sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Transmissão ao vivo do Global Festival, na Multishow


Procurando um bom programa na televisão para apimentar o sábado a noite? Bem, você encontrou. Isso porque o canal Multishow, da Globosat, irá transmitir ao vivo, tanto na TV quanto na web, o Global Festival, que acontece em Nova Iorque. O Global Festival acontece na mesma semana de um importante evento, a Assembléia Geral da ONU, que também ocorrerá em Nova Iorque. O festival é organizado pela ONG Global Poverty Project, que luta contra a desigualdade social e tem vários programas voltados para os jovens. Mas o melhor mesmo são as atrações, dentre as quais pequenos nomes como, Foo Fighters, Band of Horses, Black Keys e Neil Young & Crazy Horse.

Segue abaixo a programação para você já ir comprando a cerveja e reservar o lugar no sofá:

18h Abertura
18h03 K’Naan
18h25 Band of Horses
18h55 Black Keys
20h Foo Fighters
21h05 Neil Young & Crazy Horse
21h55 Encerramento

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Muse - The 2nd Law


Já há alguns meses que eu estava bem receoso de ouvir The 2nd Law, sexto álbum do trio inglês Muse. Mas esse receio não apareceu do nada. Acompanho a banda desde meados de 2002 e sempre recebi os novos lançamentos com muita empolgação, fazendo com que se tornasse uma das minhas bandas favoritas. Em 2006, no ótimo Black Holes and Revelations, Matthew Bellamy, Chris Wolstenholme e Dominic Howard, começaram a apontar para uma tendência de renovação de seu som em busca de uma identidade, na tentativa de escapar de ser a sombra de Radiohead, que sempre acompanhou a banda a partir do sucesso de Showbiz, de 1999 e, principalmente, com a explosão do clássico Origin Of Symmetry. Essa mudança pode ser sentida em algumas músicas do Black Holes e do trabalho seguinte, The Resistance, como “Supermassive Black Hole” e “Undisclosed Desires”. No entanto, o restante dos álbuns ainda era bem fiel ao estilo que, aos poucos, eles foram criando para eles próprios, com autênticas e originais composições épicas e grandiosas, e até mesmo essas faixas não havia uma ruptura total, pois, de certo modo ainda poderiam ser identificadas como um carimbo Muse. Foi exatamente essa ruptura parcial que manteve Muse interessante. Foi essa ruptura parcial que Bellamy e companhia resolveram deixar de lado, resultando no desastre de The 2nd Law. Provavelmente é essa audácia e busca por novos horizontes, e mais uma ou duas músicas, onde reside o mérito, se é que há algum, de The 2nd Law.

Não sei nem se vale a pena me alongar no critério das músicas, mas acho que é necessário, caso contrário seria um julgamento vazio. The 2nd Law começa de forma até promissora, com “Supremacy”, que começa com um poderoso riff, mas o restante da música não acompanha a intensidade, destaque também para os agudos de Bellamy, que parece estar explorando ainda mais, principalmente depois de The Resistance. Depois passa para a primeira grande decepção do disco, a ridícula e inacreditável “Madness”. Loucura é ter sobrevivido o bastante para ter que ouvir Muse tocar algo assim, tão vazio, pobre e desprezível. Não consigo deixar de lembrar de Justin Biber nos “pa pa pa pa pa pa” dos backing vocals. É triste, realmente. Bem, mas com muita boa vontade, vamos continuar, pois, pode não parecer, mas isso aqui é Muse. O negócio consegue ficar tão ruim – não pior, por que acho que era impossível – com “Panic Station”, não só enraizada, mas parece vir dos fantasmas dos anos 80. A falta de noção se mostra com um pequeno prelúdio de quarenta segundos na quarta faixa do álbum. Mas ai temos “Survival”, a música dos jogos olímpicos de Londres de 2012 e o oásis de The 2nd Law, a única que remete aos bons momentos de Muse. Muito boa, cheia de elementos épicos, dramáticos, coisas que Muse faz melhor. Depois ainda tem várias músicas que não são nem dignas de nota, exceto talvez por “Explorers” e, negativamente, "Big Freeze", uma tentativa ridícula e desesperada de soar como U2.

Para piorar, The 2nd Law é grande, com seus cinqüenta e três minutos e treze faixas. Na sexta música tem-se a sensação de estar ali por horas. O ouvinte chega ao final, se é que chega ao final, com as duas chatíssimas “Unsustainable” e “Isolated System”, cansado e decepcionado e perguntando-se se ainda há esperanças para Bellamy e companhia. Meu coração de fã torce para que seja possível, mas minha razão tem sérias dúvidas, afinal, para desassociar de vez da sombra de Radiohead, Muse acabou por cair no desesperado e, quiçá, sem saída, buraco da síndrome de Radiohead. E para mim, pelo menos, isso não é nada bom.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Novo clipe de Neil Young & Crazy Horse, "Walk Like Giants"


Se você ainda não sabe, Neil Young está se preparando para lançar seu segundo álbum em 2012. O disco duplo Psychedelic Pill, que será lançado no dia 30 de outubro, vai pro mercado apenas três meses após Americana, trabalho de canções tradicionais do folk americano. E o Uncle Neil acabou de liberar um vídeo para a primeira música nova vinda de Psychedelic Pill, “Walk Like a Giant”. O clipe é, na verdade, apenas um compacto da versão presente no disco, com seus longos 16 minutos e a primeira impressão é a melhor possível, pois ela deixa realmente aquela vontade de continuar ouvindo por um bom tempo ainda, enquanto Neil vai batendo de forma descoordenada na guitarra, fazendo-a gritar, chorar, urrar. O vídeo em si, é cheio de imagens psicodélicas, às vezes parecendo aquela do Windows Media Player, misturando com cinzentas imagens de trens, paisagens, além de gigantes históricos, como o pezão, Albert Einstein e a bomba atômica.  

Mais uma notícia interessante do Uncle Neil, é que ele é o mais novo integrante do Twitter e irá participar de uma série chamada #LegendsOnTwitter, onde ele irá responder às perguntas dos fãs através da rede social. Bem, esse está, de fato, sendo um ano bastante ocupado para o nosso tiozão musical preferido. Segue abaixo o vídeo:


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Bon Iver entra em hiato


Notícias boas, ruins e desencontradas marcaram tenso dia para os fãs de Bon Iver. Tudo começou quando, ontem a noite, Justin Vernon, a mente e a pessoa por trás de Bon Iver, compareceu a estação pública de Rádio de Minnesota para uma entrevista na qual foi perguntado sobre “o que está fazendo por esses dias” e Vernon respondeu exatamente o que os fãs não queriam que ele respondesse. Eis a resposta: “Acalmando-se. Eu olho para isso como para uma torneira. Eu tenho que desligar ir me distanciar disso porque muito de como essa música se junta é subconsciente ou a descobrir. Há muita atenção sobre a banda, e isso pode distrair algumas vezes. Eu realmente sinto a necessidade de me distanciar enquanto eu ainda me importo com isso. E então se eu voltar – se algum dia eu voltar – eu irei me sentir melhor quanto a isso e estarei renovado para voltar a fazer”. Então, talvez para tentar minimizar o impacto das palavras de Justin Vernon, um representante da gravadora de Bon Iver, a Jagjaguwar, disse que “eles estão apenas saindo de um ciclo depois de dois anos muito ocupados com o disco (Bon Iver, melhor álbum do ano passado, altamente aclamado pela crítica em geral).

Bem, pelo menos sabemos que não precisamos esperar nada de novo dele por algum bom tempo, mas tomara que seja só isso mesmo. Depois que a banda Girls acabou, seria péssimo que outro grande destaque se perdesse assim. De qualquer forma, enquanto toda essa indefinição sobre o futuro de Bon Iver, a boa notícia é o show em alta definição, no dia 21 de setembro, no Radio City Music Hall, em Nova Iorque. Detalhe importante: O vídeo só estará disponível por dois dias, por isso sugiro a você que baixe o programa aTube Catcher ou qualquer outro que baixe vídeos do youtube, e garanta logo o seu download. Segue o setlist.

Perth / Minnesota, WI / Creature Fear / Hinnom, TX / Wash. / Brackett, WI / Holocene / Blood Bank / Woods / Towers / Michicant / Calgary / Beth/Rest // Encore: Skinny Love / The Wolves (Act I & II) / For Emma

 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Bob Dylan - Tempest



Nada melhor do que comemorar incríveis 50 anos de carreira com novidade, para provar que ainda está vivo e exercendo seu maior dom. Provavelmente é dessa forma que Bob Dylan encara o lançamento de Tempest, 35º álbum, que chega após 50 anos do seu disco de estréia. Ele já não tem mais pretensão de mudar – mais – o mundo do que já o fez. As suas sementes já foram lançadas e foi certamente uma das colheitas mais proveitosas da história da música. Bob Dylan sabe que sua voz – que nunca foi o seu forte – está de mal a pior. Mas o melhor é que ele não dá a mínima para isso. E em Tempest ele volta com tudo o que restou dela, o suficiente para nos presentear com belas canções e grandiosas canções. O grande problema da indústria musical com os medalhões do rock, como, por exemplo, Neil Young, o próprio Dylan, Paul McCartney, dentre outros, é que esperam ainda que eles lancem álbuns tão clássicos como os de 50, 40, 30 anos atrás. Claro, pode acontecer, mas a probabilidade é mínima. Mas o fato de não ser memorável ou um item obrigatório na coleção, não tira o mérito da própria obra. E a verdade é que Tempest é o melhor trabalho de Dylan em um longo tempo.


Tempest é um álbum nostálgico e, em grande parte, sombrio, talvez o mais sombrio de sua carreira, contando com a voz cortante e inconstante de Dylan, baladas assassinas, amor, morte e luta como seus maiores contribuintes. Além disso, Dylan reúne os estilos que ele sabe que é mestre, com um som bem de raiz, do blues, folk e country, mas ele não para por ai e faz cada vez uma interação e variação musical bem legal entre uma faixa e outra. 8 das 10 músicas do trabalho ultrapassam os cinco minutos de duração, várias passam dos 7 e a faixa título do álbum beira os 14 minutos. Isso significa que Bob Dylan está confortável e à vontade para nos entregar o seu melhor. E já começa nesse nível, com “Duquesne Whistle”, que começa como uma música gravada nos anos 30, mas que depois vai ficando mais rápida depois que ele escuta o apito do trem para Duquesne até chegar num estilo rockabilly dos anos 50. Dá pra sentir-se no dentro do trem enquanto ele vai de estação a estação. A próxima parada “Soon After Midnight” já muda o clima e vai pra uma bela balada romântica num tom de blues. “its soon after midnight and i want nobody but you”, diz Dylan no final da música.

Outra mudança de estação para uma mais furiosa. Com “Narrow Way” a viagem é mais longa e intensa, com seus mais de sete minutos, é a mais rocker de Dylan em anos. Logo depois Dylan nos conduz para o outro aposto, com “Long and Wasted Years”, uma curta e delicada balada de coração partido. Como o nome sugere, “Pay in Blood” dá uma sensação de violência, pois é um pouco mais agitada e com Dylan fazendo um vocal ardente. Já “Scarlet Town” é mais uma balada com mais de sete minutos, muito bem arranjada, com piano, violinos e banjo. “Early Roman Kings” começa como um roadhouse blues com gaita e riff parecidos com “Mannish Boy”, do Muddy Waters. Essas três músicas são boas, mas estão abaixo da média do Tempest. A cereja do bolo começa agora.

O trio final é de tirar o fôlego, aqui é realmente o melhor estilo de Bob Dylan, tanto musicalmente como liricamente. A primeira dessa trilogia, “Tin Angel”, é uma balada assassina de um triângulo amoroso narrado minuciosamente por Dylan em uma letra sangrenta e cheia de imagens fortes e palpáveis. Depois começam as duas mais charmosas e notáveis de Tempest. A primeira, faixa título “Tempest” trata de uma longa, triste, direta e detalhada narrativa de quase quatorze minutos em 45 estrofes do desastre do Titanic. Inúmeros personagens , inúmeras histórias e ainda “havia outros, muitos outros”. E ainda termina com “when the reaper’s task has ended sixteen hundred had gone to rest, the good, the bad, the rich, the poor, the loviest and the Best”. E, para finalizar, “Roll On John”, uma tocante e emocionante homenagem a John Lennon, decorrendo sobre o seu assassinato, utilizando-se de alguns trechos de músicas de John, como a clássica “I heard the news today, oh boy”. Muito bonito.

Tempest é a prova que Bob Dylan ainda tem muito material original e interessante para queimar, pois ele continua compondo como sempre e cantando pior do que nunca. Como isso nunca importou muito na música de Dylan, estamos no lucro.

Mas não é só elogios a Bob Dylan não. Ele é muito chato e provavelmente não deixa o Youtube colocar vídeos das músicas dele, somente a do single oficial. Então, como no post só tem um vídeo das faixas destaques, clique aqui para o download de Tempest.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Mais um novo álbum de Neil Young & Crazy Horse



É um costume comum os artistas que recém lançaram algum material inédito, passem alguns anos sem produzir nada novo, correto? Não para o tio Neil. Qual não foi a minha agradabilíssima surpresa ao me deparar hoje, na página oficial do seu facebook, que o dinossauro do rock, Neil Young, irá lançar mais um novo material de inéditas com a clássica banda Crazy Horse, apenas quatro meses após Americana, uma coletânea com versões de músicas tradicionais do folk Americano, lançado em junho. Americana marcou o retorno da colaboração entre Neil e Crazy Horse após 16 anos. Parece que gostaram mesmo da reunião. O trabalho será chamado Psychedelic Pill, álbum duplo e que está com data de lançamento de 30 de outubro. Também será lançado em vinil triplo, juntamente com um vídeo para cada música, assim como ele fez em Americana. O guitarrista do Crazy Horse, Frank Sampedro antecipou um pouco o que esperar da faixa “Walk Like a Giant”, de fato um gigante de vinte minutos de duração, com longos e épicos feedbacks. Neil e os cavalos loucos também tocaram seis músicas do novo disco em alguns shows durante esse mês e Sampedro disse que era a banda tocando, improvisando e se divertindo. E isso parece o bastante para mim, Neil. Manda ver!

Confira abaixo o tracklist completo de Psychedelic Pill, que foi gravado pouco depois de Americana e os deixarei com uma faixa presente nele, “Oh Susannah”.

CD Tracklist:
Disco 1
1. Driftin Back
2. Psychedelic Pill
3. Ramada Inn
4. Born In Ontario

Disco 2
1. Twisted Road
2. She's Always Dancing
3. For The Love Of Man
4. Walk Like A Giant
5. Psychedelic Pill (Bonus Track Alternate Mix)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Stream de Mirage Rock, novo álbum do Band of Horses



Se você estava ansioso pelo novo álbum da Band of Horses, Mirage Rock, pode ficar tranqüilo, a espera acabou. Isso porque antecipando a data de lançamento, 18 de setembro, a banda decidiu abrir o stream do disco na íntegra através de seu site oficial. Mirage Rock é o sucessor de Infinite Arms, de 2010, que teve até a surpreendente participação da trilha sonora da novela global Amor Eterno Amor. Sinta-se a vontade para apertar o play ai embaixo:

domingo, 2 de setembro de 2012

Dinosaur Jr - I Bet On Sky

Já era hora. Finalmente foram desvendadas todas as faixas do I Bet On Sky, esperado álbum do trio indie Dinosaur Jr, que será lançado no dia 17/18 de setembro. I Bet On Sky é o décimo disco do trio e o terceiro após a reunião em 2005. Para uma banda com o catálogo de clássicos como Dinosaur Jr e com uma fórmula muito bem sucedida, com muita guitarra e vocais melódicos, é difícil não construir boas canções. Mas parece que J Mascis e companhia quiseram acrescentar umas perspectivas diferentes aqui ou ali, como um teclado ou um ritmo mais funky em algumas faixas. 

É essa novidade que logo se apresenta na primeira faixa, a ótima e agradável “Don’t Pretend You Didn’t Know”, citada por J Mascis como a preferida do I Bet On Sky, acompanhada por teclado, mas mantendo ainda todas as características já consagradas da banda, como o vocal melódico e desinteressado de J Mascis e, em alguns momentos, muito peso na guitarra. A já conhecida “Watch the Corners”, primeiro single do álbum, segue com o volume alto, destacando novamente o épico solo de guitarra da metade para o final. J Mascis disse que foi escrita a partir da perspectiva de um vampiro, é uma coisa bem em moda hoje em dia, ele disse.

   

"Almost Fare” é mas calma, delicada e com uma bela melodia, pacificadora, mas, claro, com muita guitarra. Lembra inclusive um pouco composições da carreira solo de J Mascis. O momento mais introspectivo do álbum continua com talvez a melhor do disco, “Stick a Toe In”, simplesmente ótima, daquelas que J Mascis parece sangrar pelos vocais. A gente fica quase sem saber se ele vai continuar a cantar ou se vai desistir no meio, pois é inútil continuar, mas ele é forte e continua até onde sua guitarra suportar. Talvez essa seja a grande lição de Dinosaur Jr. E a cada faixa ela prova ser forte o bastante. “Rude” tem uma pegada bem direta e punk, mas ainda assim bem melódica, composta pelo baixista Lou Barlow.

   

 A segunda parte de I Bet On Sky com “I Know it Oh So Well”, onde, após algumas brincadeiras rítmicas e cheias de efeitos de guitarra, surge um riff poderoso no refrão e com variações bem interessantes. Peso este que continua mais forte ainda em “Pierce the Morning Rain”, outra com uma pegada mais punk. “What Was That” tem um trabalho muito interessante de guitarra e um ritmo totalmente diferente das anteriores, mais calmo e relembrando as fases anteriores da banda. “Recognition” é mais uma composição de Low Barlow e tem um ritmo bem marcado. E I Bet On Sky fecha com estilo com a grandiosa “See it on Your Side”. 

No geral, I Bet On Sky é a prova de que uma banda “velha” e “ultrapassada” ainda pode produzir ótimos discos. Não é o melhor da carreira deles, mas longe de ser ruim ou irrelevante, muito pelo contrário, I Bet On Sky surge no melhor momento, pois já estava com saudade de ouvir tanta coisa boa assim. Pode mandar mais, pessoal!