sábado, 25 de abril de 2015

Alabama Shakes toca "Gimme All Your Love" no SNL


                Depois de se apresentarem para o mundo com o álbum de estreia, Boys & Girls, em 2012, a banda Alabama Shakes, liderada pela cantora Britanny Howard, retorna com o lançamento do seu disco de sequência, Sound & Color, sem decepcionar nem sentir o peso da responsabilidade em momento algum. Em breve o Filho do Blues irá escrever a merecida resenha do novo trabalho da banda. Enquanto isso, divulgando o novo trabalho, Alabama Shakes fez uma visita ao Saturday Night Live e tocou um dos grandes destaques do álbum, a joia “Gimme All Your Love”, que mostra o porquê Howard pode ser considerada uma das grandes vocalistas da atualidade. Confira: 



segunda-feira, 6 de abril de 2015

Resenha: Leo Welch - I Don't Prefer No Blues


Leo “Bud” Welch, foi recebido com entusiasmo pelo cenário musical do blues, logo no início de 2014, com o seu álbum de estreia chamado de Sablouga Voices. Ainda que tenha mostrado no seu trabalho um som muito interessante, mesclando o estilo do Chicago Blues com o Gospel tocado nas Igrejas batistas pelo Sul dos Estados Unidos, outro detalhe certamente não passou despercebido e trouxe uma sensação de extraordinário ainda maior: o som vigoroso do blues elétrico ouvido em Sablouga Voices vinha de um senhor no auge dos seus 81 anos, que passou a grande parte de sua vida trabalhando anonimamente durante o dia e tocando em festas e igrejas. A preciosidade da estreia vinha junto com um sentimento de que infelizmente não veríamos uma longa carreira de Leo “Bud” Welch; possivelmente aquele seria o único registro de sua carreira tardia. Essa sensação foi logo refutada – ou pelo menos parte dela – com o lançamento, pouco mais de um ano depois, do seu segundo álbum, chamado I Don’t Prefer No Blues, um registro ainda mais vigoroso e impactante do que o seu antecessor. As resenhas são unânimes: já é um clássico contemporâneo do blues.




O novo álbum veio de um acordo de Welch com a gravadora Fat Possum’s Big Legal Mess, que acertaram que depois de lançar o álbum de blues-gospel (Sablouga Voices), “Bud” Welch gravaria o seu outro lado, a versão secular do blues. E é exatamente isso que é visto em I Don’t Prefer No Blues. Com exceção da faixa de abertura – e uma das melhores do disco - “Poor Boy”, que ainda demonstra um pouco do coral do blues gospel e a penúltima faixa “Pray On” (que de gospel só tem a letra), é o profano que comanda no restante do álbum. “Girl In The Holler” é tão intensa que é praticamente irrelevante o fato de ser tocado por um senhor de 82 anos, sensação que impregna durante praticamente todo o disco, especialmente em “Too Much Wine”, “I Woke Up”. Leo “Bud” Welch escolhe a dedo alguns outros clássicos do blues, como “Goin Down Slow”, “Cadillac Baby” e “Sweet Black Angel”. Seu som vai do Delta Blues do início da carreira de Muddy Waters ao blues elétrico, improvisado, ao vivo, sujo e cheio de riffs de R.L. Burnside e engana-se quem possa vir a achar que o elemento idade não tem influência alguma no conjunto final: Leo Welch vivenciou tudo isso. É uma autenticidade que somente a experiência de vida poderia passar.  

O que realmente torna I Don’t Prefer No Blues um clássico atemporal do blues é a performance e a estrela de Leo “Bud” Welch: blues é emoção, sentimento, autenticidade, o momento; e é tudo isso que exala durante os trinta e cinco minutos da música desse senhor que passou tocando o blues no anonimato sua vida inteira. Ainda bem que agora ele está tendo a oportunidade de levar sua música ao mundo.