sexta-feira, 10 de maio de 2013

She & Him - Volume 3


She & Him, como o nome sugere, Ele & Ela, são o artista de country-folk M. Ward e a atriz, cantora e compositora Zooey Deschanel. Diferente das bandas de casal, como White Stripes e suas origens misteriosas - seriam os irmãos White ou o Sr. e Sra. White, ou apenas brincadeira? -, desde o início eles optaram pelo caminho mais honesto e, consequentemente, menos empolgante. Ambos se conheceram em 2007, no filme The Go-Getter, dirigido por Martin Hynes, que pediu à atriz Deschanel para fazer um dueto com Ward, encarregado da trilha sonora do longa metragem. Eles gravaram uma versão para uma música de Richard& Linda Thompson, “When I getto The Border”. Deu tão certo que em pouco tempo eles estavam junto trabalhando em demos gravadas e compostas por Deschanel, que ela mantinha até então em segredo. Dessa junção saiu em 2008 o primeiro disco da dupla, Volume One. Esse álbum de estréia apresentou ao mundo essa banda que parecia saída de alguma máquina do tempo, tocando o som vintage dos anos cinqüenta e sessenta e misturando com o Pop atual e recebeu ótimas críticas de revistas especializadas, sendo considerado inclusive o álbum do ano pela revista Paste.



Mesmo com a nova carreira, Deschanel não abandonou seu papel de atriz e continuou trabalhando em alguns filmes e séries, como (500) Dias com Ela. Em 2010, era tempo para mais um passo para She & Him, que, com o bem sucedido Volume Two, teve mais uma vez uma grande turnê e passou a primeira semana no Billboard Top Ten. Mas não foi só a carreira musical de Deschanel que deu uma guinada. Em 2011, ela protagonizou a primeira temporada da série New Girl da Fox, que já vai na terceira temporada. Alternando a rotina de gravação com compositora, acaba de sair o terceiro volume de músicas de She & Him, que amplia o já interessante cardápio da banda.

Como deu pra perceber, em She & Him, diferente de White Stripes, o foco central é o talento de Deschanel. Ela é o “Jack White” e M. Ward é “Meg White”. Esse fato fica evidenciado quando vemos que todas as faixas originais de She & Him foram escritas e arranjadas por ela, enquanto M. Ward ficou encarregado da produção. Volume 3 parece um álbum feito fora do tempo, com canções que nos remete aos bailes dos anos 60.




O disco é uma viagem pelo tempo através do pop de baile (“Never Wanted Your Love” e “I’ve Got Your Number, Son” e “I Could’ve Been Your Girl”), e baladas magníficas dos anos cinquenta e sessenta (“Turn to White”, “Baby”, esta com um dueto muito interessante entre Deschanel e M. Ward,, “Hold Me, Thrill Me, Kiss Me” e “Sunday Girl”), que, curiosamente, além de serem os pontos altos do álbum, essas três últimas são as três das quatorze músicas que não são composições de Deschanel, são versões de músicas americanas antigas.

As melodias marcantes e cativantes características do pop também estão muito presentes em Volume 3, sobretudo nos refrões de “Somebody Sweet to Talk To” e “Together”, com batida meio pop anos 80. A sensação de deslocamento provoca sensações curiosas, principalmente em “Snow Queen”, um dançante pop perdido dos anos 60, dizendo que irá sentar e esperar o telefone tocar. A questão é que hoje em dia, com o celular e todas essas modernices, ninguém senta e espera o telefone tocar para falar com alguém.





Outro momento curioso no disco é em “Sunday Girl”, onde Deschanel mistura estrofes em inglês com um francês sensual, lembrando as viagens de Fernanda Takai, do Pato Fu, cantando em japonês. No final do álbum, ainda tem espaço para duas boas canções, como a bela balada no piano de “London” e a tocante “Shadow of Love”, uma belíssima balada para se dançar com os rostos lacrimejantes colados e sentido a doce voz de Deschanel tomar conta do seu subconsciente.

Volume 3 é um belo, gostoso e divertido álbum, que nos faz viajar por momentos e sensações diversas pelo tempo. Um moderno álbum celebrando o passado, ou mantendo-o vivo e em funcionamento, através de belas canções com toda capacidade de entrar nas paradas, tanto agora quanto no seu tempo, seja lá que tempo for esse.


2 comentários:

  1. Bonitinha, mas a banda nunca me convenceu... Nesse estilo tem uma pá de bandas suecas e islandesas bem mais legais

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