quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Melhores Álbuns de 2016: Parte III







Certamente The Big Sound of Lil’ Ed & The Blues Imperials chega como mais um reflexo de uma banda talentosa que conhece o blues e entrega a encomenda sem avarias ou remendos. Altamente recomendado para os fãs de Chicago blues e de slides.







22. Liniker e os Caramelows - Remonta

O disco nacional mais bem colocado do ano é esse. Após chamar atenção nas mídias sociais com um EP em 2015, a banda paulistana Liniker e os Caramelows estreiam com Remonta, um álbum sensacional, empolgante do início ao fim; eclético, mistura um pouco de MPB, Black Music, Soul, Indie, Rock, enfim, uma miscelânea digna de nota e muito bem cadenciada pela voz incrível de Liniker. A qualidade lírica da banda também merece destaque, com letras que chamam a atenção e mexem com você. Belíssima estreia.












Livin’ On a High Note está enquadrado no contexto de reação dos representantes da comunidade negra dos Estados Unidos de se levantar e denunciar a ultrajante violência sofrida pelos seus jovens. O fato de vir de uma remanescente dos movimentos de luta pelos direitos civis da década de 60 torna a mensagem ainda mais marcante para os mais novos. A julgar por Livin’ On A High Note, Mavis Staples ainda tem muito que dizer. Voltando ao paralelo com Elza Soares, se em 2015 Elza Soares foi a Mulher do Fim do Mundo, na esfera profana, então Mavis Staples é a Mulher do Fim do Mundo na esfera do sagrado. Mavis Staples oferece pouco de paz e esperança em meio ao turbilhão.










24. Iggy Pop - Post Pop Depression

Para o décimo sétimo álbum da sua carreira, Iggy Pop escolheu uma parceria de peso. Josh Homme do Queens of the Stone Age foi o escolhido e certamente deu um tom mainstream que conectou com uma geração mais nova e que contribuiu bastante para que Iggy Pop atingisse o nível que ele alcança em Post Pop Depression. Dada a proximidade de Iggy com Bowie, e o lançamento do disco tendo sido pouco tempo depois da morte do cantor britânico, o título fica quase como Post Bowie Depression. De qualquer forma, foi um ótimo passo para a carreira de Iggy, elevando-o ao ponto em que ele deve estar na história do rock e da cultura pop em geral.










Este foi um dos primeiros álbuns que ouvi no ano. My Road é um álbum que atinge o seu objetivo: mostrar um pouco da carreira desse guitarrista que já tem onze discos solo, inúmeros projetos e participações especiais e está num momento especial em sua vida, sendo uma figura respeitável na cena do blues, com uma agenda frequente de shows e consistentes álbuns lançados. Ou seja, My Road é um compêndio das variadas facetas desse grande guitarrista do blues, mas mantendo-se sempre na sua maior paixão: o bom e velho blues. O álbum está disponível no Spotify.




26. Clarice Falcão - Problema Meu

Um episódio típico que ocorreu ontem traduz muito bem o conteúdo e o estilo de Problema Meu, novo disco de Clarice Falcão (e Clarice sabe muito bem disso). O clipe da música "Eu Escolhi Você" foi postado no youtube e logo em seguida foi excluído do site por cenas de nudez explícitas. Isso porque o clipe consiste em filmar as vaginas e os pênis das pessoas, literalmente. A câmera fica enquadrada numa posição só, da barriga ao joelho, aproximadamente, e as pessoas vão aparecendo e mostrando suas coisas. Só isso. O suficiente para a internet toda falar disso hoje, muitos de maneira hipócrita. E Clarice sabia disso. O disco Problema Meu está impregnado desse humor provocador e ousado. E esse é o grande trunfo de Clarice, que somado a uma grande capacidade criativa de imaginar situações inimagináveis e escrever sobre elas, a torna numa artista única no cenário artístico e musical nacional. 







27. Alexis P. Suter Band - All for Loving You


Se tivesse ma lista das melhores vozes do ano, seria um crime não colocar a cantora Alexis P. Suter entre pelo menos as três primeiras colocações. Duvida?Escute All for Loving You, um blues-rock intenso e, mais do que isso, ouça a versão redentora de "Let It Be", dos Beatles, e veja se você não se arrepia todo(a). Ela mesma já venceu duas vezes o prêmio Koko Taylor Vocalista do ano na categoria Blues/Soul.






28. David Burgin - No Money Down

O desconhecido David Burgin mostra toda sua habilidade na gaita em No Money Down. Alternando instrumentais, covers e composições próprias, Burgin entrega aqui um blues tradicional e direto, como você pode ver em "Just A Fool"








29. Wilco - Schmilco


A posição 29 não é típico de Wilco, mas Wilco é Wilco. Essa frase pode resumir os últimos trabalhos da banda norte-americana Wilco, que tem alguns álbuns dentre os clássicos da década passada, mas que recentemente tem perdido um pouco o vigor criativo. Isso não quer dizer que tenha deixado de ser interessante. Schmilco é esse meio termo que Wilco encontrou, ou seja, não chega a correr mais riscos,e mantém a fórmula de sucesso.








30. William Bell - This Is Where I Live

O soul deu as caras novamente na lista de melhores do ano, dessa vez com uma das lendas do gênero, compositor de músicas como "You Don't Miss Your Water" e "Born Under A Bad Sign", William Bell. Para This Is Where I Live, Bell retorna para a gravadora mais icônica da soul music, a Stax Records, que ajudou a lançar sua carreira. A lista de músicas em Whis Is Where I Live é ótima e muito bem equilibrada em termos de qualidade. E a voz de William Bell parece a de um garoto que está começando a carreira. Incrível.


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