quinta-feira, 24 de novembro de 2011

The War on Drugs - Slave Ambient



The War on Drugs é outra bela novidade. Tudo bem que não é muita novidade, pois o álbum de estréia, Wagonwheel Blues, de 2008, mas foi com Slave Ambient, de 2011, que eles conquistaram um público maior e ganharam notoriedade na cena musical independente. A banda faz uma junção muito interessante de dois estilos distintos, as super guitarras sônicas de Sonic Youth e My Blood Valentine, com as melodias e letras influenciadas por Bob Dylan.



Slave Ambient varia entre momentos majestosos e bem fracos. Essa inconsistência do álbum é o que faz que ele perca um pouco a força como unidade. A primeira metade tem uma seqüência arrebatadora, com belas e grandiosas canções, como é o caso da faixa de abertura, “Best Night”, com um ambiente muito bem trabalhado, sobretudo no final, quando toda a banda entra em sinergia em uma harmoniosa e confortável improvisação. “Brothers” segue num ritmo caloroso, com uma interessante melodia. “I Was There” é talvez o melhor momento do álbum, num ritmo bem blues, com uma gaita gostosa e ótima melodia. A letra também é muito boa, segue um fluxo seguro e fácil, desde a primeira vez nós parecemos estar familiarizados com ela. O ruim dela é que acaba de repente, é tão boa de ouvir que nos dá a impressão que irá continuar por tempos infindáveis.



A partir daí o Slave Ambiente começa a declinar aos poucos. “Your Love is Calling My Name”, mesmo com uma bateria muito oitentista, ainda é interessante, porém bem menos que as antecessoras. Depois começa uma das inúmeras faixas instrumentais, tentando criar um ambiente lúdico, porém eles foram bem mais eficientes construindo esse ambiente durante as próprias canções, como é o caso de “Come to The City”, onde nível volta a subir, com pegada semelhante às primeiras faixas, porém com um ritmo mais marcado pela bateria. Depois da mediana “It’s Your Destiny”, vem mais uma instrumental e então quando esperamos que o negócio vai esquentar novamente, “Baby Missiles” frustra com um som totalmente enraizado nos anos 80. Depois, para variar um pouco, mais uma instrumental. Pelo menos eles se despedem de forma bem digna, com “Blackwater”, dando um sentimento de que valeu a pena ter chegado até o final, sobrevivendo às idas e vindas do caminho.

Slave Ambient, no geral, é um bom álbum, talvez se fosse mais focado numa proposta ele seria ainda melhor. Mesmo assim, a qualidade das suas melhores faixas faz ele se destacar mesmo com alguns acidentes de percurso.

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