem um riff
constante e a voz de Guy um tanto distorcida e gritantes solos de guitarra.
A parte final é um tributo ao
blues, claro, e a dois gigantes do gênero. “Thick Like Mississippi Mud”, mais
um dos grandes destaques álbum, já começa atestando uma das grandes verdades do
blues: “good whiskey and women can drop you to your kness”. Os momentos mais
emocionantes sem dúvidas ficam para as duas últimas faixas. “Flesh & Bone”,
com a participação de Van Morrison, é dedicada a B. B. King, falecido em maio
desse ano. Segundo Guy, a música já havia sido gravada quando ficou sabendo da
morte do amigo. A letra, com a música no clima religioso, repleta de órgãos e
corais, fala exatamente da mortalidade. “This life is more than flesh and bone / find out now before you gone /
when you go your spirit lives on / this life is more than flesh and bone”, diz
o refrão. Por fim, “Come Back Muddy” é uma tocante e sincera música
saudosa de Muddy Waters, falecido em 1983. A delicada canção, acompanhada pelo
violão e piano, mostra a falta que Waters faz tanto artisticamente (“come back
Muddy, Lord knows you can’t be replaced”) quanto pessoalmente (“come back
Muddy, man I sure miss your face”).
Born To Play Guitar não pode ser
visto como mais um número no catálogo extenso e bem sucedido de Buddy Guy,
vencedor de vários Grammys (provavelmente ganhará mais um agora). É muito mais
do que isso; é maior do que o próprio Buddy Guy ou qualquer outro; é uma
reafirmação não só de um gênero musical, da vida de um artista ou de um
instrumento específico: é a reafirmação da contribuição e dedicação de todos os
que vieram antes e já se foram, dos que ainda estão por aí e dos que ainda
virão. Acima de tudo, é a constatação de que o blues está, sim, vivo pra
caralho, viu Muddy (e todos os outros)? Podem descansar em paz.
Diante disso, Já É pode entrar na lista de um dos melhores
trabalhos da carreira de Arnaldo Antunes. A sua já conhecida e qualidade lírica
e poética de grande compositor, que sempre esteve presente nos seus discos,
uniu-se mais uma vez com uma variedade sonora bastante interessante, que estava
ausente nos últimos dois trabalhos, que tinham uma proposta bem limitada e
definida. Então, quando eu digo e reafirmo que Arnaldo Antunes é o melhor
compositor brasileiro da atualidade, já posso ouvir a resposta: “Já É”.
O que realmente torna I Don’t Prefer No Blues um clássico
atemporal do blues é a performance e a estrela de Leo “Bud” Welch: blues é
emoção, sentimento, autenticidade, o momento; e é tudo isso que exala durante
os trinta e cinco minutos da música desse senhor que passou tocando o blues no
anonimato sua vida inteira. Ainda bem que agora ele está tendo a oportunidade
de levar sua música ao mundo.
A Mulher do Fim do Mundo é um dos
discos mais interessantes do ano em diversas esferas; musicalmente, o álbum
transita de forma muito natural e elegante entre diversos gêneros musicais,
como o samba, claro, o rock, o eletrônico, dentre outros; e, principalmente, o
âmbito lírico não fica submisso ao campo sonoro e, por isso, A Mulher do Fim do
Mundo é um excepcional fruto do seu próprio tempo, com letras bastantes
críticas sobre as transformações, desafios, problemas e retrocessos que
testemunhamos diariamente na sociedade brasileira. As temáticas são amplas e
vão desde a violência doméstica, a violência policial nas periferias, questões
de gênero como feminismo e sexualidade. Ou seja, Elza ainda tem muito o que
dizer!
05. Tobias Jesso Jr. - Goon
O estreante Tobias Jesso Jr. é a revelação do ano. As
belíssimas músicas construídas ao piano em Goon o gabaritou, por exemplo, a ser
um dos colaboradores do novo álbum de Adele, com a música “When We Were Young”.
Mas Goon prova que Tobias Jesso Jr. é um compositor versátil e craque no
quesito de melodias.
06. Johnny Hooker - Eu Vou Fazer uma Macumba Pra Te Amarrar,
Maldito!
Johnny Hooker é um artista que
transitava já há algum tempo pela cena underground de Recife, mas aos poucos
foi conquistando cada vez mais espaço com participações em trilhas sonoras,
seja de filmes, como Tatuagem, com a música “Volta”, ou novelas como Babilônia
e Geração Brasil, com as músicas “Amor Marginal” e “Alma Sebosa”. Com Eu Vou
Fazer uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito!, Johnny Hooker recebeu aclamação
nacional e participou dos principais programas de auditório da televisão brasileira.
O lirismo que transborda de Hooker é impressionante.
Depois do drama vivido, Walter
Trout acaba por nos entregar o melhor álbum de sua carreira. Claro que a carga
emocional tem um impacto profundo nas músicas e as fazem ter uma conotação
ainda mais forte. Mas é a honestidade que faz com que Trout consiga nos
transportar um pouco que seja para sua vida. As cicatrizes da batalha são as
lições que ele aprendeu em sua jornada, as quais ele consegue repassar um pouco
delas para nós, ainda que não passemos pelo drama que ele passou. Um drama
pessoal não é o suficiente para um bom álbum. Pode ser mais tentador do que
parece tentar esconder profundas experiências pessoais e espirituais por trás
de clichês. E definitivamente não é isto que Walter Trout faz em Battle Scars.
Gerry Hundt’s Legendary One-Man Band é uma viagem pelo tanto
pelo universo quanto pelas habilidades musicais de Gerry Hundt, experimentando
ao máximo para levar a si mesmo até o limite. Apenas o fato de uma pessoa só
gravar ao vivo um disco já é surpreendente. No entanto, o que é incrível mesmo
é que ele consiga fazê-lo tão bom e divertido. Com certeza, Barney Stintson, da
série norte-americana How I Met Your Mother, soltaria seu jargão clássico:
legen... wait fo it... dary!
09. David Michael Miller - Same Soil
David Michael Miller está numa
trajetória crescente na sua carreira. Same Soil é o segundo disco desse
guitarrista e, desde o título, passando pela capa até às músicas propriamente
ditas, funciona como uma celebração dos estilos de raiz da música americana,
especialmente o blues, gospel e soul. Um som vibrante do início ao fim.
Não
é qualquer acontecimento que interrompe a sequência dos melhores álbuns do ano. Não
obstante, o rito da lista dos melhores do ano foi interrompido; garanto, no
entanto, que é por uma escolha válida, afinal, não é todo dia que temos lançada
uma música nova de David Bowie. Pois bem, hoje, o perfil oficial de David Bowie
no Facebook divulgou a música “Lazarus”, que faz parte do novo disco Blackstar,
que será lançado na data de aniversário de Bowie, em 7 de janeiro. Durante os
seus quase seis minutos e meio de duração, David Bowie adota na letra um tom
autobiográfico quase que confessional, bem raro quando se trata do músico
britânico: “look up here, i’m in heaven, i’ve got stars that can’t be seen, i’ve got
drama, can’t be stolen, everybody knows me now”, enquanto que musicalmente, de
caráter menos eletrônico que as duas divulgadas anteriores (“Tis a Pity She Was A
Whore” e “Blackstar”), a bateria vai ditando o ritmo de forma lenta, e entre as
estrofes surgem solos do saxofone, da
metade adiante, a faixa vai numa crescente até estourar numa explosão de sons e
saxofones distorcidos. Sim, digno de nota, a voz de Bowie continua ótima no
agudo também.
Já
que David Bowie se aposentou de vez dos palcos, ele contou com o elenco da peça
Lazarus, que está sendo apresentada nos teatros de Nova Iorque, e que conta
como principal estrela o ator de Dexter e Six Feet Under, Michael C. Hall, para
tocar no programa de TV “The Late Show”. Promoção dupla, da nova música e da peça. Confira abaixo as duas versões e a
letra da música:
Lazarus (David Bowie)
Look up here, I’m in heaven
I’ve got scars that can’t be seen
I’ve got drama, can’t be stolen
Everybody knows me now
Look up here, man, I’m in danger
I’ve got nothing left to lose
I’m so high it makes my brain whirl
Dropped my cell phone down below
Ain’t that just like me
By the time I got to New York
I was living like a king
Then I used up all my money
I was looking for your ass
This way or no way
You know, I’ll be free
Just like that bluebird
Now ain’t that just like me
Oh I’ll be free
Just like that bluebird
Oh I’ll be free
Ain’t that just like me
Em Fading Frontier, Bradford Cox
tenta pacificar sua mente conflituosa e o resultado alcançado é maravilhoso.
Diferente do intenso e frenético Monomania, Fading Frontier mostra uma banda
mais certeira, acessível e com outro tipo de intensidade, como se pode ver na
faixa “Carrion”. Com isso, Fading Frontier torna-se o melhor trabalho lançado
por Deerhunter até o momento.
11. Adele – 25
Com o sucesso astronômico do último
disco, 21, de 2011, já era bastante claro que quando Adele finalmente lançasse
um trabalho novo, imediatamente iria bater todos os recordes da indústria
fonográfica. Essa cantora britânica é um fenômeno e 25 só comprova esse mais
uma vez, diante de uma indústria ainda em crise diante da adaptação às novas
tecnologias. Entre baladas no piano e algumas mais agitadas que remete a
Florence And The Machine, Adele faz uma das coisas mais difíceis para um
artista que parece já ter alcançado o topo: manter-se nele. E se você acha que
a música escolhida seria “Hello”, umas das músicas mais tocadas do ano, está
muito enganado. “MillionYearsAgo” pode facilmente ser escolhida a música mais
linda do ano.
1 Hopeful Rd é o disco de uma banda com um pé no passado e
outra no futuro. É uma daquelas pouquíssimas bandas que tocam um som antigo,
tradicional, e ainda assim soa novo e moderno. Mas o prato não está fincado
apenas no rock clássico, no soul clássico ou no blues clássico, mas sim em uma
mistura, cujo tempero agrada fãs de cada um dos estilos separadamente.
Pode-se dizer sem dúvidas que Father`s Day é um álbum de
blues completo. Respeita e reverencia o passado com covers executadas
excepcionalmente, seguidas de novas canções originais para manter a tradição
viva. Ainda por cima, como um bônus, ainda deixa uma boa lição de vida. Como Earl falouna nota de lançamento
do disco: “This album is made for my beautiful father, and we came to peace in
the end. Don’t ever give up on your family and don’t quit until the miracle
happens.”
É impressionante como, depois de dez anos estando separada,
com suas integrantes experimentando novos caminhos e novos sons, uma banda
volte em tão grande estilo como Sleater-Kinney voltou em No CitiesTo Love. Sem
dúvida, é algo a celebrar. Não é todo mundo que consegue captar o zeitgeist do
seu tempo e desenvolver suas manifestações culturais de uma forma tão crua,
direta e ainda assim, tão natural, tão simples.
15. Alabama
Shakes - Sound & Color
Depois de uma estréia avassaladora com Boys and Girls, de
2012, a expectativa era grande para saber qual seria a escolha da direção
sonora da banda, se iam se aprofundar como representantes do Southern rock,
pegando um pouco do blues e do soul, ou se a banda iria se aventurar mais para
campos mais amplos. Brittany Howard e companhia escolheram correr o risco na
segunda opção, decepcionando os mais tradicionalistas, como eu mesmo. Mas,
depois de algumas ouvidas, Sound& Color torna-se, de fato, um álbum muito
forte e cheio de ótimas composições. Valeu à pena correr o risco.
O veterano guitarrista de Nova Iorque
lançou mais um ótimo disco de blues. Apaixonado pelo estilo desde os 13 anos
quando ouviu Jimmy Reed, Earl Walker mantém um som do blues tradicional, direto
e simples. Um blues puro e de primeiríssima qualidade. As dez faixas de seu
sexto disco solo, Mustang Blues, são todas originais e o trabalho foi todo
produzido pelo próprio Earl Walker, executadas por uma banda enxuta e muito à
vontade, deixando espaço seguro para o talento de Walker na guitarra
brilhar.John Earl Walker mostra que às vezes o que é preciso para fazer um bom
álbum do blues é ter simplesmente... blues.
17. Leon
Bridges - Coming Home
Leon Bridges foi uma das grandes surpresas do ano. Dono de
uma voz espetacular, Bridges revive o melhor do que o passado pode oferecer,
especialmente no campo do soul, inspirado por Sam Cook e Otis Redding.Se há algum pecado, é ter se prendido muito
ao passado. Mas, na verdade, para mim isso não é nenhum pecado. O clima
“vintage” pode ser visto mesmo no clipe de “Better Man”, um dos destaques do
disco.
18. Will
Butler – Policy
Logo após um ano intenso com
Arcade Fire, o líder da banda, Will Butler, estreia sua carreira solo com
Policy, um disco singelo, simples, sem muita produção e refinamento, mas sem
dúvida muito interessante. Relativamente curto, com apenas oito faixas, o álbum
condensa um pouco de cada face do espírito criativo de Butler presente no
trabalho principal de Arcade Fire.
19. Siba - De Baile
Solto
No último disco solo, o ótimo
Avante, de 2012, Siba flertou bem mais com elementos da cultura pop do que os
trabalhos anteriores, seja com o Mestre Ambrósio ou com a Fuloresta. De Baile
Solto representa duas rupturas: a primeira é que ele retorna à música de raiz,
ao Maracatu da Zona da Mata e também as letras se afastam um pouco do contador
tradicional de histórias e surgem com um teor de crítica política bem mais
intensa, como é o caso da ótima “Quem e Ninguém”.
Uma das melhores bandas alternativas dos anos 2000 e 90, Built
To Spill, estava fora do circuito já há vários anos (o último disco da banda
havia sido There Is No Enemy, de 2009). Para o retorno, em Unetethered Moon,
Doug Martsch mostra toda a energia e a habilidade com a guitarra que fez falta
durante esse tempo. Embora deslocado no tempo, já que a relevância do estilo
alternativo não é mais o mesmo que era na década de noventa, Built To Spill
prova que não se deve importar para isso.
Tocando blues há 70 anos – e
profissionalmente há 50 -, John Mayall, o “Godfather of The British Blues”, –,
apenas um ano após o último álbum, A Special Life, mostra que, aos 82 anos,
ainda permanece com um fôlego interminável e lança seu mais novo disco, chamado
Find a Way To Care. Tal qual Leo “Bud”
Welch, dois álbuns em dois anos para um músico com mais de 80 anos é algo
extraordinário. No caso de John Mayall é ainda mais surpreendente pelo fato do
músico já estar há mais de 50 anos no ramo profissionalmente. Não é um álbum
que se equipare aos clássicos da década de 60 e 70, tanto pela sua importância
musical e histórica, mas para quem acompanha e é fã da extensa carreira de John
Mayall é com certeza uma ótima pedida.
Diferentemente do novo filme de Star Wars, com anos de
antecipação, o Star Wars, novo álbum do Wilco, foi lançado literalmente do dia
para a noite. Star Wars é recebido com aquele ar atordoado, confuso, mas ao
mesmo tempo extasiado, desvendando os mistérios pouco a pouco de um artefato
recém-descoberto. Diferente dos trabalhos anteriores do Wilco, sempre
meticulosamente planejado e executado, Star Wars é um tanto desleixado e
improvisado, com canções curtas e diretas. A única que foge à regra é “Your
Satellite”, que também é a melhor canção do disco.
23. Christopher Owens - Chrissybaby Forever
Christopher Owens está trilhando
sozinho o seu caminho na música com o seu terceiro disco solo em três ano,
Chrissybaby Forever. Se ele ainda não conseguiu alcançar o mesmo patamar de quando
participava da banda Girls, que acabou no auge, logo depois do lançamento do
perfeito Father, Son, Holy Ghost, este novo álbum indica que, ao menos, Owens
está se aproximando desse nível, com um álbum mais maduro, conciso, o que é um
ótimo sinal. Aguardemos ansiosamente então os próximos passos desse irrequieto
e jovem compositor.
24. Charlie
Musselwhite - I Ain't Lying
O gaitista Charlie Musselwhite é
um dos poucos que ainda fazem a conexão do presente com o auge do blues na
década de sessenta e que continua dando passos firmes na carreira. I Ain’t
Lying, apesar de ter várias músicas já gravadas pelo próprio Musselwhite no
decorrer de sua carreira, é uma seleção incrível de blues, tocada por uma banda
enxuta e impecável, formada pelo mais básico que tem, guitarra, bateria, baixo
e gaita, o que torna possível esticar as músicas para que cada um brilhe à sua
maneira.
25. Father
John Misty - I Love You Honeybear
Depois do lançamento de I Love
You Honeybear, Father John Misty, ou Joshua Tillman, está sendo um dos herois
da cena indie do ano, aclamado praticamente por todas as revistas
especializadas. A explicação talvez resida na sua contradição. As músicas, a
maioria de uma beleza incrível, são acompanhadas por letras misteriosas,
beirando o nonsense, ou até mesmo doses elevadas de ironia e crítica sobre o
modo de vida americano. Ou talvez seja só a sinceridade em nível máximo. O
certo é que nunca temos certeza e é isso que intriga e chama a atenção em Father
John Misty.
26. Guy
Davis - Kokomo Kidd
Guy Davis faz parte da última grande
geração de novos bluesmen que surgiu na década de 90, junto com Correy Harris e
Eric Bibb. Além de tocar blues acústico e de raiz como poucos, e ser dono de
uma voz que está ali entre Tom Waits e Howlin’ Wolf, Davis é também um grande
contador de estórias, o que favorece a adoção de outros estilos, principalmente
o folk, tendo em vista a inspiração, já declarada, que sente por Bob Dylan, mas
tem também espaço para um reggae, por exemplo. Entre originais e regravações
(inclusive uma cover de “Lay Lady Lay”, de Dylan, e clássicas do blues como “Little
Red Rooster” e “Cool Drink Of Water”), Guy Davis nos dá mais uma vez acesso ao
seu rico universo musical.
Mack Orr chega aos setenta com
uma voz expressiva, acompanhando a energia nostálgica que flui de sua banda.
Antigo coletor de algodão, que passou a trabalhar como mecânico de carro, Mack
Orr possui aquela experiência de vida no duro e cruel Sul rural, o Deep South. A autenticidade é tudo na tradição do blues.
Quando encontramos um álbum como A Bluesman Looks At Seventy, vemos que o blues
está forte e seguro, tal qual Daddy Mack Orr com seus setenta anos – e
contando.
28. Blur -
The Magic Whip
Blur foi uma das bandas mais
influentes da década de 90, um dos maiores representantes do do chamado britpop.
Em The Magic Whip, além de ser o primeiro álbum da banda depois de 12 anos, o
líder Damon Albarn tenta condensar toda sua (variada) experiência musical
durante esse tempo com o som já tradicional e moderno de Blur. O resultado é um
álbum eclético e repleto de músicas interessantes e referências orientais, da
capa ao título de canções como “My Terracotta Heart”, “Ong Ong” e “Pyongyang” (o
álbum foi gravado em um estúdio em Hong Kong entre datas de shows no Sul da
China e Indonésia). Décadas após o auge, Blur retorna para afirmar que ainda é
relevante. Talvez, na longa duração, eles tenham se saído melhor do que seus
rivais do Oasis nessa.
29. Andy T
Nick Nixon Band - Numbers Man
A parceria entre Andy T e Nick
Nixon está chegando ao terceiro disco por uma grande gravadora e à cada novo
lançamento eles vão um pouco além. O vocal de Nick, um músico de Memphis e a
guitarra de Andy T estão ainda mais entrosados. O gaitista Kim Wilson também
faz uma participação no álbum, junto com alguns outros convidados. Numbers Man
é um álbum gostoso de ouvir do início ao fim.
Segunda parte da lista do Filho do Blues de melhores álbuns de 2015, do 39 ao 30:
30. Keith
Richards - Crosseyed Heart
Que Keith Richards é um sobrevivente do mundo do rock não é
novidade para ninguém, mas que ele consegue lançar um disco solo tão bom quanto
Crosseyed Heart certamente vai pegar muita gente de surpresa. O primeiro
trabalho solo depois de 23 anos, Keith Richards se apresenta totalmente à
vontade, com os seus riffs característicos de Rolling Stones, belos blues e até
uma cover de reggae. Um álbum digno de um dos fundadores vivos do rock e um testemunho
de sua sobrevivência.
31. Seasick
Steve - Sonic Soul Surfer
Seasick Steve lançou seu sétimo álbum nesse ano, Sonic Soul
Surfer, mantendo a mesma linha do blues-rock cru com muita guitarra dos
anteriores, mesclando em alguns momentos com folk e country. Seasick Steve
mostra que ainda tem muito vigor e vontade de fazer muito mais (no clipe de “Summertime
Boy” ainda sobre energia para dar uma surfada).
32. Igor
Prado Band And Delta Groove All Stars - Way Down South
Pra quem acha que a cena nacional de blues é fraca, Way Down
South, novo álbum de Igor Prado e sua banda, Delta Groove All Stars, é uma
resposta bastante eloqüente. Muito elogiado mundo a fora e que conta ainda com
algumas participações especiais, como o filho de Muddy Waters, Mud Morganfield,
Mike Welch e Sugar Rayford (só para citar alguns), Igor Prado é talvez o maior
representante brasileiro do blues. A distância é grande (como mostra a capa do
disco, 6.162 de São Paulo até a lendária Highway 61, mas essa distância foi
reduzida bastante com Way Down South.
33. Mercury
Rev - The Light In You
Outra banda que retornou com estilo foi Mercury Rev, que
lançou The Light In You depois de sete anos do último trabalho, que funciona
como um retorno ao lar, apresentando o som sob o qual construíram sua carreira.
Esse é o único disco ao vivo da lista, mas tem um motivo
especial. O ótimo guitarrista Joe Bonamassa quis homenagear as duas maiores
lendas do Blues, Muddy Waters e Howlin’ Wolf, em um show que foi gravado para
ser lançado em disco e DVD. O resultado é Muddy Wolf At Red Rocks. Muddy Wolf,
além de ser, portanto, uma delícia para quem já é fã do blues, acaba caracterizando-se
também como uma ótima entrada para quem deseja conhecer um pouco mais da obra
desses dois maiores gênios do blues.
35. Beirut - No No No
O novo álbum de Beirut, No No No, está um pouco aquém dos
trabalhos anteriores, mas, através do gênio do seu líder Zach Condon, como
sempre, dispõe de momentos suficientes para chamar atenção, um trabalho curto e
composto baseado em uma série de experiências traumáticas para Condon que ele,
de certa forma, consegue transformar em luz como em um processo de
reabilitação.
36. The Jon
Spencer Blues Explosion - Freedom Tower No Wave Dance Party
The Jon Spencer Blues Explosion é uma amálgama de sons que conectam
os elementos mais dissonantes, mas que se encontram ligados através do elo da
história mesmo que muitos pareçam esquecer. Fazem a conexão entre Little
Richards e toda a tradição do R&B, que vai do blues ao rap e hip-hop, com
punk de Iggy Pop e Stooges e o hardcore dos anos 90 com um senso de rebeldia
muito forte. Por isso, muitas vezes os trabalhos da banda não alcançam o grande
público, mas em Freeder Tower No Wave Dance Party eles fizeram um dos álbuns
mais acessíveis de sua carreira, depois de seis anos de hiato.
37. Cidadão Instigado – Fortaleza
Cidadão Instigado é uma das
bandas nacionais mais interessantes, com sua sonoridade bem peculiar, buscando
sempre realizar misturas diferentes. Em Fortaleza, a cidade que é o quartel
general de praticamente toda a banda, mesmo emergindo algumas experimentações, eles
decidiram ir mais direto ao ponto, uma banda madura. No geral, é mais um
trabalho que credencia Cidadão Instigado para um lugar de destaque no cenário
musical brasileiro.
The Mississippi Blues Child aparece como uma balança na qual
Mr. Sipp ainda não está totalmente certo para qual lado pender e busca
manter-se equilibrado entre um e outro. É mais uma etapa que o jovem Mr. Sipp
terá que ultrapassar. Mas a verdade é simples: o lado bluesman e guitar hero
lhe cai bem melhor. Mr. Sipp é um músico, jovem, cheio de energia e com sonhos
de tornar-se relevante.
39. Kurt
Vile - B'lieve I'm Goin Down
No seu novo album, B’lieve I’m Goin Down, Kurt Vile assume
exatamente o personagem que aparece na capa, ou seja, tem aquele clima hipster rural,
desleixado, que permanece durante todo o álbum, com misturas de new wave. O
ponto forte são as construções melódicas e harmonias na guitarra. O ponto fraco
é que o disco acaba ficando um pouco repetitivo, mas nos reservar momentos
especiais, como “Pretty Pimpin’”.
Iniciaremos hoje a já tradicional
lista de Melhores Álbuns do Ano. Você verá que, pela primeira vez, o
protagonismo que antes era do rock/indie, representado sempre pelo grande
número de álbuns escolhidos na lista, foi compartilhado esse ano com o blues. Como
sempre, a lista reflete tudo de mais interessante que foi lançado e ouvido no
ano e mesmo que tenha sido um ano corrido, muitas vezes sem dispor de tempo
suficiente para escrever todas as resenhas que gostaria ter escrito, foi o
bastante para fechar a lista de 50 melhores álbuns. Com certeza, desde o início
da lista, em 2011, a lista de 2015 será a mais heterogênea de todas, já que
neste ano eu transitei mais confortavelmente por vários estilos. Não podia
deixar de recordar da morte do Rei do Blues, B. B. King, em 14 de maio, que sem
dúvida marcou profundamente o mundo musical em 2015. Então vamos parar de
enrolação e comecemos logo com a lista.
O Filho do Blues apresenta, por
fim, a vocês, a Lista de Melhores Álbuns de 2015:
40. Neil Young And Promise of the Real - The
Monsanto Years
O ano chegou ao fim com uma boa
notícia para os ativistas do meio ambiente. O acordo fechado na COP21, na
França, na última semana, traz momentos de esperança de que os líderes mundiais
realmente estão vendo a mudança climática como um problema sério. Um dos
ativistas mais ferrenhos e “chatos” nessa luta é o velho-jovem Neil Young, que
decidiu direcionar toda sua “chatice” e raiva para um único inimigo no álbum
The Monsanto Years: o agronegócio, alteração genética, e empresas como
Wal-Mart, Chevron, Citizens United e outras. Juntando-se a uma nova banda, a
Promise of The Real, musicalmente Neil Young viajou tanto pelo rock cru de
Crazy Horse quanto pelo folk melódico solo. Mas o que sobressai mesmo de
Monsanto Years é a mensagem e a relevância dessa mensagem para o mundo. É a
denúncia do sistema corporativo global, que compromete a democracia e os
sistemas políticos em nome dos interesses econômicos e a degradação do meio
ambiente. É Neil Young raivoso e mordaz.
41. Steve Earle – Terraplane
Não dá pra chamar Steve Earle
exatamente de um cantor de blues, mas em Terraplane é basicamente isso que ele
faz, mesclando um pouco ainda com outros gêneros da música americana. Mas
claramente o foco é o blues e Steve Earle, apoiado pela banda The Dukes,
consegue ser bem convincente nessa aventura musical.
42. Jackie Payne - I Saw The Blues
Jackie Payne tem moral suficiente
para dizer “I Saw The Blues”. E esse testemunho, de quem começou a cantar com
treze anos, é o que ele faz no novo álbum, com um blues refinado, cheio de
metais, e de qualidade, cheio de referências clássicas da temática do blues,
comofestas, bebidas, mulheres, etc.
Blues autêntico e de primeira.
43. Tinsley Ellis - Tough Love
Tinsley Ellis é mais um
guitarrista que dialoga com o pop/rock, R&B, soul e o blues, criando um som
profundamente enraizado na música americana. Cada música apresenta uma variação
interessante, dentre de um gênero específico. Um dos destaques sem dúvida é “Midnight
Ride”, um blues no qual Ellis mostra todo seu talento na guitarra.
44. Hans Theessink & Terry Evans - True
& Blue
Essa dupla fez um ótimo trabalho
em True & Blue, nos entregando um blues acústico e do Delta de primeira
qualidade, cheio de covers com versões bem diferentes das originais, como “Glory
Of Love”, “Bourgeois Blues”, “Maybellene”
e composições originais.
45. Sufjan Stevens - Carrie & Lowell
O novo album de Sufjan Stevens,
Carrie & Lowell, é emoção do início ao fim. Trata da relação familiar entre
Stevens e sua mãe, que faleceu em 2012 e com seu padrasto. As músicas, num folk
simples e melódico, conseguem representar um sentimento de amor, perda,
conflito, de uma relação conturbada, mas profunda. Um dos mais belos e genuínos
trabalhos do ano.
46. Shemekia Copeland - Outskirts
Of Love
A filha do guitarrista de blues
Johnny Copeland, Shemekia Copeland vem construindo independentemente uma
carreira sólida e com álbuns interessantes sem precisar se valer do nome que
carrega. Com uma voz poderosa, Shemekia viaja entre o soul, gospel e o blues de
forma natural como poucas. Outskirts of Love é mais um forte
registro dessa ótima cantora.
47. Belle & Sebastian - Girls in Peacetime Want to Dance
A cada novo
lançamento Belle And Sebastian dá mais um passo adiante no eletrônico e dance. Mas,
em Girls In Peacetime Want to Dance, a banda brilha exatamente quando se parece
mais com ela mesma, como na maravilhosa “Nobody’s Empire”.
48. Robben Ford - Into The Sun
Eclético álbum de Robbert Ford,
Into The Sun traz vários convidados especiais que transitam pelo blues, soul,
pop e rock. Um deles é Keb Mo’, que canta com Ford na faixa “Justified”
49. Bernard Allison - In The Mix
O filho de Luther Allison mostra
em alguns momentos de In The Mix que herdou no sangue o talento para a
guitarra. Entre covers, inclusive de seu pai, e originais, os melhores momentos
do álbum é quando ele deixa fluir todo esse talento no blues direto e sem
muitas maquiagens modernas, como “Set Me Free”.
50. The Decemberists - What A Terrible World
What A Beautiful World
Abrindo a lista com The
Decemberists, que, embora um pouco aquém do nível dos trabalhos anteriores,
ainda tem What a Terrible World What a Beautiful World ainda dispõe de alguns
traços épicos clássicos da banda, como em “This is Why We Fight”.