terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Resenha de David Bowie - No Plan EP





                Hoje, 10/01/17, completa um ano da morte de David Bowie, que deixou o mundo estupefato, pois aconteceu poucos dias depois do lançamento de Blackstar, um disco vigoroso e intrigante que, mesmo imerso em inúmeras simbologias e mensagens pessoais indiretas (que logo se tornaram diretas), fez com que as pessoas continuassem pensando no prolongamento da espetacular carreira de David Bowie na música. Mas no dia 10 duas trágicas notícias chegaram de uma vez: não apenas Bowie estava profundamente doente, coisa que ninguém sabia, mas à essa altura, ele já estava morto. Isso mesmo, algumas horas depois de aparentar ser a pessoa mais viva e enérgica do mundo, David Bowie estava morto.

                Um ano depois, o que podemos dizer é que ainda não digerimos totalmente essa perda. Para nos ajudar com o luto, a BBC apresentou um especial inédito sobre os últimos cinco anos da carreira de David Bowie, The Last Five Years, que em outra oportunidade farei uma resenha específica. Esta postagem de hoje se refere ao lançamento surpresa de um novo EP no dia do aniversário do cantor, que compila as últimas músicas inéditas conhecidas – até o momento – de David Bowie ( que já foram lançadas numa versão do musical Lazarus).





                “No Plan” é tão emocionante e tão impactante quanto “Larazus”, que foi totalmente ressignificada após a notícia da morte de David Bowie. Em “No Plan”, ao contrário, já a ouvimos conscientes que ele não está mais aqui e se encontra nesse lugar em que ele menciona na letra da música. Musicalmente, ela se enquadra num jazz meio sombrio com alguns belos solos de saxofone de Doug McCaslin, que conhecemos tão bem em Blackstar.
Vale a pena transcrevê-la na íntegra:

Here, there's no music here
I'm lost in streams of sound
Here, am I nowhere now?
No plan
Wherever I may go
Just where, just there
I am

All of the things that are my life
My desire, my beliefs, my moods
Here is my place without a plan

Here, second avenue
Just out of view
Here, is no traffic here?
No plan

All the things that are my life
My moods, my beliefs
My desires, me alone
Nothing to regret
This is no place, but here I am
This is not quite yet

                “Killing a Little Time”, por sua vez, é um rock pesado que relembra um pouco a fase de Outside. Parece que aqui ele está lidando com a raiva de saber que o momento está próximo, pensando no que ainda poderia oferecer. “This rage in me / I've got a handful of songs to sing / To sting your soul / To fuck you over / This furious reign”.
                 “When I Met You” finaliza esse conjunto de últimas músicas gravadas por David Bowie de forma melancólica: "Now It's all the same, it's all the same/ The sun is gone, it's all the same."
                Mas nisso David Bowie errou. Prefiro outra citação de uma música dele próprio (“Sunday”):
“Everything has changed
For in truth, it's the beginning of nothing
And nothing has changed
Everything has changed
For in truth, it's the beginning of an end
And nothing has changed
And everything has changed”


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A Blues Foundation anuncia os indicados ao 38th Blues Music Awards

A Blues Foundation acaba de anunciar os indicados para o maior prêmio do blues: o Blues Music Awards, que está na sua 38º edição. A maioria dos indicados passaram por aqui pelo Filho do Blues em diversos momentos no decorrer de 2016. A cerimônia irá ocorrer em 11 de maio de 2017, em Memphis. Sugar Ray Norcia e sua banda, The Bluetones, receberem, individualmente e coletivamente, a maior quantidade de indicações pelo álbum Seeing Is Believing. No total foram sete, mas se incluídas as nomeações por outros integrantes da banda esse número chega a dez. Confira os indicados (e em negrito a escolha pessoal do Filho do Blues):

38th Blues Music Award Nominees

Acoustic Album
Doug MacLeod – Live in Europe
Eric Bibb – The Happiest Man in the World
Fiona Boyes – Professin’ the Blues
Jimmy “Duck” Holmes – Live at Briggs Farm
John Long – Stand Your Ground
Luther Dickinson – Blues and Ballads (A Folksinger’s Songbook) Vol I and II

Acoustic Artist
Doug MacLeod
Eric Bibb
Fiona Boyes
Jimmy “Duck” Holmes
Luther Dickinson

Album
Bobby Rush – Porcupine Meat
Kenny Neal – Bloodline
Nick Moss Band – From the Root to the Fruit
Sugar Ray & the Bluetones – Seeing is Believing
Toronzo Cannon – The Chicago Way
William Bell – This Is Where I Live

Band
Golden State Lone Star Blues Revue
Lil’ Ed & The Blues Imperials
Nick Moss Band
Sugar Ray and the Bluetones
Tedeschi Trucks Band

B.B. King Entertainer
Joe Bonamassa
John Nemeth
Lil’ Ed Williams
Sugar Ray Norcia
Sugaray Rayford

Best Emerging Artist Album
Corey Dennison Band – Corey Dennison Band
Guy King – Truth
Jonn Del Toro Richardson – Tengo Blues
Terrie Odabi – My Blue Soul
Thornetta Davis – Honest Woman

Contemporary Blues Album
Al Basile – Mid Century Modern
Kenny Neal – Bloodline
Nick Moss Band – From the Root to the Fruit
The Record Company – Give It Back To You
Toronzo Cannon – The Chicago Way

Contemporary Blues Female Artist
Alexis P Suter
Ana Popovic
Janiva Magness
Shemekia Copeland
Susan Tedeschi

Contemporary Blues Male Artist
Albert Castiglia
Kenny Neal
Mike Zito
Sugaray Rayford
Toronzo Cannon

Historical Album
Arthur “Big Boy” Crudup, A Music Man Like Nobody Ever Saw, Bear Family Records
B.B. King, More B.B. King: Here’s One You Haven’t Heard, Ace Records
Bobby Rush, Chicken Heads: A 50-Year History of Bobby Rush, Omnivore Recordings
Michael Burks, I’m A Bluesman, Iron Man Records
Pinetop Perkins & Jimmy Rogers, Genuine Blues Legends, Elrob Records

Instrumentalist-Bass
Biscuit Miller
Bob Stroger
Michael “Mudcat” Ward
Patrick Rynn
R W Grigsby

Instrumentalist-Drums
Cedric Burnside
Jimi Bott
June Core
Tom Hambridge
Tony Braunagel

Instrumentalist-Guitar
Bob Margolin
Joe Bonamassa
Kid Andersen
Monster Mike Welch
Ronnie Earl

Instrumentalist-Harmonica
Dennis Gruenling
Jason Ricci
Kim Wilson
Mark Hummel
Sugar Ray Norcia

Instrumentalist-Horn
Al Basile
Nancy Wright
Sax Gordon Beadle
Terry Hanck
Vanessa Collier

Koko Taylor Award (Traditional Blues Female Artist)
Annika Chambers
Diunna Greenleaf
Inetta Visor
Shaun Murphy
Trudy Lynn

Pinetop Perkins Piano Player
Anthony Geraci
Barrelhouse Chuck
Henry Gray
Jim Pugh
Victor Wainwright

Rock Blues Album
Albert Castiglia – Big Dog
Mike Zito – Keep Coming Back
Moreland & Arbuckle – Promised Land or Bust
Tedeschi Trucks Band – Let Me Get By
Walter Trout – Alive in Amsterdam

Song
“Blues Immigrant” written by Matthew Skoller & Vincent Bucher and performed by Matthew Skoller on Blues Immigrant
“I Gotta Sang The Blues” written and performed by Thornetta Davis on Honest Woman
“Seeing Is Believing” written by Ray Norcia and performed by Sugar Ray & The Bluetones on Seeing Is Believing
“Walk A Mile In My Blues” written by David Duncan, Curtis Salgado & Mike Finigan and performed by Curtis Salgado on The Beautiful Lowdown
“Walk it Off” written and performed by Toronzo Cannon on The Chicago Way

Soul Blues Album
Bobby Rush – Porcupine Meat
Curtis Salgado – The Beautiful Lowdown
Johnny Rawls – Tiger in a Cage
Wee Willie Walker – Live! Notodden Blues Festival
William Bell – This Is Where I Live

Soul Blues Female Artist
Bettye Lavette
Lara Price
Mavis Staples
Terrie Odabi
Vaneese Thomas

Soul Blues Male Artist
Bobby Rush
Curtis Salgado
Johnny Rawls
Wee Willie Walker
William Bell

Traditional Blues Album
Big Jon Atkinson & Bob Corritore – House Party at Big Jon’s
Bob Margolin – My Road
Golden State Lone Star Blues Revue – Golden State Lone Star Blues Revue
Lurrie Bell – Can’t Shake This Feeling
Sugar Ray & the Bluetones – Seeing is Believing

Traditional Blues Male Artist
Bob Margolin
John Primer
Lil’ Ed Williams
Lurrie Bell

Sugar Ray Norcia

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Melhores Álbuns de 2016: Parte IV






Let Me Get By consegue captar todo o potencial da grande banda Tedeschi Trucks Band, agora não somente grande apenas no número de integrantes, mas grande também pela música, recheada de maturidade, criatividade e profundidade. Um grande e grandioso álbum. Sem dúvida, “grande” é o adjetivo perfeito para Let Me Get By.






12. Dinosaur Jr. - Give a Glimpse At What Yer Not

É incrível uma banda como Dinosaur Jr. A maneira que eles conseguiram desenvolver sua fórmula e se manter nela num nível elevadíssimo de qualidade não é qualquer um que consegue. Give a Glimpse At What Yer Not é mais um belíssmo disco que faz com que Dinosaur Jr seja uma das poucas bandas que continuam lançando discos no nível equivalente aos seus discos clássicos de início de carreira.








13. Big Jon Atkinson & Bob Corritore - House Party At Big Jon's

Uma parceria incrível de dois caras que manjam muito de blues, o guitarrista Big Jon Atkinson e o gaitista Bob Corritore. Ainda tem a participação de Alabama Mike, que já apareceu por nossa lista, Dave Riley, Tomcat Courtney e Willie Buck. O selo Delta Groove apresentou alguns dos álbuns de blues mais tradicionais e puros que é possível fazer nos dias de hoje. House Party At Big Jon’s quase transporta você de volta para os anos 50, no auge do Chicago blues. Enfim, é um álbum maravilhoso para colocar pra ouvir e ficar curtindo um som com os amigos e tomando uma cerveja.










14. Lurrie Bell - Can't Shake This Feeling

Lurrie Bell, filho de grande gaitista Carey Bell,  é um dos maiores nomes do blues contemporâneo. Can’t Shake This Feeling é mais um sinal de que Bell vem construindo uma carreira significativa, digna de uma verdadeira lenda. Dentre covers e originais, todo o disco é uma celebração do blues de Chicago.








The Blues, The Whole Blues and Nothing But The Blues é exatamente o que o título sugere, mostrando ainda que, além do blues, todo o blues e nada mais que o blues, Bromberg  ainda consegue apresentar variações bem interessantes, deixando o álbum ainda mais rico.







16. Teenage Fanclub – Here

Os herois do alternativo da década de 90 estão de volta com um novo disco. O que impressiona é que eles ainda estejam tão bem! Here tem tudo o que os fãs do Teenage Fanclub podem esperar: belas melodias e ótimas texturas de guitarra.



Joe Bonamassa dispensa apresentações mais prolongadas. Como todos sabem, seria impensável Bonamassa passar um ano inativo ou sem lançar algo novo, seja um disco de estúdio ou um disco ao vivo (contando com Blues of Desperation, Bonamassa já lançou três discos só em 2016). Blues of Desperation confirma Bonamassa como o melhor do blues-rock à disposição no mercado.








Não é só porque o próprio Big Harp George visitou o blog e comentou na resenha do disco. É porque Big Harp faz um grande blues, com composições próprias e letras significativas que resgatam um pouco do lado positivo do blues, em músicas como “I Ain’t The Judge of You” e “Justice In My Time”. Em tempos turbulentos, em que as pessoas reclamam que a vida perde a graça com o politicamente correto, Big Harp George mostra que se pode se divertir respeitando os outros e buscando sermos melhores pessoas sempre. Por isso, uma grande relíquia para 2016.








O diferencial de um álbum novo de um artista já consagrado é que ele não compõe pressionado, não tem nada mais a provar a ninguém, o que torna o álbum despretensioso e, de certa forma, revelador de um lado mais pessoal e humano do artista. É algo que acontece com vários desses deuses do rock, como Paul McCartney e Bob Dylan mais recentemente. Não nos compete comparar com os clássicos feitos do passado, apenas desfrutar de mais alguns momentos musicais agradáveis com um gênio da música, algo quase em extinção. I Still Do é um álbum leve e que mostra que Clapton ainda tem o blues. Sugere-se que este pode ser o último disco de sua carreira, de acordo com uma nota que o próprio escreveu; nesse caso, seria uma delicada, singela e suave despedida.







20. Colin James - Blue Highways
O canadense Colin James lança mais um grande álbum de blues, cheio de versões de clássicos que ficam maravilhosos nessa nova releitura, com destaque para “Gypsy Woman” e “Hoodoo Man Blues”.



quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Melhores Álbuns de 2016: Parte III







Certamente The Big Sound of Lil’ Ed & The Blues Imperials chega como mais um reflexo de uma banda talentosa que conhece o blues e entrega a encomenda sem avarias ou remendos. Altamente recomendado para os fãs de Chicago blues e de slides.







22. Liniker e os Caramelows - Remonta

O disco nacional mais bem colocado do ano é esse. Após chamar atenção nas mídias sociais com um EP em 2015, a banda paulistana Liniker e os Caramelows estreiam com Remonta, um álbum sensacional, empolgante do início ao fim; eclético, mistura um pouco de MPB, Black Music, Soul, Indie, Rock, enfim, uma miscelânea digna de nota e muito bem cadenciada pela voz incrível de Liniker. A qualidade lírica da banda também merece destaque, com letras que chamam a atenção e mexem com você. Belíssima estreia.












Livin’ On a High Note está enquadrado no contexto de reação dos representantes da comunidade negra dos Estados Unidos de se levantar e denunciar a ultrajante violência sofrida pelos seus jovens. O fato de vir de uma remanescente dos movimentos de luta pelos direitos civis da década de 60 torna a mensagem ainda mais marcante para os mais novos. A julgar por Livin’ On A High Note, Mavis Staples ainda tem muito que dizer. Voltando ao paralelo com Elza Soares, se em 2015 Elza Soares foi a Mulher do Fim do Mundo, na esfera profana, então Mavis Staples é a Mulher do Fim do Mundo na esfera do sagrado. Mavis Staples oferece pouco de paz e esperança em meio ao turbilhão.










24. Iggy Pop - Post Pop Depression

Para o décimo sétimo álbum da sua carreira, Iggy Pop escolheu uma parceria de peso. Josh Homme do Queens of the Stone Age foi o escolhido e certamente deu um tom mainstream que conectou com uma geração mais nova e que contribuiu bastante para que Iggy Pop atingisse o nível que ele alcança em Post Pop Depression. Dada a proximidade de Iggy com Bowie, e o lançamento do disco tendo sido pouco tempo depois da morte do cantor britânico, o título fica quase como Post Bowie Depression. De qualquer forma, foi um ótimo passo para a carreira de Iggy, elevando-o ao ponto em que ele deve estar na história do rock e da cultura pop em geral.










Este foi um dos primeiros álbuns que ouvi no ano. My Road é um álbum que atinge o seu objetivo: mostrar um pouco da carreira desse guitarrista que já tem onze discos solo, inúmeros projetos e participações especiais e está num momento especial em sua vida, sendo uma figura respeitável na cena do blues, com uma agenda frequente de shows e consistentes álbuns lançados. Ou seja, My Road é um compêndio das variadas facetas desse grande guitarrista do blues, mas mantendo-se sempre na sua maior paixão: o bom e velho blues. O álbum está disponível no Spotify.




26. Clarice Falcão - Problema Meu

Um episódio típico que ocorreu ontem traduz muito bem o conteúdo e o estilo de Problema Meu, novo disco de Clarice Falcão (e Clarice sabe muito bem disso). O clipe da música "Eu Escolhi Você" foi postado no youtube e logo em seguida foi excluído do site por cenas de nudez explícitas. Isso porque o clipe consiste em filmar as vaginas e os pênis das pessoas, literalmente. A câmera fica enquadrada numa posição só, da barriga ao joelho, aproximadamente, e as pessoas vão aparecendo e mostrando suas coisas. Só isso. O suficiente para a internet toda falar disso hoje, muitos de maneira hipócrita. E Clarice sabia disso. O disco Problema Meu está impregnado desse humor provocador e ousado. E esse é o grande trunfo de Clarice, que somado a uma grande capacidade criativa de imaginar situações inimagináveis e escrever sobre elas, a torna numa artista única no cenário artístico e musical nacional. 







27. Alexis P. Suter Band - All for Loving You


Se tivesse ma lista das melhores vozes do ano, seria um crime não colocar a cantora Alexis P. Suter entre pelo menos as três primeiras colocações. Duvida?Escute All for Loving You, um blues-rock intenso e, mais do que isso, ouça a versão redentora de "Let It Be", dos Beatles, e veja se você não se arrepia todo(a). Ela mesma já venceu duas vezes o prêmio Koko Taylor Vocalista do ano na categoria Blues/Soul.






28. David Burgin - No Money Down

O desconhecido David Burgin mostra toda sua habilidade na gaita em No Money Down. Alternando instrumentais, covers e composições próprias, Burgin entrega aqui um blues tradicional e direto, como você pode ver em "Just A Fool"








29. Wilco - Schmilco


A posição 29 não é típico de Wilco, mas Wilco é Wilco. Essa frase pode resumir os últimos trabalhos da banda norte-americana Wilco, que tem alguns álbuns dentre os clássicos da década passada, mas que recentemente tem perdido um pouco o vigor criativo. Isso não quer dizer que tenha deixado de ser interessante. Schmilco é esse meio termo que Wilco encontrou, ou seja, não chega a correr mais riscos,e mantém a fórmula de sucesso.








30. William Bell - This Is Where I Live

O soul deu as caras novamente na lista de melhores do ano, dessa vez com uma das lendas do gênero, compositor de músicas como "You Don't Miss Your Water" e "Born Under A Bad Sign", William Bell. Para This Is Where I Live, Bell retorna para a gravadora mais icônica da soul music, a Stax Records, que ajudou a lançar sua carreira. A lista de músicas em Whis Is Where I Live é ótima e muito bem equilibrada em termos de qualidade. E a voz de William Bell parece a de um garoto que está começando a carreira. Incrível.