segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Yuck - Yuck
domingo, 30 de outubro de 2011
Panteão dos Deuses: The Beatles
Dando continuidade à coluna Panteão dos Deuses (tendo iniciado com deus, David Bowie), é hora de preparar o assento para simplesmente ninguém menos do que os Beatles. John, Paul, Ringo e George, esses quatro rapazes nasceram para mudar o mundo. Não é exagero dizer que foram eles que construíram os pilares de cada um dos inúmeros gêneros do rock n roll. Pós-década de 60, todo mundo foi influenciado direta ou indiretamente pelos Beatles. Os conceitos de cada um desses gêneros nasceram ou tomaram grandes escalas ali. “Helter Skelter”, é, possivelmente, a primeira música de heavy metal, embrionária ainda, mas os conceitos foram lançados. O rock alternativo, psicodélico, hard rock, e até mesmo o pop, não seriam os mesmos sem os Beatles.
A carreira musical dos Beatles inclusive é relativamente curta. De Please Please Me, de 1963, primeiro álbum, à Let It Be, de 1970, são apenas sete anos, mas sem dúvida foram os sete anos mais intensos e criativamente ativos que já existiu. E grande parte dessa atividade é devida aos Beatles. Esse período em que os Beatles esteve produzindo pode ser dividido em duas partes, ambas importantíssimas e inseparáveis. A primeira parte, de 1963 até 1965, quando os Beatles se tornou na primeira mega banda de rock, tornando o estilo popular em todas as partes do mundo, abrindo inclusive as portas para a Invasão Britânica, como The Who, The Kinks, Rolling Stones, dentre outros. Outro ponto determinante desse período foi que o sucesso astronômico e a idolatria da beatlemania emitiram e disseminaram amplamente as experimentações sonoras futuras. Musicalmente, esse período detém os maiores hits da banda como “Love Me Do”, “Twist and Shout”, “It Won’t Be Long”, “All My Loving”, “I Wanna Hold Your Hand”, “A Hard Day’s Night” dentre inúmeras outras. O som era muito fincado no rock no seu início, com os três grandes pioneiros do rock, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis e Little Richards, inclusive com os Beatles fazendo algumas versões de músicas deles.
O marco para o início da segunda e mais prolífera fase dos Beatles foi um encontro histórico com Bob Dylan, em 28 de agosto de 1964, que fez os Beatles usarem a maconha pela primeira vez, fato que consequentemente fez com que começassem a compor sob o efeito da droga. Isso fez com que um novo mundo completamente inexplorado surgisse. O mundo também estava mudando. A revolução social e sexual dos anos 60 estavam começando, inclusive no mundo das drogas, com o movimento de contracultura dos hippies.. Os jovens também passaram a ser politicamente conscientes, engajando-se principalmente em atos contra a guerra do Vietnã. Como os grandes nomes do rock eram ícones, eles passaram a influenciar muito a juventude e nas letras, sobretudo de John Lennon, passou a tratar de coisas mais subjetivas e com mensagens anti-guerra.
Musicalmente, o efeito pode ser notado mais claramente com Rubber Soul, de 1965, onde os Beatles deram uma incrementada no rock, com uma nova cara, alterando estruturas pré-definidas, acrescentando um peso aqui, outro ali, e inovando na utilização de instrumentos e arranjos novos e mais bem trabalhados. Com mais alguns anos, adicionando LSD na experiência, os Beatles mergulharam no rock psicodélico e mais uma vez mudaram o mundo. Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band, Magical Mystery Tour e White Album, duplo, são obras majestosas e estão dentre os melhores álbuns de todos os tempos. Tudo isso em apenas dois anos, entre 1967 e 1968.
A partir de 1969 a tensão cresceu entre os integrantes, principalmente entre John e Paul. A causa da intriga era a nova esposa de John Lennon, Yoko Hono. Mesmo assim, esses últimos anos de atividade dos Beatles geraram dois grandes álbuns, Abbey Road e Let It Be, de 1969 e 1970, respectivamente, apesar de Let it Be ter sido gravado antes de Abbey Road. Apresentando um som mais sério e maduro, ambos os trabalhos acrescentam um tom mais clássico às músicas. Por fim, em 1970, as tensões chegaram ao limite e os Beatles anunciaram seu fim, deixando para trás o maior legado que uma única banda poderia deixar. Seus integrantes partiram para carreira solo, alguns ainda lançando álbuns notáveis, principalmente John Lennon.
Mas The Beatles é o tipo da banda que só ocorre uma vez na história, na reunião de quatro grandes talentos, nenhum funcionando da mesma forma isoladamente. Então Amém, John, Paul, George e Ringo! E obrigado!
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Wayne Coyne e as barreiras da Insanidade
Existem vários loucos no mundo na música, mas nenhum como Wayne Coyne, do Flaming Lips, disso eu tenho certeza. Esse cara levou o conceito de insanidade musical a níveis nunca vistos. Para se ter uma idéia do que Coyne e sua banda fizeram nos últimos meses aqui vai algumas: Primeiro lançaram uma faixa de seis horas de duração chamada “I Found a Star on the Ground”, acharam pouco e irão lançar neste Halloween uma música de 24 horas de duração (?) chamada “7 Skies H3” (?!). Para piorar, a música de um dia de duração estará disponível num HD dentro de uma caveira humana, custando somente $5,000. Numa entrevista muito bem humorada à Pitchfork, Wayne explica um pouco toda essa insanidade e o que ele espera de tudo isso, além de projetos de colaboração com outros artistas, como Nick Cave, Death Cab for Cutie, Deerhoolf, dentre outros. Wayne, por sinal, leva muito a sério o Halloween e irá fazer no dia um show especial. Ele disse que uma garota escreveu para eles no twitter: “vocês deveriam passar aqui em casa e tocar”, e Wayne respondeu: “Ok, nós iremos tentar”. E vão mesmo. Ele disse que irão tocar “Halloween” do Dream Syndicate e uma ou duas músicas do Flaming Lips, antes da polícia chegar e desligar tudo. A garota da casa irá decidir quem pode ir, porque ele não quer que todo idiota na cidade apareça bêbado na casa dela.
Depois ele falou sobre as colaborações e anuncia que irá sair em dezembro um EP com o Deerhoolf, com quatro músicas. Melhor ainda, disse que fizeram alguma coisa com Nick Cave, mas como ele está em turnê agora só irão trabalhar mais no projeto depois de Novembro. E revela como vem à tona essas colaborações: tudo por email, ele manda e recebe as coisas, ele e muitos artistas preferem não sentar frente a frente para criar música, “é muito mais fácil e menos estressante”, Wayne diz.
Sobre as insanidades recentes, ele explica o que espera ao lançar uma música de seis horas e de vinte e quatro horas e como imagina as pessoas ouvindo isso. Sobre a de seis horas, ele disse que é feita para ouvir enquanto se faz outras coisas, que é como as pessoas escutam música de qualquer forma. Quanto à de um dia de duração, Wayne diz que tem que haver mais comprometimento e sugere que não escutem ela de uma só vez, mas provavelmente alguns irão. Ele até imagina um grupo de pessoas pegando uns cogumelos, indo para um quarto de hotel e dizendo “isso nos mudou”. Quando a Pitchfork pergunta se ele pensou em fazer uma música de uma semana de duração à essa altura ele responde que eles estavam pensando em fazer uma de um mês (!), mas ai chegaram nas limitações tecnológicas (quem diria!).
E no final a melhor revelação. Ao ser perguntado se fazendo todas essas loucuras, ele não se sente impelido a fazer um álbum mais tradicional, ele diz que sim, no momento em que eles imergem nessas coisas insanas, eles querem voltar a fazer algo normal, música, notas e expressão. E exemplifica de forma que deixou todo fã ansioso: “quando nós estávamos fazendo Zaireeka em 1997 (insanidade completa), fomos submersos por essas coisas que bombardearam-nos dos quatro lados e então nós fomos fazer as coisas que futuramente viria a ser The Soft Bulletin”, “uma experiência faz você desejar outra”, Wayne finaliza.
Fiquem com um pedaço de Soft Bulletin:
Stephen Malkmus & The Jicks - KCRW Session
Stephen Malkmus & The Jicks estão se destacando esse ano com o lançamento de Mirror Traffic, um dos melhores trabalhos do rock alternativo do ano. A banda então foi convidada para o programa de rádio KCRW e tocou várias faixas do novo álbum, com destaque, sobretudo, para “Brain Gallop”. Segue abaixo os vídeos das apresentações:
"Stick Figures in Love"
"Brain Gallop"
"Forever 28"
"Share the Red"
"Gorgeous Georgie"
"All Over Gently"
"Asking Price"
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Abença Pai: Johnny Winter - Roots
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Lonely Boy, primeiro single de El Camino, novo álbum do Black Keys
Como já havia sido antecipado aqui pelo blog, hoje, 26/10, foi lançado virtualmente o primeiro single de El Camino, novo álbum do Black Keys, “Lonely Boy”. Então a banda postou no youtube um vídeo com a faixa, que segue abaixo. Gostei bastante da música, bem animada, dançante, com um riff marcante e com refrão forte, ou seja, todos os ingredientes para um single. Depois de ter publicando um teaser sobre o novo álbum no mínimo curioso, o vídeo também ficou muito descontraído e engraçado, com um negão cantando e dançando hilariamente no ambiente deo trabalho, provavelmente no horário de almoço quando ele se encontrou sozinho aproveitou para relaxar e extravasar um pouco, no caso, muito.
Só para lembrar que dia 06 de dezembro sai o restante de El Camino. Teoricamente, né? Porque até lá a Internet pode antecipar as coisas.
“Lonely Boy”
Tom Waits - Bad As Me
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Beck Live Bridge School Benefic Concert 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Arcade Fire Live Bridge School Concert 2011
Eddie Vedder Live Bridge School Benefit Concert 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
Lou Reed & Metallica - Lulu
sábado, 22 de outubro de 2011
Duetos III
Passemos agora para a fase do rock maduro, adulto, sério, mas ainda fazendo suas besteirinhas de quando em quando. Vou começar com o dueto de Manic Street Preachers com Nina Persson, cantando a faixa “Your Love Alone Is Not Enough” do álbum Send Away The Tigers, de 2007. Esse é um dos melhores duetos, a sintonia entre eles é simplesmente perfeita, e o decorrer da letra, das variações da música e da melodia, enfim, perfeita.
Agora é a vez da banda indie The Decemberists junto com Laura Veirs, através da divertida “Yankee Bayonet (I Will Be Home Then)”, do álbum The Crane Wife, de 2006., que conta o diálogo entre um soldado e sua garota. O ritmo da música é bem gostoso de ouvir e a interação entre os versos é muito bom.
A última é de uma banda que ela em si era um dueto. Jack White e Meg White, com o White Stripes, que infelizmente se separaram. Acontece que essa música não é um dueto, e sim um trio. Jack e Meg se juntaram com Holly Golightly, e após alguns shows como banda de abertura, os três se tornaram amigos e gravaram a faixa “It's True That We Love One Another”. Através das inúmeras lendas das hipóteses da relação entre eles, se eram casados, irmãos, amigos, eles brincam de um triângulo amoroso muito divertido entre declarações de amor de cada um. Confira
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Gruff Rhys - Hotel Shampoo
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Bon Iver Live Later... With Jools Holland
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Beirut - The Rip Tide
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Black Lips - Arabia Mountain
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
WU LYF - Go Tell Fire to the Mountain
terça-feira, 11 de outubro de 2011
The Black Keys anuncia novo álbum
Boa notícia! A banda The Black Keys anunciou essa semana o lançamento do novo álbum, El Camino, com data prevista para 6 de dezembro, através de um divertido vídeo no estilo de vendedor de carro, com Bob Odenkirk, de “Mr. Show” e “Breaking Bad”. E ainda tem mais, indo no site WannaBuyaVan.com, será indicado um número no qual se escuta uma mensagem do o baterista Pat Carney sobre a Van que eles estão tentando vender.
The Black Keys é uma banda de rock alternativo formada por uma dupla Patrick Carney e Dan Auerbach, similar nisso e um pouco no som com outra dupla bem mais conhecida, Jack e Meg White, do White Stripes, com um som cru, de garage e com uma veia no Blues Rock. A discografia do Black Keys já conta com ótimos álbuns, como Rubber Factory, de 2004, Thickfreakness, de 2003 e o último trabalho deles, Brother, de 2010. Em breve veremos se El Camino aumentará essa lista.
Mais algumas informações: El Camino foi produzido por The Black Keys e Danger Mouse e o primeiro single, “Lonely Boy” sai daqui a pouco, em 26 de outubro. Abaixo está a tracklist do álbum El Camino:
01 Lonely Boy
02 Dead and Gone
03 Gold on the Ceiling
04 Little Black Submarines
05 Money Maker
06 Run Right Back
07 Sister
08 Hell of a Season
09 Stop Stop
10 Nova Baby
11 Mind Eraser
Enquanto isso fiquem um vídeo de “Tighten Up” do último álbum da banda, Brother.
The Pains Of Being Pure at Heart Live KEXP
The Pains of Being Pure At Heart é uma das mais agradáveis novidades do ano na cena Indie com o lançamento do segundo álbum Belong, que no decorrer do ano vem sendo cada vez mais aclamado pela crítica. Todo o sucesso fez com que a banda fosse convidada para participar de um programa de rádio no estúdio da KEXP’s, de Seattle. Eles tocaram quatro músicas, “Belong” e “Heart in Your Heartbreak”, do álbum Belong, e duas B-sides, “I Wanna Go All The Way” e “Kurt Cobain’s Cardigan”, já que a rádio é da cidade natal de Kurt. Para quem quiser conferir, os links seguem abaixo:
“Heart in Your Heartbreak”
“I Wanna Go All The Way”
“Kurt Cobain’s Cardigan”,
“Belong”
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Iron & Wine - Kiss Each Other Clean
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Girls - Father, Son, Holy Ghost
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Panteão dos Deuses: David Bowie
Vamos estrear agora a coluna Panteão dos Deuses, que tem o intuito de revisitar as carreiras dos maiores nomes da história do rock. E ninguém melhor para começar do que o próprio deus máximo David Bowie. Esse inglês nome de nascença David Robert Jones, chamado de Camaleão do Rock, nascido em Brixton, chegou para mudar a cara do rock. Dono de uma das carreiras mais ousadas da história, a alcunha camaleão do Rock não poderia se encaixar melhor em outra pessoa. Conhecido por sempre se renovar, nunca permanecer num mesmo estilo por muito tempo, reinventando-se constantemente, David Bowie é a heterogeneidade em pessoa. Se quiser ter uma idéia, selecione as melhores músicas de cada álbum dele e coloque todas juntas numa mesma pasta, sem organizar por data, e bote para tocar. Você vai ouvir hard rock, glam rock, soul music, eletrônico, rock anternativo, experimental, art rock, new wave, dentre outros estilos menores. E cada uma dessas músicas permanecem tão atuais como o era há , 20, 30, 40 anos.
Certamente por essa natureza inquieta de David Bowie, seja tão difícil conhecê-lo por completo, mas ao mesmo tempo, nenhuma outra tarefa é musicalmente tão recompensadora. Nenhum trabalho isolado define artisticamente David Bowie. Ele não é o superstar glam Ziggy Stardust, nem a figura militar fascista de Thin White Duke, ou o soul man de Young Americans. Também não existe a trilogia de Berlin (Low, Heroes e Lodger), sem o sombrio mundo subterrâneo de Scary Monsters. E ainda digo que para se definir Bowie não se pode ignorar a infeliz década de oitenta, com a figura Pop do New Wave, com Let’s Dance, muito menos as experimentações eletrônicas de Outside, Earthling e o soul eletrônico de Black Tie White Noise. Nem mesmo os mais recentes retornos ao rock clássico de Heathen, Reality e Hours.
Com uma carreira dessas dimensões e tão ousada, a linha entre o sucesso e o fracasso é tênue. David Bowie conheceu o sucesso estrondoso quando Ziggy Stardust conquistou o mundo e, mesmo após a morte do personagem, Bowie engoliu os anos 70 com clássicos como Station to Station e a trilogia de Berlin. Mas numa carreira com esse estilo é praticamente impossível não cometer deslizes. Digamos que a década de 80 foi esse deslize, entrando na moda do New Wave, que o próprio contribuiu muito para a criação do estilo. A década de 90 apresenta uma situação muito delicada, com a fase de experimentações eletrônicas. São álbuns complexos e difíceis de digerir, principalmente para os fãs casuais. Mas uma vez desvendado os álbuns, vê que as criações dessa era foram muito intensas, sobretudo Black Tie White Noise, Outside e Earthling. Depois de álbuns mais acessíveis e clássicos como Heathen e Reality, David Bowie se impôs ao ostracismo após um infarto numa apresentação na Alemanha, na turnê mundial de 2003. Talvez pelo medo da morte, agora ele passa o tempo se dedicando à família, curtindo a filha de nove anos e a esposa, a modelo Iman, desenhos e pinturas. Mas alguém pode dizer para ele que ele não morre.
Enfim, não há nenhum artista musicalmente tão rico quanto David Bowie. Os seus erros e acertos são apenas pacotes de uma grande e imortal obra, que foi o grande Acerto. E é por isso que aqui nesse recinto David Bowie é Deus. Com D maiúsculo.
Deixo vocês agora com uma das melhores composições da humanidade, "Heroes":