quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Wilco - The Whole Love


Wilco está de volta e ainda nos ama. Como era o esperado, após disponibilizar para audição gratuita no último fim de semana o novo trabalho, The Whole Love vazou na rede e já está disponível antes do seu lançamento. The Whole Love é o oitavo álbum do Wilco lançado pela própria gravadora da banda dBpm Records. A carreira de Wilco está cheia de grandes álbuns, principalmente Being There, de 1996, e Yankee Hotel Foxtrot, de 2002, ambos os álbuns que são divisores de água para Wilco. O duplo Being There marcou a passagem para o country-indie, com um tom psicodélico. Yankee Hotel Foxtrot, a obra-prima do Wilco, que demorou dois anos para ser lançado pois a gravadora não aceitou o material, apresenta a banda fazendo um indie experimental divino.
The Whole Love é o sucessor de Wilco (the Album), lançado em 2009 e o primeiro lançado pela própria gravadora da banda, dBpm Records. Os dois últimos álbuns, Sky Blue Sky e Wilco (The Album) apresentaram uma banda confortável, tirando um belo som, seguro e agradável, sem grandes riscos, um dos grandes trunfos de Yankee Hotel Foxtrot. A natureza inquieta de Jeff Tweedy não mudou em nada. Ele deixa isso claro na faixa de abertura. “Art of Almost” é simplesmente perfeita, tudo o que se espera de uma música de Wilco. E como abertura de álbum é de tirar o fôlego. Alguns arranjos eletrônicos fazem você se questionar um pouco, Wilco virou eletrônico? O final da música responde a isso. Lembrou-me Yakee Hotel Foxtrot, porém bem mais pesado. Em The Whole Love Wilco explorou todas as possibilidades do estúdio. Em todas as músicas podemos ver que Tweedy e companhia capricharam nos arranjos, não deixando que nenhum detalhe de nenhuma música passasse em branco. “Sunloathe” é uma balada guiada por piano e, novamente, com belos arranjos. Bem Beatles. Ao decorrer das 12 faixas Wilco engloba vários sons. “Dawned On Me” é mais uma muito boa. Jeff Tweedy está caprichando em solos desajustados e a química entre a banda está melhor do que nunca. Parece que a balança de The Whole Love é de um lado as mais rock, de outro baladas. E o álbum fica dialogando entre elas. Após os solos de “Dawned On Me”, vem a balada “Black Moon”, mórbida e melancólica, dedilhada no violão.


“Born Alone” se conecta mais com o passado de Wilco voltando a empunhar grande sons de guitarra. “Open Mind” é outra belíssima balada, com melodia e refrão lindos, arranjos entorpecidos e flutuantes. “Capital City” é certamente uma das melhores faixas do álbum, com melodias sensacionais. O refrão é simplesmente divino. “Standing O” é a mais rock n roll do álbum lembrando a fase mais rock de Being There. E Wilco se despede do álbum com “One Sunday Morning (Song For Jane Smiley's Boyfriend)” uma balada country sombria digna dos tempos de Being There com dimensões grandiosas.
The Whole Love também foi lançado com uma edição Deluxe, com quatro faixas adicionais, “I Love My Label”, cover de Nick Lowe, a ótima “Message From Mid-Bar” que poderia estar também na tracklist original, a Jam instrumental “Speak Into The Rose” e uma versão alternativa de “Black Moon”.
No fim, The Whole Love é tudo o que poderia se esperar de um trabalho de Wilco. Ao mesmo tempo em que se mantém nas raízes, há algo de profundamente novo em cada uma das 12 faixas. E ainda por cima reafirma Wilco na posição de uma das bandas mais interessantes no cenário atual. Melhor álbum desde Yankee Hotel Foxtrot.

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