sábado, 29 de outubro de 2016

Resenha de Sugar Ray & The Bluetones - Seeing is Believing





O que esperar de uma banda que tem o guitarrista, “Monster” Mike Welch, um dos nomes mais respeitados do cenários blues da atualidade na guitarra, Anthony Geraci no piano, que foi indicado ao Blues Music Award e Blues Blast Award no ano passado pelo seu álbum, Fifthy Shades of Blue, além do baixista Mudcat Ward e o baterista Neil Gouvin, cada um que já teve sua indicação também? Para liderar a tropa, o cantor e gaitista Sugar Ray Norcia. Eis a banda Sugar Ray & The Bluetones, com mais de 35 anos de estrada, sete vezes indicada em 2014 com o disco Living Tear To Tear para o Blues Music Award. Se contarmos as indicações individuais de cada membro, chegamos ao total de 26 indicações para Blues Music Awards e 7 indicações para Grammy. É com essa bagagem e com uma química dificilmente vista entre os integrantes da banda, que Sugar Ray & The Bluetones lançam mais um novo álbum, Seeing Is Believing, que tem tudo para repetir o sucesso do seu antecessor. Isso porque a banda repete a estratégia de gravar praticamente ao vivo, mostrando toda a dinâmica e interação que eles tem ao vivo.  O próprio Sugar Ray falou recentemente que eles são “quase telepáticos no jeito que trabalham um com o outro”.

Outra coisa que a banda se destaca é a vontade criativa e autoral para manter o blues seguindo seu curso com novas músicas, novos clássicos, etc. Por isso, das 12 faixas de Seeing Is Believing, 11 são músicas autorais, totalmente colaborativa entre os membros da banda, e apenas uma, “You Know I Love You”, cover de B.B. King, que se torna instrumental e espaço completo para Mike Welch bilhar com solos incríveis de guitarra. Dentre as onze originais, uma variedade interessante que vai do Mississippi blues para o jazz blues com uma naturalidade incrível, que revisa os estilos que vão de Muddy Waters, Otis Span, Little Walter e Louis Armstrong. 

Os primeiros acordes do disco vêm da gaita. O álbum inicia de forma fulminante com a faixa de abertura, “Sweet Baby”, um ótimo blues típico de Mississippi. E não tem essa de separar o momento em que cada um vai brilhar, ou seja, se é a hora de um solo de guitarra, os outros ficam quietos só deixando a guitarra falar. Nada disso, aqui estão sempre juntos, ora de forma mais latente, ora menos. Mas sempre todos estão contribuindo. Dá, por exemplo, para ouvir o piano de Anthony Geraci lá trás mesmo enquanto Norcia está cantando, num solo de gaita, ou num solo de guitarra de Welch. Isso faz com que a cada audição do disco, notamos algo que não havíamos notado anteriormente. A faixa seguinte, que dá título ao álbum, vem de uma forma mais lenta, reflexiva e sofrida, Norcia nos diz que às vezes mesmo vendo é difícil de acreditar.  “They say seeing is believing / baby i can’t believe what you’re doing /  All your mean and evil ways / yes, and all the lives you ruin”. Mike Welch deixando sua marca aqui novamente, num belíssimo solo.“Noontime Bell” é um shuffle daquele tipo de despedida decidida, que tem que acontecer hoje mesmo, antes do meio dia. Norcia diz “I’im going to leave you this morning, before that noontime bell / i tried to Love you baby, but all I can do is wish you well”.  

                Keep On Sailing” é sem dúvida umas das melhores do disco e, como ele mesmo diz na introdução, fala sobre a jornada da vida. Ela começa com Norcia cantando sobre continuar andando até conseguir atingir seu objetivo, acompanhado apenas de sua gaita. I’m gonna keep on sailing, till I get where i’m going. Well, it doesn’t matter much to me, long as the wind keeps blowin’”. Em seguida a banda toda se junta a Norcia. E quando digo que a banda toda se junta é a pura verdade, com piano, guitarra, gaita, tudo brilhando ao mesmo tempo. Blues da melhor qualidade. “Blind Date” o negócio fica divertido novamente, daquelas pra dançar na noite. Sabe aquele encontro às cegas que não deu certo, não teve nenhuma ligação, atração, daquelas que você faz questão de esquecer até o rosto da pessoa e tudo mais, mas mesmo assim não vale a pena ir embora e perder a diversão? É exatamente o que fala a letra e, pois bem, a diversão, no caso, é a própria música. “Misses Blues”, por sua vez, é o momento do disco que o blues encontra-se com o jazz e fazem uma salada genial, de humor, amor e segundas intenções. “It Ain’t Funny” é bastante intensa e Norcia canta quase com indignação. “It ain’t funny what you did to me baby – I ain’t laughing now! – It ain’t funny what you did to me, but you know, what the funny thing is to me, little girl, I still can’t get you off of my mind”. Dá pra sentir a raiva com que Norcia canta a letra. Musicalmente não poderia ser de outra forma: impecável, cheia de alternância de solos, o que contribui para ela ser a mais longa do disco, ultrapassando a marca dos seis minutos de puro blues. 

                “Not Me”, por sua vez, é aquela ressaca emocional da madrugada, tomando um uísque sozinho no quarto escuro, fitando a janela e cantarolando um blues – e com um belíssimo solo de gaita pra acompanhar. O disco vai encaminhando para o final com mais três faixas, “Got A Girl”, que Norcia canta com a voz um pouco distorcida e uma base de guitarra mais pesada, sobre uma garota que é muito ruim para ele; as curtas “Two Hundred Dollars Long”, em que predomina os solos de gaita, e “It’s Been A Long Time”.

                Com o que Sugar Ray & The Bluetones atingem em Seeing Is Believing, através de um blues original, cheio de personalidade e talento, uma coisa fica como certa: o número de indicações – tanto da banda quanto dos membros individuais - para os maiores prêmios do blues com certeza deverá ser atualizado em breve.



quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Resenha de David Bromberg - The Blues, the Whole Blues and Nothing But The Blues






A edição nº 297 do jornal Delta Times-Dispatch anuncia na capa que a banda David Bromberg está sendo acusada de "low down, dirty country blues". De pé no tribunal, o defensor promete: "The Blues, the Whole Blues and Nothing But the Blues". Enquanto isso, no canto superior esquerdo, o jornal anuncia o clima: "The Sky is Crying, tears all down the streets". 

É com essa irreverência e bom humor que David Bromberg apresenta seu novo trabalho, The Blues, the Whole Blues and Nothing But The Blues. Bromberg é um grande multi-instrumentista que tem uma carreira longa e bem sucedida, que transita pelas raízes da música popular norte-americana, do blues, passando pelo folk, country e rock. David Bromberg é um músico e compositor que já está nesse meio há mais de meio século. Como músico de estúdio, Bromberg participou de gravações de gente bem pequena, como Bob Dylan, Ringo Starr, Bonnie Raitt, Willie Nelson, dentre outros. Acabou construindo uma extensa e respeitável carreira solo, com discos cuja variedade estilística e o bom humor são marcas registras. 

 Como a própria capa e o título do álbum sugere, Bromberg aqui está tocando blues. De ótima qualidade, por sinal. Como era de se esperar, a banda é impecável, tudo bem organizado e orquestrado, mas mesmo assim com aquele ar de organismo vivo, em constante movimento. O álbum apresenta várias regravações de clássicos do blues. Pode parecer fácil, mas tocar clássicos do blues é sempre um desafio, porque normalmente o ouvinte tem inúmeras outras referências dessa mesma faixa, que vem à mente e que, mesmo inconscientemente, compara e classifica. Nesse sentido, Bromberg se sai muito bem, desde o pontapé inicial. "Walkin' Blues" é uma das músicas mais regravadas do blues e para dar um toque especial, Bromberg deixa ela mais lenta e marcada, criando espaços para solos e improvisos. "How Come My Dog Don't Bark When You Come 'round", um antigo clássico do blues, é uma das faixas que Bromberg usa seu conhecido humor nas letras e usa também seus dons no violino. “Kentucky Blues” segue com a grande variedade de instrumentos já apresentada na faixa anterior, característica sempre presente de Bromberg. 

Outra canção bem conhecida do blues que ganha uma versão aqui é “Why Are People Like That”, muito conhecida pela versão de Muddy Waters, cheia de solos de guitarra e uma sessão de instrumentos de sopro muito interessante. “A Fool For You”, de Ray Charles, fica totalmente acústica, bem diferente da original, difícil até mesmo reconhecê-la; outra faixa em que Bromberg empunha somente o violão é a balada “Delia”, tocada em dueto com Larry Campbell na guitarra e slide. “Eyesight to The Blind”, clássica música de Sonny Boy Williamson II, também entra na lista. A faixa título é a descrição exata da capa do disco: “I want to take the stand, and raise up my right hand, get me a stack of bibles ten feet high, I want a jury of my peers, cause I need everyone to hear, I’m ready to testify, it was my best friend and my wife, cleared destroyed my life, and made my worst nightmare come true, that’s the Blues, the Whole blues and Nothing but the Blues”. É, pegar a mulher com o melhor amigo é o blues, inteiramente o blues e nada mais que o blues. 

 A qualidade se mantém praticamente pelo disco inteiro, mas três faixas se sobressaem diante das outras. A primeira é “900 Miles”, um cover bem empolgante, que faz com que você se envolva com a letra, de quem está a novecentas milhas longe de casa, ansioso por voltar pra casa, mas tem que esperar o trem chegar apitando lá de longe.  A faixa seguinte também empolga bastante, “Yield Not To Temptation”, uma acelerada música gospel que vem para acalorar os ânimos na igreja.  Mas sem dúvida é “This Month” que é a melhor faixa do disco. A letra é sensacional, e o slow blues, intermediado por solos profundos de guitarra, deixa você tenso e com vontade de rir pela má sorte do protagonista, afinal, não é todo mundo que é deixado pela mulher quatro vezes no mesmo mês. O jeito de Bromberg canta essa, sem um padrão, típico de alguém desesperado com a situação absurda e inaceitável, improvisando no meio do verso que teoricamente tinha só um caminho a seguir, deixa tudo melhor. Perfeito. O disco termina com a cover da clássica “You Don’t Have To Go”.

A única falha do disco é não ter muito músicas de própria autoria. No mais, The Blues, The Whole Blues and Nothing But The Blues é exatamente o que o título sugere, mostrando ainda que, além do blues, todo o blues e nada mais que o blues, Bromberg  ainda consegue apresentar variações bem interessantes, deixando o álbum ainda mais rico.




sexta-feira, 14 de outubro de 2016

As três últimas músicas inéditas de David Bowie serão lançadas dia 21 de outubro



Ótimas notícias para os fãs de David Bowie que já estão morrendo de saudade do maior gênio da música. Foram desenterradas três faixas inéditas das sessões de Blackstar, último álbum de Bowie, lançado em janeiro deste ano, que virão a público no disco extra do álbum do elenco de Lazarus, um musical experimental que foi aos palcos em Novembro de 2015 e teve Michael C. Hall como protagonista, que será lançado na próxima sexta (21 de outubro). O jornal britânico Telegragh teve acesso às músicas e o crítico de música Neil McCormick as resenhou hoje na versão online do jornal. Elas são as suas últimas composições gravadas, produzidas e mixadas sob a supervisão de Bowie antes de sua morte.

A faixa “No Plan”, que McCormick como uma “maravilhosa balada de jazz, doce e triste, que é cantada com uma qualidade profética quase mística, como se Bowie estivesse nos falando do túmulo”. “All the things that are my life/ My moods/ My beliefs/ My desires/ Me alone/ Nothing to regret/ This is no place, but here I am.”, diz a letra. Não estou nem ouvindo a música, mas só a letra já causa arrepios. Neil McCormick descreve “Killing A Little Time” como um “rock caótico, com feedback de guitarras enquanto o vocal estrangulado de Bowie evoca o medo e raiva do seu estado”, incrementado com o sax de jazz desencontrado. Segundo a letra que McCormick aponta, mostra um Bowie inconformado com a própria morte, praguejando contra ela, pois tinha muito ainda a fazer, muitas canções a cantar. “This symphony/ This rage in me”, and proclaiming, “I’ve got a handful of songs to sing/ To stain the soul/ To f--- you over”. Mais uma vez, arrepios. Mais uma vez, sem ainda ouvir a música. A última música é “When I Met You”, que McCormick aponta como uma música do “final da peça e oferece uma sensação bem vinda de consolo e alívio”.


Esse lançamento serve como complementação do próprio epitáfio. Bowie sabia que essas músicas não estariam na tracklist final de Blackstar e que provavelmente seriam lançadas somente após a sua morte. Pelo que foi apontado por McCormick, são mensagens mais diretas do que as canções de Blackstar, submersas em simbolismos e abstrações. Conclusões subseqüentes só poderão ser tiradas após o dia 21. As três últimas mensagens de uma lenda. 

E o Prêmio Nobel de Literatura vai para... Bob Dylan!


                Nesta quinta feira, dia 13, o cantor e compositor Bob Dylan ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 2016. A academia disse que o prêmio era destinado a Dylan por “criar novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana”. Comparou-o ainda a poetas da antiguidade, como Homero e Safo, que originalmente eram textos poéticos para serem tocados e acompanhados com instrumentos musicais. Só chegamos a conhecer os seus textos poéticos, infelizmente, a música não. Com Dylan nós tivemos a felicidade de podermos aproveitar ambos os atributos.

Enfim, o mundo se rende ao talento e ao valor histórico e cultural da carreira de Bob Dylan. O mérito é inquestionável, afinal, o mundo já havia se rendido a Bob Dylan faz tempo. Doze Grammys, um Oscar, um Globo de Ouro, um Pulitzer e um Príncipe das Astúrias das Artes são provas disso. O acréscimo do novo prêmio – o Nobel de Literatura – à lista vem acompanhado de uma polêmica – irrelevante, na verdade. O que se está debatendo é se um músico pode ganhar um prêmio de literatura, especialmente o maior prêmio da literatura do mundo. Ouvir Bob Dylan é muito mais do que ouvir música; não se pode limitar Bob Dylan a um “músico”. Ele é simplesmente o maior poeta e o maior literato do mundo da música, seguido de Leonard Cohen. O impacto de Dylan para a cultura popular, através de suas letras, ou melhor, através de suas poesias, é o suficiente para receber o Prêmio Nobel de Literatura. Músicas como “Hurricane”, “The Times They Are A’Changing”,  “Like a Rolling Stone”, “Blowin’ In The Wind”, “Masters Of War”, dentre inúmeras e inúmeras outras, são provas irrefutáveis do merecimento do prêmio; o fato de vir acompanhado de instrumentos musicais é um aperitivo. É justo, simples assim; não vai fazer Bob Dylan maior do que já é; ele podia muito bem passar sem o prêmio. O que vale aqui é o mundo se render a um talento extraordinário que não cabe nos limites impostos pelas classificações tradicionais entre literatura e música. Nisso, o Prêmio Nobel de Literatura seguiu o seu premiado e ampliou seus limites. Os demais que continuem tentando; e eles preferirem, que musiquem suas obras para ver se tem mais chance assim.















segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Resenha de Harpdog Brown - Travelin' With The Blues





                Harpdog Borwn (nome de batismo) é um cantor e gaitista que, mesmo vindo do gélido Canadá, consegue fazer um blues original, talentoso e, mais importante, autêntico. Desde 1982 Harpdog é uma força atuante no cenário local de blues no Canadá e aos poucos foi construindo uma base de audiência pelos circuitos de apresentações em bares, clubes e festivais pelo Canadá, Estados Unidos e Alemanha. Sua discografia já conta alguns discos bastante elogiados pela crítica. Home Is Where The Harp Is, de 1994, e gravado ao vivo, foi o primeiro deles, seguido por Once In A Howlin’ Moon, de 2001, gravado ao vivo com a banda Bloodhounds, e What It Is, de 2014, que alcançou o vigésimo lugar no Top 100 Blues Albums of 2014, da Roots Music Report. Em setembro, Harpdog apresenta seu melhor álbum até o momento: Travelin’ With The Blues leva a carreira de Harpdog a outro nível. Conta com participações muito especiais do cenário do blues, como Big Jon Atkinson e ninguém menos que Charlie Musselwhite, seu amigo pessoal e uma das maiores referências na gaita ainda viva, que escreveu uma nota apresentando o álbum ao público, dizendo simplesmente que Harodog é o cara tocando a “velha guarda do blues exatamente como você quer escutar”. E é isso mesmo. 

                Com uma tracklist incrível, Travelin’ With The Blues simplesmente não tem uma música fraca.  As letras em geral são boas, capturando a essência do blues, o disco em geral é muito bem produzido, a banda é ótima e a diversão garantida.  Muitas das músicas originais de Harpdog do álbum são revisões de canções dos discos anteriores, o que mostra o excepcional trabalho de produção de Little Victor Mac, dando uma sonoridade mais arrojada e garantindo que Harpdog dê um salto do cenário local para o mundial do blues. Vão inúmeros destaques individuais, começando pela faixa de abertura, a ótima “Better Days”, com Kid Andersen, que também aparece em outra faixa, “For Better Or For Worse”. Sem dúvida, “Sacrifice” é uma das que mais prende a atenção, com Harpdog quase recitando e conversando sobre a sua concepção de blues: “Blues is sacrifice”. Poucos diriam o contrário, afinal, a vida é difícil em todo lugar e a essência do blues é ser porta-voz dessas adversidades. Permitam-me agora uma digressão: poucos diriam o contrário, muito menos hoje, dia dez  de outubro, que acaba de ser aprovada em primeiro turno, na Câmara dos Deputados,o Projeto de Emenda à Constituição nº 241, que congela os investimentos em educação e saúde por vinte anos. 20 anos de sacrifício. É bom começar a ouvir mais o blues, porque iremos precisar muito daqui pra frente. Enfim, voltando ao álbum, aqui a voz de Harpdog transitando entre Tom Waits e Louis Armstrong, bem fraco, né? “What’s Your Real Name?” também é recitada, brincando sobre o nome Harpdog ser verdadeiro. Musselwhite faz um dueto de gaitas com Harpdog em “Moose On The Loose”. “Fine Little Girl Rag” tem um ritmo jazz de rag-time bem gostoso, com Harpdog nos fazendo dançar com sua gaita. “Cloud Full of Rain” é uma das melhores, com a estrutura de um blues tradicional e cheia de solos de gaita. A divertidíssima “Facebook Mamma”, que já estava presente no último disco de Harpdog, What It Is, recebe a nova versão mais encorpada e completa com a participação de Danny Michel. A letra trata do vício de quem fica pelo Facebook o tempo todo. 

Mesclando com as originais estão quatro covers muito bem executadas, com destaques para o clássico de Otis Spann, “Must Have Been The Devil”, com participação de Carl Sonny Leyland,  e “Bring It On Home”, original de Sonny Boy Williamson II, e aqui com a parceria de Jimmy Morelo na bateria.

                Com Travelin’ With The Blues, sem dúvida Harpdog Brown está se encaminhando para ser incluído no hall dos grandes nomes do gênero na atualidade. Se engrenar uma sequência de álbuns dessa qualidade, ele conseguirá. Energia, talento e vontade ele tem. Afinal, ele mesmo falou recentemente: “depois de mais de 30 anos de sangue, suor e lágrimas, parece que estou apenas começando. Tenho só 54 anos – isso é jovem no mundo do blues”.