quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Novo Clipe de Eddie Vedder, "Sleeping By Myself"


Eddie Vedder, que dispensa apresentações, lançou hoje um novo clipe para o seu álbum solo lançado no ano passado, Ukulele Songs. A faixa escolhida dessa vez foi a bela “Sleeping By Myself” e, como não poderia ser diferente, o clipe é mais uma demonstração de paixão e uma ode ao instrumento ukulele, que mostra o processo completo de fabricação artesanal. Somente à nível de lembrete, Pearl Jam estará no Brasil novamente em 2013, depois de uma bem sucedida turnê na América do Sul em 2011, para se apresentar na edição brasileira do festival Lollapalooza.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Christopher Owens, Ex-Girls, anuncia estréia solo




Estamos às portas de novembro e, enquanto o ano vai chegando ao final, já começamos a pensar nos melhores álbuns de 2012, além de antecipar algum disco que será lançado em 2013. É o caso de Arcade Fire, no post anterior, e, dessa vez, Christopher Owens. Antigo vocalista, guitarrista e principal compositor da banda Girls, que encantou a cena alternativa com o lançamento de um dos trabalhos mais belos de 2011, Father, Son, Holy Ghost, Owens entristeceu todos os amantes de boa música no dia 2 de julho quando anunciou que estava se separando de seu parceiro de longa data, o baixista e produtor JR White. Mas não tardou muito para Owens anunciar que iria começar carreira solo e já tem um disco todinho pronto, que inclusive já tem capa, tracklist e data de lançamento. Lysandre, o nome do novo álbum, será lançado no dia 14 de janeiro e conta a história de amor “na estrada”, seguindo Owens de São Francisco para Nova Iorque e ainda para a França, onde ele se apaixona por uma garota chamada Lysandre, que ele conheceu durante uma turnê enquanto ainda era de Girls. 

Christopher Owens também liberou uma música de Lysandre, ”Here We Go”, que segue o estilo mais intimista de Girls, acústica e cheia de variações instrumentais, incluindo a presença de flauta. Abaixo segue a tracklist de Lysandre: 

Lysandre: 
01 Lysandre's Theme
02 Here We Go 
03 New York City 
04 A Broken Heart 
05 Here We Go Again 
06 Riviera Rock 
07 Love Is in the Ear of the Listener 
08 Lysandre 
09 Everywhere You Knew
10 Closing Theme 
11 Part of Me (Lysandre's Epilogue)


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Arcade Fire em horário integral no estúdio


Banda boa dá saudade, isso é fato. Por isso que mesmo se distraindo com uma banda aqui outra ali, de vez em quando paro, reflito e chego à conclusão: que saudade de Arcade Fire! Mas a boa notícia da vez é que essa saudade já tem uma previsão para morrer, isso porque os membros do Arcade Fire estão em horário integral no estúdio trabalhando para o novo álbum. Foi o que revelou o baterista Jeremy Gara em uma entrevista para a rádio de Ottawa, CKCU, na qual trabalhou como DJ nos anos 90. 

Gara disse que Arcade Fire estão atualmente no estúdio para gravar o álbum seguinte ao ótimo The Suburbs, último disco da banda, lançado em 2010. Gara também descreveu um pouco da rotina dos companheiros no estúdio: “Nós estamos trabalhando como sempre fizemos, nós tiramos alguns meses de folga e estivemos escrevendo músicas. Agora estamos em estúdio praticamente em horário integral apenas fazendo o que fazemos. E nós tipo fechamos a porta. Nós não temos saído e feito alguma coisa em quase um ano agora. Não fizemos fotos nem entrevistas, nem nada. Nós só estamos trabalhando na música e deixando crescer nossas barbas, ficando muito em casa e saindo para jantar juntos.”

Quanto à previsão de lançamento ou prazos, Gara foi com cautela e tranquilidade, “nós não estamos tão dentro do álbum ainda, mas temos trabalhado por alguns meses já. Nós não estamos sobre pressão de gravadora ou empresário ou qualquer coisa para colocar em um cronograma. Nós estamos apenas trabalhando. Sem prazos limites, está vindo naturalmente.” Mas, ainda assim, ele prevê que o novo álbum seja lançado mais ou menos no final do próximo ano. 

Gara também afirmou que para alguns membros da banda o fato de criar uma família e desfrutá-la está se tornando uma prioridade. Então já que temos bem um ano ainda de espera, vamos ficar com “Ready To Start”, de The Suburbs, de 2010.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Neil Young & Crazy Horse - Psychedelic Pill


O dia oficial para o lançamento de Psychedelic Pill é somente 30 de outubro, mas Uncle Neil, que está cada vez mais se engajando nesse meio virtual, resolveu fazer hoje um stream completo do álbum duplo, além de um bate papo no qual ele respondia as perguntas que os fãs lhe enviavam pelo Twitter (@neilyoung), usando a hashtag #askneil. Psychedelic Pill é o segundo álbum que Neil Young lança este ano, juntamente com Crazy Horse e o primeiro com material original em quase dez anos. De acordo com as prévias que Neil disponibilizou nas últimas semanas, além de vídeos da turnê que ele está fazendo pela América do Norte, já poderíamos tirar algumas conclusões interessantes sobre o trabalho: a lenda está com muita vontade de tocar com seus companheiros de Crazy Horse e acredito que é isso que se resume Psychedelic Pill. O álbum está sendo lançado por mera convenção que se tem de colocar à venda no mercado de música e entretenimento, mas, com certeza, Neil e seus comparsas já estariam muito satisfeitos em tocar essas músicas no porão para eles mesmos. Mas, graças aos deuses do Rock – Neil Young, por sinal, é um deles – o álbum está lançado e nós podemos ouvi-lo quase sentido na nossa própria pele esse prazer que eles sentiram ao tocá-las.




De acordo com algumas músicas que já haviam sido conhecidas, como as épicas “Walk Like Giant” e “Ramada Inn”, ambas com dezesseis minutos de pura improvisação de solos de guitarra, uma das impressões mais firmes era de que dessa vez Neil Young não estava com pressa alguma. Certamente, a intenção dele é aproveitar para tirar o máximo da sua guitarra enquanto pode, fazê-la chorar, gritar, sangrar e tudo o mais o que quiser, leve quanto tempo levar. Mas, no mesmo instante em que se aperta play em Psychedelic Pill e a faixa de abertura “Driftin’ Back” começa a tocar, e nós vemos a sua duração, é que podemos colocar nossa mão no fogo sem dúvidas: Neil realmente não está com pressa. Isso porque ele nos leva em uma jornada que é surpreendente até mesmo para os seus parâmetros mais longos, nada menos do que vinte e sete minutos e trinta e sete segundos. É o tamanho de um álbum completo de muita banda por aí. E nesse intervalo, Neil começa com seu violão, calmamente, para depois plugar sua guitarra e então é exatamente aí que a viagem começa e não parece terminar nunca. Afinal, a sensação de “Driftin’ Back” é a presente em praticamente todo o disco, muita improvisação, muita diversão, intensidade, e a construção de um universo paralelo no qual tempo em si mesmo não significa nada. Na faixa seguinte, que dá título ao trabalho “Psychedelic Pill”, tem uma pegada bem forte, com um peso muito grande na guitarra e batidas firmes na bateria, além da voz cheia de efeitos de Neil, desenhando um tom psicodélico. Acho que uma das sacadas aqui de Neil Young foi fazer com que uma música com parâmetros normais de duração, no caso de “Psychedelic Pill”, dentre outras, com três minutos e pouco, pareça pequena demais em relação às demais, pois elas acabam em um piscar de olhos. 

É nesse sentido que os dezesseis minutos de “Ramada Inn” são muito bem vindos e parecem ser o ideal. Nesse período, Neil fica à vontade de enveredar para onde quiser nos seus solos, além de contar a história e o quanto dela ele que quiser. Nesse caso, ele narra de um casal numa relação marcada pela luta entre a permanência do amor e problemas com a bebida. O primeiro disco finaliza com a autobiográfica “Born In Ontario”, que mostra um pouco da sua relação com sua cidade natal e as condições nas quais ele a deixou. 




O segundo disco começa com “Twisted Road”, cheia de nostalgia, na qual ele presta homenagem às músicas que costumava ouvir antigamente, quando ele diz que “antigamente, a música acalmava minha alma, se eu chegar em casa, deixarei os bons tempos rolarem”. Solos épicos de guitarra continuam em “She’s Always Dancing”. Já na belíssima “For The Love of Man”, Neil escolhe uma abordagem calma e pacífica, contrastando com a violência desenfreada dos solos das músicas anteriores. Mas esse momento contemplativo de paz interior é temporário, já que dá lugar à gigante “Walk Like Giant” e seus sensacionais solos gigantescos, perdão pela repetição do adjetivo, mas é o que pareceu mais exato para a ocasião. Psychedelic Pill finaliza com uma versão alternativa para a faixa do mesmo título com poucas mudanças dignas de nota. 

Psychedelic Pill é, literalmente, uma viagem e vai de encontro ao conceito de se escutar música no século XXI, no qual as pessoas sempre sem tempo e com muita pressa, preferem várias músicas curtas para acompanhá-las no caminho entre uma coisa e outra. É um álbum perfeito para se ouvir na estrada, no banco do passageiro, devaneando com o olhar através janela, pelas planícies, serras e plantações, enquanto o cavalo louco pisa no acelerador e deixa-se levar. Ou, como o próprio Uncle Neil respondeu hoje mais cedo para um fã que perguntou o que esperar do primeiro show de Neil & Crazy Horse: “bring oats and smell the horse”. Ou seja, traga aveia e cheire o cavalo.


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Otto - The Moon 1111



O pernambucano Otto, depois de quatorze anos, já se pode considerar dono de uma carreira solo consolidada e contando com muito respeito. Desde o lançamento do disco de estréia Samba pra Burro, em 1998, experimentando muito com o eletrônico, passando por uma fase de transição com Condom Black, de 2001, que ainda apresenta um namoro com batidas eletrônicos e Sem Gravidade, de 2003, mais puro, até finalmente sua obra prima Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranqüilos, de 2009, álbum que Otto conseguiu criar, depois de um fim de relacionamento traumático com a atriz Alessandra Negrini, um conjunto de músicas mais sólidas e muito carregadas emocionalmente. Em 2012, Otto ressurge com material inédito com o estranho título de The Moon 1111, que, além de continuar em algumas faixas a influência do brega e do rock dos anos 60 e 70, apresenta também um pirão com tudo o que Otto nos discos passados, acrescentando loucuras e bizarrices até o extremo da criatividade, deixando-se levar totalmente sem amarras ou limites.



A primeira parte de The Moon 1111 começa da forma mais brega e apaixonante possível, com uma sequência em que as três músicas “Dia Claro”, “Ela Falava” e a regravação de “A Noite Mais Linda do Mundo”, de Odair José, exalam romantismo do primeiro segundo ao último. Independente se Otto ainda sente a separação de Negrini ou não, o que importa aqui é que ele gostou de sangrar e deixar o eu-lírico romântico tomar as rédeas de vez em quando. Em “Dia Claro” já dá pra notar um cuidado especial com os arranjos, com órgãos muito bem pensados e colocados nos momentos de recitações furiosas de Otto. Os teclados estão presentes já no início de “Ela Falava”, que é levada por um ritmo interessante e que chega a lembrar – por incrível que pareça – positivamente dos anos 80.



A partir da quarta faixa, “Exu Parade”, começa a parte mais experimental de The Moon 1111, sobressaindo-se uma orgia de sons e a poesia lírica e quase subconsciente de Otto. Nessa parte as músicas também são bem mais percussivas. A faixa que dá título ao álbum “The Moon 1111” é tem um clima quase místico, principalmente devido aos arranjos psicodélicos inspirados em Pink Floyd, mistura de influências, e o refrão quase como um cântico de ritual religioso africano.

Uma das características presentes nos últimos trabalhos de Otto é o grande número de convidados e colaboradores e em The Moon 1111 isso se repete desde a produção do disco, que ficou por conta do colaborador de longa data Pupilo. Otto ainda conta com outros participantes bem conhecidos, com Fernando Catatau, tocando guitarra, Luê Soares, que canta em “Selvagens Olhos, nego!”, da atriz Tainá Muller, em “Ela Falava” e Lirinha, cantando também na ótima “O que dirá o mundo”, um dos destaques do disco pela sua orquestra bem produzida, dentre outros colaboradores. E para finalizar um álbum tão imprevisível e estranho, Otto desafia o ouvinte na divertida “10 DP”, que fala do desejo de fazer uma dupla penetração.

The Moon 1111 é um álbum ambicioso de Otto, quase conceitual. Em alguns momentos chega a ser um pouco difícil para o ouvinte e, muitas vezes, é dispensável o entendimento literal das músicas. Em The Moon 1111 tudo é mais para o sonoro, para as sensações e ao imaginário, à liberdade da mente para levá-lo aonde quiser, pelo caminho que quiser e pelo modo que quiser.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mais um vídeo do novo álbum de Neil Young, "Twisted Road"


Neil Young continua o trabalho promocional para o lançamento do seu novo disco com Crazy Horse, o duplo Psychedelic Pill – seu segundo álbum no ano – que irá para as lojas no dia 30 de outubro. A faixa escolhida desta vez foi “Twisted Road”, que tem sido tocada por Neil nos shows da turnê que ele está fazendo pela América do Norte, inclusive, tendo-a tocado na apresentação do Global Citizen Festival, no final do mês passado. Seguindo a linha dos dois vídeos anteriores, “Walk Like Giant” e “Rannada Inn”, o clipe mostra gravações antigas de um ônibus rodando pelas estradas do interior, além de Neil prestar homenagens a Bob Dylan, Grateful Dead e Roy Orbinson e enquanto canta nostalgicamente “That old time music used to soothe my soul, If I ever get home, I'm gonna let the good times roll". Nostalgia inclusive, parece que será um tema recorrente em Psychedelic Pill, levando em consideração “Born In Otario”, música autobiográfica e que também foi tocada no Global Citizen Festival. Confira o vídeo e fiquemos no aguardo para qual será o próximo vídeo divulgado do trabalho:


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Novo Clipe de Bon Iver, "Beth/Rest"


Justin Vernon pode muito bem já ter se cansado do extenso e intenso trabalho em cima da obra prima Bon Iver, melhor disco de 2011, mas a verdade é que não aparenta nada. Pouco após ter anunciado que a banda entraria em um hiato por tempo indeterminado, ele foi o convidado para o último episódio da série Austin City Limits e, agora, divulga um novo clipe, para a música “Beth/Rest”. O vídeo, dirigido pelo próprio Vernon juntamente com Dan Huiting é visualmente estranho e bonito. Em um tom espiritual, transcendental e angelical, um casal vestido com brilhantes roupas brancas viajam por algo como uma floresta mágica. Na entrevista de lançamento do vídeo, Vernon disse: “é tipo sobre duas pessoas que foram feitas para si próprias e o que acontece com suas essências. Como eles se conectam é outra coisa que nós não queremos falar. Confira abaixo o vídeo:

 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Novo Clipe de Jack White, "I'm Shakin'"


Jack White chamou a atenção do mundo ao gravar e tocar em turnê com duas bandas diferentes, uma toda masculina e outra toda feminina, no mesmo álbum, seu primeiro como artista solo, o ótimo Blunderbuss, lançado no primeiro semestre. As duas bandas tem seus respectivos nomes, The Buzzards e The Peacocks. Nos shows ao vivo é bem interessante perceber a dinâmica e interação de cada uma com seu jeito de tocar. Mas para Jack isso não é o bastante e tratou de mexer mais uma vez com essa idéia com o novo vídeo de Blunderbuss, “I’m Shakin”, sua versão da música de Little Willie John. O clipe, dirigido por Dori Oskowitz, apresenta, frente a frente, dois Jack White, com suas duas bandas, The Buzzards e The Peacocks, exatamente como mostra o cartaz de divulgação, além de um loucão que vai dançando enquanto a música está tocando, assim como nós. 

Confira abaixo mais esse trabalho interessante do Mr. Jack White.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Novo clipe de Neil Young, "Ramada Inn"


Se você está a procura de excentricidade e música boa, Neil Young é provavelmente o melhor nome que você irá achar nos últimos meses. Não basta o lançamento do seu segundo álbum no ano – o duplo Psychedelic Pill – sucessor de Americana, Neil ainda está investindo muito em na conjunção de mídias para divulgar seus trabalhos recentes, já que o citado Americana acompanha um vídeo para cada faixa. Neil Young pretende usar a mesma estratégia com Psychedelic Pill, no entanto, o primeiro vídeo divulgado, da épica jornada de 16 minutos “Walk Like Giant”, foi cortado para uma versão mais acessível, em meros quatro minutos. De qualquer forma, Uncle Neil resolveu mudar no segundo vídeo disponível para o álbum, “Ramada Inn”, contando na íntegra com seus dezessete minutos, que conta novamente com muita guitarra, imagens psicodélicas e gravações antigas.

Mais uma vez quanto ao Global Citizen Festival, que foi realizado no dia 29 de setembro e teve a participação de nomes de peso do mundo do rock, como o próprio Neil Young encabeçando a lista, Foo Fighters, The Black Keys e Band Of Horses, foi informado que com toda a rede criada no festival, foi possível a arrecadação de mais de $ 1.3 bilhões a fim de dar um fim à extrema pobreza. Enfim, além de um baita evento de entretenimento, ajudou ainda para dar esperança com certeza a milhares de famílias ao redor do mundo.

Confira agora na íntegra a viagem para “Ramada Inn”:


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Grizzly Bear - Shields


Esses últimos meses foi marcado por bandas que já eram cartas certas na manga, alguns muito bem sucedidos, como Dinosaur Jr, Bob Dylan outros nem tanto assim, como Band Of Horses e um em especial, completamente fracassado, como Muse. Já estava mais do que na hora de aparecer uma surpresa daquela de tirar o fôlego. E é com esse cenário que ouvi pela primeira vez a banda Grizzly Bear, mais precisamente o seu álbum mais recente, lançado há algumas semanas, Shields, que na verdade é o quinto álbum desse grupo nova-iorquino, que iniciou a carreira em 2004, no Brooklyn, com a junção do experimentalista Edward Droste e o eclético multi instrumentista Christopher Bear, o que resultou no lançamento do disco de estréia, Horn of Plenty. De 2004 pra cá, foram mais três álbuns muito bem aclamados pela crítica e pelos fãs, em especial Yellow House, de 2006. Mas é em Shields que eles realmente atingem o máximo da potencialidade criativa, expondo belíssimas construções sonoras, impecavelmente arranjadas e com diversas texturas. Cada faixa dá uma impressão de imensa profundidade, sempre deixando algo ainda por explorar. Mas vou deixar de tentar teorizar de forma totalmente incompetente, e vamos falar das músicas em si.


A faixa de abertura já apresenta um dos grandes trunfos de Shields. Praticamente tudo o que há de melhor nos próximos quarenta e sete minutos e cinqüenta e cinco segundos está contido em “Sleeping Ute”, simplesmente genial. Dá para notar uma característica especial nessa faixa e em várias outras. Eles gostam de ficar repetindo uma mesma estrutura da música, mas em cada repetição, eles acrescentam novos arranjos, um detalhe aqui que não havia há cinco segundos e que dá toda uma nova moldura àquele mesmo trecho. Há uma riqueza de sons aqui que não se desvenda rapidamente, é o melhor tipo de convite que diz: “olha, me escuta de novo, vai valer a pena”. A faixa seguinte, a igualmente maravilhosa “Speaking In Rounds”, em alguns momentos, chega a lembrar algumas músicas de Arcade Fire. As letras também tem momentos bem profundos, como “But what makes each step worth the time and regret still shows” ou “Come get what's lost, what's left before it's gone”.


Após uma experimentação instrumental de um minuto, chega a vez do primeiro single de Shields, “Yet Again”, que pode não ser a melhor, mas não deixa dúvidas do porque ela foi a escolhida como single, mais nos moldes tradicionais. O belo clipe,dirigido por Emily Kai Bock, mostra a jornada de uma garota patinando no gelo, totalmente no escuro, quando, de repente, o gelo se quebra e ela cai na água, mas emerge numa floresta e então começa sua viagem através de cidades do subúrbio, até a sua casa. “The Hunt” é bem calma e com uma melodia muito bonita, acompanhada em grande parte apenas pelo piano e uma percussão bem tímida.



“A Simple Answer” é outra grande música, muito intensa, com o vocal carregando grandes doses emocionais. Não adianta destacar novamente os arranjos geniais, né? E a parte final da música é simplesmente divina e a lição que eles deixam aqui parece simples: “No wrong or right Just do whatever you like”. Depois de uma calma e não tão notável “What’s Wrong”, “Gun-Shy” deixa o negócio bem interessante novamente, principalmente pelo recurso de justa posição das vozes, ficando muito bonito quando misturado com a bela melodia do refrão. A partir daqui, com “Half Gate” o clima vai se preparando para o grand finale, o que culmina, claro, com a divina “Sun In Your Eyes”, a mais longa do disco, com seus sete minutos preenchidos com o contato quase transcendental da música através de mais uma letra perfeita.

E assim que o surpreendente Shields, de Grizzly Bear, chega ao seu final, com seus vários momentos de destaque que fazem dele um dos melhores álbuns do ano.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Willis Earl Beal - Principless of Protagonist EP


Uma das novidades mais interessantes que tivemos nesse ano chama-se Willis Earl Beal, que, depois de muito falatório no underground sobre esse negro que atendia ligações para quem quisesse o ouvir cantar e fazia caricaturas, lançou o seu disco de estréia Acousmatic Sorcery, uma estranha e instigante compilação de músicas que, embora com canções muito boas, pecava um pouco pela falta de unidade, já que diferia muito entre uma faixa e outra. Acousmatic Sorcery deixa claro desde a primeira audição, que é um trabalho de amador, de quem não conhece as técnicas de estúdio, muito menos musicais. Foi basicamente as músicas que Beal compôs no seu quarto e gravou num cassete e lançou anos depois, sem um tratamento diferenciado. 

Dessa forma, tendo alcançado certa notoriedade e espaço no meio musical, excursionando pelo pais na turnê de Acousmatic Sorcery, ele teve a chance de testar pela primeira vez aquelas músicas num ambiente ao vivo, cheio de interações, mudanças e surpresas. Isso resultou que ele acabou alterando a maioria das estruturas das canções presentes no álbum. Apesar de serem as mesmas, ele cantava diferente, num ritmo inesperado e desconhecido. Essa imprevisibilidade da apresentação de Willis Earl Beal provavelmente é a maior inspiração para o EP Principless of a Protagonist, que este acabou de lançar via BitTorrent. O EP conta com cinco faixas de Acousmatic Sorcery que foram totalmente regravadas baseadas nessas experiências ao vivo que Beal teve no decorrer da sua turnê. E ele foi muito feliz na escolha nas faixas que foram regravadas aqui, sendo todas elas especialmente os pontos fortes do Acousmatic Sorcery. Dessa forma, o EP todo é muito bom e trouxe uma beleza maior e mais delicada a cada uma das músicas, em especial para “Evening’s Kiss”, que se já era bela no disco original, Beal conseguiu reformulá-la e transformá-la em uma música que carrega uma carga emocional explosiva a ponto de estourar.

“Swing On Low” finalmente teve o tratamento que realmente merece e se aproxima à versão que Beal apresentou no Later Show With Jools Holland, sem aqueles barulhos agoniados presentes em Acousmatic Sorcery. E, por fim, uma versão maravilhosa e fantasmagórica da melhor música de Beal, “Cosmic Queries”, com uma atmosfera de arrepiar.


Principless of a Protagonist, na verdade, também é o nome de um filme em animação que Willis Earl Beal irá lançar em breve no seu website, juntamente com uma compilação de gravações ao vivo. Ele foi criado inicialmente como uma novela em formato de desenho, que Beal vendeu em Chicago por cinco dólares. O cartaz tem as inscrições: "A short filme actually about something". Clique aqui se quiser baixar o EP Principless of a Protagonist, via torrent. Segue abaixo o trailer do filme, destaque para a fala final: "the darkness is always waiting".

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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Neil Young & Crazy Horse Live @ Global Citizen Festival


Se você perdeu por algum motivo a transmissão ao vivo do Global Festival, que foi ao ar no último sábado, dia 29/09/2012, e contou com shows de Band of Horses, Foo Fighters, The Black Keys e o gigante Neil Young, junto com Crazy Horse, fechando a noite, não há mais motivo para se preocupar. 

Abaixo segue o vídeo do melhor show da noite, Neil Young, como já era de se esperar. Claro, não é subestimando nenhuma das outras bandas, principalmente Foo Fighters e The Black Keys, que estão em momentos soberbos de suas respectivas carreiras, fazendo shows cada vez para um público maior e mais enérgico. Mas não se trata só disso. É só Neil Young entrar no palco que você já sente uma atmosfera diferente, algo que ultrapassa o sucesso, discos vendidos ou aprovação do público em geral. É a própria história que está em pé ali com uma guitarra pendurada no pescoço. É uma lenda viva. Do primeiro minuto ao último, Neil prova que ele não vive somente pela reputação, entregando um show empolgante, mesmo sem tantos clássicos quanto poderia ter. Isso porque o setlist com oito músicas, contém apenas duas músicas antes de 1979. 

O show começa com tudo, numa versão épica de quase quinze minutos de “Love and Only Love”, com Neil e Poncho claramente se divertindo bastante, tocando um olhando para o outro. Seguiu, para delírio geral, com a clássica “Powderfinger”. Antes de começar “Born In Ontario”, faixa que estará presente no próximo disco de Neil Young & Crazy Horse, Neil conta que ela é autobiográfica, e relembra a primeira vez que foi à Nova Iorque para uma audição. “É um ótimo lugar, muito embora eu não tenha sido aprovado”, concluiu ele. Logo depois a banda começa outra nova música, desta vez numa versão completíssima da faixa que tem tudo para ser o carro chefe de Psychedelic Pill, “Walk Like Giant”. Então começa a parte acústica do show, com a clássica “The Needle and The Damage Done” e a mais uma nova “Twisted Road”. 

Tem que ser um parágrafo à parte para o final, porque foi um show à parte, com “Fuckin’ Up” e uma versão de dez minutos da majestosa “Keep On Rockin’ In The Free World”, contando com a ajuda de membros de grande parte das bandas participantes do Global Festival, como Dave Grohl, do Foo Fighters e Dan Auerbach, do The Black Keys, entre muitos outros. Confira abaixo o show na íntegra:

 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Atrações do Lollapalooza Brasil 2013 foram anunciadas e os preços também!


Depois de muita espera e o dobro de rumores, foi anunciado as atrações edição brasileira do festival Lollapalooza, realizado pela segunda vez no Brasil. E deve ser dito que dessa vez eles capricharam, formando um line-up de impor respeito, com nomes que agradam o público maior, como Pearl Jam, que volta ao Brasil no menor espaço de tempo da carreira, já que fizeram uma turnê sul-americana em 2011, e Queens of The Stone Age, e várias bandas alternativas, desde a clássica Flaming Lips, passando pelo sucesso de The Black Keys e terminando com a novata Alabama Shakes, que, com certeza, o público alternativo está curiosíssimo para conferir ao vivo. O festival acontecerá nos dias 29, 30 e 31 de março de 2013, no Jockey Club de São Paulo. A pré-venda começa para os já cadastrados no dia 02/10/2012 e para o público em geral no dia 16/10/2012. O preço é que está bem salgadinho, com o pacote de R$ 900,00 para os três dias de festival. Acho que as estatísticas dos novos-ricos que chegam para os produtores estão equivocadas, ou sou eu quem só conhece liso. Mas, enfim, quem não tiver a grana, sempre há a possibilidade de grudar na transmissão básica do Multishow, ou pela TV ou pela internet! Confira abaixo o vídeo promocional do evento: