sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Wayne Coyne e as barreiras da Insanidade

Existem vários loucos no mundo na música, mas nenhum como Wayne Coyne, do Flaming Lips, disso eu tenho certeza. Esse cara levou o conceito de insanidade musical a níveis nunca vistos. Para se ter uma idéia do que Coyne e sua banda fizeram nos últimos meses aqui vai algumas: Primeiro lançaram uma faixa de seis horas de duração chamada “I Found a Star on the Ground”, acharam pouco e irão lançar neste Halloween uma música de 24 horas de duração (?) chamada “7 Skies H3” (?!). Para piorar, a música de um dia de duração estará disponível num HD dentro de uma caveira humana, custando somente $5,000. Numa entrevista muito bem humorada à Pitchfork, Wayne explica um pouco toda essa insanidade e o que ele espera de tudo isso, além de projetos de colaboração com outros artistas, como Nick Cave, Death Cab for Cutie, Deerhoolf, dentre outros. Wayne, por sinal, leva muito a sério o Halloween e irá fazer no dia um show especial. Ele disse que uma garota escreveu para eles no twitter: “vocês deveriam passar aqui em casa e tocar”, e Wayne respondeu: “Ok, nós iremos tentar”. E vão mesmo. Ele disse que irão tocar “Halloween” do Dream Syndicate e uma ou duas músicas do Flaming Lips, antes da polícia chegar e desligar tudo. A garota da casa irá decidir quem pode ir, porque ele não quer que todo idiota na cidade apareça bêbado na casa dela.

Depois ele falou sobre as colaborações e anuncia que irá sair em dezembro um EP com o Deerhoolf, com quatro músicas. Melhor ainda, disse que fizeram alguma coisa com Nick Cave, mas como ele está em turnê agora só irão trabalhar mais no projeto depois de Novembro. E revela como vem à tona essas colaborações: tudo por email, ele manda e recebe as coisas, ele e muitos artistas preferem não sentar frente a frente para criar música, “é muito mais fácil e menos estressante”, Wayne diz.

Sobre as insanidades recentes, ele explica o que espera ao lançar uma música de seis horas e de vinte e quatro horas e como imagina as pessoas ouvindo isso. Sobre a de seis horas, ele disse que é feita para ouvir enquanto se faz outras coisas, que é como as pessoas escutam música de qualquer forma. Quanto à de um dia de duração, Wayne diz que tem que haver mais comprometimento e sugere que não escutem ela de uma só vez, mas provavelmente alguns irão. Ele até imagina um grupo de pessoas pegando uns cogumelos, indo para um quarto de hotel e dizendo “isso nos mudou”. Quando a Pitchfork pergunta se ele pensou em fazer uma música de uma semana de duração à essa altura ele responde que eles estavam pensando em fazer uma de um mês (!), mas ai chegaram nas limitações tecnológicas (quem diria!).

E no final a melhor revelação. Ao ser perguntado se fazendo todas essas loucuras, ele não se sente impelido a fazer um álbum mais tradicional, ele diz que sim, no momento em que eles imergem nessas coisas insanas, eles querem voltar a fazer algo normal, música, notas e expressão. E exemplifica de forma que deixou todo fã ansioso: “quando nós estávamos fazendo Zaireeka em 1997 (insanidade completa), fomos submersos por essas coisas que bombardearam-nos dos quatro lados e então nós fomos fazer as coisas que futuramente viria a ser The Soft Bulletin”, “uma experiência faz você desejar outra”, Wayne finaliza.

Fiquem com um pedaço de Soft Bulletin:

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