segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Yuck - Yuck


Mais uma grande estréia em 2011. A banda londrina Yuck se transformou numa das sensações indie do ano com o lançamento do álbum homogênio. Yuck, formada por não mais do que rapazes e moças recém saídos da adolescência, faz um som de gente grande. Altamente influenciada pelo alternativo de Sonic Youth, Jesus & Mary Chains, Dinosaur Jr. e Teenage Fanclub, do final dos anos 80 e início dos anos 90, a banda reúne o melhor do gênero. Yuck, o álbum, é uma Ode aos anos 90, com guitarras sonoras e no volume máximo, vocal melódico e desleixado.

O álbum começa em altíssimo nível, com a saborosa “Get Away”, guitarras e vocais distorcidos abrem caminho para um ótimo refrão com um solo de guitarra que deixaria J Mascis orgulhoso. A música soa natural, espontânea e fácil, apesar de todas suas variações. É seguida imediatamente por “The Wall”, com sua letra repetitiva e mais um belo trabalho de guitarra, com muito do noise pop. Em certos momentos nessa faixa e também durante o álbum, a linha entre o volume perfeito é tênue. Se você quiser ouvir a voz mais claramente e aumentar o volume, a guitarra fica ensurdecedora, engolindo tudo ao redor. Depois de duas faixas de tirar o fôlego, eles diminuem o ritmo em “Shook Down”, mas não a qualidade. Bela balada, melodia gostosa e final majestoso, ligando novamente a distorção. “Holing Out” mantém o volume alto, numa junção de Dinosaur Jr e Sonic Youth. Os anos 90 estão pulando e balançando a cabeça no seu túmulo. Impressiona esse som ser feito por adolescentes que não pegaram o auge desse movimento musical. Mas aprenderam bem as lições.
O ritmo cai um pouco na metade do álbum, com “Georgia”, com a baixista Mariko Doi se juntando aos vocais, “Suck” balada de partir o coração com uma ótima letra de amor e“Stutter” sem a mesma força das outras faixas. “Operation” o volume aumenta novamente e a força e o vigor retornam, sobre tudo no final. “Sunday” é uma ótima balada após fim de relacionamento, com um ótimo refrão. “Rose Gives a Lilly”, instrumental, apenas guia o caminho onírico para a faixa final, “Rubber” que fecha o álbum de forma épica, com texturas de guitarra que dessa vez deixaram Yo La Tengo orgulhosos. Perfeita. O vídeo também é maravilhoso.
Em meio à invasão de inúmeras bandas revisitando os anos 80, cheia de sintetizadores e teclados artificiais, Yuck é uma lavagem dos ouvidos para quem quer ouvir guitarras puras (ou impuras) e um som cru, forte e seco.

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